A data de 28 de abril é marcada pela comemoração do Dia Internacional da Educação, em referência ao Fórum Mundial de Educação que aconteceu no ano 2000, no Senegal. Durante o evento, os países presentes assinaram acordos e estipularam metas para o desenvolvimento da Educação em suas nações até 2030.
Ao longo dos 23 anos em que a data é comemorada, algumas mudanças foram implementadas no sistema de Educação aqui no Brasil, e o texto a seguir ajudará você a entender como se tornar professor, quais são os cursos de licenciatura e suas grades curriculares, se ainda há necessidade de diploma e mais. Confira:
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Como se tornar professor?
O Ministério da Educação (MEC) exige que para trabalhar como professor no Ensino Infantil e Fundamental é necessário formação em cursos superiores de licenciatura. Os profissionais formados em bacharelado ou tecnólogo não têm autorização para lecionar, sendo necessário um curso complementar para exercer a função, como uma formação em Pedagogia, por exemplo.
Já para dar aulas no Ensino Superior, tanto os formados em licenciatura, quanto em bacharel e tecnólogo podem ocupar cargos de professor, desde que possuam também pós-graduação, como mestrado e/ou doutorado.
Saiba mais:
+ Qual é a diferença entre bacharelado, licenciatura e tecnólogo?
Quais são os cursos de licenciatura?
Conheça os cursos que são oferecidos exclusivamente ou majoritariamente na titulação de licenciatura:
- Pedagogia;
- História;
- Geografia;
- Ciências Biológicas;
- Física;
- Química;
- Filosofia;
- Ciências Sociais (Sociologia);
- Letras;
- Educação Física;
- Artes Visuais;
- Artes Cênicas;
- Dança;
- Música;
- Matemática.
Além disso, existem as graduações que são oferecidas predominantemente na modalidade de bacharelado, mas que também possuem o grau de titulação em licenciatura, como o curso de Enfermagem. Os licenciados em Enfermagem podem dar aulas em cursos que formam profissionais de nível técnico para a área.
Como funcionam os cursos de licenciatura?
Desde 1996, os cursos de licenciatura são oferecidos apenas na modalidade de “licenciatura plena”. Isso significa que toda graduação com esse tipo de titulação fornece ao estudante uma formação completa e aprofundada como professor.
De 1971 a 1996 também existiram os cursos de “licenciatura curta”, que ofereciam uma formação pedagógica simplificada, destinada a estudantes que lecionariam para a Educação Infantil, em meio à escassez de profissionais da área na época.
Já sobre a duração da licenciatura, os cursos têm, em média, de três a cinco anos de disciplinas obrigatórias. Há também os casos em que o estudante já possui a formação em licenciatura e apenas quer se graduar em uma nova área do conhecimento e pode eliminar as disciplinas de educação, cursadas anteriormente, terminando o curso em menor tempo.
Quanto ao período de aulas, não há consenso. Existem cursos de graduação em licenciatura que são ministrados em todos os períodos: matutino, vespertino, noturno e até integral.
Grade curricular comum nos cursos de licenciatura
Você sabia que todos os cursos de licenciatura têm a disciplina de estágio obrigatório? Nela, os estudantes precisam cumprir uma carga horária pré-determinada em sala de aula, acompanhando o professor titular e, por vezes, até ministrando aulas também.
Além do estágio, que garante experiência na função que o futuro licenciado irá cumprir, existem outras disciplinas comuns nas grades curriculares dos cursos de licenciatura, seguindo as exigências do MEC e as diretrizes nacionais do Conselho Nacional de Educação (CNE). Conheça algumas:
- História da Educação;
- Metodologia e Prática de Ensino;
- Didática Aplicada ao Ensino;
- Psicologia da Educação;
- Fundamentos da Educação;
- Cultura e Sociedade.
Precisa de diploma para ser professor no Novo Ensino Médio?
O Novo Ensino Médio, sancionado em 2017 e aplicado a partir de 2022, trouxe diversas mudanças, como de carga horária, disciplinas e metodologia para as escolas, e uma delas é da qual trata o artigo 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que determina quem pode ser considerado professor da Educação Básica:
“V – profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação para atender o disposto no inciso V do caput do art. 36.”
Antes de ser alterada, a LDB permitia que apenas formados em cursos de licenciatura dessem aulas. Com a mudança, profissionais de outras áreas e titulações poderão lecionar.
O MEC explicou a alteração em nota: “a Medida Provisória (MP) do Novo Ensino Médio permite que os sistemas de ensino autorizem profissionais com notório saber para ministrar aulas exclusivamente em disciplinas da parte técnica e profissionalizante do currículo”.
No Novo Ensino Médio, a “Formação Técnica e Profissional” é uma das cinco áreas que os estudantes terão que escolher a partir do segundo ano.
Grandes nomes da Educação no Brasil
Durante o século XX, importantes educadores despontaram em sua área para contribuir com a formação do modelo de Educação como conhecemos hoje e para propor abordagens e modelos ainda mais formativos intelectualmente e pessoalmente. Confira um breve resumo sobre alguns deles:
Paulo Freire
Intitulado como o Patrono da Educação Brasileira, foi o criador da “Pedagogia do Oprimido”, um conceito publicado em livro que propõe uma Educação que ofereça ao indivíduo a emancipação das opressões de classe e o pensamento crítico.
+ Quem foi Paulo Freire e por que ele é considerado o Patrono da Educação?
+ 24 citações de Paulo Freire sobre educação para usar na redação
Maria Nilde Mascellani
Foi uma das principais responsáveis pela criação do Serviço de Ensino Vocacional (SEV) ou Ginásios Vocacionais (GVs), além de ter desenvolvido práticas pedagógicas consideradas inovadoras até hoje. Defendia uma Educação capaz de formar seres humanos livres e criativos e cidadãos críticos, que pudessem reconhecer e transformar o território onde vivem.
Florestan Fernandes
Participou dos debates sobre a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que foi aprovada após seu falecimento, e defendia o direito irrestrito de acesso à Educação. Para Florestan, com a Educação seria possível transformar a sociedade, e o papel da escola é ser a instituição que fortalece o que ele chamava de “cultura cívica”, que é a atenção ao interesse comum, àquilo que é público.
Darcy Ribeiro
Foi Ministro da Educação e Chefe da Casa Civil no governo João Goulart (PTB), e expulso do País após o golpe Militar. De volta ao Brasil, criou junto ao governo fluminense os Centros Integrados de Ensino Público (CIEPs), que trouxeram à tona a necessidade de integrar a assistência social às ações educacionais.
Darcy ainda foi o criador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e o primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), onde dá nome a um campus.
Anísio Teixeira
Criador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) — que atualmente leva seu nome — e da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes), Anísio ainda foi um dos fundadores da UnB. Para ele, a escola servia de espaço para exercício da democracia e era a principal instituição republicana, com função a de garantir o pensamento autônomo e livre.
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