Paris recebe o 33º Jogos Olímpicos de verão da era moderna, após ter recebido o evento em outras duas oportunidades: em 1900 e 1924. A primeira edição sediada pela capital francesa foi também a primeira da era moderna com sede em outro lugar que não Atenas, capital da Grécia, país em que surgiu a competição.
Além disso, a edição fez, pela primeira vez, uma cerimônia de abertura fora de um estádio. O evento aconteceu nas margens do rio Sena, que corta a cidade, envolvendo parte da capital na celebração. Paris também conta com duas modalidades novas: o breaking (breakdance) e o caiaque cross.
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Origem das Olimpíadas
O site das Olimpíadas utiliza manuscritos históricos para afirmar que os jogos começaram no ano 776 a.C. Mitos diversos cercam o surgimento dos jogos, desde uma ordem do deus Zeus, como do semideus Hércules, em homenagem ao pai.
A partir da data, os Jogos passaram a ser realizados de quatro em quatro anos, inclusive com pausas entre os conflitos existentes entre as cidades-estado gregas da época, surgindo já a trégua olímpica.
Com a tomada da Grécia por Roma, em 146 a.C., uma das consequências é o fim dos jogos olímpicos, inclusive com o esquecimento de Olímpia, que foi redescoberta somente em 1766. As ruínas da antiga cidade grega foram escavadas somente em 1875 por arqueólogos alemães.
O criador dos Jogos Olímpicos da era moderna foi o Barão Pierre de Coubertin e a primeira edição aconteceu em 1896, em Atenas, reunindo cerca de 240 atletas, divididos em 14 equipes. As duas próximas edições, Paris 1900 e Saint Louis 1904, foram secundárias, com poucas participações, e, somente a partir de Londres, em 1908, os jogos foram ganhando participantes ao redor do mundo e novas modalidades.
O espírito olímpico
O principal símbolo dos jogos é o chamado espírito olímpico, que envolve conceitos como competição sadia, justa e leal. Um de seus nomes é Olimpismo, considerado uma filosofia de vida que busca o equilíbrio entre corpo, mente e determinação.
Mas o espírito olímpico se manifesta principalmente em momentos de superação e também de cooperação. Vanderlei Cordeiro de Lima, maratonista brasileiro, demonstrou isso quando, mesmo após ser agarrado por um homem enquanto liderava sua prova, seguiu a corrida normalmente e demonstrou gentileza e cordialidade após terminar com o bronze. A frase “o importante não é vencer, mas competir”, atribuída ao Barão de Coubertin, é um exemplo do que estamos falando.
Dentre outros casos estão o do alemão Luz Long, que em plena Olimpíada de Berlim 1936, no auge do governo nazista, deu uma dica ao rival, o estadunidense e negro, Jesse Owens, ajudando-o a conquistar a medalha de ouro e formando uma grande amizade após o acontecimento.
Outra história notável é a dos japoneses Shuhei Nishida e Sueo Oe, que, ao empatarem em segundo lugar no salto com vara, curiosamente também em Berlim 1936, se recusaram a competir um contra o outro. Após um longo imbróglio, a decisão tomada foi que cada um teria uma medalha diferente, sendo, portanto, uma de prata e outra de bronze. Ao chegar em seu país natal, os atletas mandaram cortar suas medalhas ao meio e formaram duas medalhas divididas de prata e bronze.
Medalha Pierre de Coubertin
Concedida a somente 21 pessoas, a medalha é a honraria máxima das Olimpíadas, e só há uma nova concessão quando há uma demonstração de alto grau de esportividade e espírito olímpico durante uma edição dos Jogos.
Vanderlei Cordeiro de Lima e Luz Long foram consagrados com a medalha por conta dos dois acontecimentos citados acima.
Olimpíadas e geopolítica
Por ser um evento que reúne a maioria dos países ao redor do mundo, as edições acabam sendo também um reflexo do que acontecia no planeta, com guerras, ascensão econômica, demonstrações de poder e tensões entre países.
A Rússia, por exemplo, não está competindo na Olimpíada de Paris por conta da guerra contra a Ucrânia e, após uma série de restrições, apenas 15 atletas russos estão nos Jogos, mas sob uma bandeira neutra e hino impostos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
A reportagem “A geopolítica das Olimpíadas”, da Exame, conta 14 momentos em que os Jogos Olímpicos foram uma aula no quesito e citam a Olimpíada de Berlim 1936 em pleno regime nazista, os dois jogos da Guerra Fria nos anos 80 (Moscou 1980 e Los Angeles 1984) e até a crise da Grécia causada principalmente pelos altos gastos nos jogos de 2004.
Doping nas Olimpíadas
O doping acontece quando um atleta faz uso de substâncias que alteram a resposta do corpo frente a um estímulo, alterando seu rendimento em pontos que podem envolver força, perda de peso, agilidade, tolerância à fadiga, velocidade de recuperação, entre outros.
Existem classificações distintas de dopings, que são: estimulantes, narcóticos, hormônios peptídeos e análogos, diuréticos, esteróides anabólicos e betabloqueadores. Além disso, há práticas como o doping sanguíneo, em que um atleta aplica seu próprio sangue, com a finalidade de aumentar o oxigênio em seu corpo.
Por conta dessa problemática, há uma série de disputas geopolíticas entre as potências do esporte. A Rússia, por exemplo, ficou impedida de competir com sua bandeira nas últimas edições dos Jogos. Além disso, atletas chineses estão sendo mais testados do que outras nacionalidades pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
O Brasil nas olimpíadas
O Brasil disputa as Olimpíadas desde a edição de Antuérpia 1920, mas em 1928, na edição de Amsterdã, o País não foi ao evento por problemas financeiros, fato que motivou a desistência.
São, desde então, mais de 150 medalhas olímpicas, com 37 de ouro, contando até Tóquio 2020. O Brasil sediou a Olimpíada de 2016, que aconteceu no Rio de Janeiro e recebeu mais de 11 mil atletas nos 16 dias de competições.
O esporte que o Brasil conta com mais medalhas é o Judô, mas há também bom volume de medalhas na Vela, no Atletismo, na Natação, no Vôlei (de quadra e de praia) e também na Ginástica Artística.
O primeiro medalhista olímpico brasileiro foi Guilherme Paraense, do Tiro Esportivo, em 1920. Na edição, o Brasil foi campeão por equipe na mesma modalidade e Afrânio da Costa conquistou a prata, também no tiro.
É possível destacar também a participação de Maria Lenk, a primeira brasileira a participar das Olimpíadas, em Los Angeles 1932. Anos depois, Lenk ajudou a fundar o curso de Educação Física da atual UFRJ, além de ser considerada atualmente a Patrona da Natação Brasileira.
Olimpíada no Rio de Janeiro
Rio 2016 foi o maior evento esportivo da história do Brasil, e contou com quatro áreas de competição dentro da cidade: Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã. Ao todo foram 34 locais de competição, que aconteceu pela segunda vez na América Latina, após Cidade do México 1968.
Dentre os legados urbanísticos estão o Parque Olímpico, que fica no bairro da Barra da Tijuca, o Porto Maravilha, que consiste na revitalização da zona portuária da cidade e algumas outras arenas que alternam entre situações de uso, pouca ou quase nenhuma utilização, e os chamados elefantes brancos, sem uso e que estão sendo condenados pelo tempo e falta de manutenção.
Duas matérias ilustram o legado olímpico do Rio de Janeiro em obras estruturais da cidade e ginásios e espaços esportivos: “Cinco anos depois, legado da Rio 2016 tem obras inacabadas, projeções fracassadas e projetos no papel”, do G1 e “Legado Olímpico: veja como estão as estruturas da Rio 2016 oito anos depois”, do GE.
Pontos como extensões da Linha 4 do metrô, a circulação e eficiência do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a Vila dos Atletas, parte do Parque Olímpico e o Parque Radical de Deodoro são citados como exemplos de falta de planejamento dos poderes públicos na utilização posterior aos Jogos Olímpicos.
Legados olímpicos urbanísticos
Uma das maiores preocupações das cidades que recebem os Jogos Olímpicos e também do COI é como reutilizar as estruturas desenvolvidas para a realização das competições, atendendo principalmente a população local, ou seja, melhorando a vida na cidade como um todo.
O maior exemplo de legado urbanístico das Olimpíadas é, sem dúvida alguma, o de Barcelona 1992. O artigo do Opera Mundi, “Como a Olimpíada transformou Barcelona”, buscou uma análise de Ferran Brunet, da Universidade Autônoma de Barcelona, sobre os impactos econômicos dos jogos realizados na capital da Catalunha.
A revitalização urbana feita na cidade espanhola é utilizada por todas as cidades-sede posteriores como uma meta, jamais alcançada. Por fim, o artigo “Urbanismo olímpico: a vida após a morte dos parques e estádios das Olimpíadas”, do Arch Daily, ilustra bem o desafio que é construir um legado olímpico.
As próximas Olimpíadas
Atualmente há um esvaziamento no volume de cidades que desejam ser sedes olímpicas, devido a pontos como o alto custo de realização dos Jogos, que envolve construção de diversas arenas, vila olímpica e melhorias na infraestrutura urbana, exigências comuns do COI; crises financeiras de diversos países; situações de guerras civis e manifestações populares contrárias à realização dos jogos em sua cidade ou até mesmo em seu país.
A matéria “Ninguém quer as Olimpíadas: COI escolhe sede dos jogos de inverno”, da Exame, escrita em 2019, evidencia alguns desses problemas. A próxima edição do evento, Los Angeles 2028, foi concedida à cidade sem abrir concorrência, já que apenas Paris e a cidade californiana tinham desejo de sediar os Jogos de 2024.
Tais disputas e desistências após conhecerem as exigências do Comitê Olímpico fizeram com que o próprio COI mudasse as regras para a escolha das próximas cidades-sede. Atualmente, há a escolha de um anfitrião preferencial após conversas com cidades interessadas e apenas essa candidatura é votada. Assim foi escolhida a cidade de Brisbane, na Austrália, para sediar os Jogos de 2032.
Para além do desinteresse de países em se candidatarem para receber os Jogos Olímpicos, houve também um escândalo deflagrado publicamente de que eleitores recebiam dinheiro para escolher uma determinada cidade, como explicado no artigo “COI encaminha escolha de Brisbane, na Austrália, como sede olímpica em 2032”, do Blog Olhar Olímpico, da UOL.
Paraolimpíadas, Olimpíadas de Inverno e Jogos Mundiais da Juventude
Além dos Jogos Olímpicos de Verão, há também outras Olimpíadas. As Paraolimpíadas, por exemplo, existem desde 1960 e desde 1976 existem também as Paraolimpíadas de Inverno.
As Paraolimpíadas se diferenciam em possibilitar que pessoas com deficiência disputem medalhas em categorias de acordo com suas capacidades. A partir de 1988, os Jogos Paraolímpicos passaram a acontecer na mesma cidade dos Jogos Olímpicos, gerando uma crescente em participantes e no interesse das pessoas.
Os Jogos Olímpicos de Inverno envolvem disputas de esportes praticados majoritariamente na neve, como salto de esqui, snowboard, patinação artística e curling, e são disputados de quatro em quatro anos, entre as edições olímpicas de verão.
Desde 2010 há também os Jogos Olímpicos da Juventude, também entre edições da mesma estação. O evento só permite a participação de atletas que tenham entre 15 a 18 anos.
Olimpíadas virtuais
O COI anunciou neste ano a criação dos Jogos Olímpicos de eSports, com edição inaugural já para o ano que vem, na Arábia Saudita. No anúncio, foi confirmado que o país árabe sediará o evento pelos próximos 12 anos, mas não foi especificado a periodicidade do mesmo. Novos anúncios serão feitos nos próximos meses, já que pouca coisa foi dita até o momento.
Olimpíada ou Olimpíadas?
A utilização do termo no singular deve ser feita quando a citação for a um evento específico, ou seja, a uma edição específica. Veja exemplos:
- A Olimpíada do Rio de Janeiro foi realizada em 2016;
- A Olimpíada de Paris é um sucesso;
- O que houve na Olimpíada de Barcelona serve como modelo para as outras cidades-sede.
Já o termo no plural é utilizado para referenciar mais de uma edição do evento, ou quando for sinônimo de Jogos Olímpicos:
- As Olimpíadas realizadas em Paris foram em 1900, 1924 e 2024;
- As Olimpíadas são o maior evento esportivo do mundo;
- Muitos recordes mundiais foram batidos nas Olimpíadas ao longo da história.
Além disso, o termo Olimpíada sempre é citado com inicial maiúscula, assim como o termo “Jogos Olímpicos”.
Olimpíadas tem a ver com Vagas Olímpicas das universidades?
O nome é utilizado por muitas competições, justamente para ilustrar que o evento é um disputa esportiva entre candidatos, seja de qual tipo for. Há, por exemplo, as Olimpíadas científicas de caráter nacional ou internacional, e muitas delas são utilizadas como métrica para aceitação de alunos em universidades brasileiras. São as chamadas Vagas Olímpicas.
A pontuação de classificação, nesse caso, se baseia nas classificações e medalhas conquistadas pelos candidatos nessas competições. Saiba mais sobre as Vagas Olímpicas e como elas funcionam.
Filmes e documentários sobre Olimpíadas
São vários os documentários que contam histórias de atletas olímpicos ou mesmo de fatos que aconteceram em Jogos Olímpicos. O próprio site oficial do evento conta com uma série de filmes oficiais sobre muitos acontecimentos e até mesmo edições dos Jogos. Confira alguns exemplos de filmes que sobre algumas histórias olímpicas.
Raça (2016)
O filme “Raça” conta a história de Jesse Owens, atleta negro que ganhou quatro medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim 1936, em pleno regime nazista e com Adolf Hitler no estádio olímpico.
Paratodos (2016)
O documentário brasileiro “Paratodos” conta a trajetória de atletas paralímpicos do Brasil na preparação para os Jogos Paralímpicos de 2016, debatendo a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e também no esporte.
Ícaro (2017)
Vencedor do Oscar de melhor documentário em 2018, “Ícaro” conta como o governo russo desenvolveu um grande esquema de doping em seus atletas, denunciado pelo diretor da agência antidopagem russa, ocasionando no banimento do país dos Jogos e obrigando os atletas russos remanescentes a competirem por uma bandeira neutra.
Questões sobre Olimpíadas
Enem (2022)
A conquista da medalha de prata por Rayssa Leal, no skate street nos Jogos Olímpicos, é exemplo da representatividade feminina no esporte, avalia a âncora do jornal da rede de televisão da CNN. A apresentadora, que também anda de skate, celebrou a vitória da brasileira, que entrou para a história como a atleta mais nova a subir num pódio defendendo o Brasil. “Essa representatividade do esporte nos Jogos faz pensarmos que não temos que ficar nos encaixando em nenhum lugar. Posso gostar de passar notícia e, mesmo assim, gostar de skate, subir montanha, mergulhar, andar de bike, fazer yoga. Temos que parar de ficar enquadrando as pessoas dentro de regras. A gente vive num padrão no qual a menina ganha boneca, mas por que também não fazer um esporte de aventura? Por que o homem pode se machucar, cair de joelhos, e a menina tem que estar sempre lindinha dentro de um padrão? Acabamos limitando os talentos das pessoas”, afirmou a jornalista, sobre a prática do skate por mulheres.
Disponível em: www.cnnbrasil.com.br. Acesso em: 31 out. 2021 (adaptado).
O discurso da jornalista traz questionamentos sobre a relação da conquista da skatista com a
A conciliação do jornalismo com a prática do skate.
B inserção das mulheres na modalidade skate street.
C desconstrução da noção do skate como modalidade masculina.
D vanguarda de ser a atleta mais jovem a subir no pódio olímpico.
E conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Resposta: (alternativa A: errada) o texto não aborda diretamente a conciliação do jornalismo com a prática do skate. A ênfase está na representatividade feminina no skate e na desconstrução de estereótipos de gênero.
(alternativa B: errada) a alternativa está parcialmente correta, porque aborda a representatividade feminina no skate, mas a ênfase no discurso da jornalista está na desconstrução da noção do skate como modalidade masculina.
(alternativa C: correta) reflete a mensagem principal do discurso da jornalista, que questiona estereótipos de gênero associados à prática do skate, destacando a representatividade feminina na modalidade.
(alternativa D: errada) o texto menciona a conquista de Rayssa Leal como a atleta mais nova a subir no pódio olímpico, mas a pergunta está focada na relação dessa conquista com a desconstrução de estereótipos de gênero no skate.
(alternativa E: errada) embora o texto mencione a conquista da medalha por Rayssa Leal, a pergunta busca a relação dessa conquista com a desconstrução de estereótipos de gênero no skate.
Alternativa correta: C
IFPE (2010)
A ideia principal do texto é:
A as novas perspectivas para a cidade do Rio de Janeiro.
B a modernização da região portuária carioca.
C a revitalização da zona metropolitana do Rio.
D a recuperação do centro da cidade do Rio de Janeiro.
E o futuro do Rio de Janeiro após 2016.
Alternativa correta: A
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