Plástico nos oceanos: tudo o que você precisa saber e como cai no vestibular

Plástico nos oceanos: tudo o que você precisa saber e como cai no vestibular

Saiba como o plástico é produzido, quanto tempo leva para se decompor e quais os países que mais despejam esse tipo de resíduo nos mares

O problema da poluição causada por plástico nos oceanos afeta todos os países. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) a previsão é que até 2040 haja 50kg de resíduos plásticos por metro de costa em todo o mundo. Neste cenário, o Brasil aparece como um dos países que mais despejam lixo plástico nos mares.

Para entender os impactos ambientais causados pelo plástico nos oceanos, o Portal Estratégia Vestibulares conversou com a professora Bruna Klassa, de Biologia, e te conta tudo o que você precisa saber sobre o assunto e como ele pode aparecer no seu vestibular.

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Como o plástico é fabricado?

O plástico é um subproduto da indústria do petróleo, ou seja, é fabricado a partir do processo de refinamento do petróleo bruto ou do gás natural. Sua origem está na junção de grandes cadeias moleculares chamadas “polímeros”, que, por sua vez, são formadas por moléculas menores, chamadas “monômeros”.

O processo químico que une monômeros para a formação dos polímeros, para que mais tarde se unam na formação do plástico, é chamado de “polimerização”.

Decomposição do plástico

De acordo com o Manual da Educação – Consumo Sustentável, elaborado por uma parceria do Ministério da Educação (MEC), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), o plástico leva mais de 400 anos para se decompor na natureza. 

Plástico nos oceanos

Em outubro de 2021, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), divulgou um relatório intitulado “Da Poluição à Solução: Uma Análise Global sobre Lixo Marinho e Poluição Plástica”, no qual relata que a poluição plástica tem sido uma ameaça crescente crescente em todos os ecossistemas, de onde a poluição se origina até o mar.

De acordo com o estudo, o plástico representa 85% dos resíduos que chegam aos oceanos. E o documento ainda alerta que até 2040, os volumes de plástico que fluem para o mar quase triplicarão, com uma quantidade anual entre 23 e 37 milhões de toneladas, acarretando em 50 kg de plástico por metro de costa em todo o mundo.

Já um estudo publicado na revista científica “Nature Sustainability”, em junho de 2021, que analisou 112 categorias de resíduos maiores que três centímetros em sete ecossistemas, como rios, leitos de rios, águas costeiras e águas abertas, concluiu que maior proporção de plástico encontra-se nas águas superficiais (95%), seguida das costas (83%), enquanto os leitos dos rios apresentam a menor percentagem (49%).

Segundo a pesquisa, os quatro itens que mais poluem os oceanos são sacolas descartáveis, garrafas plásticas, recipientes para alimentos e embalagens de comida. Isso demonstra que a poluição plástica concentra-se, principalmente, em produtos take-away e de uso único.

Plásticos desse tipo representam de 50% a 88% dos resíduos encontrados em todos os ambientes, exceto no mar aberto, onde 66% provém das atividades marítimas. Os canudos e mexedores representaram apenas 2,3% dos resíduos, hastes-flexíveis e palitos de pirulito somam 0,16%. 

O que é take-away?
“Levar embora”, em tradução literal. O termo se refere a um modelo operacional derivado do delivery, mas no qual não há a logística de envio do pedido em domicílio. É o pedido para retirada, sendo a coleta feita pelo próprio cliente, na loja.

Poluição plástica nos mares brasileiros

Uma pesquisa inédita do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (USP), apresentada na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas (ONU) em junho de 2022, revelou que ⅓ de todo plástico consumido no Brasil tem grande chance de parar no oceano. Número que representa quase 3,5 milhões de toneladas de poluição plástica por ano.

Ainda segundo o estudo, cada brasileiro produz, em média, 16 kg de lixo plástico a cada ano, e em locais onde a destinação final do lixo não é adequada, não havendo coleta seletiva, uso de materiais alternativos e retornáveis no lugar do plástico descartável, essa produção vira um problema de poluição.

Apesar de possuir um litoral com 7.491 mil quilômetros de extensão, o problema da poluição plástica no mar não é causado apenas por cidades costeiras. De acordo com os pesquisadores da USP, 67% dos plásticos brasileiro chegam ao mar pelos rios.

As cidades brasileiras citadas na pesquisa como principais fontes de poluição plástica nos oceanos são Manaus (AM), Belém (PA), São Luís (MA), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Salvador (BA), Vitória (ES), Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Praia Grande (SP), Santos (SP) e Porto Alegre (RS).

Países que mais descartam plástico nos oceanos

O Brasil é o sexto país que mais descarta lixo plástico nos oceanos, com quase 3,86% do montante mundial, de acordo com uma pesquisa realizada pela Our World in Data, publicação digital de pesquisas empíricas e dados analíticos sobre mudanças nas condições de qualidade de vida no mundo.

Veja a lista dos dez países que mais descartam esse tipo de lixo nos mares, de acordo com a pesquisa:

  • Filipinas: mais de ⅓;
  • Índia: 12,92%;
  • Malásia: 7,46%;
  • China: 7,22%;
  • Indonésia: 5,75;
  • Brasil: quase 3,86%;
  • Vietnã: quase 2,88%
  • Bangladesh: 2,52%;
  • Tailândia: 2,33%; e
  • Nigéria: 1,9%.

Plástico e o aquecimento global

Além de desequilibrar ecossistemas e colocar espécies animais e vegetais em risco, a poluição plástica contribui diretamente para o aquecimento global. Isso porque, ainda de acordo com a publicação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em 2015 os plásticos estavam ligados à produção de 1,7 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtCO2e).

A conclusão foi feita a partir de uma análise de ciclo de vida, e também estimou que em 2050 o número de emissões de carbono oriundo dos resíduos plásticos deverá aumentar para aproximadamente 6,5 GtCO2e, totalizando 15% do orçamento global de carbono.

Medidas paliativas

Com o consumo desenfreado desse tipo de material, sem descarte adequado e com o índice de poluição crescendo, os países tentam lidar com a poluição plástica por meio das legislações. Os exemplos são vários ao redor de todo mundo, conheça alguns deles:

  • Brasil: possui legislações locais que proíbem o uso de canudos e sacolas plásticas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Santos.
  • União Europeia: proíbe o uso de produtos como talheres, copos, pratos, canudos e hastes flexíveis feitos de plástico.
  • Canadá: proíbe o uso de garrafas e sacolas plásticas.
  • Indonésia: proíbe o uso de produtos plásticos descartáveis, como sacolas e canudos.
  • Vanuatu: a ilha localizada no Oceano Pacífico proíbe o uso de sacolas plásticas, canudos, recipientes de poliestireno, pratos, talheres, copos e foi o primeiro país a proibir fraldas descartáveis.

Como cai no vestibular?

A poluição plástica dos rios e oceanos é responsável não só por tornar suas águas sujas, mas também por impactar diretamente o dia a dia dos seres vivos presentes nesses ecossistemas. Por isso, de acordo com a professora Bruna Klassa, o desequilíbrio ambiental é um dos temas mais cobrados em provas como a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“É um tema muito relevante porque a maioria dos desequilíbrios ambientais tem a ver com a ação antrópica, as ações do Homem que acarretam em prejuízo ambiental”, explica.

Para entender os impactos do plástico nos animais e nos seres humanos, é necessário saber que esse tipo de lixo além de prendê-los — como acontece com redes e sacolas, por exemplo — , causando asfixia ou afogamento, também acaba sendo confundido com comida.

Uma vez dentro da dieta dos animais marinhos, a poluição plástica fornece saciedade, mas não nutrientes.  “Além da desnutrição, esse plástico pode cair na circulação e entupir artérias, veias e vasos sanguíneos, o que também vai acarretar no óbito do animal”, comenta Bruna.

Segundo a professora, como o plástico não é um composto que se degrada em curto prazo, ele não é digerido, ficando acumulado no corpo dos animais. E como tudo na natureza, esse é um ciclo que continua, os animais marinhos presentes na alimentação humana trazem microplásticos para o prato das pessoas. Na Biologia, esse cenário é chamado de “bioacumulação”.

“Se a gente come um peixe assim, você acaba ingerindo por tabela essa quantidade de microplástico e isso também vai ter um efeito prejudicial na nossa saúde”, explica Bruna Klassa.

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