Como montar um planejamento de estudos com eficiência e resultado

Como montar um planejamento de estudos com eficiência e resultado

Saiba como focar no que realmente precisa e aproveitar o tempo da melhor maneira possível no artigo abaixo

Iniciar (ou reiniciar) os estudos é uma tarefa difícil, que exige calma e tranquilidade. E a melhor maneira de começar é pensar a longo prazo, estabelecendo metas realistas para o tempo entre o início até as primeiras provas.

Existem várias técnicas que podem ser aplicadas na hora de montar um planejamento de estudos e, por isso, o Estratégia Vestibulares mostrou, em seu canal do YouTube, três maneiras diferentes, com três de nossos professores: Vinícius Fulconi, Marçal Ferreira e Gabriel Prazeres. Confira abaixo as dicas de cada um, como criar um planejamento de estudos e chegar nas provas com tudo em cima.

Como dividir o planejamento de estudos

Os webinários são divididos em três partes: edital, com Vinícius, Ciclos de estudo, com Marçal e turnos de estudo, com Gabriel. Veja suas características:

  • Edital: o documento que mostra o conteúdo programático e informações como as datas de inscrição, da prova em si e seus resultados. Ao conhecer a prova e suas características, o foco será assertivo naquilo que realmente importa;
  • Ciclos de estudo: compreender suas necessidades te ajuda a pensar cada ciclo. Montar seus turnos e atividades de acordo com seu tempo, com planejamento realista faz toda a diferença; e
  • Cronograma de estudos: técnicas para tornar seus estudos mais eficientes no seu dia a dia.

Como planejar os estudos ao longo do tempo

Uma das primeiras dúvidas é por qual caminho estudar. No Estratégia, é possível estudar pelos PDFs, livros digitais, e também por videoaulas, gravadas ou feitas ao vivo pelos nossos professores. Em uma analogia com as aulas presenciais, seria como estudar diretamente nos livros didáticos ou assistir a uma aula.

Vinícius Fulconi é professor de Física do Estratégia. Ele recomenda o uso do PDF, já que estimula a criação das próprias linhas de raciocínio. “Pense um pouquinho: ‘eu tenho dificuldade com este assunto, mas não é uma dificuldade tão grande, acho que eu consigo vencer’, então vá para o PDF. Caso você tenha mais dificuldade, vai para a videoaula. Utilize a videoaula como sendo uma opção para as suas dificuldades”.

Quando o professor fala em criar linhas de raciocínio, ele explica o contexto de estudo passivo, que é quando você ouve e acompanha a linha de raciocínio de um professor, para melhor compreensão do assunto, e estudo ativo, que é fazer a leitura de um material e compreender a aula a partir disso.

Como realizar a leitura de um material

Vinícius propõe uma “leitura de questionamento”: “faça pequenas anotações quando você estiver lendo, tente lembrar os conceitos mostrados. Você não está apenas lendo aquele texto, mas sim realizando conexões mentais”.

Ter rascunhos é uma das dicas apontadas pelo professor. Anotar no próprio PDF, ou mesmo em cadernos, ajuda a fixar os conceitos na sua mente. Por fim, resolver os exercícios propostos sem ver as respostas também está na lista. Ao tentar obter a resposta, você consegue identificar os erros, para poder corrigi-los ao longo do material.

Como funciona a curva de aprendizado

Entender em que ponto do aprendizado você está em relação a uma matéria mostra como seus estudos devem avançar ao longo do tempo. Segundo Vinícius, a curva passa por um momento de grande crescimento. Para alcançar uma porcentagem média de 60%, o professor divide o tempo em duas partes iguais:

  • Na primeira, o aprendizado gira em torno de 10%;
  • Na segunda, há um ganho de conhecimento, em que a porcentagem aumenta os outros 50%.

A partir daí, o tempo levado para se alcançar os 80% ou mais, é maior do que os anteriores. “Esse é o ‘momento perigo’: quando você está muito bem em uma determinada disciplina, você demora muito tempo para melhorar 0,5% dos acertos. Não vale a pena gabaritar tudo, é mais vantajoso você aprender conteúdos em que tem dificuldade”.

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Resolução de questões: veja uma proposta

O método proposto pelo professor é o 30:10, acompanhe abaixo:

  • Primeiro faça 30 questões: caso você acerte mais de 26, faça mais 10. Acertando mais do que oito, você está livre dessa matéria;
  • Caso não acerte mais do que 26, faça mais 20. Acertando mais do que 16, faça mais dez. Acertando mais do que oito, você está livre da matéria;
  • Caso não acerte esse número, faça mais 20, e assim sucessivamente;
  • O mesmo serve ao chegar no número de dez questões. Vá até acertar oito, para avançar;
  • O restante dos exercícios você usa como revisão semanal, para manter o conteúdo atualizado ao final desse período de estudos.

Com esse método, é possível estudar o suficiente que você conhece sobre uma matéria, o que permite um melhor aproveitamento do tempo destinado para os estudos.

Como fazer a montagem dos cadernos

Vinícius comenta que esse material deve ser montado com as questões que você errou ou considerou difícil, para que sejam lembradas no resumo. “Um bom caderno tem que ter muitas questões resolvidas. O caderno deve ter um resumo bem enxuto do teórico e questões difíceis, que possam ser usadas como modelo”.

A analogia feita pelo professor é a de que um caderno deve funcionar como um “HD externo”. Ele é um complemento, algo que não está fixo na sua memória, para que você se lembre e esse conteúdo passe a fazer parte do seu repertório.

Como pensar em cronogramas

A ideia proposta pelo professor é fazer um cronograma que não use os dias da semana como referencial, para que não haja nenhuma perda nos dias. Se houver um dia ruim de rendimento, ou com algum tipo de compromisso, a nomenclatura não te atrapalha. 

Assim, o dia A e o B não necessariamente precisam ser contínuos. “Você não fixa os conteúdos em um dia, você estuda de maneira variada”, pontua. Além disso, Vinícius propõe uma divisão em dez dias. Os oito primeiros dias para conteúdo e os últimos dois para revisões.

Lembra das questões de sobra? No dia nove elas voltam para o planejamento de estudos, para que você lembre das matérias. Já no dia dez, a ideia é que você faça um simulado geral de tudo que você aprendeu até o momento. Legal, não?

Sugestão de plano de estudos diários

A sugestão dada pelo professor é que cada matéria tenha um horário de 2h a 2h30 de estudos, totalizando 7h30 a cada dia. Mas isso deve ser encaixado conforme a sua necessidade, o importante é dar conta de cumprir seu cronograma. Justamente por isso que o ideal não é pensar em dias e semanas, mas sim em ciclos e turnos, como você verá abaixo.

Mas, afinal, como cumprir o edital?

Nem todos têm a mesma rotina, mas a intenção é compreender qual é o seu ritmo e aplicar no tempo disponível em duas ou três semanas. “Repetiu o ciclo por umas três vezes, você vai saber quanto tempo está gastando para terminar um PDF. Aí é só fazer uma conta básica, de quantos ciclos serão necessários para terminar todo o material”, finaliza Vinícius.

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Como ter qualidade nos estudos

Marçal Ferreira, professor de Matemática do Estratégia, apresenta a parte dois do webinário “Como montar um planejamento de estudos”. Em sua apresentação, ele coloca cinco aspectos para ter qualidade nos estudos. Veja abaixo:

Foco

“Se você sentou para fazer uma atividade, é indicado que você não misture essa atividade com outras”, afirma Marçal. É necessário se concentrar e dedicar-se exclusivamente aos estudos no momento destinado a isso, para que as horas não sejam desperdiçadas.

Material

O professor ressalta a importância de se ter um bom material à disposição. “O material do Estratégia é feito pensando no seu estudo, desenvolvido com engenharia reversa, tem que ter qualidade, se não de nada adianta o seu foco. Acaba desperdiçando seu tempo também e na hora do vestibular não vai colher o fruto que você precisava”.

Disposição

Cumprir seus estudos todos os dias não é uma tarefa fácil, é necessário vencer os dias de indisposição. Marçal recomenda buscar técnicas para se sentir melhor, como fazer exercícios físicos e se alimentar bem.

Disciplina

“Levantar e fazer o que você se planejou a fazer. Quem colocou esse planejamento no seu colo foi você mesmo. Essa disciplina vai levar você muito mais longe, mesmo quando não estiver motivado”, pontua Marçal. 

Condições

Cadeira ruim, barulho em excesso… o que fazer para melhorar suas condições de estudo? Analisar como melhorar certos pontos é fundamental para que a qualidade do estudo seja a melhor possível.

Ciclo, turno e atividades: veja como funcionam

Os ciclos, turnos e atividades são medidas que te ajudam a ter controle sobre seus estudos. Um ciclo é composto por diversos turnos, enquanto os turnos são conjuntos de atividades.

Os estudos por turno, dentro desse método, são divididos em três tipos de atividades: disciplinas em modo estudo, revisão de turno e disciplinas em modo revisão. É importante saber que turno não é um dia e um ciclo não é uma semana.

As disciplinas em modo estudo são matérias que devem ser estudadas desde o começo, com leitura do material e realização dos exercícios. A recomendação é ter matérias diferentes, para ter mais produtividade em cada assunto.

A revisão de turno é uma revisão do que foi feito no turno anterior, em sete turnos antes e 30 turnos antes, mas os números são variáveis, a ideia é ter o turno atual, um a curto prazo e um a médio/longo prazo. Entenda também que não estamos falando de dias, não há data específica. A recomendação é que o tempo usado nessa etapa seja de ⅓ do tempo total usado naquela atividade.

As disciplinas em modo de revisão são para as matérias que você tem ampla dominância e que já terminou de estudar. Se está conseguindo responder, com facilidade, a maioria das perguntas, com acertos acima de 80%, o assunto já pode estar nesse modo.

Simulado de aferição

A cada fim de ciclo, o recomendado é pegar questões da banca que você está focado para testar seu conhecimento. Para Marçal, o ideal é pegar o mesmo número de perguntas, dez por matéria, por exemplo. “Esse simulado de aferição você faz dez de cada uma, porque aí você se força a saber uma porcentagem mais granular, cada questão é 10%”.

Ele pode ser feito de forma separada dos simulados oferecidos pelo Estratégia, já que ele vai estar dentro do seu planejamento, que não é medido por dias ou semanas.

Planilha de estudos

Para que os estudos tenham ainda mais qualidade, é ideal que você tenha uma estrutura de suporte, para conferência dos temas, matérias e do que foi feito. Para isso, Marçal disponibilizou em seu webinário uma planilha de estudos.

A ideia é que você baixe o arquivo e preencha conforme suas demandas, personalizando-a. Assim, é possível ter um acompanhamento facilitado sobre o que é estudado, o que certamente te ajudará na organização das tarefas ao longo do dia.

Ao longo dos simulados você vai se deparar com as questões que você não conhece ainda, o que, segundo o professor Marçal, é ótimo para seu desenvolvimento.

“Se você vai ler uma questão sem nunca ter estudado o assunto, é claro que você não vai saber fazer, mas eu quero que você leia, porque entrarão na sua cabeça vários signos e símbolos: tipo de pergunta, número complexo… você verá um monte de vocabulário que você não vai fazer ideia do que seja”, contextualiza o professor, que complementa:

“Mas acredite em mim, seu cérebro vai ficar incomodado. Mas você está plantando a semente na sua cabeça. Quando chegar na aula do assunto, você vai devorar os termos, porque seu cérebro está curioso há muito tempo. E você vai aprender mais rapidamente”.

A ideia é ir notando o crescimento: 10%, 30%, 60%… “A ideia é chegar aos 100%, e isso só vai acontecer quando você chegar a 100% da matéria e todas elas estiverem no modo de revisão”, comenta Marçal.

Planejamento de estudos com o Estratégia

Gabriel Prazeres, professor de Química do Estratégia, usou seu webinário para falar sobre o cronograma de estudos: como fazer um, quais são os melhores caminhos e dicas para conseguir a tão sonhada aprovação de maneira dinâmica e com aprendizado constante.

Ele divide o aprendizado em três partes: adquirir, reter e testar ou aplicar o conhecimento. O momento de adquirir é feito ao estudar pelos PDFs e Videoaulas, que são, respectivamente, estudo ativo e passivo.

A retenção vem com os treinos, voltar nas informações em simulados, questões, reflexões sobre o conteúdo e técnicas de memorização e decoração das informações. Já a aplicação é a parte duradoura, que traz sentido aos conteúdos. 

Nesse último ponto você já está com o conteúdo tão assimilado que tudo que está ao seu redor passa a ser analisado e relacionado aos seus estudos. O exemplo citado pelo professor é quando você compra um detergente e, ao ler os ingredientes, pensa nas formulações químicas e suas lógicas (cabe lembrar aqui que o professor em questão dá aulas de Química, ok?).

Técnica de Pomodoro

Mencionada pelo Marçal, a técnica de Pomodoro é abordada também pelo professor Gabriel. Ela consiste em ter períodos exclusivos de estudos e fazer pequenas pausas no meio, para que o cérebro tenha um refresco e assimilação do conteúdo.

O exemplo dado foi de períodos de 25 minutos com descanso de 5 entre eles, quatro turnos depois, meia hora de pausa. Mas isso é apenas uma projeção, afinal de contas, cada pessoa funciona de uma forma.

Não se esqueça de dormir e praticar exercícios físicos

Um outro hábito que pode ser incluído nessas pausas maiores é a prática de atividades físicas. “Entenda uma coisa: estudar, praticar atividade física e dormir são muito importantes. Isso não é luxo, eles são essenciais. Se você toma banho todo dia, por exemplo, coloca isso (se exercitar) como disciplina dentro de você”, pontua Gabriel.

O professor ressalta também a importância de ter um bom sono. “Dormir é importante porque é no dormir que você faz um ‘backup’ no seu cérebro. Nesse momento ele escolhe o que vai ser apagado e o que será mantido. Se você não dorme, as informações ficam guardadas no curto prazo, e logo você vai esquecendo”, explica.

Planejamento de estudos: Adquirir X Reter

As ideias ao longo deste artigo são entrelaçadas no decorrer do texto. Adquirir novos conhecimentos, por meio de PDF e videoaula deve ser de 80% a 90% do tempo destinado aos estudos, enquanto a retenção — exercícios, simulados e resumos — deve ocupar o restante do tempo.

Gabriel ressalta a importância de usar com organização o banco de questões de cada PDF. “Estudar o material não é pegá-lo e zerar as perguntas de uma vez. Seu cérebro não opera dessa maneira. O banco é organizado e gerenciado durante o seu estudo. Por isso que a quantidade de perguntas é absurda”.

Método de estudo por resumo: folha em branco

O método é aplicável para quem já tem uma base boa dos conteúdos, seja por estar a mais tempo de ensino aplicado aos vestibulares, como, por exemplo, quem não foi aprovado no primeiro ano de estudos, ou por conhecimento amplo da matéria.

Ele consiste em você pegar uma folha em branco, escolher uma aula e escrever sobre tudo que você conhece previamente, da forma mais rápida possível. Aqui a ideia é não perder tempo.

Após esse passo, você já saberá o que te falta, tendo uma boa referência do que precisa ser relembrado. A partir daí, faça a leitura da aula, já focando nos pontos fracos, com anotações mais calmas sobre o assunto, de forma mais completa.

O intuito é perceber o que já está no seu conhecimento prévio e o que será revisto no seu entendimento. No momento de revisar esse conteúdo, ciclos depois, você refaz o processo, mas compare a folha completa que foi escrita da primeira vez, para que os assuntos estejam assimilados de forma ainda mais assertiva.

Ao notar que o conhecimento prévio está afiado, você poderá revisar esse conteúdo em períodos mais longos de tempo. Ou seja, ao invés de voltar o tempo todo, você prioriza outros conteúdos.

Como lidar com o planejamento de estudos

“O melhor método de estudo é aquele em que você estuda menos. Meu objetivo não é te responder por 10, 14 horas por dia. Mas não vou mentir para você e falar ‘ah, não estuda isso, leia só o mapa mental, não estude essa aula, faça só os exercícios…’ não é esse o caminho”, pontua Gabriel.

“Entender: tem dias que você vai estar feliz, em outros vai estar triste. Você vai questionar o seu aprendizado. E tudo bem. Saiba que isso acontece o tempo todo. O lado bom é: você está percebendo seus pontos fracos. O pior é quando a gente não consegue perceber o que a gente tem que melhorar, e não sabe se aquilo está dando certo”, finaliza o professor.

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