Otan: o que é a Organização do Tratado do Atlântico Norte?

Otan: o que é a Organização do Tratado do Atlântico Norte?

A Organização do Tratado do Atlântico Norte, conhecida como OTAN, foi criada no século XX, no contexto da Guerra Fria, quando a União Soviética e os Estados Unidos disputavam a hegemonia política e econômica mundial.

No artigo de hoje, você obterá as principais informações sobre esse surgimento, o que é a Otan na geopolítica mundial, seus membros, bem como a relação do Brasil com esse grupo de países. Vamos lá?

O que é OTAN?

Depois da eclosão dos conflitos entre Ucrânia e Rússia, alguns temas ficaram muito comuns no cotidiano e noticiários. Entre eles a Otan e sua relação com a nação ucraniana. Mas, afinal, o que é Otan?

O termo vem do inglês “North Atlantic Treaty Organization” (Nato) que é traduzido como “Otan” de significado Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em sua origem, ela buscava reunir os países que margeiam o norte do oceano Atlântico e marcar o poder do capitalismo ocidental sobre os territórios europeus.

Contexto histórico do surgimento da Otan

A Otan e a Guerra Fria estão intimamente relacionadas. Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) começaram a disputar o poder e a influência perante as outras nações mundiais. 

Enquanto o país americano tinha um regime capitalista e liberal, a URSS seguia os ideais socialistas. Na tentativa de mostrar qual organização social era melhor, cada um deles se aplicava no desenvolvimento de tecnologias, se envolveram em uma corrida espacial e armamentista, na qual duelavam o conhecimento astronômico e bélico.

Nesse contexto, os Estados Unidos da América criaram estratégias que contivessem o avanço das políticas comunistas e socialistas em território europeu. A Organização do Tratado do Atlântico Norte e seus fundadores, então, entram como uma jogada tática.

Um dos organizadores da aliança, o lorde britânico Hastings Lionel Ismay, acredita que a função da Otan era manter um controle americano em solo europeu, conter os ânimos dos alemães (que tinham acabado de sair da Segunda Guerra) e afastar a influência da URSS. 

Diante dessa afirmação, podemos observar qual a relação da Otan e membros com o mundo no início de sua história, em 1949, depois do Tratado de Washington, que consolidou a aliança entre Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica, Islândia e Luxemburgo.

A principal característica dessa reunião de países está na mútua cooperação e defesa entre elas. Um dos artigos do documento de Washington deixa claro que, caso uma das nações seja atacada por um país externo à organização, as outras devem intervir no processo com auxílios ou envio de tropas militares. 

Qual foi a reação da URSS?

Ao perceber o movimento influente da Otan, a União Soviética se viu ameaçada e resolveu criar seu próprio grupo de proteção, o Pacto de Varsóvia. A principal causa dessa reação se deu quando a Alemanha Ocidental se uniu à Otan, o que ameaçava o poder da URSS na Europa.

Então, a Otan e o Pacto de Varsóvia são alianças semelhantes em polos opostos do mundo, no contexto da Guerra Fria. No caso do grupo soviético, os países membros eram aqueles que estavam inseridos no regime socialista, como Polônia, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Albânia, Bulgária, Hungria e Romênia.

A união dessas nações seguia o mesmo princípio de defesa mútua utilizada na Organização do Tratado do Atlântico Norte, mas diferentemente da Otan, o Pacto de Varsóvia se dissolveu junto à queda da URSS, em 1991.

A Otan e seus membros

Apesar de ter iniciado sua história em um contexto de bipolaridade mundial, depois da Guerra Fria, a Otan continua a existir e agrega cada vez mais países à sua aliança multinacional. 

Hoje, o grupo conta com 30 países membros, dentre os quais estão Albânia,

Alemanha, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia, Montenegro, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Turquia e Reino Unido. 

Muitos deles, como Bulgária, Hungria e Romênia também fizeram parte do Pacto de Varsóvia, mas migraram para a Otan e hoje integram esse grupo. É válido lembrar que  Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Noruega fizeram parte da fundação da Organização.

Além dessas nações que já estão adicionadas no tratado, a organização tem uma lista de países parceiros e que pretendem ou podem se organizar para administrar os parâmetros necessários para que se tornem membros efetivos do pacto.

Nessa lógica, mesmo que um país seja parceiro da OTAN e for atacado, a Organização pode entender que a integridade territorial e política das nações integrantes não está comprometida. Assim, não existe a obrigação protetiva entre os membros e os parceiros. 

O mesmo acontece com aqueles países que são aspirantes a entrada na aliança. Eles atendem aos critérios necessários para serem membros e estão na “retaguarda” do grupo. Como exemplo podemos citar Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Macedônia e a própria Ucrânia. 

Imagino que diante da possibilidade de ser membro, aspirante ou parceiro da Organização do Tratado do Atlântico Norte, você pode se questionar “qual a relação entre OTAN e o Brasil?” Acompanhe no tópico a seguir

OTAN e Brasil

O Brasil não é um membro da Organização. Apesar disso, em meio ao governo Bolsonaro, a nação teve uma grande aproximação com a aliança: em 2019, o presidente Donald Trump declarou o Brasil como um aliado preferencial extra-OTAN.

Na prática, isso significa que somos aliados estratégicos dos Estados Unidos e possuímos certas mordomias econômicas, como a facilitação na compra de artigos e tecnologias militares.

Como, essencialmente, a Organização é um grupo de força militar e defesa, ser um aliado preferencial extra-OTAN também indica que as Forças Armadas e tropas brasileiras e americanas podem trabalhar em conjunto em prol de um objetivo em comum. 

Perceba que a OTAN não possui nenhum membro no Atlântico Sul e nem na América Latina. A maior aproximação latina do grupo é com a Colômbia, que ocupa uma posição de “parceiro global” e pode contribuir com as operações da Organização a partir de um projeto individual. 

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