O estudo da história do Brasil percorre a américa pré-colonial, a chegada e colonização europeia, os períodos regenciais, o primeiro e o Segundo Reinado e as diversas faces da república.
Por isso, compreender as diferentes etapas que constituem a sociedade brasileira e seu panorama histórico é uma tarefa importante para a resolução das provas de vestibulares nacionais.
Para te ajudar com isso, a Coruja preparou um resumo com as principais informações de Segundo Reinado, como a política, a economia, o cenário sociocultural e as relações com os outros territórios. Ao final, encontre questões de vestibulares que abordam o assunto e treine seu conhecimento. Confira!
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Contexto Histórico do Segundo Reinado
O Segundo Reinado corresponde ao período em que Dom Pedro II foi o principal representante político do território brasileiro. Seu governo iniciou-se em 1840 e teve fim em 15 de novembro de 1889 com a proclamação da república.
A responsabilidade do trono chegou muito cedo para Dom Pedro II. Com apenas 13 anos de idade, o menino foi erguido como Imperador, após o chamado “Golpe da Maioridade”, situação na qual a lei de maioridade foi alterada para satisfazer os desejos das camadas sociais que desejavam a permanência do regime monárquico, para que ele pudesse assumir o cargo.
Apesar do cenário conturbado, o período foi marcado pela consolidação do poder monárquico, centralização política, menos instabilidades nas províncias, degradação lenta do regime escravista e intensas polêmicas nas relações externas.
Política e Fases do Segundo Reinado
Dom Pedro II estabeleceu uma monarquia parlamentarista durante o Segundo Reinado, inspirado pela política britânica. No Brasil, esse tipo de regime ficou conhecido como “parlamentarismo às avessas”.
Esse nome surge porque a organização estabelecida não permitia uma aplicação correta da ideia parlamentarista. No fim, o imperador regia os membros, as decisões e os arranjos políticos, assim as decisões tinham influência direta ou indireta dele — ou seja, a ideia da descentralização política estava fundamentada em uma forte centralização “escondida”.
Nessa época, também foi marcante a existência de dois partidos políticos que divergiam abertamente, conheça-os nos tópicos a seguir:
- Partido Liberal: de mentalidade federalista, os liberais defendiam uma maior autonomia para as províncias e eram chamados de Luzias;
- Partido Consevador: composto por membros com orientação mais conservadora e que apoiavam a manutenção do regime monárquico centralizado. Esse partido também era conhecido como Saquaremas.
Apesar de toda a divergência quanto ao projeto político, entende-se que durante toda a história do Segundo Reinado, os dois partidos se dependiam mutuamente para a manutenção da elite contemporânea.
Isso é muito discutido na atualidade já que os membros de ambas as ideologias eram inseridos nas camadas mais elevadas da sociedade e não queriam abrir mão de suas riquezas em troca de sua política. Diante dessa interdependência, alguns historiadores chegaram a dizer que “nada mais saquarema do que um luzia no poder”.
Além desse cenário político, é importante citar que o Segundo Reinado se dividiu em três fases principais:
- Consolidação do poder — década de 1840: afirmação de Dom Pedro II como autoridade e o controle das rebeliões provinciais (internas), foi possível a construção de um poder forte para o imperador;
- Apogeu — entre 1850 e 1865: agora que a imagem do imperador era sinônimo de autoridade e poder, o reinado tornou-se consolidado e esteve em seu período de melhor desempenho;
- Crise do Império — entre 1865 e 1889: com a ascensão da Guerra do Paraguai e surgem problemas na política e economia, a competência do imperador foi questionada e novas ideias tomaram conta da sociedade — o que resultou no declínio da monarquia brasileira.
Economia no Segundo Reinado
Em termos econômicos, o Segundo Reinado tinha uma produção predominantemente primária exportadora. O principal produto comercializado era o café, que sustentava cerca de 40% da economia.
No período em que eclodiu a guerra civil nos Estados Unidos (por volta de 1860), o algodão também se tornou um item de importância econômica. Além disso, o cacau baiano, a borracha e o látex amazônico e a pecuária sulista fizeram parte do cenário monetário do Segundo Reinado.
Nesse sentido, houve um pequeno desenvolvimento industrial durante esse período, por isso é conhecido como “surto industrial da Era Mauá”. Esse momento favoreceu um aumento das receitas brasileiras e durou cerca de 20 anos, entre 1840 e 1860.
Aspecto Sociocultural
No contexto sociocultural, o Segundo Reinado foi um período de influência para a consolidação do processo de abolição da escravidão em território brasileiro.
Em meio à sociedade brasileira, existiam grupos de pessoas abolicionistas, como José do Patrocínio, José da Gama e outros. Ao mesmo tempo, outros núcleos defendiam uma manutenção e continuidade da ordem escravista.
Dadas às questões políticas, econômicas e interpessoais do contexto, o abolicionismo brasileiro aconteceu de forma gradual. Por exemplo, em 1850 foi assinada a lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro — embora houve um declínio acentuado do número de pessoas escravizadas, essa lei ainda não foi resolutiva para a questão.
Posteriormente, a Lei do Ventre Livre permitia que todos os filhos de genitores escravizados fossem “libertos”. As aspas que acompanham a palavra indicam que a liberdade cedida era repleta de poréns e emboras, conforme a vontade do senhor envolvido na situação.
Além dessas, houve também a Lei dos Sexagenários, que libertava todas as pessoas escravizadas com mais de 60 anos. Apesar disso, é importante ressaltar que, nessa época, a expectativa de vida era baixa até mesmo para as pessoas que possuíam extrema qualidade de vida. Ou seja, a lei não era decisória para a questão abolicionista.
Por fim, após diversos processos de cunho social, político e cultural, foi implantada a Lei Áurea que concedeu liberdade total aos humanos escravizados presentes no território. Esse é o marco histórico da abolição da escravidão no Brasil, documento que foi assinado pela Princesa Isabel (filha de Dom Pedro II), em 1888.
É importante lembrar que embora a Princesa represente a autoridade responsável pela assinatura dos documentos oficiais, a luta abolicionista se estendeu por muito tempo no país e a atitude dela só foi possível porque antes dela existiram diversos movimentos sociais, manifestações e vidas dispostas a protestar e lutar pelo direito à vida e à humanidade.
Questão de Segundo Reinado
Agora que você já teve acesso a um resumo com as principais informações do Segundo Reinado, faça uma questão do Enem sobre o assunto e confira a resolução proposta pela equipe do Estratégia Vestibulares.
ENEM 2013
As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente:
a) Habilidade militar — riqueza pessoal.
b) Liderança popular — estabilidade política.
c) Instabilidade econômica — herança europeia.
d) Isolamento político — centralização do poder.
e) Nacionalismo exacerbado — inovação administrativa
A primeira imagem que aparece no enunciado constrói um ideal de período grandioso, de grandes conquistas, com grande apoio popular e bom renome. É uma representação de confraternização – ainda que a realidade demonstra muitos aspectos diferentes dessa figura.
Já a segunda pintura, mostra Dom Pedro Segundo idoso para transmitir um ideal de sabedoria, serenidade, experiência e respeito. Assim, confere uma visão de estabilidade para o Segundo Reinado – como um governo sóbrio e organizado .
Dessa forma, a única alternativa que se possui dois conceitos adequados é a letra B.
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