Impressionismo: contexto histórico, obras e artistas

Impressionismo: contexto histórico, obras e artistas

As artes plásticas fascinam admiradores por todo o mundo, tanto por sua beleza visual como por toda a história que carregam, com correntes e diferentes linhas de pensamentos que se expressam por meio da ilustração. No impressionismo, por exemplo, as obras giram em torno da percepção do artista e os efeitos da luminosidade sobre as paisagens cotidianas. Continue lendo e saiba mais sobre o tema.

Contexto histórico do Impressionismo 

O Impressionismo é uma corrente artística que nasceu em meados do século XIX, por volta das décadas de 1860 e 1880. O surgimento foi na França e a escola ficou marcada por obras que fugiam do padrão contemporâneo, com artistas famosos até os dias de hoje como Manet, Monet, Degas e Renoir, que serão apresentados nos tópicos seguintes. 

O contexto histórico desses pintores era marcado pela difusão de conteúdos positivistas, que traziam uma visão mais equilibrada, racionalista e precisa a respeito do dia a dia. Assim, desenvolveram uma necessidade de representar o cotidiano em meio ao mundo artístico. 

Ao mesmo tempo, a França e outras nações europeias estavam em meio à chamada Belle Époque, quando a sociedade estava permeada por um grande otimismo, paz e sem ameaças concretas de guerras em iminência. 

Diante desse contexto de valorização do comum, pouco a pouco, os artistas se afastaram cada vez mais das ideias academicistas e se inclinaram para uma pintura da realidade. Para isso, levaram em consideração as novas técnicas artísticas propostas por Édouard Manet.  

Características das obras impressionistas

Como a ciência estava em ascensão, Edouard Manet dedicou-se a entender o comportamento da luz, dos raios luminosos e suas relações com as cores. Ele é dado como um dos mais importantes artistas do movimento, por ser precursor das ideias que influenciaram muitos outros pintores contemporâneos e posteriores a ele. 

A ideia era observar a incidência da luz natural sobre as pessoas, objetos e a natureza e entender quais fenômenos poderiam ser retratados artisticamente. Diante de seu estudo, inclusive, além de retratar as cenas cotidianas típicas, o artista  inclinou-se para os ambientes de ar livre, onde a luz solar pode ser propagada com mais facilidade e gerar diferentes efeitos em cada objeto ou ser vivo.

Nesse período, como a sociedade estava em um estado de contemplação da vida comum, os grandes artistas impressionistas retratavam paisagens comuns de maneira a associar com técnicas que valorizavam esses cenários, com cores e pinceladas estratégicas. 

Apesar disso, a ideia não estava centrada em representar com fidelidade cada detalhe do ambiente. Por isso, as pinturas tinham um aspecto mais abstrato, com contornos pouco precisos dos elementos paisagísticos. Esse era um grande ponto de divergência com as obras acadêmicas, porque a comunidade artística sempre voltava-se para a representação perfeitamente realista dos personagens e cenas. 

Um ponto importante a ser mencionado é a questão da impressão, que dá nome ao movimento. Afinal, os artistas prezaram por adicionar suas impressões e interpretações subjetivas às pinturas, sempre levando em consideração a iluminação, a movimentação dos elementos em cada cenário e as sensações despertadas por aquele ambiente. 

Como característica cromática das pinturas, é possível observar que grande parte das obras focam em tons de cores mais neutras, sem tintas muito vibrantes e saturadas. Para aplicar esses materiais sobre a tela, os artistas mantinham o padrão de pinceladas rápidas e sutis, que conferem uma ideia de movimento, abstração e subjetividade para a obra. 

Principais artistas e obras

Édouard Manet (1832-1883)

Como foi citado, Manet é um precursor importante da arte plástica impressionista, principalmente por sua contribuição sobre iluminação, sombras e efeitos luminosos. Justamente por isso, suas obras e sua figura foram amplamente atacadas pelos grandes acadêmicos artísticos da época. Alguns estudiosos consideram, inclusive, que ele é o pioneiro da arte moderna, porque trouxe uma transformação drástica e jamais vista para os academicistas. 

Obra: O bebedor de Absinto (1859)
obra do impressionismo
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Claude Monet (1840-1926)

Monet também é um artista de grande renome para o impressionismo. Em suas obras, além de representar a luminosidade dos ambientes, ele também se dedicou em pintar diferentes incidências de luz no mesmo espaço. A ideia era trazer diversas nuances do jogo de luz e sombras e como elas podem alterar a interpretação e aparência de um local. 

Obra: Impressão, nascer do sol (1872)
impressionismo
Imagem: Reprodução/Wikimedia

A obra abaixo, chamada de “Impressão, nascer do sol” é considerada uma pintura central do impressionismo e contribui para o nome dessa corrente artística do século XIX. 

Auguste Renoir (1841-1919)

Renir surge no impressionismo como um propagador desse padrão de pintura, expandindo o legado de outros artistas prévios. Em suas obras, adicionava personagens que estavam destacados e sombreados, conforme o jogo de luz, para trazer evidências em alguns pontos ou ocultar outros. Com essas técnicas e características, o pintor desenvolveu um arsenal de pinturas que traduzem certa leveza e beleza para o cotidiano, aspectos que o artista valorizava. 

Obra: Le Moulin de la Galette (1876)
impressionismo
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Edgar Degas (1834-1917)

Degas é um dos pintores impressionistas mais intrigantes, por sair do padrão típico da escola artística. Em suas obras, ao invés da representação cotidiana ou ao ar livre, ele buscou atrelar a incidência de luz, as pinceladas rápidas e um tema de seu interesse: mulheres jovens ao dançar. Por isso, ficou conhecido como artista das bailarinas, que as representavam sob a luz natural e seus efeitos. 

Obra: Aula de dança (1873-75)
obra de artista do impressionismo
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Questões sobre impressionismo

(Simulado Enem – EV)

Rosa e azul – As meninas Cahen d’Anvers, 1881, Pierre-Auguste Renoir. MASP, São Paulo

“Renoir, pintando Rosa e Azul, mostra na vibração da superfície e das cores vivas que compõem os vestidos das meninas toda a vivacidade e a graça instintivamente femininas que se escondem atrás da convenção da pose, todo o frescor e a candura da infância. As meninas quase se materializam diante do observador, a de azul com o seu ar vaidoso e a de rosa com um certo enfado, quase beirando as lágrimas.” (Texto junto ao quadro – MASP) 

Disponível em < https://maguetas.com.br/rosa-e-azul/> Acesso em 24 set. 2021

Renoir foi um dos pintores mais consagrados do impressionismo. No quadro apresentado, percebe-se uma das características fundamentais desse movimento, que é

a) uso de cores complementares.

b) busca por simetria na imagem.

c) ausência de sombras nos quadros.

d) predominância da iluminação natural.

e) pinceladas mais curtas e soltas.

A alternativa A está incorreta, pois, além de isso não ser uma característica marcante do movimento, não se pode dizer que azul e rosa sejam cores complementares.

A alternativa B está incorreta, pois a busca de simetria nas imagens não é uma característica essencial do impressionismo, mas de movimentos que valorizam a composição racional dos quadros, como o renascimento, por exemplo.

A alternativa C está incorreta, pois percebe-se no quadro a presença de sombra ao fundo.

A alternativa D está incorreta, pois as personagens aparentam estar em ambiente interno, o que faz com que a iluminação possivelmente não seja natural.

A alternativa E está correta, pois o impressionismo caracteriza-se por pinceladas bastante evidentes, muitas vezes curtas e soltas em diferentes direções, como acontece no vestido das meninas. Essa técnica garante uma expressão do movimento e da leveza dos vestidos.

+ Veja também: Pós-impressionismo: história, artistas e características

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