Código genético: o que é, importância e questões 

Código genético: o que é, importância e questões 

O código genético corresponde ao conjunto de mensagens possíveis que os ácidos nucleicos podem conter. A partir dessas informações, a maquinaria da célula é capaz de construir aminoácidos e, uma união dessas moléculas, origina as proteínas. 

Conhecer o código genético, as bases nitrogenadas que o formam, como desvendá-lo e como é lido, foi um passo importante para a humanidade. A partir disso, facilitou-se o estudo das proteínas e outras moléculas essenciais no funcionamento de todos os seres vivos.

Dada a importância deste tema, é comum que os vestibulares cobrem o assunto em níveis variados: algumas provas requerem o conceito inicial de código genético, enquanto outras esperam uma interpretação e leitura mais crítica dessas informações. Continue lendo este artigo para saber mais sobre o tema, assim, ficará preparado para responder a prova. 

O que é código genético?

Como o nome diz, o código genético é uma forma de escrever informações, por meio de um “algoritmo”. É a forma que as células encontraram para transformar uma informação de RNAm, descrita em sequências de bases nitrogenadas, em uma informação genética mais robusta, que formará os aminoácidos, as moléculas essenciais para a formação de proteínas

Uma das características que diferencia o RNA de um DNA são suas bases nitrogenadas. O DNA é formado por Timina (T), Adenina (A), Guanina (G) e citosina (C). Elas se reúnem em grupos de três e, a partir de processos intercelulares, serão transcritas em RNA mensageiro. 

O RNA possui Adenina (A), Guanina (G), citosina (C) e Uracila (U), então é preciso fazer essa troca entre as bases para formar esse RNA mensageiro (RNAm). Essa molécula tem a função de expressar a informação genética para a formação das proteínas. 

Transcrição 

A transcrição de um DNA em um RNAm segue a seguinte regra: as adeninas serão trocadas por uracilas, as timinas por adeninas, guaninas são transcritas como citosinas e, por fim, citosinas como guaninas. Veja um exemplo a seguir.

DNA:     ATC AGA TCG GAA CTG CCA

RNAm:  UAG UCU AGC CUU GAC GGU 

Tradução e códons

Com o RNA mensageiro já pronto, cada trinca de bases é chamada de códon. A partir disso, é necessário que os códons sejam entendidos pela maquinaria celular como um aminoácido, que dará início à síntese proteica

É nesse contexto que se faz relevante o código genético. É um conjunto de regras que permite codificar cada códon em um tipo específico de aminoácidos. Afinal, existem apenas 20 tipos de aminoácidos na natureza, mas a combinação entre as bases nitrogenadas são numerosas.

Nesse sentido, cada aminoácido pode ser formado por uma quantidade grande de códons. Por isso, a construção do código genético favoreceu o entendimento da síntese proteica. É possível observar, ainda, que algumas trincas são o ponto de início (start) para a formação da proteína, enquanto outras são o ponto de parada (stop).

Exemplos de uso do código genético
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Conforme a imagem acima, o códon de início pode ser a sequência AUG, então, em um RNAm, a formação da proteína se inicia a partir dessa trinca de base nitrogenada. De forma semelhante, a adição de aminoácidos termina em trincas com as características UAA, UAG ou UGA. 

As siglas descritas na tabela estão relacionadas abaixo, para especificar o nome de cada aminoácido representado. 

Leu = leucinaLys = lisinaArg = argininaGlu = glutamatoPhe = fenilalanina
Ala = alaninaIle = isoleucinaSer = serinaAsn = AsparaginaHis = histidina
Val  = valinaMet = metioninaGly = glicinaTyr = tirosinaPro = prolina
Thr = treoninaAsp = aspartatoGln  =glutaminaCys = cisteínaTrp = triptofano

Características do código genético 

O código genético é uma informação específica, isso significa que cada códon traduz exclusivamente o aminoácido que está descrito no quadro. Ao mesmo tempo, cada aminoácido pode ser traduzido a partir de diferentes trincas de bases nitrogenadas. 

Ao todo, são possíveis 64 combinações entre as bases, ou seja, existem 64 tipos de códons para apenas 20 aminoácidos. Esse aspecto é conhecido como redundância ou degeneração do código genético.

Outro ponto relevante é que o código genético é uma característica universal entre os seres vivos. A leitura das bases nitrogenadas e a codificação delas em aminoácidos é a mesma para qualquer organismo, seja ele procarionte ou eucarionte, desde as bactérias até os seres humanos, plantas, peixes, anfíbios, répteis, aves, entre outros. 

Como seria a tradução de uma proteína?

Neste tópico vamos exemplificar qual o esqueleto de aminoácidos presentes em uma proteína, a partir de uma sequência de DNA. Assim, você poderá perceber como o DNA contido nas células é participante da formação de moléculas mensageiras que serão decodificadas, no sentido de construir macromoléculas proteicas. 

DNA:     AGA  TAC TCG GAA CTG CCA ATC

RNAm:  UCU AUG AGC CUU GAC GGU UAG 

UCU = Serina

AUG = Metionina ou início 

AGC = Serina

CUU = Leucina

GAC = Aspartato

GGU = Glicina

UAG = Stop 

Observe como o códon de início é o segundo na sequência genética. Então, a leitura acontece a partir dele, e os aminoácidos que estão para trás não farão parte da constituição proteica. Por fim, a tradução termina no códon de parada (UAG).

Questão sobre código genético

(FEI-SP) – Cientistas admitem que vários aminoácidos podem ser codificados por mais de uma trinca de nucleotídeos no mecanismo da síntese de proteínas intracelular. Tais cientistas dizem, por isso, que o código genético

a) é degenerado.
b) é o DNA e o RNA.
c) não pode ser entendido.
d) não se relaciona aos genes.
e) é exclusivo dos animais superiores.

(UFPE) – O códon corresponde à sequência de três bases do:

a) RNA-transportado
b) RNA-ribossômico
c) RNA-mensageiro
d) RNA-solúvel
e) ribossomo

+ Veja mais: 9 questões sobre genética que já caíram nos vestibulares e Enem

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