Império Carolíngio: contexto histórico, localização e acontecimentos

Império Carolíngio: contexto histórico, localização e acontecimentos

Com uma política fortemente expansionista, o Império Carolíngio conquistou diversos territórios europeus, como a Catalunha, a Península Itálica e partes da Germânia. Além de domínio, organizaram também uma administração política e econômica eficiente por todas essas terras entre os séculos VIII e X.

Continue lendo este artigo para conhecer maiores detalhes sobre essa estrutura imperial: como o contexto histórico de sua origem, principais acontecimentos, maiores nomes de governantes, entre outros assuntos. Vamos lá?

Surgimento do Império Carolíngio

O Império Carolíngio está inserido no contexto histórico próximo à dissolução do Império Romano do Ocidente, que tinha sede em Roma. Na linha do tempo, essas situações estão dispostas no início da Idade Média

Ele surge a partir dos povos germânicos que passam a ocupar a região da Gália. Esses grupos eram os francos, por isso o Império também é conhecido como Reino dos Francos.

O nome “Carolíngio” provém da principal dinastia que promoveu o crescimento e expansionismo dos francos: a dinastia carolíngia.

A dinastia anterior aos Carolíngios foi responsável pela unificação dos povos da região em tribos francas, com o fator comum de expansão do cristianismo pelo território, o que aumentava a identificação entre os indivíduos. 

Em 751, aproximadamente, o rei Pepino, o Breve, assumiu o trono franco. Seu pai foi um dos primeiros representantes da dinastia  Carolíngia, como veremos adiante. Assim, esse é o marco inicial do que, posteriormente, formaria o conhecido Império Carolíngio.

De onde surgiu a dinastia carolíngia?

A história de surgimento da dinastia Carolíngia é peculiar para os padrões da época. Quando uma outra linhagem real dominava a França, os merovíngios, grande parte dos reis terceirizavam as funções administrativas para os mordomos. 

Com o passar do tempo isso virou um forte costume naquela sociedade, por isso, os reis que não assumiram seus cargos ficaram conhecidos como “reis indolentes” ou “reis preguiçosos”. Afinal, eles estavam ali somente pelos privilégios e títulos, não pela missão político-administrativa que possuíam.

Com o enfraquecimento dos merovíngios, os mordomos do palácio (também chamados de prefeitos) tinham sua imagem fortalecida perante a população. Em uma ocasião, o mordomo Carlos Martel marcou a história por liderar e vencer a Batalha de Poitiers, que marcou a contenção do avanço muçulmano pela Europa. Assim, ele era considerado um rei, apesar de não ter esse título oficialmente.

Quando Carlos Martel faleceu, seu filho Pepino se uniu à Igreja Católica e às autoridades religiosas para constituir-se autoridade política no Império. Dois fatores lhe eram favoráveis: a insatisfação com o governo atual e o apoio da nobreza, por honraria ao seu pai. Assim, Pepino conseguiu destituir o trono merovíngio e deu início à dinastia Carolíngia.

O acordo entre os carolíngios e a Igreja Católica marcou esse momento histórico, quando terras próximas à Roma eram cedidas à instituição religiosa, em troca da manutenção dos poderes dinásticos. 

Mas, afinal, de onde surgiu o termo carolíngio? Apesar de não ser intuitivo, a ideia do nome carolíngio é fazer menção ao nome de Carlos, a peça principal para o surgimento e fortalecimento da dinastia. Além disso, depois dele vieram Carlomano I, Carlos Magno e diversos outros Carlos.

Carlos Magno: o expansionista do Império Carolíngio

Depois da morte de Pepino, seu filho Carlomano I assumiu o poder em uma porção do território e o outro filho Carlos Magno ficou responsável pela outra parte. Este último teve uma trajetória marcante, que mudou os rumos do Império Carolíngio. 

Quando seu irmão faleceu, em 771, Carlos Magno unificou as terras e continuou seu governo promissor. O reinado dele foi o mais longo do império (768-814), considerado um dos mais poderosos da Idade Média e de grande caráter expansionista.

Acredita-se que grande parte de suas estratégias estavam voltadas para a tentativa de construção de um novo Império Romano do Ocidente, dadas as extensas conquistas territoriais, lógicas de autoridade e busca pelo apoio de Roma.

Em 800, foi nomeado imperador dos romanos — título relacionado, principalmente, com questões religiosas (imperador que segue a religião dos romanos). Mas a ideia seguiu adiante como uma representação do ressurgimento de um nome Império Romano ocidental.

Em termos de poder político, Carlos Magno não estava na posição de regente soberano como acontecia no absolutismo da Idade Média. Por isso, ele utilizou de artifícios para reforçar o seu poder perante a população: escrita de leis e ordenanças ou, até mesmo, punições de caráter físico. 

Uma das marcantes contribuições desse rei Carolíngio foi a consolidação das relações de suserania e vassalagem, que garantiam um contrato de fidelidade da nobreza. Assim, uma parte do modelo feudal teve origem nas ideias de Carlos Magno.

Uma das formas de controle estabelecida por ele foi a criação do cargo de “missi dominici”, os “enviados do senhor”, que tinham a função de supervisionar os condes imperiais e trazer as informações para o imperador.

Grande parte das conquistas territoriais do Carlos Magno abrangem a Europa Central. Suas campanhas militares aconteciam com uma frequência intensa e, nelas foram derrotados saxões, bretões, ávaros, eslavos, lombardos e muçulmanos. Observe, no mapa abaixo, um panorama da extensão do Império Carolíngio pela Europa:

Império Carolíngio - território

Outra característica de seu governo foi a conversão forçada dos povos dominados. Até porque ele manteve estreita relações com a Igreja Católica, da qual ele alcançava privilégios e benefícios.

Em termos culturais, as escolhas do imperador Carolíngio traziam uma certa erudição para o reino. Observou-se uma busca pela alfabetização, incentivo artístico, crescimento da literatura, adoção de técnicas manuais bizantinas, entre outros elementos que constituem o chamado “Renascimento Carolíngio”.

+ Veja também: Império bizantino: história, acontecimentos e queda

Declínio do império Carolíngio

Com a morte de Carlos Magno, seu filho “o Piedoso” não assumiu o reino com o mesmo afinco e competência de seu pai. Pouco a pouco o poderio conquistado na dinastia carolíngia se enfraqueceu, apesar de ser transmitido entre as gerações.

Por fim, depois de muitos anos de história, em 938 morreu o último rei da dinastia carolíngia. Nesse momento, a aristocracia escolheu um rei Capetíngio para prosseguir no dos francos.

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