Insurreição Pernambucana: contexto histórico, características e consequências

Insurreição Pernambucana: contexto histórico, características e consequências

A Insurreição Pernambucana foi um movimento durante o período colonial, em que portugueses e brasileiros descendentes de europeus ou apoiadores da metrópole lutaram para a expulsão dos holandeses do território nordestino da colônia. 

Em meio ao ciclo do açúcar, representa um embate político e econômico que envolvia as nações da Europa, com seus interesses sobre o continente americano. Então, foram ações no território brasileiro com repercussões em nações europeias e até mesmo africanas. 

Dadas as repercussões da Insurreição Pernambucana no cenário colonial, esse tema torna-se importante para a compreensão das dinâmicas entre nações europeias, colônias, seus modelos de negócios comerciais e as mercadorias envolvidas. 

Por essa razão, muitos vestibulares requerem que os candidatos tenham um conhecimento sobre essas associações e, para te ajudar no entendimento do conteúdo, o Estratégia Vestibulares preparou este artigo com os principais tópicos do tema, aproveite!

Contexto histórico da Insurreição Pernambucana

Invasões holandesas

A Insurreição Pernambucana iniciou-se no ano de 1645, em meio ao ciclo de açúcar colonial. Mas os motivos que a causaram são mais antigos do que isso: por muito tempo, Holanda e Portugal eram as nações mais expressivas na venda de açúcar no continente europeu. 

Entretanto, por questões políticas após a União Ibérica, que unificou o governo de Espanha e Portugal, os acordos entre holandeses e portugueses se romperam. Diante disso, a Holanda precisava agir para garantir seus lucros por meio do açúcar, ainda que de forma independente e em oposição a Portugal.

Foi nesse contexto que os holandeses invadiram o território brasileiro algumas vezes, até que estabeleceram uma região de domínio, dentro da colônia portuguesa. No chamado Brasil Holandês, diversas ações favoreciam e conquistaram os senhores de engenho e, assim, tinham apoio para continuar no comando daquelas terras. 

O nordeste da colônia foi o espaço de maior interferência dos holandeses, especialmente na capitania de Pernambuco, onde se instalou a capital da dominação holandesa dentro do Brasil Colonial. 

Fim da União Ibérica 

Por muito tempo, as mudanças, vantagens e até empréstimos feitos pelos holandeses agradavam e eram favoráveis aos senhores de engenho, que eram favoráveis ao país baixo. Entretanto, com o fim da União Ibérica, o Estado Português consegue autonomia novamente, sem interferências da Espanha em suas decisões. 

Ao perceber que, durante a União Ibérica, haviam perdido territórios, os portugueses decidiram lutar para reconquistar as terras que já eram de seu domínio antes de toda a reviravolta geopolítica entre Holanda, Espanha e Portugal. Esse esforço é denominado como Restauração Portuguesa, que inclui a própria Insurreição Pernambucana e outros eventos populares. 

Como foi a Insurreição Pernambucana?

Naquele contexto histórico, a Insurreição Pernambucana tinha como objetivo principal a retirada dos holandeses da região nordeste, reestruturando o poder europeu sobre o açúcar e o domínio da colônia americana. 

Para isso, alguns líderes se levantaram na população colonial como João F. Vieira, Henrique Dias, Filipe Camarão e André Vidal de Negreiros. É importante mencionar que os interesses desse movimento não se restringem à elite colonial, mesmo populares, servos, senhores e outras figuras de classe e etnia mobilizaram-se, em diferentes níveis, para a expulsão dos holandeses.

A forma de lutar por um território, no período colonial, era por meio de guerras, batalhas e guerrilhas. E foi assim que os combatentes da Insurreição Pernambucana se mobilizaram, com as duas principais Batalhas dos Guararapes, nos anos de 1648 e 1649. 

Insurreição pernambucana - batalha dos guararapes
Batalha dos Guararapes (óleo sobre tela por Victor Meirelles, 1879).
Imagem: Reprodução/Wikimedia

É importante mencionar que, quando Maurício de Nassau e toda organização holandesa se estabeleceram no Brasil, também criaram mecanismos de proteção, tinham aparato de tropas militares e também investiram no desenvolvimento da região dominada. 

Apesar das estratégias e investimentos empenhados, os holandeses não puderam resistir às ofensivas dos portugueses, que lutaram bravamente para recolonizar o território em favor da metrópole lusitana.

As batalhas foram sanguinolentas, com muitas mortes envolvidas e, consequentemente, um enfraquecimento do exército holandês, que cada vez mais se afastava da causa. Progressivamente, os lusitanos ganharam força novamente no Nordeste colonial e, em 1654, os holandeses renderam-se, o que marca o fim da colonização holandesa no Brasil. 

Consequências da Insurreição Pernambucana

Embora o embate militar tenha tido resultados claros, o acordo de paz entre o Estado da Holanda e Portugal só aconteceu após alguns anos, momento em que os lusitanos também se renderam e ainda pagaram indenização aos países baixos, em troca do Brasil, nas Américas, e de Angola, na África.

Esse tópico é muito importante no cenário colonial, porque indica que uma luta que envolvia prioritariamente os interesses da colônia brasileira, também teve impacto no continente africano — o que denota importante relação histórico-cultural entre essas duas regiões da Terra.

Ao mesmo tempo, os holandeses seguiram com a produção de açúcar, só que agora proveniente do Caribe. A grande questão é que o açúcar caribenho e o açúcar brasileiro tornaram-se produtos concorrentes no mercado europeu. Isso trouxe consequências importantes para os engenhos e sistema agrícola da colônia brasileira, que entrou em recessão após a Insurreição Pernambucana. 

Questão do Enem sobre a Insurreição Pernambucana

Enem (2018)

A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica.

VAINFAS, R. Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n.27,2009.

O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a).

A) fraqueza bélica dos protestantes batavos.

B) comércio transatlântico da África ocidental.

C) auxílio financeiro dos negociantes flamengos.

D) diplomacia internacional dos Estados ibéricos.

E) interesse econômico dos senhores de engenho.

Resposta

Alternativa correta: E

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