São vários os vestibulares que tem em sua composição uma lista com obras literárias obrigatórias para leitura. Quando essa iniciativa existe, há, portanto, uma recomendação de que os livros indicados sejam lidos pelos candidatos, já que existirão perguntas sobre eles no vestibular.
Na maioria dos casos as obras incluem apenas livros, que podem ser de vários gêneros, escolas literárias, períodos históricos e autores. Mas, há também algumas listas com outras linguagens, como músicas, filmes, estátuas e esculturas, quadros, videoclipes e outras mais.
No artigo abaixo, conversamos com a professora de Literatura do Estratégia Vestibulares, Luana Signorelli, que detalhou os tipos de questões sobre obras literárias presentes nas provas por todo o Brasil, além de mais detalhes sobre o assunto. Bora conferir?
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Como funciona uma lista de obras literárias obrigatórias?
Cada instituição delimita critérios para escolher as obras da sua lista, além da periodicidade das trocas da lista. A Fuvest, vestibular da USP, por exemplo, cobra nove livros diferentes. Nos próximos anos a lista terá três trocas por novos livros, gerando uma lista completamente nova até 2026.
As três listas foram divulgadas em conjunto, mas não necessariamente é assim que funciona sempre. A Uerj, por exemplo, divulgou apenas os livros para o próximo vestibular, e são duas obras somente. Isso indica que cada instituição faz a lista à sua maneira, de forma livre e independente.
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Quais vestibulares possuem lista de obras obrigatórias?
Veja alguns vestibulares que possuem lista de obras obrigatórias:
- Fuvest
- Unicamp
- Unicentro
- UniRV
- UFSC
- ITA
- UFPR
- Unioeste
- UFGD
- Casper Líbero
- UFU
- Unaerp
- UEL
- UFRGS
- Coltec
- Uema
- Uerj
- UFMS
- UEA
- Acafe
- UVA
- Uenp
- Uesb
- Uneb
- UEPG
- UniRV
- Unemat
Quais as diferenças entre manual do candidato e lista obrigatória?
A lista de obras costuma ser publicada como um anexo, assim como o conteúdo programático do vestibular. Já o manual do candidato reúne as informações principais do vestibular, e geralmente incluem alguns anexos, como a lista de obras, por exemplo.
“A Fuvest tem também o conteúdo programático. O foco é a lista, mas para o estudante não ter nenhuma surpresa, ele tem que ter noção geral do que está nesse outro documento oficial. A Unicamp costuma cobrar só a lista mesmo, então são realidades muito diferentes, o foco muda muito”, destaca Luana.
Quais são os tipos de questões sobre obras obrigatórias?
A professora de Literatura do Estratégia Vestibulares, Luana Signorelli, separou algumas questões do material de alguns cursos do EV e ilustrou alguns tipos de questões que envolvem as obras literárias cobradas em diversos processos seletivos do País. Confira:
1 — Exemplo de interpretação de texto literário
A tipologia de questão chamada de “interpretação texto literário” terá, essencialmente um trecho do livro para ser analisado. “O texto não está na questão apenas para ilustrar a questão, ele está na prova para ser interpretado”, explica Luana.
2 — Cobrança da mesma obra, mas em questão discursiva
Obras literárias costumam cair tanto na primeira, como na segunda fase. Aqui, um exemplo de questão de segunda fase, discursiva:
3 — Exemplo tanto de questão com interpretação de texto literário quanto de conhecimento de visão global da obra
Aqui há uma mescla entre interpretação de texto com a tipologia de “visão global da obra”. “A banca cobra algo para além do texto inserido. É para o aluno ter só uma base, então engana quem acha que deve só ler porque a banca cobra”, comenta a professora.
4 — Exemplo questão com interpretação de texto literário e de conhecimento de visão global da obra
5 — Exemplo interdisciplinar envolvendo interpretação comparativa de quadros e noção geral das obras
Há também questões interdisciplinares, que mesclam, portanto, conteúdos de Literatura com alguma outra matéria. No exemplo abaixo, há a integração com dinâmicas climáticas, assunto da matéria de geografia.
O que estudar quando não é cobrado uma lista de obras literárias?
Luana explica que, nesse caso, é necessário estudar o cânone literário, que engloba os autores e obras mais importantes da história literária. Mas são histórias literárias, como a professora explica: “Não existe só mais uma história literária, então q gente tem que considerar três literaturas diferentes, a brasileira, a portuguesa e as africanas em Língua Portuguesa”.
Qual é a importância de se ter uma lista de obras?
Segundo a professora, o diferencial de se ter uma lista é que o documento gera um preparo para a vida em universidade pública, espaço que é cheio de diversidade, e as bancas tem um cuidado de escolha nas obras, para que elas tratem sobre assuntos e problemáticas atuais, ou seja, é pertinente para o aluno.
Luana também comenta sobre o tamanho das listas: “O que eu não gosto são as listas muito extensas, especialmente entendendo a realidade de que o aluno tem que estudar para muitos vestibulares às vezes. Achava interessante quando as bancas tinham obra em comum”.
Perguntamos também qual a forma que Luana considera ideal na hora de se desenvolver uma lista de obras literárias: “Eu gosto sim da opção de lista, mas colocaria menos livros, no máximo cinco, tendo em vista que o aluno tem que estudar outras obras também”.
Há listas com outros tipos de obras literárias?
Não só de livros vivem as listas de obras literárias. Diversos vestibulares estão utilizando outros tipos de conteúdos, explorando, por exemplo, músicas, filmes e outros. “É a realidade da UFU, UFGD… além de obras literárias, eles cobram manifestações artísticas. Tem lugares que contam com recomendações de livros filosóficos, filmes e letras de músicas, que são outras realidades que a gente contempla, além de interpretação de textos não-verbais”, (como no quinto exemplo citado aqui, a questão interdisciplinar que envolve Geografia), explica Luana.
O que é recomendado para quem vai estudar as obras?
Luana pontua que “nada substitui a leitura da obra”, portanto, o caminho adequado, segundo a professora é ler a obra e a análise, que pode enviesar a leitura da obra, fazendo com que os dois caminhos sejam complementares e não substitutivos. “O material mais adequado são as nossas análises, lá a gente traz o resumo analítico, quadros sinópticos e exercícios muito customizados”.
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