Bem-vindo ou bem vindo: qual é a forma correta?

Bem-vindo ou bem vindo: qual é a forma correta?

Sinais gráficos são necessários para o desenvolvimento da linguagem. Assim, conhecer os usos do hífen, apóstrofos e cedilhas é muito importante na construção textual. Por exemplo, qual a forma correta: bem-vindo ou bem vindo?

No artigo abaixo, construído pelo Estratégia Vestibulares, descubra qual a grafia correta para essa palavra e, veja também, um panorama geral sobre a aplicação do hífen!

Bem-vindo ou bem vindo?

Ao saudar e recepcionar alguém, por simpatia, usamos a expressão “bem-vindo” ou “bem-vinda”. Porém, pode ser muito difícil definir o uso do hífen para essa palavra. 

Saiba, então, que a forma correta de saudar alguém é com “bem-vindo”, com hífen. Assim como, “bem-vinda/bem-vindos/bem-vindos”. Os termos semelhantes seguem a mesma regra: “boas-vindas”, “bem-recebido”, ”bem-acolhido”, entre outros.

É válido lembrar que a palavra Benvindo existe, mas é um nome próprio.

Confira alguns exemplos:

  • “Seja bem-vindo ao colégio!”
  • “Você é bem-vinda em nosso lar!”
  • “Seus irmãos serão bem-recebidos pela escola!”
  • “O advogado, senhor Benvindo, chegará em instantes”
bem-vindo ou bem vindo

O que é o hífen?

O hífen é um sinal gráfico que pode unir palavras compostas, unir verbos aos pronomes oblíquos, separar sílabas, entre outras funções.

Com o novo acordo ortográfico, obrigatório desde 2016, algumas aplicações do hífen foram alteradas, ao mesmo tempo que outros usos foram mantidos. Mais adiante, entenda melhor as formas de utilização deste símbolo.

Uso do hífen

Para entender o uso do hífen, é importante compreender os conceitos abaixo:

  • Prefixo: é um morfema, ou “fragmento de palavra”, que se une antes de outra palavra. Com isso, nascem novos vocábulos. Por exemplo, “pré” é um prefixo que se liga a “conceito” e cria o termo “preconceito”;
  • Sufixo: semelhante aos prefixos, os sufixos são morfemas que se unem às palavras, mas se encaixam após elas. Veja que o sufixo “rio” se relaciona como “biblioteca” e, assim, nasce o termo que designa a profissão “bibliotecário”;
  • Radical: é o elemento fonético que contém o significado fundamental da palavra. Como exemplo,o termo “amor” é um radical que resulta em diversas terminações: “amar, desamor, namorar, amável, amabilidade, amoroso”. Note que todos os exemplos contém um fragmento ou contém todo o radical – isso ocorre porque o radical está presente em todas as derivações.

É importante ressaltar que essa derivação de radicais só é evidente quando os termos têm significado e/ou semântica relacionados;

  • Mesóclise: conceito utilizado na união entre verbo + pronome oblíquo, a mesóclise aparece quando o pronome se encaixa no meio do verbo. Isso pode ser notado em: “a prova realizar-se-á amanhã” que significa “a prova se realizará amanhã”.

Note que a construção em mesóclise está em desuso na sociedade atual; e

  • Ênclise: semelhante à mesóclise, a ênclise trata do posicionamento do pronome oblíquo após a escrita do verbo, como em: “avisaram-me com antecedência”.

Uma vez conhecidas essas definições, veja as principais regras de uso do hífen para a língua portuguesa a seguir:

Prefixo terminado com vogal e a segunda palavra começa com a mesma vogal

Quando isso ocorre, o hífen deve ser adicionado. Na antiga regra ortográfica, os termos eram somados sem o uso do sinal gráfico, veja exemplos:

  • Antes escrevíamos “microondas”, agora devemos grafar “micro-ondas”;
  • Anteriormente “microorganismos” era aceitável, hoje o correto é “micro-organismos”; e
  • No antigo acordo o correto era “antiinflamatório”, agora a grafia perfeita é “anti-inflamatório”.

Palavras iniciadas com H

Quando o segundo elemento da união de palavras começar com H, a palavra aceita o uso de hífen:

  • “Mantenho sempre o bom-humor
  • “Essa é uma responsabilidade extra-hospitalar

Prefixo que terminam com consoantes e segunda palavra que começa com a mesma consoante

Se a última letra do sufixo for uma consoante e o radical começar com a mesma consoante, o hífen deve ser adicionado:

  • “Ele foi super-romântico comigo”; e
  • “Estava procurando um pós-sol para as queimaduras que sofreu durante a viagem para a praia”.

Prefixo que terminam com vogal e segunda palavra que começa com R ou S

Quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com R ou S, a consoante é duplicada e o hífen não deve aparecer mais:

  • Como era: “ante-sala” – Como ficou: “antessala
  • Como era: “anti-reumatismo” – como ficou “antirreumatismo

Prefixo sub- 

Nos casos em que o prefixo é “sub-”, a palavra aceita hífen quando iniciada por h, b ou r:

  • “Moramos na sub-região norte-noroeste do município”;
  • “Criamos um sub-bloco para discussão deste tópico após a reunião geral”; e
  • “A população daquela região vivia em condições sub-humanas”.

Advérbio mal e bem

Quando aparecem os advérbios “mal” ou “bem”, é utilizado o hífen:

  • “Sou a favor do bem-estar de todos”
  • “Acredito que é melhor estar só do que viver mal-acompanhado

Hífen em mesóclise e ênclise

No caso de mesóclise e ênclise o hífen sempre deve ser usado para separar o verbo do pronome oblíquo:

  • “Passei a noite acordada, procurando-o em todas as ruas da cidade”; e
  • “Se me disser que virá à tarde, alegrar-me-ei desde a manhã”.

Exceções

Algumas expressões utilizam o hífen por estarem consagradas pelo uso cotidiano, nisso se encaixam as palavras em tupi-guarani e outros termos, veja:

  • água-de-colônia;
  • campi-açu;
  • ao deus-dará; e
  • mais-que-perfeito.

Além disso, não deve ser utilizado hífen quando o sufixo “mal” for seguido por palavra iniciada em consoante diferente de h:

  • malcriado;
  • malsucedido; e
  • malcuidado.

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