A flexão verbal é um processo da linguística que permite fazer uma relação coerente entre as diferentes palavras da oração. Quando os verbos estão adequados para o tempo, modo, pessoa e número presentes no texto, a escrita torna-se mais coerente e a leitura mais fluída, o que garante uma comunicação melhor entre locutor e interlocutor.
Neste artigo, aprenda mais sobre flexões verbais, as características desse processo da linguagem, e como aplicá-lo no cotidiano. Depois, acompanhe a importância desse tema do ponto de vista da escrita e também da leitura. Para isso, são apresentadas questões de vestibulares que falam sobre a flexão verbal, comentadas e com gabarito completo. Leia mais!
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O que é flexão verbal?
A flexão verbal é alteração realizada no verbo para que haja concordância entre as palavras presentes na oração, de forma que a ação descrita pelo verbo esteja em concordância com o sujeito que a realiza, por exemplo.
Em grande parte dos idiomas, os verbos são essenciais para a construção de sentenças coerentes, que transmitem uma mensagem. Em geral, é necessário que os textos sejam escritos com base em um contexto temporal (passado, presente, futuro), uma forma de ação (ação contínua, ação que ainda está acontecendo, ação que já foi encerrada), entre outros tópicos importantes que situam o texto no espaço e/ou no tempo.
A correta escolha da flexão verbal pode tornar o texto mais narrativo, objetivo, subjetivo ou adicionar outros aspectos, além de permitir melhor coerência entre os temas apresentados.
Aplicação do conceito de flexão verbal
Flexão de pessoa e número
As flexões do verbo em pessoa e número são relacionadas com a pessoa do discurso, o sujeito a que o verbo se refere. Em geral, a pessoa pode ser classificada como singular ou plural a depender do pronome pessoal utilizado, como: eu, tu, ele (a), nós, vós, eles (as).
A flexão em pessoa trata-se das diferentes formas de escrever o mesmo verbo à medida que o pronome pessoal que representa esse sujeito se altera, mesmo que o tempo do discurso seja o mesmo, como em:
- Eu como maçã; e
- Tu comes maçã.
Por outro lado, a medida que os sujeitos tornam-se plurais, o verbo também é flexionado em número, de maneira que:
- Eu desejo seu amor;
- Nós desejamos seu amor.
Pessoa do discurso | Pronome reto | Exemplo de flexão de pessoa e número |
1ª pessoa do singular | eu | pego |
2ª pessoa do singular | tu | pegas |
3ª pessoa do singular | ele ou ela | pega |
1ª pessoa do plural | nós | pegamos |
2ª pessoa do plural | vós | pegais |
3ª pessoa do plural | eles ou elas | pegam |
Flexão de tempo
A flexão de tempo diz respeito à adequação do verbo ao tempo em que o discurso é contado, para que as orações tenham uma relação temporal entre si. Seja para graduar eventos sequenciais, seja para contar histórias do passado, ou projetar ideias para o futuro.
De modo geral,o tempo presente é aquele que fala sobre o momento atual, sobre o que está acontecendo nesse momento. Como em “eu estou na faculdade agora”, “preciso viajar agora”, “gosto de você”.
O tempo passado traz os verbos para situações que aconteceram ou aconteceriam em um período da história que já passou, que não pode ser alterado. Essa cronologia também pode ser chamada de pretérito e, conhecer as diferentes formas de conjugação verbal, permite estabelecer uma ordem de tempo até mesmo para situações do passado que aconteceram sequencialmente.
Um exemplo dessa estrutura seria: “chorara durante toda a noite, depois sorriu e agora está bem”. A frase indica que o choro foi anterior ao riso, e depois explica como o sujeito está no momento presente. No caso do futuro, ele pode ser utilizado para indicar os planos “Eu comemorarei essa data ao seu lado”. Além dessas classificações simples, existem diversas outras formas de flexão verbal de tempo, que dependem do modo e do contexto de escrita.
Flexão verbal na voz do discurso
O verbo também pode ser fletido para que esteja em uma voz ativa, quando há um agente que está efetuando a ação que o verbo representa. Como está exemplificado em “eu estudei muito o material desta prova durante a última semana”.
Por outro lado, existe a voz passiva, em que o sujeito assume o papel de paciente, ele sofre a ação do verbo, como mostra essa frase: “o material desta prova foi muito estudado por mim durante a última semana”.
Por fim, o verbo também pode ser flexionado na voz reflexiva, quando o sujeito gramatical da oração sofre e efetua a ação ao mesmo tempo, e o exemplo mais clássico é com o verbo pentear: “Maria penteou-se rapidamente antes de sair para o evento”.
Flexão de modo
Na Língua Portuguesa, existem três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. Cada um deles cumpre uma função no texto conforme o que está descrito a seguir:
- O modo subjuntivo predomina para indicar a possibilidade de uma ação, como em “Tomara que viajemos em julho deste ano”;
- O modo indicativo é utilizado para afirmar a informação, trazer certeza sobre a mensagem, transmitida, a exemplo da frase “Viajaremos juntos em julho deste ano”; e
- O modo imperativo serve para indicar ordem, pedidos, orientações, sugestões como mostra a frase “Viaje em julho desde ano!”.
Cada modo verbal tem sua utilidade em diferentes espaços da sociedade, o modo subjuntivo geralmente é utilizado em textos ou enunciações que tratam sobre possibilidades, ideias e projeções de futuro. Já o indicativo transmite uma concepção de certeza, de objetividade, de veracidade para os dados apresentados. Enquanto que o modo imperativo é muito explorado para instigar consumidores no ramo publicitário, orientar passos em manuais de instruções ou em posições de hierarquia, como o diálogo entre pais e filhos.
Questões sobre flexão verbal
Fuvest (2012)
Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis companheiros de D. João I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.
No contexto, o verbo “enche” indica
A) habitualidade no passado.
B) simultaneidade em relação ao termo “ascensão”.
C) ideia de atemporalidade.
D) presente histórico.
E) anterioridade temporal em relação a “reino lusitano”.
Resposta: É uma pergunta sobre o presente histórico, inclusive, é O presente histórico é quando usamos o presente do indicativo para representar fatos históricos.
O verbo “encher” pode denotar preencher, corresponder. Porém, aqui, ele não está no seu sentido denotativo, o que também não significa dizer que está no sentido conotativo, literário, figurativo. É um pouco da mistura dos dois.
Alternativa correta: D.
+ Veja também: Flexão nominal: conceito, aplicação e importância
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