Sintaxe do período composto: importância, conceito e tipos

Sintaxe do período composto: importância, conceito e tipos

Você sabe identificar um período composto? Entenda como duas ou mais orações interligadas podem transformar sua escrita e interpretação textual

A compreensão da sintaxe do período composto é essencial para o aprimoramento da escrita e da interpretação textual. Por meio dela, a organização de ideias mais complexas e a construção de textos coesos e articulados torna-se possível. 

Além disso, compreender a sintaxe facilita a identificação de relações lógicas, como causa, condição e oposição, essenciais para as provas de vestibulares. Portanto, o conhecimento sobre períodos compostos é uma habilidade que garante eficiência na comunicação e interpretação textual. 

Pensando nisso, o Estratégia preparou este artigo para te ajudar a dominar a sintaxe do período composto e ter sucesso no vestibular. Confira!


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O que é um período?

Para começar, importa entender que um período é uma frase verbal composta por uma ou mais ações verbais. Nesse sentido, o período possui no mínimo uma ação verbal (por  exemplo: “eu estudei”) ou locução verbal (por exemplo: “eu vou estudar”).

O que é período composto?

Agora que você já sabe o que é um período, saiba que o período composto é, portanto, constituído por duas ou mais orações que estabelecem sentido entre si. Por outro lado, o período simples distingue-se do composto por possuir apenas uma oração. Nesse sentido, para identificar a quantidade de orações, basta procurar pelo número de verbos ou locuções verbais.

Exemplos: 

  • Período simples: “Maria foi ao mercado.”
  • Período composto:  “Maria foi ao mercado e comprou frutas.” 

Essa distinção é essencial para entender a sintaxe do período composto e como as orações se articulam para transmitir diferentes significados lógicos.

Tipos de período composto

Em sua sintaxe, o período composto é classificado a partir da relação estabelecida entre as orações. Essa relação pode ser de dois tipos: período composto por coordenação e período composto por subordinação.

Por coordenação

As orações coordenadas são independentes entre si, isto é, nenhuma depende da outra para ter sentido completo. Essas orações podem possuir conjunções entre elas (sindéticas) ou não (assindéticas). Nesse sentido, há cinco classificações principais de orações coordenadas:

  • Aditivas: indicam adição de ideias e são conectadas por conjunções, como “e”, “nem” e “mas também”. Exemplo: “Fui à escola e fiz a prova.”
  • Adversativas: expressam ideia de contraste ou oposição. Exemplo: “Fui à escola, mas o professor faltou.”
  • Alternativas: indicam opções excludentes ou alternância. Exemplo: “Você estuda ou trabalha?”
  • Conclusivas: expressam a ideia de uma conclusão. Exemplo: “Estudei muito, logo, fui aprovado.”
  • Explicativas: justificam ou explicam algo que foi dito anteriormente. Exemplo: “Estude, porque a prova será difícil.”

Por subordinação

No período composto por subordinação, uma oração principal está acompanhada de uma ou mais subordinadas. Essas orações não têm sentido completo sozinhas e por isso exigem uma oração principal para complementar a ideia. Existem três classificações principais: substantivas, adjetivas e adverbiais, que se dividem em subtipos que serão abordados a seguir.

Orações subordinadas substantivas

As orações subordinadas substantivas substituem os termos essenciais da oração principal, como o sujeito ou complementos verbais e nominais. Veja os tipos com exemplos a seguir:

  • Subjetivas: exercem a função de sujeito da oração principal. Exemplo: “É importante que você estude.” Note: “que você estude” é a oração subordinada e o sujeito da oração principal.
  • Objetivas Diretas: funcionam como o objeto direto da oração, ou seja, complementam o verbo da oração principal sem usar preposição. Exemplo: “Eu sei que você virá.” Observe que o verbo “sei” é complementado.
  • Objetivas Indiretas: funcionam como objeto indireto, complementando o verbo da oração principal com uso de preposição. Exemplo: “Eu gosto de que você seja sincero.”
  • Completivas Nominais: complementam um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da oração principal e, em geral, são precedidas por preposição. Exemplo: “Tenho certeza de que ele virá.” Nesse caso, a oração subordinada “que ele virá” completa o substantivo “certeza”.
  • Predicativas: exercem a função de predicativo, ou seja, atribuem uma característica, estado ou qualidade ao sujeito. Geralmente, elas vêm após um verbo de ligação. Exemplo: “A verdade é que ele saiu cedo.”
  • Apositivas: funcionam como aposto, explicando ou detalhando um termo anterior. Exemplo: “Desejo isto: que você seja feliz.” 

Orações subordinadas adjetivas

As orações subordinadas adjetivas caracterizam ou especificam um substantivo da oração principal, ou seja, exercem a função de adjetivo. Essas dividem-se em:

  • Restritivas: restringem o sentido do substantivo da oração principal, identificando apenas uma parte do todo. Exemplo: “As pessoas que estudam passam.” Logo, a subordinada “que estudam” restringe o grupo de pessoas que passam, indicando apenas as que estudam.
  • Explicativas: acrescentam uma explicação ao substantivo sem limitar seu sentido. Exemplo: “Os alunos, que estudaram, passaram.”

Orações subordinadas adverbiais 

As orações subordinadas adverbiais exercem a função de um advérbio, ou seja, indicam circunstâncias relacionadas à oração principal, como  tempo, causa, condição, concessão, finalidade e modo. Veja a seguir os tipos de orações subordinadas adverbiais:

  • Causais: expressam o sentido de causa em relação à principal. Exemplo: “Não fui à escola porque estava doente.”
  • Condicionais: indicam uma condição necessária para que a ação da oração principal ocorra. Exemplo: Se você estudar, passará no exame.”
  • Concessivas: expressam contraste em relação à oração principal, mesmo que não impeça sua realização. Exemplo:Embora estivesse cansado, continuou a trabalhar.”
  • Comparativas: estabelecem comparação entre elementos da oração principal e da subordinada. Exemplo: “Ele é mais dedicado do que parece.”
  • Conformativas: indicam conformidade, ou seja, algo que ocorre de acordo com uma regra ou padrão. Exemplo: “Tudo ocorreu como planejamos.”
  • Consecutivas: estabelecem um sentido de consequência em relação à situação descrita na oração principal e são introduzidas por “que” (precedidos de “tanto” e “tão”). Exemplo: “Estudou tanto que passou.”
  • Finais: Indicam a finalidade da ação expressa na oração principal. Exemplo: “Estude para que você aprenda.”
  • Proporcionais: indicam proporcionalidade, isto é, algo que ocorre à medida que outro fato acontece. Exemplo: Quanto mais estuda, mais aprende.”
  • Temporais: indicam noção de tempo e são marcadas por conjunções temporais.  Exemplo: Quando você chegou, ele já tinha saído.”

Pontuação no período composto

Uso da vírgula

A vírgula desempenha um papel crucial no período composto, visto que contribui para a clareza, organização e compreensão das relações entre as orações. Assim, há alguns casos de uso obrigatório da vírgula: 

Entre orações coordenadas

Usa-se a vírgula entre as orações coordenadas (exceto entre aditivas unidas por “e” com sujeitos iguais). Exemplos:

  • “Estudei muito, mas não consegui fazer a prova.”
  • “Estudei muito e consegui fazer a prova.”

Oração subordinada adverbial anteposta à principal

Usa-se a vírgula entre as orações subordinada adverbial e principal, quando a subordinada aparece antes da principal. Isso ocorre porque a oração subordinada adverbial tem a função de adjunto adverbial e este, quando deslocado, exige o uso da vírgula. Exemplos: 

  • Embora estivesse cansado, continuou a estudar.”
  • “À medida que estudava mais, melhorava seus resultados.”

Oração principal e oração subordinada adjetiva explicativa

No caso de orações subordinadas adjetivas explicativas, o uso da vírgula também é obrigatório. Isso ocorre porque essas orações acrescentam informações complementares. Assim, a vírgula tem a função de marcar essa separação entre a ideia central (oração principal) e o detalhe adicional (oração subordinada) que aparece entre vírgulas. Observe os exemplos:

  • “Os alunos, que estudaram bastante, foram aprovados.”
  • “João, que é meu melhor amigo, é uma pessoa muito dedicada.”

Ponto e vírgula

O ponto e vírgula é indicado para separar orações coordenadas extensas ou que já contenham vírgulas. Exemplo: Estudei muito; contudo, não consegui fazer a prova.”

Dois-pontos

Os dois-pontos podem ser empregados para introduzir explicações, consequências ou exemplos. Exemplo: Tenho um sonho: viajar pelo mundo.”  Nesse caso, o emprego dos dois-pontos introduz uma explicação.

+ Veja também: Enunciados: frase, oração e período

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