10 citações de Hannah Arendt para usar na redação
Hannah Arendt (1906-1975) – Foto: Fred Stein Archive/ Flickr

10 citações de Hannah Arendt para usar na redação

A filósofa é conhecida por seus estudos sobre regimes totalitários e autoritários; confira sua trajetória e suas mais importantes citações para arrasar na argumentação

Hannah Arendt foi uma filósofa alemã e teórica política influente do século XX. Conhecida como “pensadora da liberdade”, dedicou-se à análise do comunismo e do nazismo, além de ser responsável por criar conceitos importantes sobre regimes totalitários, frequentemente utilizados pela Ciência Política.

O totalitarismo, estudado pela filósofa, é um sistema político no qual a pessoa ou partido no poder tem controle absoluto de todas as esferas da vida pública e privada, apoiando-se em um governo abertamente autoritário. 

Um dos prováveis interesses de Arendt pelo tema foi o fato de ter sido judia e vivido na Alemanha nazista, sofrendo as ações desumanas desse regime totalitário. Acompanhe a trajetória da filósofa e veja algumas de suas citações mais importantes.

Quem foi Hannah Arendt? 

Hannah Arendt (1906-1975) nasceu em Hannover, Alemanha, e cresceu em uma família judaica secular. A infância da filósofa foi marcada pelo crescente antissemitismo na Alemanha e pelas tensões políticas e sociais da época. Sua família enfrentou dificuldades e perseguições durante o período nazista, moldando profundamente o seu pensamento político e sua visão crítica dos regimes totalitários.

Durante seus estudos, Arendt teve a oportunidade de aprender com filósofos renomados como Martin Heidegger, Karl Jaspers, Rudolf Bultmann e Edmund Husserl. Ao longo dos anos 1930, ela se envolveu ativamente na política e se opôs ao nazismo. No entanto, devido à perseguição ao Judaísmo, foi forçada a fugir da Alemanha em 1933, buscando refúgio em Paris, onde trabalhou em organizações de acolhimento de refugiados judeus.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, Arendt emigrou para os Estados Unidos. Lá, ela se estabeleceu e se tornou cidadã americana. Arendt começou a escrever extensivamente sobre filosofia política, teoria do totalitarismo, autoridade política e moralidade.

Uma de suas obras mais conhecidas é “As Origens do Totalitarismo” (1951), um estudo abrangente sobre o nazismo e o stalinismo. Nessa obra, Hannah Arendt explora a natureza desses regimes autoritários, analisa a violência, o poder e examina a condição humana em um contexto político.

Outra obra importante da teórica política é “Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal” (1963), na qual relata o julgamento de Adolf Eichmann, oficial nazista responsável pela logística do Holocausto. Neste livro, a filósofa introduz o conceito de “banalidade do mal” para descrever a ideia de que atrocidades podem ser cometidas não apenas por pessoas maliciosas, mas também por indivíduos comuns que seguem ordens e são desprovidos de senso crítico, ética e moralidade. 

Durante uma entrevista para o programa alemão Zur Person, a teórica política admite que seu maior desejo era compreender o mundo. Não buscava influenciar as pessoas ao seu redor, e sim fazê-las entender aquilo que escrevia sobre as relações humanas e políticas. “Eu, influenciar? Não, eu quero entender”, confessa a filósofa.

Hannah Arendt faleceu aos 69 anos, em 1975, após sofrer um ataque cardíaco enquanto jantava com seus amigos. “A Vida do Espírito” foi o último trabalho da filósofa, interrompido por sua morte. Mary McCarthy, amiga de Hannah, divulgou a obra como publicação póstuma (após a morte).

Citações de Hannah Arendt

1 – “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos” – Origens do Totalitarismo (1951)

A frase expressa a ideia de que os direitos humanos não são apenas direitos concedidos, mas direitos fundamentais inerentes a todas as pessoas, independentemente de sua nacionalidade, raça, religião ou qualquer outra condição. Hannah Arendt destacou a importância de garantir que todos os seres humanos tenham a proteção legal e os direitos necessários para uma vida digna dentro de uma comunidade política.

2 – “O revolucionário mais radical se torna um conservador no dia seguinte à revolução” – Homens em Tempos Sombrios (1968)

Arendt sugere que assim que a revolução é bem sucedida, os revolucionários tornam-se poderosos, e, até os mais radicais, transformam-se em conservadores a fim de estabilizar a sociedade e consolidar o poder alcançado.

3 – “Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua própria essência — ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não pensam são como sonâmbulos”. – Eichmann em Jerusalém: Um Relato sobre a Banalidade do Mal (1963)

A filósofa utiliza da metáfora dos sonâmbulos para ilustrar sua ideia: assim como os sonâmbulos estão em um estado de inconsciência e agem automaticamente sem realmente estarem presentes, as pessoas que não pensam vivem de maneira passiva, sem uma verdadeira consciência de si mesmas e de seu entorno. 

Para Hannah, o pensamento é fundamental para uma existência autêntica, possibilitando a auto reflexão e a compreensão do mundo ao nosso redor.

4 – “Poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro está ausente” – Entre o Passado e o Futuro: Oito Exercícios sobre a Reflexão Política (1961)

Hannah Arendt argumenta que, quando o poder é exercido de forma legítima, a violência é ausente. Isso significa que, em um sistema político saudável, o poder deve ser baseado no consentimento e na cooperação voluntária, em vez de recorrer à violência para impor a vontade de um grupo sobre outros.

5 – “Uma existência vivida inteiramente em público, na presença de outros, torna-se, como diríamos, superficial” – Entre o Passado e o Futuro: Oito Exercícios sobre a Reflexão Política (1961)

A filósofa ressalta a importância do espaço privado e da intimidade na vida humana. Ela argumenta que uma existência constantemente exposta aos outros, pode se tornar superficial, porque ao viver exclusivamente no domínio público, buscando a aprovação e a validação dos outros, corre-se o risco de perder a autenticidade e a capacidade de autoconhecimento.

6 – “A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”

A citação enfatiza a importância da educação como um momento crucial em que as pessoas são confrontadas com a decisão de assumir a responsabilidade pelo mundo. Arendt acredita que a educação desempenha um papel fundamental na formação dos indivíduos e na criação de uma conexão afetiva com o planeta.

7 – “A função da escola é ensinar às crianças como o mundo é, e não instruí-las na arte de viver” – A Crise na Educação (ensaio publicado em  Entre o Passado e o Futuro)

Segundo Hannah Arendt, a função primordial da escola não é apenas instruir as crianças em habilidades práticas ou transmitir conhecimentos específicos, mas sim ensinar-lhes sobre a realidade do mundo em que vivem. 

A teórica política argumenta que a educação deve capacitar as crianças a compreenderem a realidade em que estão inseridas, a explorar a diversidade de experiências e perspectivas humanas e a desenvolverem uma compreensão crítica.

8 – “Quem habita este planeta não é o Homem, mas os homens. A pluralidade é a lei da Terra” – A Condição Humana (1958)

Nesta citação, Hannah expõe que a diversidade e a pluralidade são fundamentais para a existência humana. Ela rejeita a ideia de uma noção homogênea de humanidade, destacando a importância de reconhecer e valorizar a multiplicidade de indivíduos e suas diferenças.

9 – “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança” 

Essa é uma citação adaptada de Hannah Arendt que sintetiza seus pensamentos em relação aos tempos sombrios em que viveu e suas preocupações com a natureza humana e política. Ela reflete sobre o medo que pode levar as piores pessoas a se tornarem autoritárias e a instrumentalizar a violência para manter ou conquistar o poder. Além disso, observa a perda de esperança entre as pessoas boas que testemunham esses tempos sombrios..

10 – “Cem anos depois de Marx, sabemos da falácia do seu raciocínio; o tempo livre do animal laborans (animal trabalhador) nunca é gasto em nada a não ser no consumo e, quanto mais tempo ele adquire, mais gananciosos e vorazes se tornam seus apetites.” – A Condição Humana (1958)

Arendt argumenta que Marx cometeu um equívoco ao pressupor que, quando as pessoas tivessem mais tempo livre devido ao progresso tecnológico e à automação, elas usariam esse tempo para atividades criativas, culturais e políticas. 

Segundo ela, a realidade é diferente. Quando o animal laborans (ser humano em sua dimensão de trabalho) obtém mais tempo livre, ele tende a gastá-lo principalmente em consumo, em vez de se dedicar a atividades mais elevadas.

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