Mário de Andrade foi escritor, poeta, crítico, pesquisador e destacou-se como um dos líderes da Semana de Arte Moderna de 1922, marco da renovação artística e literária no Brasil.
Além de suas obras literárias, como Paulicéia Desvairada (1922) e Macunaíma (1928), Mário teve papel fundamental na valorização da cultura popular, viajando pelo país para registrar músicas, danças e costumes do povo brasileiro.
O Portal Estratégia Vestibulares preparou este texto para te explicar sobre a vida do escritor, além de trazer sete de suas citações que podem ser usadas nas redações dos vestibulares e do Enem. Confira abaixo!
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Quem foi Mário de Andrade?
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no dia 9 de outubro de 1893, em uma família de classe média. Desde cedo, mostrou grande interesse pelas artes, principalmente pela música. Estudou piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e, por muito tempo, pensou em seguir carreira como músico profissional.
Foi um dos grandes líderes da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Theatro Municipal de São Paulo. O evento reuniu artistas, escritores e músicos que buscavam romper com as formas tradicionais de arte, introduzindo novas linguagens e temas ligados à realidade nacional.
Mário destacou-se nesse movimento não apenas como poeta e romancista, mas também como pensador que defendia a necessidade de construir uma arte autenticamente brasileira, livre da excessiva influência europeia.
Sua obra mais famosa, o romance “Macunaíma” (1928), traz como subtítulo “o herói sem nenhum caráter” e se tornou um marco do Modernismo. Nesse livro, Mário reuniu lendas indígenas, expressões populares, mitos e costumes para criar uma narrativa que refletisse a diversidade cultural do Brasil.
Além de escritor, Mário de Andrade foi também um importante pesquisador de música e folclore. Ele realizou viagens pelo Brasil para registrar cantos, festas, danças e tradições orais, preocupado em preservar essas manifestações que considerava fundamentais para entender a cultura do país.
No campo da gestão cultural, foi o primeiro diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, criado em 1935. Nesse cargo, promoveu ações inovadoras, como a criação de bibliotecas públicas, escolas de arte, pesquisas etnográficas e o incentivo à preservação do patrimônio histórico.
Mário de Andrade também foi professor, crítico literário e poeta, deixando obras importantes como “Paulicéia Desvairada” (1922), um dos primeiros livros de poesia modernista, e ensaios fundamentais sobre literatura, música e estética.
Ele faleceu em São Paulo, em 25 de fevereiro de 1945, aos 51 anos. Apesar da morte precoce, Mário é lembrado não só como um dos maiores escritores do Modernismo, mas também como um pensador essencial para a compreensão da cultura brasileira.
1 –“Escrevo sem pensar, tudo o que o meu inconsciente grita. Penso depois: não só para corrigir, mas para justificar o que escrevi.” – Poesias Completas (2005)
Nesta frase, Mário de Andrade revela a importância do inconsciente no processo criativo. Ele mostra que a escrita, muitas vezes, nasce de um impulso espontâneo, de algo que vem de dentro, sem planejamento ou racionalização prévia.
2 – “Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição.” – A lição do amigo: cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, anotadas pelo destinatário (1982)
Para Mário de Andrade, servir de exemplo é oferecer um modelo a ser seguido, algo quase idealizado, que pressupõe perfeição. Já servir de lição significa reconhecer que nossas experiências, inclusive os erros e fracassos, podem ajudar outras pessoas a refletir e aprender.
3 – “Devo confessar preliminarmente, que eu não sei o que é belo e nem sei o que é arte.” – O Baile das Quatro Artes (1943)
Mário de Andrade expõe uma reflexão sobre os limites da definição da arte. Ao admitir que não sabe o que é “belo” nem o que é “arte”, ele desmonta a ideia de que esses conceitos possuem uma resposta única e imutável.
Para ele, a arte não pode ser reduzida a fórmulas fixas ou a padrões estabelecidos por academias e tradições. O belo e o artístico são experiências que mudam de acordo com o tempo, a cultura e a sensibilidade de cada pessoa.
4 – “Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.” – Carta a Manuel Bandeira, 8 de novembro de 1924
Aqui, Mário de Andrade sintetiza o sentido mais profundo de sua produção literária e intelectual, que era a busca por construir uma arte que fosse verdadeiramente brasileira, que construísse um Brasil mais consciente de si mesmo.
E “realizar o Brasil”, como ele cita, significava ir além da simples repetição de modelos europeus e valorizar a riqueza cultural presente na diversidade do país, nas tradições populares, na oralidade, no folclore, na música e nas expressões regionais.
5 – “As pessoas não debatem conteúdo, apenas os rótulos.” – O Valioso Tempo dos Maduros
Para Mário, em vez de buscar o conteúdo, ou seja, a essência das ideias, os argumentos e a verdade, as pessoas preferem se apegar aos rótulos, às aparências e às classificações fáceis. Isso significa que, muitas vezes, o que se discute não é a profundidade do tema, mas sim a forma como ele é apresentado ou a identidade de quem fala.
Esse hábito empobrece o diálogo, porque tira a complexidade do assunto e cria barreiras entre as pessoas. Assim, em vez de gerar entendimento e troca de ideias, os debates acabam virando disputas de opinião baseadas em preconceitos ou estereótipos.
6 – “O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir.” – Paulicéia Desvairada (1921)
Nesta frase, Mário de Andrade expressa um princípio fundamental do Modernismo: a necessidade de olhar para o passado sem se prender a ele. Para o autor, a história e a tradição têm valor porque oferecem aprendizado e reflexão, mas não devem ser copiadas de forma acrítica.
Reproduzir o passado significaria permanecer preso a modelos antigos, que durante séculos orientaram a arte e a literatura brasileiras. Ao contrário, meditar sobre o passado implica compreender suas contribuições e limites, para então criar algo novo, que dialogue com a realidade presente.
7 – “A liberdade não é um prêmio, é uma sanção. Que há de vir.” – Aspectos da Literatura Brasileira (1947)
Esta é uma frase é retirada de uma de suas poesias sobre a importância da liberdade e do direito dentro da experiência humana.
Ao dizer que “a liberdade não é um prêmio, é uma sanção”, ele enfatiza que ela não deve ser tratada como um favor dado pelos poderosos a quem luta ou obedece. Pelo contrário, a liberdade é uma exigência natural da vida, algo inseparável da condição humana, que ela faz parte do que somos.
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