9 frases de Zé Celso que podem ser usadas na redação

9 frases de Zé Celso que podem ser usadas na redação

Um dos nomes mais importantes da dramaturgia nacional; o artista fundou uma das companhias de teatro mais antigas e duradouras do Brasil, foi perseguido pela ditadura e dirigiu a primeira peça modernista

Faleceu nesta quinta-feira (06), aos 86 anos, o dramaturgo, diretor e ator José Celso Martinez Corrêa. Zé Celso, como era conhecido, estava internado desde a última terça-feira na unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo, após um incêndio em seu apartamento.

Nascido em 1937, na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Zé Celso foi para a capital paulista estudar Direito na Universidade de São Paulo (USP). Apesar de não ter concluído o curso, foi durante os estudos que ele fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina, no final dos anos 1950, e começou sua carreira artística.

Mais tarde, em 1961, sua companhia de teatro se profissionalizou e ganhou uma sede no centro de São Paulo, o Teatro Oficina Uzyna Uzona, que em 1982 foi tombado como patrimônio histórico e artístico nacional.

Na década de 1970, o regime militar que comandou o Brasil entre os anos 1964 e 1985, passou a perseguir os membros do Teatro Oficina. Zé Celso foi preso e torturado, e após conseguir liberdade, exilou-se em Portugal, de onde só voltaria quatro anos mais tarde

Para homenagear a vida e a obra de um dos nomes mais importantes do Teatro nacional, reunimos frases de sua autoria com reflexões e apontamentos e que podem ser usados como repertório sociocultural na redação. Confira:

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1- “ O teatro é uma forma de culto ao corpo.”

Em entrevista ao portal Guia da Semana, publicada em 2008, Zé Celso conversou com a reportagem a respeito do perfil erótico de suas peças. Ao ser questionado sobre como lidava com as reações de espanto sobre o erotismo de seu trabalho, o dramaturgo respondeu: “[…] A igreja insiste, mas cada vez mais o mundo descobre o corpo e o teatro também. O teatro é uma forma de culto ao corpo”. 

2- “A velhice é uma coisa maravilhosa do ponto de vista da percepção.”

Já para uma matéria do Sesc São Paulo, de 2017,  Zé Celso fez a reflexão citada ao ser questionado sobre como ele enxergava quem era. Para o artista, “a gente nunca sabe quem é”, e a terceira idade é uma fase da vida de inteira revisão.

3- “É engraçado que minha geração foi chamada de contracultura. Mas quem é ‘contra-a-cultura’ são eles. Eles têm medo da liberdade, da arte e da criação.” 

Ainda para o Sesc, o dramaturgo fez duras críticas às políticas econômicas que afastam a população do acesso à Cultura. Além de também responsabilizar os políticos pela situação: “Eles têm medo da liberdade, da arte e da criação. Têm medo de tudo. Precisam criar um bode expiatório, culpar alguém para fugir do embate real, o embate descarado entre as pessoas que estão por baixo e por cima economicamente, querendo que a gente aceite o mundo do jeito que eles pensam”.

+ Contracultura: o que é o movimento e como acontece no Brasil


4 – “A arte tem um poder transpolítico. Ela exerce seu poder exprimindo com liberdade e expressando aquilo que o corpo que está sendo maltratado sente e não quer sentir.”

Tratando mais uma vez de política, na mesma ocasião, Zé Celso usou a frase citada para responder sobre o poder político da Arte. Ao definir o segmento como “transpolítico”, o dramaturgo coloca a Arte como radicalmente descrente ao modelo de Estado, à política convencional e suas instituições.

5 –  “Minha geração conheceu Oswald de Andrade, encenou “O Rei da Vela”, fez o movimento da Tropicália e descolonizou o Brasil.” 

Opinando a respeito do conservadorismo presente na sociedade brasileira, o dramaturgo lembra de como artistas e movimentos culturais do século XX foram responsáveis por influenciar a Arte de forma crítica e sem tabus. A peça “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, inclusive foi dirigida por Zé Celso, e trata de um homem tentando enriquecer em um país subdesenvolvido, durante uma crise financeira.

+ Tropicália: contexto histórico e características do movimento

6- “O problema de tudo não é a sociedade. É o dinheiro, o capitalismo rentista que criou o momento de maior desigualdade na história.”

Crítico aos problemas de sociais que era, a frase vem da resposta de Zé Celso à reportagem do Sesc sobre a questão de como ele enxergava o cenário político-social há seis anos atrás, quando o texto foi publicado.


7- “Depois de 1964, houve um retrocesso enorme no Brasil. Hoje, por exemplo, para fazer humor é só pegar frases baseadas nas coisas que estão acontecendo por aqui, na piração, na burrice, que é engraçadíssimo.”

Ainda refletindo sobre o cenário político e social da década de 2010, e como ele tocou as produções artísticas, o dramaturgo apontou a falta de um Humor crítico e aprofundado.


8- “Não existe identidade cultural brasileira. Há uma cultura de um país que recebeu imigrantes do mundo inteiro e já possuía habitantes genuínos, os índios, que são gente como nós.”

Ao ser questionado se durante a geração artística dos anos 1960, da qual ele fez parte, havia uma busca por uma identidade nacional, Zé opina que, na verdade, os movimentos artísticos nunca buscaram uma unicidade, mas que as produções eram atravessadas pelas diversas influências que construíram o Brasil. 

9 – “Os grandes intelectuais de hoje são os indígenas.”

O dramaturgo deu uma entrevista para o Jornal O Globo durante o período de isolamento, por conta da pandemia de Covid-19, em 2020. Nela, Zé contou como usou de seu tempo livre para ler e reler obras de intelectuais indígenas brasileiros, como Ailton Krenak, Davi Kopenawa e Sônia Guajajara.

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