Em uma sociedade, diferentes ferramentas e comportamentos são admitidos ao longo do tempo, de forma a transmitir os padrões culturais e promover a socialização dos indivíduos. Nesse sentido, as instituições sociais são organizações formadas para aproximar e regulamentar as ações humanas, ao mesmo tempo em que promovem a integração entre as pessoas.
Conhecer as instituições sociais e suas características, além de ser importante para conhecimento geral de um cidadão, também é muito relevante para a realização do Enem e outras provas de vestibulares.
No texto abaixo, a Coruja traz um resumo com as principais informações sobre as instituições sociais, quem criou esse conceito, quais são as mais conhecidas e como elas atuam na sociedade atual. Além disso, você pode acompanhar a resolução de uma questão de prova sobre o tema. Continue lendo e não perca!
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Conceito de instituições sociais
As instituições sociais são grandes ferramentas da sociedade para a regulamentação da população. Por meio dessas organizações, os indivíduos ficam inseridos em diversas regras e a organização da vida torna-se mais consistente. Ao mesmo tempo, parte da identidade social, ou seja, a forma como a pessoa se identifica dentro de um determinado grupo, é construída dentro dessas instituições.
Na trajetória de vida de um ser humano, em geral, uma das primeiras instituições sociais com que se tem contato é a família. Desde o nascimento até a idade escolar, o seio familiar é o local em que são transmitidas as regras e normas de conduta de uma sociedade.
No contexto brasileiro, por exemplo, é nesse ambiente que as crianças aprendem as ditas boas maneiras: como pedir um favor, como pedir licença, a forma socialmente correta de se comportar em uma refeição, entre outras características da socialização.
Depois desse ninho familiar, a próxima instituição social com que se tem contato é a escola. Ali, são ensinados outros tipos de regras, inclusive com as matérias didáticas. Aprende-se o comportamento acadêmico, que se mantém até mesmo muitos anos depois, em uma graduação ou pós-graduação.
A ideia segue a mesma para outros contextos e organizações sociais, como o trabalho, que também tem uma etiqueta própria. Na vida profissional, os cidadãos aprendem, de forma institucionalizada, o que os patrões esperam deles, o que eles devem esperar dos patrões, além dos limites que podem ou não ser ultrapassados.
A igreja também é uma instituição social, que compartilha regras e normas de ordem moral. Assim, grande parte da noção de certo e errado são criadas e propagadas dentro do ambiente religioso, o que se reflete em toda a sociedade, apesar de não serem padrões necessariamente impostos a todos os indivíduos.
Por fim, pode-se trazer o Estado como uma das grandes instituições sociais. Por meio de leis, regras, decretos, direitos e deveres, o governo é uma organização responsável por uma parte significativa da ordem social — por exemplo, impedindo que roubos à propriedade privada aconteçam, garantindo o direito de posse de outrem.
Características das instituições sociais
Com base nas informações citadas até aqui, é possível afirmar que as instituições sociais servem para mediar as diferenças entre a vontade coletiva e a vontade individual. Assim, as regras criadas permitem que o direito de todos seja respeitado ao mesmo tempo em que o desejo individual também esteja assegurado.
Perceba que a grande função das instituições sociais, então, é criar padrões de comportamento, leis e possíveis punições, de forma que cada ser humano tenha certa liberdade, sem interferir na liberdade de todos os outros.
A institucionalização permite que se entenda porque, mesmo quando uma pessoa quer muito um celular da marca X, ela não pode simplesmente chegar a uma loja e levá-lo embora sem pagar. Aprendemos em família e escola, que para ter uma determinada coisa, precisamos de dinheiro o suficiente para trocá-lo pela mercadoria na loja.
Note que esse tipo de conhecimento parece muito simples e claro, como se fosse “óbvio” para todo mundo. E esse é um dos grandes pontos das instituições sociais: elas são destinadas à homogeneização das massas, com padrões tão bem estabelecidos que são considerados naturais em uma sociedade.
Émile Durkheim
Para o sociólogo Émile Durkheim, da mesma época das teorias de Weber, as instituições sociais são importantes organizações para a composição de uma sociedade promissora e coesa, que funcione dentro do capitalismo, sistema político-econômico defendido por ele.
Nesse contexto, Durkheim considerava que a socialização ocorre de duas formas diferentes. A primeira, chamada de socialização primária, é a que ocorre no ambiente familiar — o primeiro passo para a inserção do indivíduo na sociedade.
Depois disso, a socialização secundária parte de cenários fora desse ambiente afetivo. Nessa nova etapa, as regras são empregadas com mais rigidez e, na maior parte das vezes, não podem ser debatidas. As instituições envolvidas nesse processo são: igreja, escola, trabalho e Estado.
Diante das diferentes formas de socialização, Émile Durkheim propôs duas configurações para a coesão de uma sociedade. A primeira, conhecida como solidariedade mecânica, é aquela em que os humanos são mais unidos e identificados uns com os outros, em uma comunidade pré-capitalista — como se todos fossem parte de um grande mecanismo conjunto.
Com a implantação do capitalismo, a sociedade passaria para um novo patamar de harmonia, a solidariedade orgânica. Nesse caso, cada indivíduo faz parte de um grupo, que está inserido em um grande órgão.
A relação entre esses órgãos forma a coesão da sociedade como um todo, mas, em termos individuais, cada ser humano tem menos relações de semelhança com o próximo de grupo diferente.
+ Veja também: Surgimento da Sociologia: contexto histórico
Questão sobre instituições sociais
UNB/2009 Assinale a opção correta a respeito de instituição social.
a) É um sistema complexo e organizado de relações sociais relativamente permanentes, que incorpora valores e procedimentos comuns e atende a certas necessidades básicas da sociedade. Nas instituições sociais, as atividades não são rotineiras e previsíveis e as relações entre os membros tendem a uma não padronização.
b) O poder coercitivo de uma instituição está no fato de que a sua existência depende da vontade dos indivíduos: basta esquecer suas regras ou tentar mudá-las para perceber a sua força.
c) A institucionalização é o processo pelo qual certas atividades adquirem padrões e rotinas, e são esperadas e aprovadas para atingir objetivos considerados importantes. Um papel é dito institucionalizado quando foi padronizado, aprovado e esperado.
d) As instituições não tendem a regulamentar e a controlar o comportamento dos indivíduos. Como elas incorporam as expectativas aceitas pela sociedade, qualquer desvio dessas expectativas pode sofrer punição ou exposição a constrangimentos.
Alternativa A é incorreta porque as atividades são rotineiras e previsíveis, com relações padronizadas e hierarquizadas entre os membros.
Alternativa B é falsa porque o poder das instituições é coercitivo e independe da vontade dos indivíduos.
Alternativa D é errada porque as instituições sociais regulamentam e controlam o comportamento dos indivíduos.
Sociologia do zero para ENEM – Cidadania.
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