Realidade brasileira: aspectos sociais, demográficos e econômicos 

Realidade brasileira: aspectos sociais, demográficos e econômicos 

A realidade brasileira no século XXI abrange diferentes aspectos sociais, demográficos e econômicos que resultam em intensos debates políticos e sanitários. A distribuição de renda, a organização política, além de outros elementos que constituem uma sociedade são tópicos importantes para entender dentro do cenário atual da população brasileira. 

Neste artigo, veja um panorama sobre a realidade brasileira em seus aspectos mais diversos: desde desigualdade social, acesso à educação e saúde, violência urbana, organização política,  características da população e cultura brasileira, racismo e outros assuntos. Acompanhe!

Política e poder na sociedade brasileira

Atualmente a população brasileira está organizada politicamente em um regime de democracia representativa, ou seja, os cidadãos elegem candidatos que serão seus representantes nas decisões políticas. Essa organização se repete nos diferentes níveis administrativos do país: municípios, estados, Distrito Federal e União (que representa a nação). 

Os entes federados possuem poderes tripartidos, como foi proposto nas teorias de Montesquieu:

  • O poder executivo, a quem compete aplicar as leis, é representado pelo presidente da República, governadores estaduais e prefeitos;
  • O poder legislativo é exercido pelos deputados federais e estaduais e, nos municípios, pelos vereadores. São responsáveis pela proposição de leis e normas para a sociedade; e
  • O poder judiciário, representado pelos senadores e tribunais de justiça. A esses compete fiscalizar o cumprimento da legislação vigente no país. 

Os políticos brasileiros são unidos em partidos e coligações partidárias, que geralmente agrupam candidatos com ideias semelhantes a respeito de economia e organização política. Nas eleições de 2018 e 2022 destacaram-se o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Liberal (PL).

Há alguns anos, a população divide-se entre um posicionamento mais conservador ou mais progressista e isso reflete-se em uma importante cisão entre os eleitores, que debatem entre si para decidir qual seria o melhor caminho para o país. 

Cultura, identidade e diversidade cultural no Brasil

Um dos aspectos mais notáveis da sociedade brasileira está em sua riqueza cultural, com uma ampla diversidade étnica e identitária que é compartilhada entre os indivíduos. Em raras ocasiões é possível isolar a influência de apenas uma cultura na construção do povo brasileiro. 

Historicamente, o país é formado por etnias europeias, africanas, asiáticas e americanas de diferentes nações, que influenciam mutuamente os comportamentos, culinária, vestimenta, festa e religião dos brasileiros. Alguns eventos sociais unem a maior parte da população por interesses mútuos, independente de suas raízes culturais, como o samba, o carnaval e o esporte mais popular da nação: o futebol. 

Desigualdades sociais e desafios

Em um país tão diverso e de tão grande extensão territorial, um dos maiores problemas observados é a desigualdade social. A divisão ineficiente das riquezas, recursos e oportunidades também relaciona-se, historicamente, com muitos outros dilemas sociais vivenciados pela população brasileira.

O índice Gini do Brasil, que mensura a desigualdade social do país, foi quantificado em 0,518 em 2022, de forma que, quanto mais próximo de 1, menor a uniformidade na distribuição da renda. Inclusive, dados apontam que o 1% mais rico da população ganha cerca de 32x a mais do que os outros 50%. Isso indica uma concentração da renda na mão dos poucos mais ricos e pouca renda distribuída entre a maior porcentagem dos cidadãos. 

Raízes estruturais

A desigualdade social no Brasil é um tema histórico, porque aborda a colonização do país, a concentração da renda nas regiões mais litorâneas, bem como o estilo de distribuição de terras em que os latifúndios foram dominantes — desde então há muita posse e poder social para os poucos que muitas riquezas possuem. 

Além desse aspecto, outro fator que contribui para essa desigualdade de renda no país foi a construção do país em uma estrutura escravista, em que houve abolição da escravatura sem um plano concreto para a reinserção das pessoas anteriormente escravizadas na sociedade. Esse cenário causou marginalização da população, que se consolidou na história da nação. 

Acesso à educação, informação e saúde

O Brasil tem uma grande estrutura de educação e saúde, mas a organização é pouco funcional em boa parte das situações. As escolas são precarizadas, sucateadas e os profissionais pouco valorizados para cumprirem suas funções, por exemplo professores e diretores que cumprem cargas horárias excessivas e não são remunerados adequadamente no ensino público. 

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo de organização sanitária muito elogiado em outros países, mas a estrutura torna-se frágil porque os investimentos financeiros para insumos básicos muitas vezes não são repassados integralmente, seja a nível municipal ou estadual. 

É importante ressaltar que as instituições governamentais possuem estruturas excelentes e funcionais, mas dependem de muitos fatores, investimentos e burocracias para que funcionem em seu estado perfeito e, por isso, são tão sucateadas. 

Nesse contexto, cria-se um cenário em que os cidadãos dependem, muitas vezes, de pagar uma instituição privada para acessar bons serviços de educação e saúde. Assim, o acesso a esses itens básicos da vivência humana também torna-se desigual, porque depende de quanto de dinheiro a família pode investir nesses aspectos.

Racismo e seus impactos

Como foi mencionado anteriormente, a reintegração das pessoas recém-libertas da escravidão na sociedade brasileira não foi organizada ou planejada. Então, não houveram movimentos para reestruturar, também, a visão da sociedade sobre esses povos. 

Como a maior parte da população de escravizados no Brasil eram afrodescendentes, quando eles foram libertos, a visão de que “brancos são superiores aos pretos” manteve-se na sociedade e, de forma direta ou indireta, ainda está presente na sociedade atual. 

O racismo no Brasil é estrutural e histórico, por isso demanda um trabalho árduo e persistente de desconstrução das ideias sociais, vocabulário e posturas da população. Ao mesmo tempo, o povo preto é o que mais sofre com a desigualdade social por serem marginalizados ao longo de muitos séculos — então é necessário criar oportunidades e meios para que alcancem posições de destaque na sociedade e conquistem direitos para seus semelhantes. 

Violência e segurança pública no Brasil

Outro dilema social presente na realidade brasileira atualmente é a violência urbana. Dados de 2022 e 2023 apontam que mais de 100 pessoas morreram por dia no país nesses períodos, o que levou o país para o primeiro lugar no ranking de homicídios. 

A violência no país é recorrente, frequente e causa espanto da população. A cidade do Rio de Janeiro é um dos exemplos, sendo mundialmente conhecida pelas grandes comunidades, em que facções criminosas guiam a vivência da população. Muitas vezes, favelas diferentes guerreiam entre si, o que resulta em tiroteios frequentes e uma realidade de medo para muitos dos moradores. 

O aspecto da violência é muito importante na construção da qualidade de vida de uma população, afinal, quando uma pessoa sai de casa e corre riscos potencias de ser furtada, roubada, assaltada, sequestrada e até mesmo assassinada, desenvolve-se um estado de alerta e estresse constante, que interferem na saúde do indivíduo. 

Então observamos problemas sociais que se retroalimentam, porque a estrutura sanitária do país não tem condições de receber todas as pessoas com transtornos mentais associados à violência urbana no Brasil.

Questão de vestibular sobre a realidade brasileira

UNITAU (2022)

Em 2019, 66% das mulheres assassinadas no Brasil eram negras. Em termos relativos, enquanto a taxa de homicídios de mulheres não negras foi de 2,5, a mesma taxa para as mulheres negras foi de 4,1. Em 2009, o total de mulheres negras vítimas de homicídios foi de 2.419; em 2019, esse total passou para 2.468. No mesmo período, o número de mulheres não negras vítimas de homicídio foi de 1.636 e 1.196 mulheres, respectivamente. Os dados são do Atlas da Violência, produzido pelo Ipea e pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), publicado nesta terça-feira (31/08/2021). Conforme o Ipea, a partir da classificação de raça/cor do IBGE, considerou-se “negras” a soma das mulheres pretas e pardas, e “não negras” a soma das brancas, amarelas e indígenas.

Observe o gráfico abaixo sobre a evolução da taxa de homicídios femininos por 100 mil mulheres, por raça/cor.

Atlas da Violência. Ipea/ Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2020. Adaptado

A partir dos dados acima, é CORRETO afirmar que

A) a evolução da taxa de homicídios femininos por raça/cor no gráfico acima mostra que a redução da violência letal dos últimos onze anos se traduziu na redução da desigualdade racial.

B) em 2019, o risco relativo de uma mulher negra ser vítima de homicídio é cerca de 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não negra.

C) a menor taxa de homicídios entre mulheres negras e não negras foi em 2018, quando o risco relativo de uma mulher negra ser vítima de homicídio é de 1,7 vezes maior do que o de uma mulher não negra.

D) a taxa de homicídio entre as mulheres negras e não negras reduziu na mesma proporção de cerca de 48,5%, no período entre 2009 a 2019.

E) em onze anos, a taxa de mortalidade de mulheres não negras é cerca de 65,8% superior à de mulheres negras. 

Alternativa correta: B. 

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