15 questões sobre povos indígenas que já caíram nos vestibulares
Foto: Pajé da etnia Pataxó / Shutterstock

15 questões sobre povos indígenas que já caíram nos vestibulares

O Estado brasileiro reconhece mais de 300 povos indígenas diferentes e conta com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para preservar suas respectivas culturas e direitos enquanto cidadãos

No dia 19 de abril comemora-se o Dia dos Povos Indígenas no Brasil. A data celebra a cultura de 305 etnias, falantes de 274 línguas diferentes, que juntos somam 896.917 dos quase 200 milhões de brasileiros contabilizados pelo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010 — o último a ser divulgado.

A história do território que hoje conhecemos como Brasil possui influências indígenas na cultura, na culinária, na medicina, na agricultura, na preservação do meio ambiente e no nosso idioma, por exemplo. Além de ser um país marcado pelo trabalho voluntário e forçado que os povos originários exerceram por aqui antes e depois da chegada dos europeus. 

A importância da participação dos povos indígenas na construção da sociedade atual é muito explorada pelos vestibulares, e é por isso que o Portal Estratégia Vestibulares aproveitou o 19 de abril para trazer questões sobre povos indígenas que já caíram nos vestibulares e ajudar na sua preparação para a prova.

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Unesp (2022)

Os povos que viviam nas terras conquistadas pelos portugueses na América

A) eram destituídos de interesses e práticas religiosas.

B) concentravam-se nas áreas litorâneas do território.

C) eram coletores ou praticavam agricultura rudimentar.

D) alimentavam-se prioritariamente de carne humana.

E) eram pacíficos ou dedicados a alianças e acordos entre grupos.

Resolução: A alternativa C está correta. Os povos indígenas que habitavam o atual território brasileiro no início do século XVI dedicavam-se principalmente à caça, à pesca e à coleta de frutos e raízes, além de manterem o cultivo de pequenas roças de mandioca, feijão e outros produtos.

Uema (2021)

Sabeis quem traz as pragas à terra? Cativeiros injustos. Quem trouxe ao Maranhão a praga dos Holandeses? Quem trouxe a praga das bexigas? Quem trouxe a fome e a esterilidade? Estes cativeiros. […] Todo o homem que deve serviço ou liberdade alheia, e podendo-a restituir, não restitui, é certo que se condena: todos, ou quase todos os homens do Maranhão devem serviços e liberdades alheias, e podendo restituir, não restituem; logo, todos os quase todos se condenam. 

Cleonice Berardinellí. Pretos, Índios e Judeus nos Sermões de Vieira. In. João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Hélder Garm (Orgs). Estudos sobre Vieira – São Paulo: Ateliê Editorial. 2011.

Este Sermão do Pe. Antônio Vieira (1608-1697) faz uma crítica à escravização dos indígenas e expõe a grande demanda por essa mão de obra no Estado Colonial do Maranhão até meados do século XVIII. A assertiva que explica o cativeiro dos indígenas no Maranhão colonial é a seguinte:

A) As guerras contra os indígenas eram a única forma de abastecimento de mão de obra escrava para as atividades produtivas.

B) A escravização dos indígenas só poderia ocorrer em áreas onde houvesse uma profunda pobreza dos moradores.

C) A escravidão indígena foi uma prática sistemática dos colonos e gerou uma disputa entre esses e os missionários pelo controle dessa mão de obra.

D) A mão de obra indígena era utilizada nos serviços domésticos e substituiu os africanos escravizados que trabalhavam na lavoura.

E) A escravidão indígena foi estimulada pela Coroa Portuguesa para evitar o extermínio dos nativos pelos colonos.

Resolução: A alternativa C está correta. A escravidão indígena foi uma prática sistemática dos colonos e gerou uma disputa entre esses e os missionários pelo controle dessa mão de obra.

Fuvest (2021)

[No Brasil], a transição da predominância indígena para a africana na composição da força de trabalho escravo ocorreu aos poucos ao longo de aproximadamente meio século. Quando os senhores de engenho, individualmente, acumulavam recursos financeiros suficientes, compravam alguns cativos africanos, e iam acrescentando outros à medida que capital e crédito tornavam-se disponíveis. Em fins do século XVI, a mão de obra dos engenhos era mista do ponto de vista racial, e a proporção foi mudando crescentemente em favor dos africanos importados à sua prole.

Stuart Schwartz, Segredos internos. São Paulo: Companhia Letras, 1988, p.68.

Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos, pode-se afirmar corretamente que, no Brasil,

A) a implementação da escravidão de origem africana não fez desaparecer a escravidão indígena, pois o emprego de ambas podia variar segundo épocas e regiões específicas.

B) do ponto de vista senhorial, valia a pena pagar mais caro por escravos africanos porque estes viviam mais do que os escravos indígenas, que eram mais baratos.

C) o comércio de escravos africanos foi incompatível com o comércio de indígenas porque eram exercidos por diferentes traficantes, que concorriam entre si.

D) havia créditos disponíveis para a compra de escravos africanos, mas na manutenção de boas relações com os nativos.

E) a escravização dos indígenas pelos portugueses foi inviabilizada pelo fato de que os povos nativos americanos eram contrários ao aprisionamento de seres humanos.

Resolução: A alternativa A está correta. A escravização indígena permaneceu durante o Brasil colônia, em particular, quando se justificava-a por meio da “guerra justa”. Claro, a pressão da Igreja e da própria Coroa para que indígenas não fossem escravizados, bem como a combinação dessa ação com a lucratividade do tráfico negreiro fizeram diminuir a escravização indígena. Mas ela não terminou. Lembro, por exemplo, que tanto no ciclo do açúcar quanto no do ouro houve escravização indígena. Pense no papel dos bandeirantes. 

Facisb (2020)

Analise as pinturas históricas.

As duas obras

A) dissociam a religião cristã do processo colonizador no Novo Mundo.

B) comprovam os objetivos econômicos da colonização da América.

C) mostram uma visão idealizada da relação entre os nativos e os europeus.

D) enaltecem aspectos culturais do modo de vida dos ameríndios.

E) destacam a assimilação dos costumes indígenas pelos colonizadores.

Resolução: A alternativa C está correta. A pintura Romântica é caracterizada pela sobreposição da emoção e dos sentimentos à razão, com preferência de temas épicos, cores vivas, sem tanto apego à harmonia das formas e à replicação da realidade. O Romantismo também tinha vínculos com o nacionalismo, uma vez que buscava momentos épicos e gloriosos no passado remoto que pudessem representar a própria fundação da nação. Lembre-se que o nacionalismo é a filosofia política que defende que uma nação ou povo tem o direito à autodeterminação, isto é, tem direito a ter seu próprio Estado que a represente e garanta seus direitos. O século XIX é também o momento de uma sequência de independências da América. A independência dos Estados Unidos havia sido reconhecida em 1783 e, no século XIX, o país estava em franca expansão para o oeste. Por seu turno, o Brasil conquistou sua emancipação em 1822. No caso desses e de outros países que eram ex-colônias, o passado remoto e os personagens míticos escolhidos para representar as novas nações foram os indígenas que eram retratados como bons selvagens. Além disso, igualmente tentava-se representar a colonização como algo positivo, pacífico e harmonioso.

UFRGS (2020)

Leia o segmento abaixo de Mariana Cassino, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Tudo indica que é uma floresta cultural, que foi sendo enriquecida e construída ao longo dos anos de ocupação da área pelas pessoas que viveram ali. Até mesmo o solo que tem indícios de transformação humana […]. Esse manejo é fundamental para a manutenção da Amazônia que temos hoje. Sem isso, ela não seria a mesma […] Essas populações são fundamentais para a conservação da floresta. Nossa sociedade tende a separar a natureza e a cultura, mas as populações indígenas da Amazônia não fazem essa separação. Tendo em vista essa história de longa duração da Amazônia, de íntima ligação entre pessoas e florestas, esse manejo é fundamental para pensarmos o modelo da Amazônia hoje. 

ELLER, Johanns. Complexo arqueológico de grandes proporções é descoberto na Amazônia central. O Globo, 08/09/2019.

A partir do segmento acima, considere as afirmações a respeito da história da ocupação da Amazônia.

I. – A ocupação indígena na Amazônia caracterizou-se pela monocultura intensiva, provocando transformações no solo.

II. – A conservação da floresta amazônica deve-se em grande parte às formas de relação com o meio ambiente, mantidas pelas populações locais.

III – A separação entre natureza e cultura, característica das sociedades ocidentais, foi fundamental para a manutenção da riqueza ambiental da floresta. 

Quais estão corretas?

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) Apenas III.

D) Apenas I e II.

E) I, II e III.

Resolução: A alternativa B está correta. O item I é incorreto pois o modelo de ocupação citado na afirmação é o modelo colonial de plantation, empregado pelos colonizadores portugueses no litoral do Brasil. Já o item III é errado porque afirma que a relação entre natureza e os povos nativos se desenvolveu de forma benéfica para ambos, logo, não há separação.

UFRGS (2020)

Leia o seguinte texto a respeito das disputas fronteiriças entre as coroas ibéricas no sul do continente americano, ao longo do século XVIII, e o protagonismo indígena no contexto de tais disputas.

Durante um período de conflito agudo nas reduções, em meados do século XVIII, os Guarani escreveram intensamente, os documentos produzidos por eles permitem repensar as relações estabelecidas com o território missioneiro e, especialmente, suas formas de ação política. Esse conjunto de documentos indica uma discussão pouco referida pela historiografia dedicada ao tema, ou seja, a existência da defesa por escrito de um direito a resistir a uma ordem real injusta dos Guarani em redução […]. A disputa pelas fronteiras na América do Sul, resultado da rivalidade entre as duas monarquias ibéricas, esteve caracterizada por uma ativa participação dos agentes locais. Diante das implicações dessa permuta, a elite indígena procurou estabelecer negociações que lhe garantissem o controle das terras orientais.

NEUMANN, Eduardo Santos; BOIDIN, Capucine. A escrita política e o pensamento dos Guarani em tempos de autogoverno (c.1753). Revista Brasileira de História, V. 37, n. 75, 2017, p. 98.

Em relação a essas disputas, é correto afirmar que

A) a escrita serviu como importante fator de resistência e de negociação dos interesses indígenas e de mediação com os colonizadores europeus.

B) as rivalidades entre Portugal e Espanha, pelo controle das terras na região das Missões, desconsiderou a participação dos indígenas.

C) a historiografia sempre se referiu ao papel desempenhado pelas lideranças indígenas como parte da elite letrada na América do Sul.

D) os conflitos pela definição das fronteiras garantiram a completa submissão das populações indígenas às reduções jesuíticas.

E) as sociedades guaranis tinham o costume de resistir às ordens reais emitidas por escrito pelas coroas ibéricas.

Resolução: A alternativa A está correta. O trecho atribui grande relevância ao fato de os Guaranis terem escrito documentos. Esse ato é enxergado como um fator relevante de resistência, além de elucidar o posicionamento dos indígenas mediante a situação das disputas fronteiriças, demonstrando tentativas de negociação por essas comunidades. 

UFRGS (2020)

Com relação à história das sociedades nativas das Américas, assinale com V. (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo.

( ) A civilização Maia caracterizou-se pela hierarquia política fraca, pelo monoteísmo e pelo desinteresse ao conhecimento da natureza.

(  ) O império Asteca notabilizou-se pelo desenvolvimento urbano de sua capital, Tenochtitlán, pela crença em vários deuses e por uma estrutura política centralizada.

(  ) A sociedade Inca foi marcada pela rígida separação entre poder político e religião, pelo baixo desenvolvimento agrícola e pela economia de caráter exclusivamente pecuário.

(  ) Os povos Tupi-Guaranis garantiam sua subsistência a partir da caça, da pesca e do cultivo de vegetais como a mandioca. 

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

A) V – V – F – F.

B) V – F – F – V.

C) F – V – F – V.

D) F – V – V – F.

E) F – F – V – V.

Resolução: Alternativa correta é a C.

Unicamp (2020)

Na América Portuguesa do século XVI, a política europeia para os indígenas pressupunha também a existência de uma política indígena frente aos europeus, já que os Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos para se aliarem aos franceses ou aos portugueses.

(Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.)

Com base no excerto e nos seus conhecimentos sobre os primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil, assinale a alternativa correta.

A) A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.

B) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos aliados contribuiu para neutralizar as disputas entre franceses e portugueses pelo controle do Brasil, pelo papel mediador que os nativos exerciam.

C) Os indígenas, agentes de sua história, desde cedo souberam explorar as rivalidades entre os europeus e mantê-los afastados dos seus conflitos interétnicos, anulando o impacto da presença portuguesa.

D) As etnias indígenas viviam em harmonia umas com as outras e em equilíbrio com a natureza. Esse quadro foi alterado com a chegada dos europeus, que passaram a incentivar os conflitos interétnicos para estabelecer o domínio colonial.

Resolução: A alternativa A está correta. A população ameríndia era heterogênea e os conflitos entre diferentes grupos étnicos ajudaram a definir, de acordo com suas próprias lógicas e interesses, a dinâmica dos seus contatos com os europeus.

Unespar (2020)

“A tentativa de implantação da cultura européia em extenso território, dotado de condições naturais, se não adversas, largamente estranhas à sua tradição milenar, é, nas origens da sociedade brasileira, o fato dominante e mais rico em consequências. Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas instituições, nossas ideias, e insistindo em manter tudo isso em ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”. 

(HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. 26ª ed. São Paulo: Companhia das Letras. p. 31 – adaptado). 

O trecho acima descreve o processo de colonização do Brasil, que foi caracterizado:

A) Pela adaptação dos europeus aos costumes religiosos, culturais, políticos e produtivos dos índios;

B) Pela integração harmoniosa dos três grupos que formaram a sociedade da época: índios, europeus e africanos;

C) Pela imposição de valores dos portugueses aos índios e aos escravos africanos, que não reagiram a regras e castigos;

D) Por relações amistosas entre as diferentes comunidades de índios e portugueses, sobretudo pela troca de produtos entre os dois grupos;

E) Pelo encontro de culturas muito diferentes entre si, o que gerou relações de conflito e, em alguns casos, de parceria entre índios e portugueses.

Resolução: A alternativa E está correta. As relações entre indígenas e europeus nem sempre foram marcadas pelo conflito. Alguns índios se associavam aos portugueses buscando guerrear contra povos historicamente rivais, ou então objetivando o escambo de produtos que os interessavam. No entanto, a maior parte das relações geradas foram conflituosas e engendraram o extermínio de grandes grupos étnicos.

Uece (2019)

Antes da chegada dos portugueses às terras americanas, 

A) havia dois grupos étnicos habitando a região hoje chamada Brasil: os Tupis e os Tapuias. 

B) falavam-se alguns poucos dialetos, variantes de uma mesma língua geral, o Nheengatu, apesar de existir um grande número de grupos indígenas. 

C) uma variedade de comunidades nativas, etnicamente diferentes, espalhava-se pelo território da futura América portuguesa. 

D) havia uma só sociedade indígena vivendo em harmonia, igualitarismo e paz; desconhecia-se a violência da guerra, trazida para cá pelos europeus. 

Resolução: A alternativa C está correta.

UniRV (2019)

A oficialização da existência do território brasileiro em 1500 não deu início imediato à colonização. O período entre esse evento e o início da colonização efetiva na década de 1530 é chamado de período Pré-Colonial. A respeito desse período, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para a alternativa.

O início efetivo da colonização adotou o sistema de capitanias submissas a um governo geral. Essa estrutura foi adotada na América Portuguesa a fim de combater os indígenas que lutavam em defesa das matrizes de pau-brasil, e só o permitiram após muita morte e violência.

  • Certo.
  • Errado.

Resolução: “Errado” é a alternativa correta. A implantação do sistema colonial de exploração por parte de Portugal foi um processo bastante diferente em relação ao da Espanha. Houve 2 momentos desse processo marcados por interesses distintos de Portugal em relação à terra “descoberta” por Cabral. Além disso, os modelos de implantação do sistema de exploração colonial também se diferenciaram. O primeiro vai de 1501 a 1530 e o segundo de 1530 a 1822. A questão trata do primeiro momento, denominado período Pré-Colonial. Esse momento não contou com uma colonização sistemática e coordenada, sendo mais caracterizado por expedições de reconhecimento, com o objetivo de identificar minas de metais preciosos e assegurar a posse portuguesa do território. Além disso, era comum o rei fazer concessões para particulares explorarem o extrativismo de gêneros silvestres, como o pau-brasil.

Assim, entre 1501 e 1530, o que se verificou foi uma fase de economia extrativista. Não houve um planejamento centralizado ou algo do tipo. Mesmo assim a exploração era monopólio da Coroa Portuguesa, que permitia a exploração particular por meio de contrato de concessão. A atividade extrativista de pau-brasil foi realizada com mão de obra indígena à base de escambo (troca de utensílios europeus, como machado, facas, por trabalho). Contudo, é importante ressaltar que os contratos de concessão emitidos pela Coroa privilegiavam exploradores portugueses. Tratava-se de uma forma de protecionismo. O principal explorador foi Fernando de Noronha. Outra característica fundamental sobre a colonização portuguesa era a ideia de exclusivo metropolitano: toda negociação, acordo, comércio, troca que envolvesse a colônia portuguesa deveria ser decidida exclusivamente pela metrópole. Dessa compreensão decorrerão várias formas distintas de relação exclusiva entre a metrópole e colônia. Pode ser que você já tenha ouvido a expressão “Pacto Colonial” para esta explicação. Está certo também! Bom, com isso já podemos partir para as alternativas!

Falsa. O segundo momento de colonização, a partir de 1530, marcado por uma ocupação mais sistemática, foi iniciado com a implantação do sistema de Capitanias Hereditárias de forma descentralizada. Os donatários eram submissos apenas ao monarca. Contudo, a partir de 1548, é criado o Governo Geral ao qual os donatários ficaram submetidos, inaugurando uma administração mais centralizada na América Portuguesa.

Albert Einstein (2019)

Mil anos antes da “descoberta” do Brasil pelos europeus, um grande movimento de migração parece ter se iniciado no sul da floresta amazônica. Os povos que se moviam falavam línguas aparentadas, de uma grande família de línguas que denominamos tupi-guarani. Praticavam a coivara e eram bons caçadores e pescadores.

(Norberto Luiz Guarinello. Os primeiros habitantes do Brasil, 2009. Adaptado.)

A partir do texto e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que os referidos povos

A) limitavam-se ao extrativismo e alimentavam-se principalmente de moluscos, daí serem também chamados de povos dos sambaquis.

B) eram pacíficos e estabeleceram relações amistosas com outros grupos nativos e, posteriormente, com os colonizadores portugueses.

C) eram originários da Ilha de Marajó e dominavam a cerâmica, o que permitia a conservação de mantimentos e a produção de urnas funerárias.

D) foram dizimados por grupos indígenas procedentes do litoral pacífico do continente, daí sua cultura ter sido extinta antes da conquista portuguesa.

E) praticavam a agricultura e tinham bom domínio da navegação, o que contribuiu para sua expansão pelas terras posteriormente chamadas de Brasil.

Resolução: A alternativa E está correta. Embora não haja elementos no texto que sugira que os primeiros habitantes da região sul da Amazônia eram bons navegadores, a menção à prática da coivara evidencia o domínio de técnicas agrícolas.

UFMS (2018)

Em O Povo Brasileiro (1995), Darcy Ribeiro afirma que o brasileiro surge enquanto uma “nova etnia” a partir da relação estabelecida entre diferentes etnias e culturas, que estiveram presentes e em contato desde o descobrimento do Brasil. Assinale a alternativa correta sobre quais etnias foram as principais no processo de formação do povo brasileiro:

A) Indígenas de tronco Tupi, europeus e negros trazidos do continente africano.

B) Indígenas de tronco Tupi, europeus e japoneses.

C) Indígenas de tronco Tupi, negros do continente africano e árabes.

D) Indígenas de tronco Tupi, europeus e chineses.

E) Indígenas de tronco Tupi, italianos e árabes

Resolução: A alternativa A está correta. As principais etnias que formaram o povo brasileiro estão ligadas aos povos que passaram a habitar o Brasil com a chegada dos europeus, no século XVI. Em primeiro lugar, lembre-se que a América toda já era habitada por uma infinidade de povos e civilizações indígenas, inclusive o Brasil. Além disso, no caso brasileiro, a etnia mais numerosa presente em quase todas as regiões brasileiras, principalmente em todo o litoral, eram os tupi-guarani. Estes foram os primeiros a entrarem em contato com os europeus. Destes, é mais do que sabido que foram os portugueses que colonizaram o Brasil e, apesar de em alguns momentos franceses, espanhóis e holandeses terem se estabelecido aqui por alguns anos, os lusitanos eram a maioria entre os europeus que vinham para cá devido ao constante interesse dos reis portugueses em manter a colonização. Por fim, os lusitanos desenvolveram o tráfico de escravizados africanos para o Brasil, para trabalharem nos engenhos de açúcar e eles acabaram se tornando a principal mão de obra da colônia nas mais diversas atividades econômicas. Estima-se que cerca de 45 milhões de africanos foram trazidos para o Brasil ao longo de 4 séculos. Portanto, vejamos:

Uece (2017)

Leia atentamente os seguintes excertos: 

“[…] uma das principais causas da dizimação dos índios, afora as doenças trazidas pelos europeus, foram os massacres e a eliminação deliberada dos nativos pelos portugueses. Isso resultou no fato de que apenas aproximadamente 300.000 índios, cerca de 5 por cento dos 6 milhões que compunham a população indígena em 1500, sobreviveriam para as “comemorações” dos quinhentos anos da chegada de Cabral a suas terras”. 

JANCSÓ, István (Coord.) Rebeldes brasileiros – homens e mulheres que desafiam o poder. São Paulo: Casa Amarela, [s.d.]. fasc. 9. p. 261 (Caros amigos) 

“Entre os dias 26 de março e 22 de abril [de 2016], os indígenas Aponuyre, Genésio, Isaías e Assis Guajajara, todos da Terra Indígena (TI) Arariboia, no Maranhão, foram assassinados. Com pouca fiscalização e sem sinal de investigação dos culpados, os indígenas Guajajara que vivem na área – já demarcada e habitada também por índios Awá isolados – sofrem com a constante pressão de madeireiros e temem por sua segurança”.  

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA – CPT. Em um mês, quatro indígenas Guajajara foram assassinados no Maranhão. Publicado em 27 de abril de 2016. Acessado em 11 de maio de 2017. Disponível em: https://www.cptnacional.org.br/index.php/publicacoes/noticias/conflitos-no-campo/3191-em-um-mes-quatro indigenas-guajajara-foram-assassinados-no-maranhao 

Considerando os excertos acima, é correto afirmar que 

A) os conflitos que ainda ocorrem entre indígenas e população não indígena se dão exclusivamente pela ação predatória, promovida pelos índios, sobre os recursos naturais protegidos por lei.  

B) as tensões geradoras dos massacres e a dizimação da população nativa brasileira ainda perduram nos tempos atuais, apesar da atual proteção do Estado sobre as populações indígenas. 

C) o interesse dos capitalistas em obter maiores lucros com a exploração da terra dos índios e de seus recursos nunca foi motivação para os conflitos que dizimaram e ainda diminuem a população indígena. 

D) os eventos de violência contra a população indígena, em diversas áreas do país, se dão porque essa população não é aceita pelo Estado quando tenta integrar-se ao modelo social, justo e inclusivo, do mundo civilizado.

Resolução: A alternativa B está correta. A alternativa A está errada porque não são os índios que promovem a ação predatória, mas os não índios que possuem interesses materiais, como a busca por minérios, nas terras. Dessa maneira, também podemos eliminar a alternativa C. A B está correta porque, como os textos mostram, os massacres aos índios permanecem. Você poderia ficar em dúvidas sobre a parte da proteção do Estado. Saiba que a atual Constituição da República possuiu todo um capítulo dedicado à questão indígena e diversos dispositivos que obrigam o Estado a proteger os índios. Temos, também, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) como órgão governamental para desenvolver políticas específicas de proteção aos índios.

UFU (2017)

Refiro-me à destruição que pudemos fazer da grande (20 x 40 metros) e velha maloca taracuá […] Sabe V. Rvma. que para o índio a maloca é cozinha, dormitório, refeitório, tenda de trabalho, lugar de reunião na estação de chuvas e sala de dança nas grandes solenidades. […] A maloca é também, como costumava dizer o zeloso dom Bazola, a “casa do diabo”, pois que ali se fazem as orgias infernais, maquinam-se as mais atrozes vinganças contra os brancos e contra outros índios…

Monsenhor Pedro Massa, início século XX. In: ZENUN, K. H. e ADISSI, V. M. A. Ser índio hoje: a tensão territorial. 2.ed. São Paulo: Loyola, 1999, p. 70. (Adaptado).

Com a chegada dos europeus ao continente americano, teve início a subjetivação da figura do índio, delineando-se, gradativamente, a imagem do nativo ocioso, preguiçoso, indisciplinado e desorganizado. Esse ponto de vista atravessou séculos e sobrevive em nossos dias. Dessa maneira, de acordo com a citação, derrubar a maloca seria uma ação necessária, pois a moradia indígena representava o(a)

A) tradição da cultura pagã que contrariava os planos de conversão e domínio espiritual.

B) baluarte de expressão da organização tribal, influência do contato com a cultura africana.

C) símbolo de superioridade da cultura indígena, quando comparada à europeia.

D) obstáculo que impedia o trabalho de catequese no espaço conhecido como reduções. 

Resolução: A alternativa A está correta. A continuidade da existência da maloca, espaço associado pelos europeus à promiscuidade, contrariava os objetivos religiosos da conquista. Assim sendo, na concepção eurocêntrica apresentada pelos dominadores, trata-se de um traço cultural a ser extirpado no processo de catequização. 

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