Revoltas nativistas: contexto histórico e principais conflitos 

Revoltas nativistas: contexto histórico e principais conflitos 

O tema revoltas nativistas engloba diversos movimentos e rebeliões que se desenvolveram no Brasil Colonial, nos séculos XVI e XVII. Grande parte delas está relacionada com a população descendente europeia, em especial os portugueses, que se mobilizaram em favor de comercialização e outros objetivos. 

Esse tema tem importância na história brasileira pois demonstra a possibilidade de intervenção e manifestação dos indivíduos em diferentes contextos históricos. Dada sua relevância, é cobrado no Enem e outras provas para o ingresso no ensino superior. 

Neste artigo do Estratégia Vestibulares, você encontra um resumo sobre as principais revoltas nativistas: de Beckman, dos Emboabas, dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos. Depois veja questões de vestibulares com gabarito sobre o tema, não perca tempo e leia agora!

Contexto histórico das revoltas nativistas

O período histórico em que as revoltas nativistas se desenvolveram é o Brasil Colônia, que acontece desde 1530, com o estabelecimento português no território, até 1815 quando foi proclamada a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822.

Nesse período a administração e organização dos indivíduos na sociedade brasileira era variável, mas um fator observado em quase todo o tempo eram os choques comportamentais e culturais entre os nativos brasileiros, geralmente indígenas, os afrodescendentes (após a intensificação do tráfico negreiro) e também os próprios europeus. 

As revoltas acontecem num intervalo de tempo dentro deste contexto, entre os séculos XVII e XVIII. Especialmente porque a colônia já estava organizada e funcionava bem desde 1530, quando os primeiros portugueses chegaram ao país para a dominação.

Fato é que, em dado momento histórico, a Coroa Portuguesa achou necessário implantar novas regras e estabelecer impostos, com determinações sobre o comércio e relação com outras nações. 

Nesse sentido, grande parte dos indivíduos que estavam estabelecidos no território viram-se no direito de posicionamento contra as imposições portuguesas. Havia uma quebra de expectativas entre os desejos de nativos e europeus, afinal, já caminhavam para acordos e articulações; mas agora deveriam ceder para as determinações da metrópole. 

Revolta de Beckman

A Revolta de Beckman aconteceu em 1684, na cidade de São Luís, atual capital do estado do Maranhão. Segundo os revolucionários, as exigências da Coroa por impostos e outras regras não eram coerentes com os benefícios oferecidos por ela para a região. 

O nome do evento é em homenagem aos líderes, os irmãos Tomas e Manuel Beckman, que conduziram a rebelião por cerca de um ano. Ao final, houve uma derrota, devido às investidas de tropas portuguesas. 

Guerra dos Emboabas

É uma revolta nativista que se desenrolou na capitania de Minas Gerais, no fim da década de 1700. O termo “emboabas” é um apelido pejorativo utilizado para se referir aos estrangeiros que adentravam a região em busca de metais preciosos.

Um fator notável é que os mineiros que estavam na capitania mineira eram, em grande parte, indivíduos paulistas que se mudaram para Minas em busca de diferentes condições de vida, inclusive os bandeirantes. Por isso, alguns autores sugerem que a Guerra dos Emboabas foi um confronto entre emboabas (estrangeiros) e paulistas (geralmente bandeirantes). 

A grande questão em disputa era o domínio sobre as regiões com metais preciosos. Nesse evento, que durou cerca de um ano, houve a morte de líderes paulistas, principalmente pelo ímpeto estrangeiro em controlar o território. 

Guerra dos Mascates

Algum tempo depois, em 1710, houve a Guerra dos Mascates, na Capitania de Pernambuco. O ponto central da revolta tem a ver com o estabelecimento e posterior expulsão dos holandeses da região nordeste. O nome “mascates” também tem uma conotação satírica e faz referência aos comerciantes da região.

Quando os holandeses chegaram ao Brasil, estabeleceram bons relacionamentos com os senhores locais, que favoreciam ambos os lados e trouxeram até inovações para a sociedade como um todo. 

Em certo momento, a Coroa Portuguesa sente-se ameaçada e prejudicada pela invasão holandesa e determina a expulsão dos estrangeiros. Tal atitude não foi bem vista por aqueles que estavam em um relacionamento bem estabelecido com os estrangeiro. 

Ao mesmo tempo, o déficit financeiro mostrou-se real, assim como o aumento dos impostos que a Metrópole instalou naquele momento. Sem o comércio e os acordos bancários oferecidos pelos bancários, os indivíduos viam-se cada vez mais prejudicados. 

Revolta de Filipe dos Santos

A última das revoltas nativistas a ser citada é conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, que aborda as questões de exploração da metrópole. Uma vez que a produção tinha grande parte dos seus lucros destinados para Portugal, ao mesmo tempo em que a restrição comercial só permitia a compra de produtos portugueses, que tinham preços exorbitantes para a época.

A insatisfação da população se expandiu, até que em 1720, uma multidão de populares e mineradores moveram-se para invadir a casa de um grande administrador legal da região, ao mesmo tempo em que exigiam do governador um posicionamento sobre as taxas e lucratividades excessivas por parte da Coroa. 

Foram feitas promessas que não foram cumpridas, mas utilizadas como estratégia de fragilização do grupo. Nesse momento, tropas portuguesas marcharam em direção aos revoltosos para reprimir o movimento. Houveram prisões dos indivíduos e, Filipe dos Santos foi condenado 

à morte, por isso a revolta nativista tem esse nome. 

Consequências das revoltas nativistas

Grande parte das revoltas nativistas foram reprimidas pelas tropas portuguesas, então não tiveram resultados totalmente satisfatórios. Apesar disso, foram necessárias para guiar a população brasileira em formação sobre o poder das manifestações. 

Esse ponto é crucial para que as próximas rebeliões acontecessem, como as revoltas separatistas que ocorreram durante o período colonial, principalmente a Conjuração Baiana e a famosa Inconfidência Mineira. 

Questões sobre revoltas nativistas

(PUC-Campinas 2004) Contextualizando historicamente a Guerra dos Mascates a que a poesia se refere, é correto afirmar que ela

a) Teve conotação nativista, mas não antilusitana, uma vez que foi um movimento resultante da luta entre os grandes proprietários de terras de Olinda e o governo, pelo comércio interno do açúcar no Recife.

b) Resultou da insatisfação das camadas mais pobres da população da vila de Olinda contra o controle da produção e comercialização dos produtos de exportação impostos pelos comerciantes de Recife.

c) Refletiu a lógica do sistema colonial: de um lado, os colonos latifundiários de Olinda endividados e empobrecidos; de outro, os comerciantes metropolitanos de Recife, credores e enriquecidos.

d) Significou o marco inicial da formação do nativismo na colônia: de um lado, criou um forte sentimento antilusitano que se enraizou em Olinda; de outro intensificou a luta contra os comerciantes lusos de Recife.

e) Foi um dos mais importantes movimentos de resistência colonial: de um lado, a recusa dos proprietários rurais de Olinda em obedecer a metrópole; de outro, a luta dos comerciantes de Recife pelo monopólio do açúcar.

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