O que é pontilhismo: origem, características e principais obras

O que é pontilhismo: origem, características e principais obras

Você sabe o que é pontilhismo? A técnica artística surgiu na Europa e muitas das suas características são famosas até os dias atuais, inclusive pintores renomados do impressionismo usaram ela em suas obras

Leia agora um artigo que traz informações sobre como o pontilhismo se originou, suas principais características, com os artistas e suas obras mais famosas. Acompanhe!

O que é pontilhismo: origem e impressionismo

A origem do pontilhismo remonta ao impressionismo, uma escola literária com início nos anos 1850, contemporânea aos tempos de Belle Époque — na qual a evolução intelectual e artística foi a principal característica.

Impressionismo

A escola impressionista pregava que a primeira impressão sobre as obras era a mais real, com poucos detalhes e uma memórias enevoadas. Assim, a mistura entre os cinco sentidos e a arte ganham um novo significado, a partir da sinestesia.

Esse conceito traz a ideia de que a mistura de sensações e a associação das impressões sensoriais conferem uma verdade instantânea sobre um artigo artístico, por exemplo.

Os impressionistas exploravam as cores de maneira pura: a ideia era transmitir as experiências de maneira direta e intensa, evitando a perfeição pregada nas escolas academicistas. 

Para evidenciar a questão da instantaneidade das impressões, as pinceladas eram rápidas e dissociadas, como podemos observar no quadro abaixo, chamado de “O Café”, de Edouard Manet. 

obras do pontilhismo - o café, manet
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Diferentemente dos movimentos anteriores, o impressionismo buscava a exploração de novos parâmetros para representar o mundo. Conhecimentos fotográficos, ópticos, físicos e até mesmo biológicos se agrupavam para trazer maior dinamicidade para os quadros.

Por fim, é importante ressaltar que uma grande inovação trazida pelos impressionistas foi a aderência dos conceitos humanos e da intervenção da mente sobre o fazer arte. A retratação artística das cenas fugia da semelhança perfeita, uma vez que esse papel foi atribuído aos instrumentos fotográficos. 

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Pós-impressionismo 

Com a transição entre o século XIX e XX, o centenário da revolução francesa, os avanços científico-tecnológicos, o mundo teve sua percepção sobre a arte fortemente modificada. 

Diante desse cenário, artistas que admiravam o movimento impressionista sentiram que as sensações deveriam ser retratadas de maneira mais abrupta. A sociedade do momento estava em uma nova época e a arte tinha o dever de representar como nada é permanente no mundo.

Por meio de uma racionalidade científica aguçada, eles trabalharam com efeitos ópticos para realizar uma separação sistemática das cores. Assim, os tons estariam cada vez mais destacados na tela, transmitindo as impressões com maior veracidade.

Pela influência das publicações científicas de Michel Chevreul, acreditava-se que com a capacidade da visão humana, as cores primárias se misturam diante do cérebro e formam a imagem harmônica. Assim, além de ter o olhar do artista sobre a obra, o olhar do espectador também estava envolvido no fazer artístico. 

Foi nesse contexto de transição entre o impressionismo e o pós-impressionismo que o pontilhismo nasceu. A utilização de pequenos pontos para construir a imagem favoreciam a divisão das cores no quadro. 

Técnica do pontilhismo

Acredita-se que o nome da técnica foi desenvolvido pelo crítico francês “Félix Fénéon”, enquanto observava as obras de pintores pontilhistas, como George Seurat, Paul Signac e Vincent Van Gogh. 

No pontilhismo, as linhas deveriam ser abolidas durante a construção da obra de arte. Os traços do desenhos eram desenvolvidos com pontos e manchas que se associavam pouco a pouco para formar uma figura. De preferência, seus quadros retratam cenários externos, onde havia maior iluminação e cores a serem exploradas. 

É importante notar que a explicação não deve ser simplista e limitada a uma “união de pontos”. Cada espaço em branco e cada tonalidade eram racionalmente dispostos para construir a imagem desejada.

Ou seja, os autores pintaram quadros onde havia uma unidade a ser decodificada pelo observador. A harmonia e a complementaridade estão presentes, mas dependem da interpretação do admirador em formar o panorama completo a partir de cores primárias. 

Somente com a diferença de tintas, eles eram capazes de criar contraste, pontos de reflexão luminosa, incidência solar direta, sombras, profundidade, entre outras características.

Essa capacidade de congregar as tonalidades e formar terceiros tons no panorama geral é conhecida como alteração prismática — essa é a ferramenta científica explorada pelos pontilhistas. 

No panorama psicológico, pode-se afirmar que o pontilhismo demonstra uma forma pontual de observar os acontecimentos: indivíduos que focam apenas em uma circunstância específica e não conseguem expandir as ideias para o todo.

Principais artistas do Pontilhismo

George Seurat

O pintor francês George Seurat (1859-1891) se dedicou ao estudo artístico na Escola Superior de Belas Artes, em Paris, França. Inclusive, explorando cenários da capital francesa, o autor desenvolveu muitas obras pontilhistas.

Em uma ilha parisiense chamada de Ilha de Grande Jatte, Seurat retratou a convivência social e a relação com a natureza, representado principalmente pelo rio Sena. A imagem abaixo mostra sua obra “Uma tarde de domingo na ilha de Grande Jatte”:

obras do pontilhismo - Seurat
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Vincent Van Gogh

Muito famoso, o holandês Van Gogh (1853 – 1890) foi um artista excepcional contemporâneo de diferentes épocas artísticas. Explorou o pós-impressionismo e a vanguarda fauvista, por exemplo. 

Conheceu sobre o que é pontilhismo quando em contato com Seurat em Paris. Veja seu autorretrato, que foi construído com essa técnica:

Imagem: Reprodução/Wikimedia

Paul Signac

Um artista único e à frente de seu tempo, Paul Victor Jules Signac (1863-1935), era também um entusiasta da política e filosofia anarquista, com grandes características libertárias. 

Uma curiosidade inusitada que marcou sua carreira foi o seu fascínio por barcos e por viagens, que utilizava para reconhecer as tonalidades diferentes que estavam em cada região do território. 

Também foi responsável pela formação e disseminação do conceito de pontilhismo, que utilizou para pintar partes da costa litorânea europeia, por exemplo. Na imagem abaixo, você encontra a obra “Árvores (amendoeiras) em flor”, feita em 1896:

Imagem: Reprodução/Wikimedia

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