Nos últimos 20 anos uma sigla de influência socioeconômica passou a fazer parte do noticiário brasileiro: o BRICS, acrônimo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa). O grupo é tido como uma reunião de economias consideradas emergentes e, de certa forma, marginalizadas de Estados Unidos e Canadá, na América, da zona do Euro e do Japão, na Ásia, países que fazem parte do chamado G-7.
O termo foi cunhado pela primeira vez em 2001 em um relatório do banco Goldman Sachs, descrevendo justamente economias que deveriam receber atenção pela importância que poderiam vir a ter na economia mundial nas próximas décadas.
Ainda assim, a primeira reunião do grupo foi em 2006 e não contava com a África do Sul, que foi incluída posteriormente. Além disso, o BRICS não é considerado um bloco econômico, como a União Europeia, e também não é uma organização internacional, já que não há um estatuto, por exemplo. O que era uma reunião entre economias emergentes se tornou uma cúpula de interesses em comum.
Nesta semana aconteceu a 15ª cúpula do BRICS em Joanesburgo, capital da África do Sul, que discutiu pontos como a expansão do bloco, uso de moeda comum para transações comerciais entre países do grupo e maior visibilidade para questões do continente africano. O Portal Estratégia Vestibulares traz para você mais detalhes sobre o grupo e como ele pode aparecer nos vestibulares e no Enem.
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Histórico e conquistas do BRICS
O BRIC se reuniu oficialmente em 2009, na Rússia, no que foi chamada de Primeira Reunião de Cúpula do grupo. Nesse momento, a África do Sul ainda não era um membro, o que aconteceu em 2010 e acrescentou o S no nome do bloco.
Ao longo da década, foram desenvolvidos pontos de cooperação entre os países membros, em áreas distintas como educação, comércio, ciência e tecnologia, saúde, energia e muitos outros, somando mais de 30 setores.
Com isso, o BRICS desenvolveu agendas internas e externas. No âmbito interno é discutida a cooperação e negócios entre si e como desenvolver suas economias e desenvolvimentos sociais.
Já na agenda externa são buscados posicionamentos sobre temas como segurança, pobreza e avanços sociais, meio ambiente e relações comerciais. Em 2013, por exemplo, houve a Cúpula de Durban, que criou o Conselho Empresarial do BRICS (CEBRICS), e que conta com nove grupos de trabalho, que incluem infraestrutura, agronegócio, energia, finanças e até mesmo aviação regional.
Assuntos sobre o BRICS que podem cair nos vestibulares
O Portal Estratégia Vestibulares separou alguns pontos importantes sobre o BRICS além dos que já foram citados acima. Confira o que mais pode cair nos vestibulares referentes ao tema e como se preparar para eles.
Objetivos do BRICS
O principal objetivo do BRICS é formar influência política global a partir de países tidos como emergentes ou marginalizados de debates em organizações e grupos como a ONU e o G-7 (Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá) ou G-20 (que inclui os cinco países do BRICS).
As conexões, portanto, visam fortalecer uma estruturação econômica mundial que não necessariamente passe pelo que é considerado norte global.
A concepção do grupo, portanto, é feita a partir dos interesses do que é chamado sul global. O termo se refere a países tidos como “em desenvolvimento” ou mesmo subdesenvolvidos. E essa denominação inclui a América Latina, a África, todo o sul da Ásia, incluindo a China e a Índia, e o Oriente Médio.
Influência mundial econômica
Ao longo dos anos, e impulsionado pela grande evolução econômica chinesa e a adesão de novos membros (ver mais abaixo), o BRICS passou a ter quase 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, mais do que o G-7, com 30,7%. Além disso, a população mundial encontrada no BRICS também é maior do que a vista no G-7, representando 41% do total antes mesmo da expansão programada para 2024.
Essa influência incomoda, ainda que de forma velada, o G-7 e, especialmente os Estados Unidos, já que dentre as mudanças que o BRICS pode promover nos próximos anos estão reformas em entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, além de defender a utilização de uma moeda única que não seja o dólar para realizar transações comerciais entre membros.
Banco BRICS
Em 2015, durante cúpula realizada em Fortaleza, o grupo criou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também chamado de Banco BRICS. O objetivo da organização é financiar projetos de infraestrutura a países membros e outras economias emergentes ao redor do mundo.
Quem preside atualmente o banco é a ex-presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, que já afirmou olhar os desafios de países africanos como um ponto em que o NDB poderá atuar. Além dos membros do BRICS, existem também participantes associados como o Bangladesh, Emirados Árabes, Egito e Uruguai.
Novos membros
Em 2024 o grupo terá seis novos membros: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia. E não deve parar por aí, já que esses membros foram escolhidos entre 22 pedidos formais de adesão ao BRICS.
China e Rússia são os principais defensores da expansão, já que o primeiro aumenta sua influência geopolítica em um momento de disputa econômica com os Estados Unidos, enquanto o segundo vê o movimento como uma oportunidade de capitalização de apoio num momento em que o País sofre com sanções ocidentais por conta da guerra na Ucrânia.
Atuação do Brasil no BRICS
Se China e Rússia defendem a expansão, com o apoio da África do Sul, Brasil e Índia veem a movimentação com uma certa preocupação. Ambos os países não querem perder força dentro do grupo e nem mesmo ver a China se tornar o grande expoente decisivo do BRICS.
Até por isso, o Brasil apoiou a ampliação do grupo sob uma condição: que China e Rússia apoiem as intenções brasileiras em ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. A tal reforma consiste em aumentar o número de cadeiras permanentes e é defendida desde os anos 90 pelo Brasil e outros países, mas ainda não saiu do papel.
Outra influência brasileira no grupo é a adesão da Argentina ao bloco. Os hermanos foram pegos de surpresa com a aceitação de seu pedido para integrar o BRICS e quem deu a notícia a Alberto Fernández foi o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Moeda comum?
Outro ponto que pode estar presente nos próximos vestibulares é a possibilidade do BRICS ter uma moeda própria para facilitar trocas comerciais entre países membros. Mas cabe ressaltar que a medida em nada tem a ver com a iniciativa do Euro, na União Europeia, por exemplo, ou seja, não haveria troca de unidade monetária, mas sim a criação de uma moeda única para transações comerciais, sem que seja necessário comprar dólar no decorrer das negociações.
E as diferenças entre a iniciativa do Euro, a possível criação dessa moeda e até mesmo a utilização do dólar como moeda de câmbio comercial podem aparecer em questões sobre geopolítica ou mesmo Matemática.
Questões sobre o BRICS
Unitau (2019)
A quarta revolução industrial e a África são temas da décima Cúpula do Brics, que aconteceu em Johannesburgo, na África do Sul. Os países membros têm em comum o fato de serem de renda média, dotados de extensos territórios e de grandes populações.
Sobre o Brics, assinale a alternativa CORRETA.
A Os países do Bloco Brics somente promovem o desenvolvimento Sul-Sul, o que se comprova pelo fato de a reunião ter acontecido no continente africano.
B A China está tentando ingressar e participar desse Bloco Econômico, dada a sua importância para a economia mundial.
C Um dos países participantes do Bloco Brics, situado no continente africano, tem população predominantemente muçulmana.
D Os países que compõem o Bloco Brics criaram um mecanismo econômico, operado por meio de um banco, para promover cooperação financeira e de desenvolvimento entre os sócios.
E O Bloco Brics conta com países de todos os continentes em sua composição.
Alternativa correta: D
Uece (2018)
A expressão BRIC foi lançada em 2001, em referência ao conjunto de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China, que assumiu um papel importante na economia mundial para os cinquenta anos seguintes. O grupo foi formalizado em 2006 e sua primeira cúpula ocorreu em 2009, e, desde então, além de ter recebido a África do Sul como mais um novo membro, lançou um banco de desenvolvimento — The New Development Bank — e um fundo de reservas denominado BRICS Contingent Reserve Arrangement, passando a ser conhecido no cenário geoeconômico internacional como BRICS. O principal objetivo dos países participantes do BRICS é
A fortalecer o papel econômico organizador dos Estados Unidos no cenário internacional.
B garantir a centralização da elaboração de políticas internacionais sobre produção e venda de petróleo dos países integrantes.
C defender uma ordem internacional multipolar, criando espaços de discussão para elaborar planos de ação política e econômica entre os países integrantes.
D oferecer ajuda mútua militar entre os países membros.
Alternativa correta: C
UFRGS (2019)
O BRICS (grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que realiza cúpulas anuais desde 2009, prevê
A a atuação na esfera da governança econômico-financeira e também da governança política.
B a diminuição das tarifas alfandegárias para quase todos os itens de comércio entre os países associados, mas não a livre circulação de pessoas e investimentos.
C a formação da Cúpula da América Latina, Ásia e União Europeia e visa à integração regional, à redemocratização e à reaproximação dos países.
D a livre circulação de pessoas e investimentos.
E a resolução da crise na Síria e das tensões geopolíticas na Crimeia.
Alternativa correta: A
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