Correios: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular
Foto: Senado Federal/Correios/Divulgação

Correios: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é uma das estatais mais antigas do país; saiba como usá-la para criar repertórios socioculturais

Em 09 de outubro, celebra-se o Dia Mundial dos Correios, data que relembra a criação da União Postal Universal (UPU) em 1874, no Tratado de Berna, quando 22 países estabeleceram regras multilaterais para o serviço postal internacional. A UPU, hoje, reúne 192 membros, garantindo que correspondências e encomendas circulem entre nações sob regulamentos comuns.

No Brasil, o serviço postal é representado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), uma das estatais mais antigas do território nacional. Mais do que entregar cartas e encomendas, os Correios simbolizam integração, cidadania e acesso à informação, conectando regiões urbanas e rurais de Norte a Sul do país. 

Por sua importância, o Portal Estratégia Vestibulares abordou o assunto e trouxe como os Correios podem ser explorados nos vestibulares e no Enem e como usá-los no repertório sociocultural da redação. Saiba mais abaixo!

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Histórico dos Correios no Mundo

Desde a Antiguidade, impérios como o Persa e o Romano mantinham sistemas de mensageiros para para garantir a troca de mensagens entre cidades e províncias distantes.

Ao longo do tempo, após invenções como a prensa, a imprensa, o telégrafo, o trem, o navio a vapor e o desenvolvimento de rotas marítimas, estradas e transportes terrestres, o serviço postal ganhou abrangência, rapidez e confiabilidade. 

No século XIX, várias nações europeias e os Estados Unidos buscaram padronizar rotas, tarifas e normas de segurança. A criação da UPU, por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1874, tornou os selos postais reconhecidos entre países, e os regimes de envio cruzado tornaram-se possíveis. 

Durante o século XX, com a aviação, o correio aéreo tornou-se normal. Já no século XXI, o correio tradicional convive com correio expresso, encomendas, rastreamento e com serviços digitais. Ou seja, o correio adapta-se às mudanças tecnológicas, às necessidades sociais e às exigências econômicas do mundo globalizado.

Histórico dos Correios no Brasil

A trajetória brasileira começa oficialmente em 1663, com o “Correio-Mor do Brasil”, criado para administrar correspondências entre as capitanias sob domínio colonial. 

A vinda da corte portuguesa em 1808 estruturou o sistema postal de modo mais formal, com a “Administração-Geral do Correio da Corte e Província do Rio de Janeiro”, aproximando o serviço postal de uma administração pública centralizada.

No século XIX, destacam-se a emissão de selos (como o “Olho de Boi”, um dos primeiros selos brasileiros), que tornou o Brasil o segundo país no mundo a ter selos, a ampliação das redes terrestres e marítimas para o transporte de correspondência e a introdução do telégrafo, que aumentou a velocidade nos processos comunicacionais.

Em 1931, os Correios se uniram aos Telégrafos, criando o Departamento de Correios e Telégrafos (DCT). Em 1969, o DCT transformou-se em empresa estatal, a ECT (atual empresa postal), com a missão de modernizar, universalizar e abarcar todo o território nacional.

Mais recentemente, a ECT tem enfrentado desafios financeiros. Segundo o Relatório de Administração de 2024, ela emprega cerca de 84 mil pessoas, mantém 10.638 unidades de atendimento e uma frota de aproximadamente 26 mil veículos.

Ainda de acordo com esse relatório, mesmo exercendo missão universal, atendendo os 5.567 municípios brasileiros, a empresa registrou prejuízo de R$2,6 bilhões em 2024. Apesar disso, seus serviços continuam ativos em municípios pequenos, zonas rurais e demais localidades distantes dos grandes centros urbanos. 

A importância dos Correios

Os Correios cumprem uma função social essencial, já que possuem alcance nacional, chegando até aos lugares mais distantes, com baixo custo e eficiência. Em certos municípios, o carteiro é a única presença regular do Estado, levando não apenas correspondências, mas também contas, medicamentos, documentos oficiais e encomendas.

Além disso, os Correios prestam serviços financeiros, como o Banco Postal, e apoiam campanhas públicas, como doação de livros, envio de provas do Enem e o tradicional Papai Noel dos Correios, que estimula a solidariedade e a escrita de cartas. Assim, o serviço postal é um instrumento de cidadania, inclusão e até mesmo memória afetiva.

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Veja alguns temas sobre os Correios que podem aparecer nos vestibulares e no Enem

Listamos alguns pontos sobre os Correios que podem ser explorados pelas bancas como temas de perguntas de matérias variadas e também nas redações.

Comunicação e transformações tecnológicas

O serviço postal representa a evolução das formas de comunicação. Das cartas e telegramas às mensagens instantâneas, o modo como as pessoas se comunicam mudou.

Ou seja, os Correios adaptam-se às demandas da era digital. Atualmente, há iniciativas de transformação digital previstas no relatório de administração da EC, como um programa de modernização tecnológica, adoção de novos processos de negócio e maior uso de ferramentas operacionais automatizadas e de rastreamento. 

Serviços públicos e cidadania

Os Correios exemplificam a importância dos serviços públicos universais, que garantem acesso igualitário a todos os cidadãos. Em lugares onde bancos, internet e transporte não chegam, os Correios atuam como elo entre o Estado e a população.

Em cerca de 40% dos municípios brasileiros, os Correios são a única empresa que presta serviços de envio de encomendas. Ou seja, mais de 2.000 dos 5.570 municípios dependem apenas da ECT para esse tipo de serviço.

Isso implica que qualquer mudança no modelo institucional dos Correios, como privatização, corte de serviços ou elevação de tarifas, afeta comunidades potencialmente isoladas, com menor poder aquisitivo ou menos infraestrutura. 

Da mesma forma, as metas de universalização definidas pelo Ministério dos Comunicações obrigam a ECT a garantir atendimento postal em cada município, a entregar em distritos com população mínima determinada (500 habitantes) e a cumprir prazos de entrega, mesmo onde há prejuízo econômico.

Logística e economia

Os Correios se inserem como agente logístico fundamental no comércio eletrônico e nas cadeias de distribuição nacionais. Em 2024, o serviço de encomendas apresentou desempenho positivo de receita (ainda que os serviços tradicionais de mensageria e de correspondência tenham caído), mostrando que esse ramo pode ser chave para a sustentabilidade futura da empresa.

Entre 2001 e 2020, a ECT registrou 16 anos de lucro e quatro de prejuízo, acumulando resultado líquido positivo de R$ 12,4 bilhões (em valores corrigidos) e transferindo cerca de R$ 9 bilhões em dividendos para a União nesse período.

No mesmo relatório, constata-se que aproximadamente 85% das unidades de atendimento são deficitárias financeiramente. A presença de 84 mil funcionários, a frota grande e a manutenção de unidades em municípios pequenos encarece a operação, mas também ressalta o valor social.

Questões sobre empreendedorismo, inovação e competitividade podem abordar os desafios enfrentados pela estatal diante da concorrência privada e da necessidade de modernização tecnológica.

Identidade nacional e integração territorial

Como dito anteriormente, a ECT já afirmou em seus documentos oficiais que atende todos os 5.567 municípios do Brasil. Essa abrangência nacional significa que mesmo comunidades muito distantes, zonas rurais ou áreas da Amazônia, historicamente marginalizadas por serviços públicos, estão sob a cobertura postal.

Assim, os Correios ajudam a construir a unidade nacional, ligando comunidades isoladas e diferentes culturas regionais. Por isso, o serviço postal pode ser interpretado como um símbolo de pertencimento e integração do povo brasileiro, reforçando valores como solidariedade, confiança e coletividade.

Esse fato permite abordagens sobre como os Correios contribuem para diminuir desigualdades territoriais, viabilizar acesso a comunicação, produtos, documentos, compras online, serviços bancários via Banco Postal, entre outros.

Privatização e políticas públicas

A discussão sobre a privatização dos Correios é um tema contemporâneo que pode aparecer nas redações e nas provas de atualidades. Esse debate envolve questões econômicas, éticas e sociais, como o equilíbrio entre eficiência e função social. 

O debate legislativo de privatização dos Correios ganhou força em 2021, quando a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 591/21, que autoriza a exploração privada de todos os serviços postais, inclusive aqueles atualmente em regime de monopólio da ECT (cartas, telegramas, etc.).

Essa proposta prevê transferência à iniciativa privada de parte ou da totalidade dos serviços, sob regulação do Estado. O artigo no Economia UOL informa que, caso ocorra desestatização, muitos municípios que dependem apenas dos Correios poderão ter prejuízo de atendimento se não houver garantias regulatórias fortes.

Em resumo, dados apontam que os Correios enfrentam prejuízo, o que potencializa argumentos favoráveis à privatização, mas também serve de alerta para os riscos sociais e econômicos de uma mudança abrupta no modelo de gestão.

Memória afetiva e o valor simbólico dos Correios

Mais do que uma instituição de logística e comunicação, os Correios fazem parte da memória afetiva dos brasileiros. Por décadas, enviar e receber cartas foi um dos gestos mais íntimos e simbólicos de conexão humana, especialmente antes da popularização da internet. 

Cartas de amor, correspondências familiares, cartões-postais e telegramas marcaram gerações e formaram uma espécie de patrimônio sentimental coletivo. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa dimensão afetiva é a Campanha Papai Noel dos Correios, criada oficialmente em 1989.

Todos os anos, a iniciativa convida a população a adotar cartas escritas por crianças em situação de vulnerabilidade social, realizando pedidos que vão de brinquedos a materiais escolares.

Filmes sobre os Correios

Central do Brasil (1998)

A obra de Walter Salles acompanha a história de Dora (Fernanda Montenegro), uma ex-professora que trabalha como escrevente no Rio de Janeiro, ajudando pessoas analfabetas a escrever cartas para entes queridos. 

Após um trágico evento, ela acaba se envolvendo na vida de Josué (Vinícius de Oliveira), um menino de 9 anos que perdeu sua mãe e está em busca do pai, no nordeste do Brasil. Juntos, eles embarcam em uma viagem de trem que os leva por diversas paisagens e situações emocionais. 

+ 9 filmes de Walter Salles para usar como repertório sociocultural da redação

Night Mail (1936)

Night Mail é um documentário britânico dirigido por Harry Watt e Basil Wright, produzido pela General Post Office (GPO) Film Unit. O filme acompanha a jornada do trem postal noturno que parte de Londres rumo à Escócia, revelando a complexa engrenagem dos Correios britânicos durante a década de 1930, um período em que o sistema ferroviário era essencial para a comunicação do país.

Questões sobre correios

Fuvest (2022)

À medida que a construção prosseguia, Rondon iniciava a segunda fase do seu projeto: a crucial exploração das terras da bacia amazônica onde hoje está situado o estado de Rondônia, pois a linha telegráfica atravessaria aquelas terras. Essa era a região que incendiava a imaginação de Rondon e seus oficiais, e também a de muitos brasileiros das cidades costeiras. Era o Brasil desconhecido. (…) Na verdade, o projeto do telégrafo parecia dar muito mais satisfação a Rondon pela chance de explorar aquelas terras do que pela construção da linha telegráfica (…) Rondon planejou uma expedição em 1907 para descobrir a nascente do rio Juruena e fazer contato com os indígenas conhecidos como nambikwara. 

DIACON, Todd A. Rondon: o marechal da floresta. São Paulo: Companhia das Letras, 2006, p. 32-33.

a) Indique qual a importância da expansão da linha telegráfica no Brasil dessa época.

b) Explique o sentido da frase “Era o Brasil desconhecido”.

c) Caracterize a política indigenista desenvolvida por Cândido Rondon para “aquelas terras”

Respostas:

a) A expansão da linha telegráfica no Brasil dessa época foi importante para integrar regiões remotas ao restante do território nacional, promovendo a comunicação, consolidando a soberania e incentivando a ocupação e exploração econômica dessas áreas.

b) A frase “Era o Brasil desconhecido” refere-se às extensas áreas do território nacional que ainda não haviam sido exploradas ou mapeadas, especialmente na Amazônia, e que eram pouco conhecidas pela população das regiões mais povoadas do país.

c) A política indigenista de Cândido Rondon para aquelas terras era pautada no contato pacífico, no respeito às comunidades indígenas e na integração gradual, evitando o uso da violência e buscando preservar a cultura e a vida desses povos enquanto se realizavam as ações de exploração e comunicação.

UFGD (2010)

O texto a seguir é a letra de música de autoria tríplice: Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown.

Em relação ao texto E.C.T. (Empresa de Correios e Telégrafos), analise as alternativas abaixo e aponte a correta.

A O pronome lhe (L3) exerce a função sintática de adjunto adnominal e equivale ao pronome possessivo “seu”

B O pronome me (L21) está usado incorretamente, pois não se pode começar uma oração com pronome oblíquo átono, especialmente em se tratando de uma letra de música;

C O advérbio “aqui” (L.9) e o pronome ”mim” (L.4) não auxiliam na detecção sobre quem é o enunciador do texto;

D A oscilação de tempos verbais (tava, musicou, levo) tornam o texto incoerente, já que não deve haver mudança de tempos verbais no texto.

E O “que” (L2) exerce a função morfológica de conjunção integrante.

Alternativa correta: A

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