O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no final do mês de junho de 2023 os primeiros resultados do Censo realizado em 2022. As informações preliminares são sobre o tamanho da população, o número de domicílios, a densidade demográfica e outros, todos relativos ao mês de agosto do ano passado. A expectativa do IBGE é divulgar todos os resultados da pesquisa até o ano de 2025.
O Censo 2022 foi o primeiro a ser realizado depois do intervalo de dez anos entre uma pesquisa e outra. Outra novidade da edição é a contabilização da população quilombola pela primeira vez desde que o estudo foi criado.
Confira, a seguir, as primeiras informações sobre as características populacionais do Brasil nos últimos 12 anos e esteja bem preparado paras as provas de Geografia e Atualidades no vestibular:
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O que é o Censo?
Realizado pela primeira vez ainda durante o Brasil Império, em 1872, o Censo é uma pesquisa, atualmente realizada pelo IBGE, que realiza coleta de dados sobre as características da população brasileira em todo o território nacional, incluindo localidades ultramarinas como a o distrito de Fernando de Noronha.
Seu objetivo é contabilizar a população brasileira e traçar perfis socioeconômicos. É com base nos dados coletados pelo Censo que diversas políticas públicas podem ser implementadas, como a Lei de Cotas, por exemplo, que considera o perfil populacional de cada localidade para reservar vagas proporcionais a habitantes pretos, pardos e indígenas.
O Censo é realizado a cada dez anos e visita todos os domicílios do Brasil, incluindo em comunidades tradicionais como as indígenas. A edição 2022, feita 12 anos depois de sua antecessora, foi atrasada pela pandemia de Covid-19 e por questões orçamentárias e de logística.
Quais dados o Censo coletou?
Os agentes responsáveis por coletar as informações nos domicílios usaram dois tipos de questionário: o Básico, com 26 quesitos; e o Ampliado, com 77 quesitos, que era usado aleatoriamente e foi respondido por cerca de 11% dos domicílios.
- Questionário Básico: colheu informações sobre características dos moradores, como identificação étnico-racial, estado civil, sexo, idade e nível de escolaridade. Haviam também perguntas sobre rendimentos, mortalidade, e características de saneamento básico dos domicílios.
- Questionário Ampliado: além das perguntas do Questionário Básico, o Ampliado colheu informações sobre trabalho, rendimento, núcleo familiar, fecundidade, nupcialidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, autismo, deslocamento para estudo e trabalho, migração interna e internacional.
De acordo com o IGBE, as informações coletadas nos domicílios não podem vir à público: “Todas as informações coletadas são confidenciais, protegidas por sigilo e usadas exclusivamente para fins estatísticos, conforme estabelece a legislação pertinente: Lei nº 5.534/68, Lei nº 5.878/73 e o Decreto nº 73.177/73″, informa.
Crescimento da população
Com o número total de 203.062.512 habitantes, a população brasileira ficou abaixo das estimativas do IBGE. Em 2021, o instituto projetava o número de 213 milhões de habitantes, já em dezembro de 2022, com base na prévia do Censo, o número estimado de brasileiros diminui para 207,7 milhões.
Comparado à pesquisa de 2010, que contabilizou 190.755.799 de brasileiros, o crescimento populacional foi de 6,5%, ou 12.262.757 de pessoas, em números absolutos.
A taxa de crescimento anual da população durante os 12 anos que separam as pesquisas do Censo foi de 0,52%. Esse é o menor percentual de crescimento populacional desde 1872 quando o Censo iniciou a série histórica.
Das 5.570 cidades brasileiras, 3.168 observaram crescimento no seu número de habitantes entre 2010 e 2022. Ou seja, 56,9% dos municípios ganharam novos moradores. As regiões que mais contribuíram com o aumento da população brasileira, mesmo que abaixo das projeções, foram o Sudeste e Sul. No Sudeste, foram contabilizados 4.482.777 novos habitantes, enquanto no Sul o acréscimo foi de 2.546.424 pessoas.
O que é a “série histórica”?
“Série histórica” ou “série temporal” em uma pesquisa refere-se aos dados obtidos em intervalos regulares de tempo. No caso do Censo, são as informações coletadas a cada dez anos.
Redução de habitantes nas capitais
Um dado inédito na história do Brasil que foi observado pelo Censo é a queda no número de habitantes de grandes cidades, sobretudo das capitais. Em 12 anos, Salvador perdeu 9,6% da sua população, seguida de Recife, com queda de 3,2%, e Belo Horizonte, com menos 2,5% dos habitantes.
Na lista de recuo da população, mas em menor porcentagem, também entraram as cidades do Rio de Janeiro e de Fortaleza, perdendo 1,7% e 1,0% de seus habitantes, respectivamente. Em contrapartida, a pesquisa do IBGE constatou um crescimento de 66,58% no número de pessoas em cidades fora de grandes centros urbanos.
Cidades mais populosas
A cidade com a maior população do Brasil segue sendo São Paulo. A capital paulista apresentou um crescimento de 5,3% no número de habitantes desde 2010. Confira o ranking das dez cidades mais populosas:
- São Paulo (SP): 11.451.245 habitantes;
- Rio de Janeiro (RJ): 6.211.423 habitantes;
- Brasília (DF): 2.817.068 habitantes;
- Fortaleza (CE): 2.428.678 habitantes;
- Salvador (BA): 2.418.005 habitantes;
- Belo Horizonte (MG): 2.315.560 habitantes;
- Manaus (AM): 2.063.547 habitantes;
- Curitiba (PR): 1.773.733 habitantes;
- Recife (PE): 1.488.920 habitantes;
- Goiânia (GO): 1.437.237 habitantes.
Cidades menos populosas
A cidade com a menor população no Brasil também fica na Região Sudeste, mas no estado de Minas Gerais. O município Serra da Saudade, a 270 km da capital Belo Horizonte, contabilizou apenas 833 habitantes no Censo. Veja os dez municípios com as menores populações do Brasil:
- Serra da Saudade (MG): 833 habitantes;
- Bora (SP): 907 habitantes;
- Anhanguera (GO): 924 habitantes;
- Araguainha (MT): 1.010 habitantes;
- Novo Castilho (SP): 1.062 habitantes;
- Cedro do Abaeté (MG): 1.081 habitantes;
- André da Rocha (RS): 1.135 habitantes;
- Oliveira de Fátima (TO): 1.164 habitantes;
- União da Serra (RS): 1.170 habitantes;
- São Sebastião do Rio Preto (MG): 1.259 habitantes.
Média de moradores por domicílio
Os recenseadores, agentes responsáveis por coletar os dados do Censo, visitaram 90,7 milhões de domicílios. Um aumento de 34% em relação aos 67,5 milhões da edição de 2010 da pesquisa.
Apesar do crescimento do número de casas, a média de moradores por domicílio diminuiu, indo de 3,31 moradores por residência em 2010, para 2,79 em 2022. O Censo ainda divulgou os estados com a maior e a menor média de moradores por domicílio, sendo Amazonas e Rio Grande do Sul, respectivamente.
Apesar de ter sofrido queda nos números, em comparação a última pesquisa, o estado do Amazonas contabiliza uma média de 3,64 moradores por casa. Já o Rio Grande do Sul, registrou 2,54 ocupantes por domicílio.
Ocupação de domicílios
O Censo dividiu os 90,7 milhões de domicílios existentes no Brasil em diferentes categorias de ocupação: ocupados, vagos, de uso ocasional, improvisados e coletivos. Do total, 72,4 milhões estavam ocupados durante a operação censitária, 105 mil eram moradias coletivas e 66 mil são domicílios improvisados.
O número de residências vagas aumentou 87% de 2010 a 2022, chegando a 11,4 milhões de imóveis. Já o percentual de domicílios de uso ocasional saltou 70%, totalizando 6,7 milhões desse tipo. Juntos na categoria de “domicílios particulares permanentes não ocupados”, os dois tipos de domicílios apresentaram aumento de 80%, chegando a 18 milhões.
O IBGE ainda divulgou os três municípios brasileiros com o maior índice de casas desocupadas, todos localizados na Região Nordeste: São João do Jaguaribe, no Ceará, com 29,1% de desocupação; Canavieira, no Piauí, com 28,1%; e Bom Sucesso, na Paraíba, que tem 27,2% dos imóveis vazios.
Densidade demográfica
Com o crescimento do número de habitantes, a densidade demográfica no Brasil subiu de 22,43 para 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²). Além disso, os dados reafirmaram a maior concentração de pessoas no litoral do País.
Os dados sobre a densidade também continuaram os mesmos no que toca a desigualdade entre as regiões analisando a diferença no tamanho dos territórios: Na Região Norte, com território de 3.850.593 km² ou 45,2% da superfície territorial do Brasil, a densidade é de 4,5 hab/km², a menor nacionalmente.
Enquanto isso, a Região Sudeste, que abriga a maior parte da população brasileira e possui um território de 924.511 km², ou 10,85% da porção territorial, a densidade demográfica registrada foi de 91,8 hab/km². Veja as demais regiões:
Região | Tamanho do território | Densidade demográfica |
Centro-Oeste | 1.606.354 km² ou 18,86 % do Brasil | 10,1 hab/km |
Nordeste | 1.552.175 km² ou 18% do Brasil | 35,2 hab/km² |
Sul | 576.737 km² ou 6,76% do Brasil | 51,9 hab/km² |
População quilombola
O Censo 2022 foi o primeiro, desde sua criação há 150 anos, a contabilizar a população quilombola. Durante a pesquisa, os recenseadores visitaram 5.972 comunidades quilombolas e perguntaram aos seus habitantes sua cor ou raça, se eles consideram-se quilombolas, e em caso afirmativo, qual era o nome da comunidade à qual pertenciam.
O total de pessoas contabilizadas que se autodeclaram como quilombolas foi de 1,32 milhão, ou 0,65% do total da população brasileira. O Censo contabilizou 473.970 domicílios onde ao menos um dos moradores é quilombola, espalhados em 1.696 cidades diferentes.
Os territórios oficialmente delimitados pelo Estado como quilombolas possuem 203.518 pessoas, e no total 167.202 são quilombolas. Nessas comunidades, foram contabilizados 12,6% do total de quilombolas do país. A pesquisa ainda apontou que apenas 4,3% da população quilombola vive em territórios que já passaram por todo processo burocrático para serem reconhecidos como tal.
Os nove estados da Região Nordeste são os que mais concentram a população quilombola, com um número de 905.415 pessoas autodeclaradas, ou 68,19% dos quilombolas brasileiros.
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