Dengue: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

Dengue: desenvolva repertórios socioculturais para o vestibular

Saiba mais sobre a dengue e aprimore seu repertório sociocultural sobre uma das doenças mais comuns nos vestibulares e no Enem

O Brasil passa por alta nos casos de dengue em diversas partes do País. São mais de 500 mil casos nos primeiros dois meses de 2024 e a expectativa do Ministério da Saúde é que, até o final do ano, haja o registro de 4 milhões de casos.

Dentre os principais fatores para a alta incidência da doença estão o calor e aumento da temperatura média, fato cada vez mais recorrente no planeta como um todo, e a diminuição de políticas públicas de combate à doença. Ter agentes de saúde para visitar as casas e realizar pequenas conferências, por exemplo, é algo que não vem acontecendo como antigamente.

Paralelo a isso há também o aumento de casos de Covid, fato que preocupa gestores da área da saúde, o que vem gerando mudanças de planejamento em hospitais e postos de atendimento, com aumento de equipes e de leitos.

O Portal Estratégia Vestibulares preparou um conteúdo com mais informações sobre a dengue e como a doença pode aparecer nos vestibulares e no Enem. Confira abaixo e construa um repertório sociocultural sobre o tema.

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Dengue: conheça a doença e seu histórico no Brasil

A dengue é uma doença infecciosa viral que pertence à família dos flavivírus e é transmitida por meio de um vetor, o mosquito Aedes aegypti, após picada de uma fêmea contaminada. É importante ressaltar que não há outra forma de transmissão.

Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo e náuseas, além de, muitas vezes, não haver sintoma algum. Outros sintomas como manchas avermelhadas, vômitos persistentes, dor abdominal e sangramentos podem indicar dengue hemorrágica, quadro que pode ser fatal e necessita de acompanhamento médico imediato.

São quatro sorotipos descobertos e o número dois e três são os mais virulentos. O tratamento inclui hidratação oral ou venosa, avaliação médica e, em casos mais graves, o uso de medicamentos. Como contra indicação estão os remédios a base de ácido acetil salicílico e anti-inflamatórios, pois podem aumentar o risco de ter ou agravar hemorragias.

O Aedes aegypti é originário do Egito, mas está presente em regiões subtropicais e tropicais desde o século XVI, com as grandes navegações e, no Brasil, no período colonial, de alto fluxo de navios utilizados para traficar escravos para as Américas.

Há registros da doença entre os séculos XVIII e XIX, com epidemias no País em 1916, em São Paulo, por exemplo. Atualmente, há incidência da Dengue em todos os Estados brasileiros, e há casos em todo o mundo, com atenção para a Europa, local que foge das características tropicais comuns de registros, mas que vem apresentando altas no número de pacientes acometidos pela enfermidade.

Confira alguns temas sobre a dengue que podem aparecer nos vestibulares

Nas últimas 20 edições do Enem, 5,59% das questões de Biologia foram voltadas a doenças humanas, e a dengue é uma das mais comuns. Confira alguns temas, referentes à Biologia, ou não, que podem cair nos vestibulares sobre a doença.

Ciclo de vida do Aedes aegypti

A partir do momento do acasalamento, a fêmea do mosquito passa a procurar por sangue para poder colocar os ovos, e por isso ela passa a picar seres humanos. Os ovos são depositados em água parada e podem ficar inertes por até um ano aguardando condições ideais de temperatura e clima.

As larvas saem dos ovos e se desenvolvem até o estágio de pupa de cinco a sete dias, nesse momento, são mais três dias até que o mosquito saia da pupa, já na superfície da água. Um mosquito adulto vive de 30 a 45 dias.

Etapas da doença

Se a doença não for um quadro de dengue hemorrágica, são três etapas: fase febril, fase crítica e fase de recuperação. Cada fase dura de dois a três dias, e os sintomas podem durar, portanto, até dez dias. É durante a fase crítica que ocorre o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, o que pode acarretar complicações, além de possibilitar a identificação de quadros mais severos.

Dengue hemorrágica e morte pela doença

A dengue hemorrágica é a forma mais grave da doença. Além dos sintomas comuns, surgem também dores abdominais intensas, vômitos persistentes e, em alguns casos, com sangue, sangramentos sob a pele, desmaios, fraqueza extrema, pressão arterial baixa, palidez e confusão mental.

A chance de morte na primeira manifestação da dengue clássica é praticamente zero, mas, nas próximas manifestações pode haver dengue hemorrágica. A doença costuma matar quando houver duas situações: queda brusca da pressão arterial e/ou hemorragia intensa. Como não há medicação, é necessário consultar um médico o mais rápido possível, para que haja acompanhamento do paciente.

Um segundo, ou terceiro caso de dengue é mais perigoso que o primeiro porque o sistema imunológico pode entender que a infecção é a mesma que a anterior, mas na verdade ela é causada por um outro sorotipo (lembre-se, são quatro sorotipos). Assim, o organismo produz anticorpos para o invasor errado, o que, além de não neutralizar o vírus, ainda retarda a resposta do corpo contra a doença.

Vacina pelo SUS

A maior esperança no combate à dengue é a vacina Qdenga, produzida por um laboratório japonês e que está sendo distribuída pelo SUS em 2024. O imunizante é tetravalente, ou seja, eficaz contra os quatro sorotipos da doença, e tem como fórmula de produção o vírus vivo atenuado, enfraquecido. 

Segundo informações divulgadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBim), a vacina demonstrou ter eficiência de 69,8% dos casos contra o sorotipo DENV-1, 95,1%  contra o DENV-2 e 48,9% contra o DENV-3. Não foi possível avaliar o DENV-4 por conta dos poucos casos apresentados por esse sorotipo.

São duas doses, com intervalo de 90 dias para cada uma delas, e a vacinação está sendo feita primeiramente em crianças entre 10 e 14 anos, moradoras de áreas com maior incidência da doença.

Outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Além da dengue, o Aedes aegypti é vetor da zika e da chikungunya, doenças consideradas mais leves, mas que também trazem problemas para quem está infectado. 

O maior problema dentre essas duas doenças é que a zika causa sérios problemas em gestantes e seus bebês, como a microcefalia. A enfermidade também se relaciona com a Síndrome de Guillain-Barré, condição neurológica que causa paralisia.

Aumento da temperatura do planeta

O aumento de casos no Brasil está relacionado com o aquecimento global e com o fenômeno climático conhecido como El Niño. Ainda não é possível medir o impacto de tais mudanças em arboviroses como a dengue, mas a incidência desse tipo de doença pode aumentar ainda mais nos próximos anos e décadas.

Já há estudos sobre doenças que devem ter alta no número de casos no Brasil nos próximos anos, a as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti estão entre as citadas.

Curiosidades sobre a dengue

Uma matéria do G1 abordou algumas curiosidades sobre a dengue em formato de quiz para testar seus conhecimentos. Há também uma matéria sobre mitos e verdades da doença feita pela Veja Rio. Muitas das perguntas e afirmações presentes em ambas as reportagens foram citadas ao longo desse texto.

Documentários sobre dengue

O mundo macro e micro do mosquito Aedes aegypti

O documentário produzido pelo Setor de Produção e Tratamento de Imagem do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) descreve todo o ciclo de vida do mosquito e mostra como realizar o controle de criadouros do inseto.

Mosquito: uma ameaça no ar

O documentário produzido pela Discovery mostra como epidemias de vírus transmitidos por mosquitos foram importantes na história da humanidade, além de debater possibilidades de novas doenças com tal característica.

Questões sobre dengue

IFPE (2019)

VÍRUS DA FEBRE AMARELA É DETECTADO EM OUTRO TIPO DE MOSQUITO

O Aedes albopictus, também chamado de Tigre Asiático, pode ser infectado pelo vírus da febre amarela. Mas isso significa que ele transmite a doença?

O mosquito Aedes albopictus, conhecido como Tigre Asiático, é suscetível ao vírus da febre amarela, segundo estudo do Instituto Evandro Chagas que foi apresentado durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Saúde. Esse inseto é parecido com o Aedes aegypti e, embora prefira regiões silvestres, também é encontrado em regiões urbanas. A presença do vírus não significa que o Aedes albopictus tenha adquirido o papel de vetor da febre amarela. Ou seja, não se sabe se, apesar de carregá- lo no corpo, ele é capaz de transmiti-lo a seres humanos. Aliás, outros mosquitos são encontrados em florestas com o vírus, mas somente o Haemagogus, o Sabethes e o Aedes aegypti são comprovadamente capazes de disseminá-lo para primatas no Brasil.

MARTINS, Helena. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/medicina/virus-da-febre-amarela-e-detectado-em-outro-tipo-de-mosquito/>. Acesso em: 03 out.2018 (adaptado).

O TEXTO destaca duas espécies de mosquitos, potenciais transmissores da febre amarela. Baseando- se nas regras de classificação biológica dos seres vivos, assinale a alternativa CORRETA.

A O Aedes albopictus e o Aedes aegypti pertencem à mesma espécie porque são classificados como mosquitos.
B O vírus da febre amarela é uma espécie de parasita procarionte classificado como protista.
C O Aedes albopictus e o Aedes aegypti pertencem ao mesmo reino e ao mesmo gênero.
D De acordo com as regras de nomenclatura taxonômica, os epítetos específicos (albopictus e aegypti) podem ser utilizados isolados do epíteto genérico (Aedes).
E Haemagogus e Sabethes são espécies de primatas portadores do vírus da febre amarela.

Alternativa correta: C

UEG (2015)

A Revista Brasileira de Epidemiologia publicou, no primeiro triênio de 2015, o artigo científico “Chikungunya no Brasil: um desafio emergente”, dos pesquisadores Maria Rita Donalisio e André Ricardo Ribas Freitas. Os autores descreveram que o Brasil tinha 828 casos de Chikungunya em outubro de 2014. Sobre a doença e seus efeitos, tem-se o seguinte:

A há necessidade de imediata hospitalização de pacientes com a doença devido à sua rápida progressão.
B em comum com a dengue, hemorragias severas constituem uma relevante causa de mortalidade.
C o vírus da Chikungunya (CHIKV) é uma variação mutante dos quatro subtipos causadores da dengue.
D os sintomas são semelhantes aos da dengue, exceto por apresentar dores articulares desabilitantes.

Alternativa correta: D

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