Sabe quando surge um fato histórico e ele é relembrado em um determinado período temporal? Pois bem, abaixo vamos ver as efemérides de 2021, que são datas comemorativas marcantes e que merecem ser lembradas neste ano.
Retomar ao debate público algumas datas comemorativas é algo comum, e os vestibulares costumam aproveitar essas oportunidades para abordar fatos históricos, levantando elementos do tema proposto e da questão desenvolvida.
Para você acompanhar quais efemérides podem aparecer nos vestibulares de 2021, os professores de história do Estratégia Vestibulares, Alê Lopes e Marco Túlio fizeram um conteúdo exclusivo no nosso canal do YouTube. Acompanhe abaixo as datas citadas e como elas podem ser usadas na sua prova.
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500 anos da primeira volta ao mundo (1521)
“Estamos falando tanto sobre terraplanismo e, de repente, temos em 1521 a primeira circunavegação”, comenta Alê Lopes sobre a possibilidade do assunto estar nos vestibulares neste ano.
A empreitada foi patrocinada pela coroa espanhola e liderada pelo navegador português Fernão de Magalhães, que faleceu no meio da volta, em um confronto nas Filipinas. O espanhol Juan Sebastián Elcano se tornou o capitão e voltou à Espanha em setembro de 1522.
A primeira volta ao mundo é importante do ponto de vista da inovação tecnológica, além da descoberta do pacífico e da confirmação de que a América não é uma extensão da Ásia. O feito também provou a esfericidade da Terra, algo questionado por muitos na época.
“Grandes navegações é um assunto que sempre cai, e tem uma importância imensa. (É necessário) Entender o significado histórico que foi a conquista dessas rotas, a descoberta e a formação da cartografia. Esse conhecimento é o que possibilita a dominação colonial da era moderna.”
180 anos da coroação do Imperador Dom Pedro II no Brasil (1841)
Em 18 de julho de 1841 Dom Pedro II foi coroado Imperador com apenas 14 anos. “Ele ascende por meio de um golpe. Um golpe que tem o consentimento da maioria da elite política, mas não deixa de ser uma violação da ordem constitucional”, destaca Marco Túlio.
Pedro de Alcântara, o Dom Pedro II, é visto como um monarca moderno e que gosta dos saberes e das ciências. Poliglota e estudioso, o menino foi criado por tutores, como José Bonifácio, por exemplo. Sua mãe, Maria Leopoldina faleceu enquanto ainda era um bebê e seu pai, Dom Pedro I, partiu para Portugal quando seu sucessor tinha cinco anos.
O período em que Dom Pedro II foi imperador é conhecido como Segundo Reinado, que foi marcado por passagens históricas como a Guerra do Paraguai, o parlamentarismo às avessas, a abolição da escravatura e a proclamação da República, que marca a queda e o fim da Monarquia no Brasil.
Colagem: Lucas Zanetti
150 anos da proclamação do Império Alemão (1871)
O processo de unificação da Alemanha — e da Itália — é algo tardio, quando comparado ao restante da Europa. Ela é feita no Palácio de Versailles, no contexto da guerra contra a França. Ao invadir e tomar o local, Guilherme I proclama o Império Alemão.
A França, nesse cenário, perde as regiões de Alsácia e Lorena, que são fortes em minério, importantíssima na revolução industrial, o que se torna uma das motivações da Primeira Guerra Mundial.
“Pode não cair os 150 anos da proclamação do Império Alemão, mas olha o fio condutor que o modo como foi a unificação da Alemanha e o que ele pode gerar depois, para a posteridade. Até ao Hitler a gente pode chegar fazendo essa conexão”, pontua Alê Lopes.
130 anos da primeira Constituição Republicana do Brasil (1891)
“Quem vai fazer vestibular não pode deixar de lado pelo menos as constituições de 1824, 1891 e 1988. São as mais importantes. É importante entender que essa Constituição foi promulgada, diferentemente da anterior, que foi imposta, outorgada pelo Imperador. Aqui temos uma Constituição, aprovada em uma assembleia que foi criada para essa funcionalidade”, afirma o professor Marco.
Para ser considerado cidadão era necessário ser homem, com mais de 21 anos e alfabetizado, o que excluiu grande parte da população do poder de voto: mulheres, não letrados, clérigos e soldados. “Ela é um projeto republicano e liberal à moda norte-americana”, pontua.
Dentre os principais pontos dessa Constituição, destaca-se o sistema presidencialista, a criação dos três poderes, a separação entre Estado e Igreja e a autonomia do estado, com a elite agrária do país sendo alçada a cargos de poder.
100 anos do Partido Comunista Chinês (1921)
O Partido Comunista Chinês foi fundado em 1921 pelo então jovem revolucionário Mao Tsé-Tung apenas dez anos após a dissolução da dinastia Manchu, substituída pelo regime republicano. O processo foi conduzido por um movimento nacionalista chamado Kuomitang.
Todo o processo de revolução chinesa que acontece nesse período é uma motivação que pode ser usada nos vestibulares, como afirma Alê Lopes. “A revolução chinesa já caiu várias vezes, propaganda do regime também, agora, como a gente chega na situação em que o Partido Comunista consegue fazer a revolução?”.
“Esse contexto da importância da aliança com os nacionalistas e seu fortalecimento é um elemento fundamental do contexto histórico que possibilita a tomada do poder na sequência”, complementa Alê sobre a aliança entre os dois partidos durante o período de invasão japonesa, que durou até o fim da segunda guerra mundial.
80 anos da Operação Barbarossa (1941)
A Operação Barbarossa foi uma ofensiva da Alemanha nazista ao território controlado pela União Soviética, com início no dia 22 de junho de 1941. O ataque rompe o pacto de não-agressão entre as duas potências, assinado em 1939.
Aproximadamente três milhões de soldados nazistas invadiram a União Soviética, com a intenção de expandir o Império Germânico até os montes urais. Os Alemães consideravam os eslavos um povo inferior, assim como negros e judeus.
Alê pontua como pode ser explorada essa efeméride em 2021. “A escolha do Hitler em invadir a União Soviética, como invadiu e quando invadiu, para os aliados tem uma virada de rumo. Então é uma data que pode ser cobrada de múltiplas formas”.
60 anos da construção do muro de Berlim (1961)
A construção do muro de Berlim se deu quando a Alemanha Oriental passou a perder mão de obra e cérebros para o lado ocidental. A barreira física de 160 quilômetros foi erguida para evitar que as pessoas fizessem essa transição.
O muro teve sua construção iniciada em agosto de 1961, primeiramente com cercas, e só foi destruído em 1989, como símbolo final do fim da guerra fria e início da reunificação do território alemão.
60 anos da renúncia de Jânio Quadros (1961)
No mesmo ano, mas no Brasil, temos a renúncia de Jânio Quadros, que termina por desencadear a Ditadura Militar, três anos depois. Populista e carismático, ele foi eleito com grande porcentagem dos votos, mas foi marcado por ações vistas como demagogas.
A renúncia aconteceu no dia 25 de agosto de 1961, no dia do soldado. Sua saída não acarretou grandes movimentações da população, o que decepcionou Jango. Na Ditadura Militar, em 1964, foi um dos três ex-presidentes com direitos políticos cassados, juntamente com Juscelino Kubitschek e João Goulart, que foi seu vice.
“O Congresso aceita rapidamente sua renúncia e cumpre a constituição. O povo não vai para a rua, nada de destaque, e ele parte amargurado para a Europa. Voltou alguns anos depois e se elegeu governador em São Paulo”, complementa Marco.
40 anos do atentado do Riocentro (1981)
Já no final do Regime Militar, uma ala militarista reacionária e descontente com o processo de abertura “lenta, gradual e segura”, começa a realizar uma série de atentados contra líderes de oposição à ditadura.
“O atentado do Riocentro é parte desses atentados feitos por esse grupo. A gente tem uma situação muito tensa nesse momento histórico”, pontua Alê Lopes sobre. A bomba explodiu com os militares que estavam planejando o ato dentro do carro, o que provou a autoria e aumentaram as manifestações.
30 anos da extinção oficial da URSS (1981)
A desagregação constante da União Soviética, em que países pertencentes à URSS vão se desligando do domínio de Moscou, culmina na oficialização do fim desse Estado, que passa a se chamar Rússia.
Em 1985 Mikhail Gorbachev foi eleito líder do Estado, e passou a promover reformas na estrutura da URSS. Essas movimentações receberam dois nomes: Perestroika (reconstrução) e Glasnost (transparência) e possibilitaram a implosão do regime comunista.
20 anos dos atentados de 11 de setembro (2001)
De autoria do grupo terrorista Al-Qaeda, comandado por Osama Bin Laden, os atentados do onze de setembro ocorreram nas Torres Gêmeas, em Nova York, no Pentágono e em Pittsburgh, na Pensilvânia. Ao todo, 2.996 pessoas morreram em decorrência dos ataques.
Alê Lopes pontua algumas motivações do grupo. “O atentado é uma resposta à rearticulação de forças no Oriente Médio. Os Estados Unidos ocupando cada vez mais espaços até chegar ao ponto de montar suas bases militares na Arábia Saudita”.
“O Osama Bin Laden e a Al-Qaeda foram contrários a essa ação e por isso esses grupos radicais, formados no cenário da guerra fria, vai promover uma série de atentados na década de 90”, completa.
O onze de setembro levou o mundo a uma guerra contra o terror, orquestrada pelos Estados Unidos e culminou na invasão e ocupação das tropas estadunidenses no Afeganistão e no Iraque.
20 anos da guerra do Afeganistão (2001)
A série de atentados leva a guerra do Afeganistão, que teve fim apenas nesse ano, com a retirada das tropas estadunidenses do local e rápida retomada de poder do Talibã, grupo terrorista presente no país.
A guerra se inicia em um movimento estadunidense, apoiado pela ONU, de invasão do Afeganistão para impedir que o Talibã, grupo terrorista afegão abrigasse a Al-Qaeda e seus líderes.
“Depois do início da guerra do Afeganistão, tem a guerra do Iraque e surge uma nova reorganização do terrorismo, com o surgimento de novos grupos, inclusive do Estado Islâmico”, complementa Alê sobre como um evento desencadeia outro no Oriente Médio.
10 anos da posse de Dilma Rousseff (2011)
“Se tomarmos partido para avaliar a história da ascensão da Dilma Rousseff você já perdeu pontos na sua prova e não vai entrar na universidade. Prova não é palanque político nem púlpito religioso. A gente tem que entender o significado histórico da eleição da primeira mulher eleita Presidenta da república em um país em que as mulheres são subrepresentadas”, categoriza Alê.
A eleição de Dilma Rousseff é um marco político de representatividade feminina na política. Foi eleita após oito anos de governo Lula após ser ministra de Minas e Energia e da Casa Civil. Foi reeleita para seu segundo mandato em 2014 e sofreu impeachment dois anos depois, em um processo que suscita até hoje debates sobre sua legalidade.
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