Home office consiste, basicamente, em um modelo de trabalho em que o empregado não precisa se dirigir fisicamente aos domínios da empresa que o emprega. Na prática, é uma ocupação feita de forma digital, remota, e as pessoas que exercem esse modelo podem trabalhar de casa, em locais públicos como cafeterias, bibliotecas e escritórios compartilhados, ou até mesmo viajando.
E o modelo de home office foi se popularizando com o avanço da tecnologia e modernização da infraestrutura de banda larga e das redes móveis ao redor do mundo, além da computação em nuvem. Com a velocidade de conexão cada vez mais rápida e estável, tornou-se possível reproduzir o trabalho feito nos escritórios com a mesma eficiência em casa.
Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2022, cerca de 33% das empresas adotaram o home office no Brasil, número que foi de 58% no ano anterior, potencializado pela pandemia que forçou uma série de mudanças nas jornadas de trabalho.
O que foi, segundo especialistas, acelerado com a pandemia, tende agora a ser “normalizado”, o que justificaria a queda de vagas home office e até mesmo o retorno ao modelo presencial por algumas empresas, até mesmo com campanhas feitas por executivos e setores do mercado de trabalho.
O Portal Estratégia Vestibulares mostra para você algumas questões relacionadas ao home office e como o assunto pode ser usado como repertório sociocultural nas redações de vestibulares e do Enem, podendo inclusive, ser tema principal do texto, quem sabe? Vamos lá!
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Qual é o contexto atual do home office no Brasil?
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que 52% dos brasileiros querem trabalhar em formato remoto ou híbrido — quando há dias de home office e dias em que o trabalhador vai ao escritório da empresa. O levantamento também conta com separações de grupos por idade, profissão, gênero e nível de escolaridade.
Mas agora acontece um movimento contrário, puxado por empresas de tecnologia, como o Google e Disney, para que seus funcionários retornem ao escritório, mesmo que em caráter híbrido. Dentre os motivos apresentados pelos empresários estão a necessidade de um vínculo mais próximo para que surjam ideias inovadoras, além de uma maior colaboração entre seus empregados.
A ideia encontra resistências de trabalhadores que não querem perder o home office após julgarem que é a melhor opção de trabalho para seus estilos de vida. Dentre os pontos apresentados estão índices de estresse, tempo de deslocamento e até mesmo o rendimento apresentado sob o modelo.
O levantamento Índice de Confiança Robert Half (ICRH) apontou que 38% dos funcionários estão dispostos a procurar novos empregos caso não haja flexibilidade em seus trabalhos. Tal mudança de rota não indica uma troca brusca entre o home office para o presencial completo, mas é o sistema híbrido que vem ganhando força, segundo o artigo.
Veja temas relacionados ao home office que podem aparecer nos vestibulares
O assunto pode trazer reflexões sobre o mercado de trabalho e também sobre as perspectivas das diferentes gerações sobre o tema. Há também o ponto de vista jurídico, questões de gênero e as profissões mais atuantes fora do escritório. Acompanhe.
O que a lei diz sobre o home office?
A reforma trabalhista de 2017 (Lei 13.467/2017) garante os mesmos direitos a um profissional que trabalha em regime de home office a um trabalhador presencial, somente o vale-transporte pode ser retirado, mas sem gerar ônus ao colaborador.
A lei ainda prevê a necessidade de um contrato escrito em pontos referentes aos equipamentos e estruturas necessárias para que o profissional execute o trabalho diário, inclusive reembolsos de possíveis gastos.
Como se deram as relações de trabalho ao longo dos anos
A última grande mudança nos direitos trabalhistas no Brasil ocorreu com a reforma de 2017, citada acima. Ela trouxe uma série de flexibilizações como jornadas parciais, possibilidade de diminuição do horário de almoço, maior espaço para negociações individuais e a regulamentação do chamado teletrabalho, o trabalho remoto.
Portanto, reflexos dessa reforma e também contextos históricos sobre as jornadas de trabalho no Brasil são pontos que podem ser usados como pano de fundo para questões de vestibular. Vale ficar de olho nas mudanças de 1932, que instituiu a jornada de oito horas e na constituição de 1988, em que houve a regularização de no máximo 44 horas semanais de trabalho.
Questões de gênero no home office
Um outro ponto que pode ser tocado pelos vestibulares é a diferença no significado do home office para homens e mulheres. Em artigo publicado pela Revista Forbes, com base em pesquisa realizada pela Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, houve a percepção de que a dinâmica do trabalho remoto não era a mesma entre os gêneros.
Dentre os pontos citados na análise estão o aumento de estresse entre mulheres com filhos, mais interrupções em suas jornadas de trabalho para atuar em responsabilidades pessoais e um sentimento de culpa maior no retorno a modelos presenciais, já que é necessário diminuir o tempo em casa.
Nomadismo digital como tendência
Se é possível trabalhar de casa, porque não trabalhar em uma casa no outro lado do mundo? Ou viver viajando e trabalhando? Esses são conceitos de nomadismo digital e de Global Work, que consiste em conquistar empregos em qualquer lugar do mundo sem sair de casa.
O modelo de trabalho já é tratado de forma oficial por vários países, que passaram a emitir vistos especiais para residência e trabalho remoto por alguns meses em suas terras. A atividade é regulamentada no Brasil desde 2021 e há como solicitar visto no País como um nômade digital.
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Profissões com alto número de profissionais em home office
Dentre as profissões que mais contratam em modelo de home office, segundo Thyago Coutinho, Analista de Recrutamento e Seleção do CIEE RJ, estão profissionais formados em cursos como Psicologia, Ciências Contábeis, Publicidade e Propaganda, Jornalismo, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Administração.
Mas muitas outras profissões foram afetadas e envolvem profissionais do Design, Arquitetura e Urbanismo e até mesmo Letras, Pedagogia e cursos de Licenciatura, já que há um aumento na demanda de professores contratados em regimes virtuais.
Portanto, se na hora de escolher um curso você pensa ou prioriza oportunidades que envolvam o home office, convém observar como o mercado de trabalho está se portando dentro daquela determinada área.
Questões sobre home office
Unicamp (2022)
Leia, a seguir, o título e subtítulo de uma reportagem.
(Fonte: Correio 24horas. 21/06/2021.)
Ao longo da pandemia da Covid-19 tornou-se cada vez mais recorrente o uso da expressão de língua inglesa home office (em tradução literal, “escritório em casa”) para se referir a trabalho a distância ou a teletrabalho. Indique a alternativa que descreve o processo de composição do neologismo “roça-office”, conforme empregado no título da reportagem.
A A substituição do vocábulo em inglês “home” por “roça” torna o uso desse estrangeirismo mais adequado à grafia do português.
B A justaposição de “roça” e “office” produz um efeito cômico pelo contraste entre os meios rural e urbano na formação do neologismo.
C A justaposição de “roça” e do neologismo “office” baseia-se na similaridade fonético-fonológica entre os vocábulos “home” e “roça”.
D A aglutinação dos radicais “roça” e “office” adapta o neologismo aos imóveis brasileiros e produz o efeito de humor na manchete.
Resposta: o autor busca, por meio da comicidade, construir o contraste entre o meio urbano, ligado ao Office, e o meio rural, ligado à ideia de “roça”. É a construção de uma quebra de expectativa de onde funcionariam os escritórios em casa.
Alternativa correta: B
Uesb (2023)
A pandemia da Covid-19 acelerou e aprofundou o processo de globalização do trabalho que já estava em andamento. A possibilidade de trabalho remoto fez crescer o número de empresas contratando profissionais de cidades e países diversos, sem a necessidade da presença física do trabalhador nos escritórios. Os países que mais oferecem vagas remotas são os países desenvolvidos, sendo um dos principais motivos
A a questão cultural do hábito de sair menos de casa, e o mercado de trabalho que tem se adaptado a esse hábito.
B a diminuição da taxa de natalidade e o decrescimento demográfico. Assim, o número de profissionais disponíveis é menor do que o número de vagas.
C a possibilidade de monitorar o empregado 100% do tempo trabalhado, gerindo melhor a produtividade.
D com um maior número de epidemias ativas, o fato de que, home office facilita a continuidade das atividades trabalhistas nesses países.
E o crescimento populacional e a diminuição da mobilidade nas cidades, o que faz com que mais pessoas precisem trabalhar em suas casas.
Alternativa correta: B
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