O que são os termos esquerda e direita?

O que são os termos esquerda e direita?

Você sabe o que são os termos esquerda e direita na política? O Estratégia Vestibulares preparou este artigo com as principais informações a respeito dessas ideologias

Em ano de eleições no Brasil, nada mais importante do que entender as ideologias para orientar os eleitores sobre seu voto, valores e preferências. Pensando nisso, o Portal Estratégia Vestibulares, junto a professora Alê Lopes em sua aula sobre “Esquerda e Direita: para onde vão os partidos?”, preparou este artigo com os principais pontos a respeito desses termos.

Segundo a professora, ao olhar para as provas de vestibulares, o grande autor abordado nessa temática é Norberto Bobbio. Em seu livro clássico Direita e Esquerda, escrito na década de 90, os estudantes podem entender mais sobre os termos, sendo até mesmo cobrados trechos, excertos e concepções nas provas.

A seguir, confira quais são as diferenças entre as ideologias de direita e esquerda, além de tópicos que podem complementar os estudos, como Sociologia e História que explicam os pontos iniciais desse debate. Essas explicações podem te ajudar na hora de analisar as questões de provas e como mobilizar esse conceito, além de entender mais sobre este ano eleitoral.

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O que é esquerda e direita?

Os termos esquerda e direita são ideologias que mobilizam conceitos de maneira circunstanciais, em geral eleitoral e partidos, nas disputas de espaços políticos e, sendo simplificadoras da realidade e servem para orientar o indivíduo no debate político e, consequentemente, votar de acordo com suas opiniões, valores e etc.

Esquerda

A esquerda busca entender a ideia de igualdade como uma regra, sendo uma igualdade substancial. Além disso, a esquerda trabalha com a lógica da emancipação, em que há a transformação constante e, consequentemente, tornar-se livre dos padrões impostos pela sociedade. Esse termo busca ir além das leis que deixavam, por exemplo, as mulheres submissas aos homens. 

Essa ideologia parte da ideia de coletividade, relacionando-se com a ideia de igualdade substancial. Majoritariamente, as leis foram propostas no campo da esquerda, pois reconhece os problemas que são coletivos e necessitam de políticas públicas.

Na relação de poder, Norberto Bobbio deixa claro que não foi ele que pensou, mas sim teóricos italianos, incorporando às suas ideias. Na esquerda, a relação dos grupos da sociedade com o poder é vista de maneira mais ampla. Na Revolução Francesa, a esquerda defende a república, ou seja, mais ampla.

Para a professora Alê, nessa noção de quem participa do poder, vemos uma diferença de concepção, ou seja, se é um pedacinho da sociedade ou uma representação mais ampla.

Com a soma da liberdade e igualdade e formação das ideias de paz e democracia, posteriormente exclui-se a violência. A Carta das Nações Unidas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos buscam construir um mundo mais pacifico e democrativo, com liberdade e igualdade.

Direita

A ideologia da Direita tem a ideia de igualdade como exceção à regra, sendo uma igualdade formal. Neste termo, há ainda o nacionalismo, em que a partir do século 19 foi uma ideologia política ligada à tradição. 

“A tradição me lembra a conservação e preservação, em que o lugar onde a direita parte para entender as transformações do mundo é uma posição mais inflexível em relação às mudanças do ponto de vista da sociedade como um todo, e independem das nossas ideologias políticas”, reforça Alê.

Outro ponto essencial é a individualidade, sendo de onde parte a ideologia da direita, relacionando-se com a ideia de igualdade formal. Quando parte-se da ideia da individualidade, os problemas e suas soluções estão no âmbito dos indivíduos singularizados, sendo uma discussão olhada a partir de uma noção de mérito e fracasso.

Já na direita, a relação de entre governantes e governados acontece de forma mais restrita, defendendo uma participação política mais restrita. Na Revolução Francesa, a direita defende uma monarquia tradicional, e após se adaptar, defende uma monarquia constitucional, ou seja, mais restrita.

Ainda que não tenha o monopólio da religião, esta é usada como narrativa política de maneira mais contínua pela direita. Nas últimas eleições, encontramos ainda mais casos como esses, em que políticos usam apelações religiosas para captar mais apoiadores. Mais do que a esquerda, os grupos ideológicos e políticos de direita mobilizam mais o discurso e narrativa religiosa.

A religião é mais compreendida pela sociedade do que a política, onde as pessoas vão mais à igreja do que aos comícios políticos. Quando a direita mobiliza um discurso religioso,  ela pretende atingir um universo de pessoas maior que busca narrativas para se orientar.

Para entender mais, confira o esquema preparado pela professora Alê:

Com o aparecimento do liberalismo no século 18, os liberais eram aqueles que defendiam a ideologia de esquerda, que buscava romper com a direita conservadora composta pelos absolutistas. 

A professora explica que “ser de esquerda nessa época, era propor a mudança e ser liberal”, Nesse cenário, ambas ideologias se adaptam a um novo cenário, onde há a formação de um novo grupo, chamado centro. Este parte da ideia de lógicas mais moderadas, diferente das outras ideologias que eram mais radicais.

O centro apresenta o Moderantismo, em que é discutido a forma como chegamos às coisas. Desse modo, na segunda metade do século 18, encontramos três grupos distintos, sendo eles: esquerda, centro e direita.

Já no século 20, há uma grande divisão dos grupos, principalmente por conta da Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Revolução Russa, avanço do socialismo e crítica ao Liberalismo. Os grupos criados nessa época são: extrema esquerda, social democrata, liberal democrata, neoliberal, conservadores liberais e extrema direita.

“Os agrupamentos políticos vão se desdobrando na medida que as novas ideologias e teorias políticas vão embasando os novos acontecimentos históricos.”, declara. Portanto, a sociedade complexa de hoje é uma sociedade em que não é possível estarmos numa posição de binariedade e dois polos.

O que é igualdade?

Em ambas as ideologias, a igualdade deve ser pensadas de acordo com três perguntas que mobilizam as discussões sobre igualdade, sendo elas:

  • Igualdade entre quem?
  • Igualdade em relação a que?
  • Igualdade com qual critério?

Exemplificando: quando as mulheres conseguiram o direito de voto, o Código Eleitoral 1932 reconheceu igualdade entre homens e mulheres, em relação ao direito de votos, pois as mulheres são tão capazes de votar quanto os homens.

Para entender mais, a professora indica perguntar-se “O que é considerado relevante para justificar uma discriminação? ou serem tratados como iguais?”. A esquerda entende que é preciso justificar para discriminar, pois em tese os homens nascem iguais. Assim, a igualdade seria um dado da natureza e essência natural dos seres humanos vivendo em sociedade.

Enquanto isso, na direita a diferença entre os seres humanos é própria do pensamento dessa ideologia. “Se eu quero criar uma política para discriminar positivamente, eu tenho que passar por um processo de reconhecimento de que aqueles grupos são iguais aos outros”, afirma.

O que é liberalismo?

Os liberais defendem o Estado de Direito, baseado na legalidade Constitucional, e antigamente ser liberal era ser de esquerda. Entre os liberais, coloca-se o problema da participação política das massas e o papel do estado na economia, com a esquerda democrática e a esquerda moderada.

Com isso, essa temática se torna hegemônica e atinge a direita, sendo ela a direita moderada e racial. No século 18, a direita não aceita o Estado Constitucional e são considerados conservadores.

O que é conservadorismo?

O conservadorismo tem a idade de preservação, com autoridade, ordem, vida e religiosidade. Essa ideologia é baseada na preservação e a primeira forma de conservadorismo foi o absolutismo.

O que é esquerda e direita hoje?

Atualmente, no mundo globalizado, onde não há mais a bipolarização e os estados nacionais estão enfraquecendo, o debate sobre a esquerda e a direita nunca foi tão forte. A professora informa que “no mundo globalizado em que os estados nacionais não definem tudo e que há ondas migratórias, principalmente de países pobres migrando para países ricos, é onde percebemos esquerdas e direitas”.

Portanto, para entender mais sobre essas ideologias atuais, é preciso compreender aspectos como:

  • Crise imigratória
  • Questão ambiental
  • Desemprego estrutural
  • Avanço da religião na política

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