Sucessão ecológica: o que é, tipos, exemplos e questões

Sucessão ecológica: o que é, tipos, exemplos e questões

O termo sucessão ecológica faz referência à sequência de eventos necessários para a ocupação de uma determinada região. Geralmente, diferentes tipos de organismos passam por aquela localidade até que se estabeleça uma comunidade clímax, quando se encontra o máximo de desenvolvimento possível naquela área.

Acompanhe como as sucessões ecológicas podem acontecer, como elas são diferenciadas em primárias e secundárias, quais as fases encontradas, qual a relação dela com a biodiversidade, taxas de fotossíntese e respiração, entre outros tópicos importantes.

Veja também exemplos de perguntas que mostram como o tema pode ser cobrado em diferentes vestibulares nacionais. As questões acompanham resolução e gabarito, o que pode te ajudar a construir o raciocínio necessário para as provas. Vamos lá?

Definição sucessão ecológica

Como foi citado anteriormente, o conceito de sucessão ecológica diz respeito à forma como os organismos vão ocupar uma região no passar do tempo, até que alcance uma comunidade bem estabelecida.

Esse processo envolve tanto a relação entre os seres vivos que estão se fixando na localidade, como sua interação com os fatores abióticos do ambiente. Por exemplo, a presença de um maior número de organismos fotossintéticos em uma região pode alterar a composição química do ar, com maior disponibilidade de O2.

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Geralmente, até que se encontre o conjunto de seres vivos ideais para uma zona terrestre, as comunidades vão sendo trocadas por perfis cada vez mais complexos de espécies. 

Imagine, como exemplo, um costão rochoso liso e “virgem” — com o passar dos anos ele admitiu diferentes tipos de indivíduos em suas superfícies. Depois de algum tempo significativo, um novo ecossistema se forma nesse local, com as espécies mais adaptadas para o ambiente e que relacionam-se entre si e com o ambiente.

Quais os tipos de sucessão ecológica

A sucessão ecológica pode ser dividida em dois grandes grupos: quando está partindo de uma localidade “virgem”, ou quando é uma reocupação de uma determinada área. Entenda melhor mais adiante.

Sucessão ecológica primária

Uma sucessão ecológica primária ocorre quando uma área é limpa, virgem e nunca abrigou comunidades. Se organismos vivos passam a se estabelecer nesses locais e criar relações importantes, o processo sequencial é iniciado.

Quando lavas vulcânicas são expelidas e se solidificam em áreas próximas ao ocorrido, elas formam rochas novas — que na geografia são chamadas de rochas magmáticas. 

Se organismos vivos passam a colonizar essa região, em cima ou ao redor das pedras, observa-se o início da sucessão ecológica. Perceba que as condições de vida não são as mais adequadas, já que os nutrientes podem ser escassos e as interações estão limitadas a um espaço sem muitos outros organismos.

Por isso, os indivíduos que ocupam primariamente os ambientes são chamados de organismos pioneiros ou eceses — geralmente são líquens, musgos, insetos e/ou gramíneas.

Sucessão ecológica secundária

Quando uma região já foi ocupada por comunidades, mas sofreu modificações severas a ponto de perder suas características, ela está sujeita a passar pelo processo de sucessão ecológica secundária.

Nesse caso, os resíduos deixados pela ocupação anterior facilitam o novo estabelecimento, já que uma parte desses resquícios pode ser aproveitada como nutrientes e substratos de sobrevivência.

Um exemplo considerável deste tópico seriam as queimadas que atingem muitas florestas, seja acidentalmente ou propositalmente. Nessa situação, a comunidade anterior ao incêndio é extinguida e a zona é deixada “livre” novamente, com a presença de matéria orgânica. 

Com o passar do tempo, novos organismos vão conhecer a região, se estabelecer ali e iniciar um processo de sucessão ecológica secundária.

Sucessão ecológica autogênica e alogênica

Quando fatores biológicos próprios do ecossistema ou dos organismos desencadeiam um processo sucessivo, que será conhecido como sucessão ecológica autogênica. 

Por outro lado, se forem fatores externos os responsáveis por gerar a mudança de características ambientais e biológicas, a sucessão é chamada de alogênica.

Fases da sucessão ecológica

Conheça as diferentes fases relacionadas com a ocupação de um ambiente, quando ocorrem sucessões ecológicas, sejam primárias ou secundárias:

  • Ecese: primeiros organismos estabelecidos na região, geralmente de organização simples e grande adaptabilidade a ambientes hostis;
  • Comunidade seral ou seres: momento intermediário da sucessão — as espécies são mais arbustivas, de porte pequeno e médio, herbáceas e ocorrem mudanças no comportamento ecológico da região; e 
  • Comunidade clímax: quando os organismos já estão plenamente adaptados, as espécies são de maior porte, a biodiversidade aumentou, as relações ecológicas são mais complexas e os organismos se autossustentam.

Acompanhe a imagem abaixo que aborda esse tema de forma esquemática. Considere que a passagem do tempo acontece no sentido: esquerda → direita.

Sucessão ecológica
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Eventos durante a sucessão ecológica

Aumento da biodiversidade

A diversidade de espécies no ambiente se torna cada vez maior com o passar do tempo, uma vez que a comunidade está se tornando mais complexa e as relações ecológicas adicionam mais organismos de diferentes comportamentos.

A comunidade clímax possui a máxima biodiversidade possível para aquele ambiente, se observado todo o histórico da sucessão. 

Aumento da biomassa

A quantidade de matéria orgânica aumenta com o passar do tempo, visto que a presença de seres vivos está intimamente relacionada com as substâncias orgânicas. Assim como no evento anterior, a comunidade clímax possui a maior quantidade de biomassa já observada naquela região

Diminuição da produtividade líquida

Considera-se que a produtividade líquida é dada pela fórmula:

Plíquida = produção de matéria orgânica na fotossíntese  – consumo da matéria org.

Como os organismos pioneiros tendem a ser fotossintéticos, a produtividade líquida durante a ecese é de grande volume. Com o passar do tempo e a ocupação por organismos heterotróficos, a taxa de consumo da matéria orgânica aumenta.

Quando em estágio de clímax, entende-se que a quantidade de matéria orgânica consumida é igual a quantidade produzida. Dessa forma, a produtividade líquida é um fator que sofre diminuição na sucessão ecológica.

Note, entretanto, que isso não é uma constatação negativa. Na verdade, tal fato indica que os organismos passaram a se auto sustentar e não dependem de outros ecossistemas para permanecerem equilibrados. 

Sucessão ecológica - esquema
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Questão sobre sucessão ecológica no vestibular

(UFSCar) A substituição ordenada e gradual de uma comunidade por outra, até que se chegue a uma comunidade estável, é chamada de sucessão ecológica. Nesse processo, pode-se dizer que o que ocorre é

a) a constância de biomassa e de espécies.
b) a redução de biomassa e maior diversificação de espécies.
c) a redução de biomassa e menor diversificação de espécies.
d) o aumento de biomassa e menor diversificação de espécies.
e) o aumento de biomassa e maior diversificação de espécies.

Conforme observamos, a biomassa aumenta no decorrer de uma sucessão ecológica, assim como a biodiversidade. A alternativa que congrega essas duas informações é a letra E.

+ Veja mais: Nicho Ecológico e Habitat: o que é e quais as diferenças entre eles
Relações ecológicas: o que são, tipos e questões

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