Construir mapas pode ser uma tarefa complicada quando o objeto estudado tem formato geóide, como o planeta Terra. Nesse sentido, nasceu uma ciência voltada para o desenvolvimento de mapas e instrumentos para entender as áreas geográficas. Ela é muito importante e, por isso, aparece nas provas: estamos falando da cartografia no Enem.
Para te ajudar a entender esse ramo científico, o Estratégia Vestibulares preparou um resumo sobre cartografia com as principais projeções e história envolvidas na construção das planificações. Confira!
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O que é cartografia?
A representação de áreas de maneira gráfica é o significado de cartografia, na geografia. Ou seja, construir, interpretar e analisar mapas, croquis, plantas e outros métodos de retratar regiões específicas.
Sua utilização é de extrema importância para a ciência e para o cotidiano. Por exemplo, a partir de métodos cartográficos é possível se localizar nas ruas, bairros e cidades.
Com o desenvolvimento da tecnologia de satélites, softwares, computadores, celulares e outros, a cartografia é utilizada para facilitar o deslocamento do dia a dia com o uso de GPS, por exemplo.
Além disso, ela amplia o conhecimento sobre áreas distantes ou excluídas: a floresta amazônica possui, como instrumento de monitoramento, satélites para cartografar, vigiar e demarcar suas regiões. Com esses exemplos, note como a cartografia é importante na sociedade atual.
Cartografia no Enem: projeções
Para planificar e representar a ou porções da Terra em um mapa, é preciso recordar que o planeta possui a forma geóide ou esférica. Desse modo, todo mapa cartográfico possui distorções.
Para amenizar esses desequilíbrios da forma, surgiram diversas formas de projetar e simbolizar uma área terrestre. Conheça, a seguir, as principais projeções cartográficas:
Projeção Cilíndrica
Imagine que você tem uma bola em suas mãos e então envolve o objeto em um papel, de forma que as bordas do papel ficam paralelas entre si. Perceba que o papel formaria um cilindro envolta da bola, como na imagem abaixo:
Esse é o princípio da projeção cilíndrica da terra. Nesse caso, o desenho obtido fica mais fiel ao original nas regiões próximas ao diâmetro (linha do equador). Quanto mais longe dessa linha, mais distorcida é a figura em relação à realidade.
As linhas coordenadas do mapa, aparecem com ângulos de 90º entre si, e o mapa se assemelha a um retângulo.
Dentre os mapas-muni mais conhecidos, a projeção cilíndrica proposta por Mercator é a mais conhecida. Esse mapa surgiu em um momento de forte inspiração eurocêntrica, veja:
Grande parte da Europa está muito afastada da Linha do Equador e, por essa razão, ocorre uma distorção que torna esse continente maior e “superior” aos outros. Essa projeção, então, tornou-se um instrumento geopolítico para afirmações eurocêntricas.
Projeção Cônica
De modo semelhante ao exercício da bola no tópico anterior, imagine que, agora, você envolve o objeto com um papel em formato de cone. Como na figura a seguir:
Perceba que grande parte da superfície do papel fica atrelada a porção mais polar da esfera. Por essa razão, as projeções cônicas tendem a apresentar maior fidelidade cartográfica na região tropical, de forma que a linha do Equador está mais distorcida.
Em termos geopolíticos, esse modo cartográfico foi criado por Gall-Peters e foi muito importante para enfatizar a importância e grandeza dos países do hemisfério Sul.
Azimutal
Outra projeção cartográfica muito importante é chamada de azimutal e pode ser descrita como colocar a Terra em um plano. Desse modo, apenas a parte que toca a superfície seria representada.
De fato essa é a ideia principal das projeções azimutais, são utilizadas para focar os pólos sul e norte de uma maneira mais realista e menos distorcida. Veja:
Cartografia no Enem: escala
Quando mapas são construídos, é sabido que uma grande região está representada em um papel de pequenas dimensões. Para construir uma proporção entre o real e a representação cartográfica, é preciso estabelecer um parâmetro.
Nesse sentido, as escalas são modos de dimensionar e relacionar as medidas da realidade. Elas podem ser descritas graficamente ou em forma de numérica, confira a seguir.
Escala Gráfica
Esse tipo de escala é construída a partir de uma “régua” representativa que relaciona medidas do mapa com medidas que dimensionam o real. Veja a imagem abaixo:
Note que a imagem indica que cada centímetro do mapa corresponde a 25 km da vida real. Por exemplo, se a distância entre as cidades A e B for de 5 cm no mapa, qual será a distância real entre elas? Para estabelecer medidas e alcançar as proporções, é preciso estabelecer regras de três:
25 km ——- 1 cm
x ——- 5 cm
x = 125 km
Assim, a distância real entre as duas cidades é de 125 km.
Escala Numérica
A escala numérica é uma razão que dimensiona a proporção entre a realidade e a representação.
Por exemplo, a escala 1:10000 demonstra que a cada centímetro do mapa, tem-se 10000 centímetros na vida real. Por meio da regra de três, pode-se calcular qual a distância entre as casas C e D, que apresenta distância de 3 cm no mapa:
1 cm ——- 10000 cm
3 cm ——- y
y=30000 cm
Por meio de conversões de unidade, encontra-se que a distância entre as cidades C e D é de 300 metros.
Nível de detalhamento
As escalas podem ser muito detalhistas ou pouco, conforme a necessidade do contexto. Quanto menor o denominador, maior o tamanho dos objetos no mapa, maior será seu detalhamento, mas a área de abrangência é pequena.
De modo análogo, quanto maior o denominador, menor o tamanho das representações, menos detalhado é o mapa e maior é a área coberta por ele.
Questão de Cartografia no Enem
No preparo para o vestibular, o treinamento com questões auxilia na compreensão dos diversos aspectos dos assuntos. A seguir, resolva uma questão sobre cartografia e confira a resposta proposta pelo Estratégia Vestibulares.
ENEM 2016
A projeção cartográfica do mapa configura-se como hegemônica desde a sua elaboração, no século XVI. A sua principal contribuição inovadora foi a
a) redução comparativa das terras setentrionais.
b) manutenção da proporção real das áreas representadas.
c) consolidação das técnicas utilizadas nas cartas medievais.
d) valorização dos continentes recém-descobertos pelas Grandes Navegações.
e) adoção de um plano em que os paralelos fazem ângulos constantes com os meridianos.
A projeção demonstrada no mapa forma ângulos de 90º entre as coordenadas, de forma que é possível inferir que seja a projeção cilíndrica de Mercator. Por isso, a alternativa correta é a letra E.
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