Ciclos Econômicos do Brasil: café, ouro, Pau-Brasil e a cana

Ciclos Econômicos do Brasil: café, ouro, Pau-Brasil e a cana

Olá, pessoal! Tudo bem? Prof. Saulo na área, ministro aulas de Geografia no Estratégia Vestibulares, e o nosso papo hoje é sobre os Ciclos Econômicos mais importantes do Brasil. Vamos pensar um pouco sobre a influência dos portugueses no uso dos nossos recursos para o fomento da economia no Brasil.

Os portugueses exploraram o Brasil da forma mais rentável possível, primeiramente com o Pau-Brasil, passando para cana-de-açúcar, ouro etc. Vale mencionar, que o ciclo econômico está relacionado às atividades citadas, mas elas não eram exclusivas, uma vez que o Império Português tinha como objetivo principal a obtenção de lucro.

Logo, além desses ciclos, também foram exploradas outras atividades, dentre as quais a pecuária bovina, o artesanato e a manufatura. Apesar de ciclo dar a ideia de que ocorreu somente durante um período histórico, essa afirmação está equivocada, uma vez que, até os dias de hoje, o Brasil é referência quanto à produção de café e cana-de-açúcar, por exemplo.

Quais foram os principais ciclos econômicos do Brasil?

A exploração do Pau-Brasil

Durante as Grandes Navegações, Portugal buscava metais preciosos. Esses, porém, não foram encontrados na costa atlântica brasileira. Assim sendo, outra exploração econômica era necessária. Até a primeira metade do século XVI, o pau-brasil foi explorado no nosso país.

Devido à coloração avermelhada da madeira, a mesma era utilizada para tingir os tecidos na Europa. Nessa ocasião, os portugueses utilizavam a mão de obra indígena para cortar e transportar a árvore e, em troca, recebiam algum artefato (prática conhecida como escambo).

Esse foi um dos ciclos econômicos do brasil mais cursos, pois os portugueses perceberam uma rentabilidade maior na plantação de cana-de-açúcar. Isso sem falar que esse ciclo impossibilitava a implantação de núcleos de povoamento.

Vale lembrar que, para alguns estudiosos, o ciclo do pau-brasil não é considerado um ciclo econômico, uma vez que ocorreu em um período conhecido como pré-colonial.

O ciclo da cana-de-açúcar

O segundo ciclo econômico foi o da cana-de-açúcar que durou até o final do século XVIII. Entre os motivos que levaram os portugueses a cultivarem essa cultura, podemos destacar: as condições climáticas e pedológicas (solo) eram favoráveis à germinação.

O Império Português já possuía técnicas de plantio, uma vez que havia plantado em outros locais e, principalmente, o açúcar era um produto de alto valor no mercado europeu. Cabe destacar que o sistema de plantio utilizado foi o plantation:

  • caracterizado pela monocultura, no caso, somente cana;
  • pelo latifúndio (enormes áreas de terras);
  • uso de mão de obra escrava proveniente da África;
  • e plantação voltada para o mercado externo, especialmente para Europa.

Esse ciclo entrou em crise graças à União Ibérica (domínio espanhol sobre o português, inclusive das colônias), pois, dessa forma, os espanhóis expulsaram os holandeses que plantavam cana no Nordeste.

Assim, os holandeses foram plantar cana-de-açúcar na América Central (na área insular – ilhas – conhecida como Antilhas ou Caribe), passando a ter o controle sobre a distribuição e a comercialização do açúcar.

O gado era utilizado para mover os equipamentos que moíam cana-de-açúcar, bem como para provisão de alimento (leite e carne) e vestuário (couro), porém, como o ciclo canavieiro estava comprometido e os portugueses precisavam explorar a colônia de alguma outra forma, optaram por marchar para o interior do país.

Dessa forma, após ter chegado ao Rio São Francisco, fazendas de gado foram implantadas até Minas Gerais, estado que iniciou o ciclo da mineração (ou do ouro). Portanto, podemos concluir que a atividade econômica pecuarista foi a ponte entre o ciclo da cana-de-açúcar e o ciclo do ouro.

Assim como na atividade canavieira, o ciclo do ouro também utilizou mão de obra escrava africana. Além de Minas Gerais, foram encontradas jazidas de ouro em Goiás e Mato Grosso. O diamante também foi explorado, mas em uma escala muito menor.

Esse período, do século XVII ao XVIII, foi o auge econômico da metrópole (Portugal), pois ela se enriqueceu rapidamente. Como consequência dos núcleos de povoamento, houve um aumento considerável da natalidade, e as classes sociais ficaram mais divididas, fazendo com que a economia dinamizasse na região central do nosso país.

A influência da Inconfidência Mineira na economia do país

Outro ponto importante para ser relatado é a Inconfidência Mineira (1792). Revoltados com os altos impostos, altas taxas, punições e abusos de poder executados pela Coroa Portuguesa, a população queria a independência.

Esse ciclo entrou em declínio por causa do “esgotamento das minas”, entre aspas, pois, naquela época, não existia tecnologia suficiente para fazer extrações em profundidades ainda maiores.

Considerando que a Revolução Industrial alavancou a produção têxtil (tecido), a plantação de algodão cresceu de forma significativa. Logo, temos o ciclo do algodão, para atender o mercado europeu e estadunidense (devido à Guerra Civil).

A produção estava concentrada principalmente no Maranhão, mas também em outros estados, dentre os quais: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Vale frisar que essa cultura também estava ligada ao desenvolvimento industrial dessas regiões.

Cultura do “ouro branco”

Entre os séculos XVIII e XIX, após a crise do ciclo do ouro, o algodão era o principal produto exportado, assim sendo, essa cultura ficou conhecida como “ouro branco”. Outro acontecimento marcante desse período foi o “Renascimento Agrícola”, uma vez que outros produtos tropicais foram plantados no Brasil para suprir a demanda do mercado europeu.

Com o advento do ciclo do café, o algodão deixou de ser o principal produto de exportação. No entanto, não podemos esquecer que o Brasil ainda é um dos maiores produtores dessa cultura.

O ciclo da borracha

O ciclo da borracha foi bem curto, durou apenas 30 anos, de 1890 a 1920, pois Henry Wickham (botânico inglês) roubou sementes da seringueira. Até então, a seringueira era uma árvore exclusiva da Amazônia, mas ele conseguiu germinar sementes e as plantou-a na Ásia.

Como o Sul desse continente tem um clima semelhante ao Norte do nosso país, a plantação germinou. Iniciou-se a construção de uma ferrovia para escoar a produção, mas, devido à concorrência inglesa, ela entrou em decadência em 1930, e atualmente encontra-se desativada.

Dessa árvore extrai-se o látex, matéria-prima para fabricação de borracha, para abastecer os Estados Unidos e a Europa. Nos primeiros anos de exploração, cerca da metade das exportações brasileiras eram provenientes do látex.

Cabe ressaltar, que o ciclo da borracha contribuiu, sobremaneira, com o desenvolvimento da Região Norte, especialmente das cidades de Manaus, Belém e Porto Velho. Além desse fato, a população nordestina migrou em massa para trabalhar nos seringais.

O ciclo do café

O ciclo do café, além de ter contribuído com o desenvolvimento econômico, principalmente do estado de São Paulo, fez com que vários aspectos econômicos se desenvolvessem de uma forma acelerada: a infraestrutura de transporte, no caso, as ferrovias; a fundação das cidades; a indústria; o comércio; e os serviços.

O café é uma cultura de fácil cultivo, pois o Oeste Paulista e o Vale do Paraíba, principalmente, possuem solo fértil, conhecido como terra roxa. Além disso, há pouco desperdício e o transporte é mais barato, sem falar que possui um alto valor no mercado europeu e estadunidense.

Com base nessas vantagens, os barões do café enriqueceram rapidamente, investindo parte de seus lucros na construção de ferrovias e energia elétrica. Dessa forma, várias cidades foram fundadas ao redor das estações ferroviárias.

Vale mencionar que a mão de obra utilizada a priori era escrava e depois imigrante, com destaque para os italianos. A produção entrou em decadência com a Crise de 1929. Apesar de o ciclo compreender, para a maioria dos historiadores, o período entre os séculos XVIII e XX, ainda hoje o Brasil é o maior exportador e o segundo maior consumidor dessa cultura.

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