Movimento Bauhaus: contexto histórico, características e artistas

Movimento Bauhaus, ou escola de arte Bauhaus, é uma corrente artística que surgiu na Alemanha no começo do século XX. Atualmente, é reconhecida como uma das precursoras do modernismo e inovações no campo das artes. Leia este artigo e entenda o surgimento, o contexto histórico e as características do movimento, bem como os principais artistas e obras.

Contexto histórico e surgimento do Movimento Bauhaus

O Movimento Bauhaus tem esse nome, devido à escola de artes de mesma denominação, fundada por Walter Gropius em 1919, em Weimar, Alemanha. Depois, foi necessário se reestabelecer, em 1925, na cidade de Dessau, no mesmo país. O termo original “Staatliches Bauhaus” apontava para algo como “casa” ou “escola de construção”. 

Trata-se de uma das primeiras instituições voltadas para o design e a arquitetura, além da aplicação em desenvolver artes plásticas, teatro, dança, fotografia — havia uma soma de diversas expressões artísticas, que contribuíram para uma grande inovação no mundo das artes. 

O momento em a escola nasceu é muito próximo ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Em períodos de intensos conflitos, a arte tende a ficar fragmentada e sem destaque na sociedade, então os artistas que surgiam no Bauhaus viam-se no dever de reestruturar e trazer um novo panorama artístico. 

Além disso, as preocupações dos autores ultrapassaram a necessidade de produzir algo belo, mas também tinham relação com a política, a sociedade, as diversas nuances que compõem a vida em comunidade, que ficaram em destaque devido ao período de guerra. 

Os relatos históricos demonstram que a Escola Bauhaus observava a sociedade industrial e tecnológica e buscava alinhar esses valores com o fazer artístico. Havia um desejo por tornar a arte acessível, ao mesmo tempo em que valorizava o componente “humano” do leitor e do artista.

Iniciou-se, nessa época, um desenvolvimento da arte em escala industrial. Esse ponto é importante para a relação com a sociedade moderna e os novos padrões produtivos, em que a tecnologia surgiu para facilitar a fabricação maciça de produtos. 

Características do Movimento Bauhaus

Os artistas do Movimento Bauhaus tendiam ao uso de materiais peculiares, que não eram muito explorados no contexto artístico da época. As obras eram produzidas com vidro, madeira, aço, barro, tecido, entre outros. Diante disso, houve uma conexão entre a arte e o artesanato, de forma a coligar a manipulação manual dos materiais com as técnicas artísticas. 

Além disso, os produtos lançados pela Escola Bauhaus não se limitavam à apreciação da beleza. As obras eram fabricadas também para cumprirem uma função, conceito chamado de funcionalismo, outra inovação importante para os padrões do período e aparecem em obras da arte contemporânea atual.

Como havia uma preocupação social dentro do movimento e ele era contemporâneo à industrialização, os artistas decidiram que os trabalhos deveriam ser acessíveis aos mais diversos tipos e classes sociais, além de serem produzidos em larga escala. 

Em termos de design e construção, há uma forte relação entre o Bauhaus e a arquitetura industrial, o urbanismo e a decoração. O movimento é tão eclético que também aborda trabalhos de cinema, balé e até mesmo publicidade foram produzidos por ele. 

+ Veja também: Revolução Industrial: resumo, contexto histórico, características e consequências

Artistas e Obras

Como foi mencionado anteriormente, a escola foi fundada por Walter Gropius (1883 – 1969), mas ele ficou à frente do projeto por 8 anos, quando foi sucedido por Hannes Meyer (1889 – 1954), um arquiteto suíço com inclinações para a transformação social por meio das edificações. 

Em 1929, Meyer deixou a liderança de Bauhaus, que foi transferida à responsabilidade de Ludwig Mies van der Rohe (1886 – 1969), arquiteto italiano naturalizado americano. Suas obras tendiam ao minimalismo e, atualmente, é considerado um dos grandes nomes do modernismo arquitetônico. 

Marcel Breuer (1902 – 1981) foi um arquiteto e designer húngaro que trabalhou no Movimento Bauhaus. Seus trabalhos são conhecidos pelo uso de materiais pouco comuns, principalmente os metais. As obras mais famosas utilizam o aço em formato tubular, esculpido para formar cadeiras e mesas, que poderiam ser produzidas em larga escala, sem perder o aspecto da beleza. Acompanhe um exemplo na foto abaixo. 

Josef Hartwig (1880 – 1956) foi um escultor e designer alemão que fez parte do Movimento Bauhaus e, politicamente, também foi membro do Partido Nazista. Suas obras chamam atenção por agregarem dois princípios fundamentais da escola: função e beleza. 

A mais famosa delas é um tabuleiro de xadrez minimalista, em que as peças são esculpidas para representar o movimento que podem fazer: o cavalo, por exemplo, é representado por um cubo recortado para possuir um L em sua parte superior. Indica que o cavalo se locomove em formato de L, mas que também pode “saltar” por cima de outras peças. Observe a foto abaixo e tente relacionar com os seus conhecimentos de xadrez. 

Abaixo você encontra outras obras do Bauhaus e seus respectivos artistas.

Como o Bauhaus terminou?

O Movimento Bauhaus teve fim quando instalou-se o nazismo na Alemanha, durante a década de 1930. Devido ao regime ditatorial, as produções artísticas estavam mais restritas e muitos artistas precisaram exilar-se em outras partes do mundo. Até que, em 1933, houve uma ordem expressa para o fechamento da escola, também porque muitos artistas e alunos tinham origem russa e os nazistas eram contrários ao comunismo e sistema de governo da URSS.

Apesar das dificuldades encontradas com o governo de Hitler, essa desagregação do Movimento da Alemanha em direção às outras nações foi responsável por difundir as ideias do Bauhaus em outras regiões. 

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