Angiospermas: características, estrutura, reprodução e importância

Angiospermas: características, estrutura, reprodução e importância

Você sabia que todas as frutas que você conhece provêm de plantas do tipo angiospermas? Sim! Essa é a única classificação de plantas que é capaz de produzir flores e frutos. 

No artigo de hoje, você aprenderá sobre a botânica das angiospermas. Desde suas características, diferenças para outros tipos de plantas, estrutura, ciclo de vida, reprodução, classificações, entre outros conceitos importantes. 

Além de toda a relevância para o cotidiano, compreender a estrutura e metabolismo das plantas te impulsiona na resolução de questões no vestibular. Nas provas da Unicamp, por exemplo, 15,09% dos exercícios de biologia tratam sobre vegetais. Vamos aprender mais?

O que são angiospermas?

Angiospermas é a classificação botânica para todas as plantas que possuem flores verdadeiras, produzem frutos e sementes. Elas constituem quase todos os vegetais que estamos em contato no dia a dia. Biólogos já chegaram a descrever mais de 450 mil espécies diferentes.

Elas ocupam o último subgrupo na escala evolutiva, ou seja, antes delas vieram briófitas, pteridófitas e gimnospermas. A forma como essas plantas evoluíram permite que elas tenham maior sucesso reprodutivo.

A presença de flores é relevante para a atração de animais polinizadores, como os beija-flores e abelhas. Ao mesmo tempo em que os frutos ajudam na proteção das sementes, uma vez que elas estão envoltas em uma camada de tecido biológico que impede a desidratação e a agressão mecânica.

Importância das angiospermas no ambiente

O desenvolvimento das angiospermas foi importante para o povoamento da Terra. Esses vegetais fornecem frutos com os nutrientes necessários para a progressão da cadeia alimentar

Isso favoreceu também o crescimento de várias espécies animais, tanto aquelas que são polinizadoras, como os herbívoros que se alimentam diretamente das plantas, ou aqueles que se nutrem desses herbívoros, e assim sucessivamente.

Características das angiospermas

As angiospermas são plantas vasculares, ou seja, possuem xilema para a condução de água e nutrientes e floema para a distribuição da seiva elaborada. 

Possui raiz para a fixação, caule (que pode aparecer em troncos, principalmente nas árvores frutíferas) e folhas, que são diferenciadas conforme a presença de um ou dois cotilédones.

Essa classificação botânica apresenta sementes, que podem estar incluídas dentro dos frutos. Estes últimos são ovários desenvolvidos das plantas, que podem ser fonte de nutrientes para a alimentação dos animais, que liberam a semente e ajudam na reprodução da planta.

O órgão reprodutor das espécies angiospermas são as flores, que são completas, podendo ser apenas femininas (com gineceu), exclusivamente masculinas (com androceu), ou hermafroditas, com ambas as estruturas.

A fase dominante desse tipo vegetal é o esporófito, que cresce e se desenvolve, como veremos na sessão “ciclo de vida e reprodução das angiospermas”.

Diferenças entre monocotiledôneas e dicotiledôneas

As angiospermas apresentam, em suas sementes, a estrutura chamada de cotilédone. Eles são folhas embrionárias modificadas, responsáveis pela nutrição da planta durante o início de seu desenvolvimento. 

Plantas que apresentam apenas um cotilédone são chamadas de monocotiledôneas, quando as angiospermas possuem dois desses cotilédones são denominadas dicotiledôneas. O quadro abaixo aborda a diferença entre as subdivisões:

angiospermas: monocotiledôneas e dicotiledôneas
Imagem: Adaptação/ Wikimedia

Diferenças entre angiospermas e gimnospermas

Veja uma tabela de diferenças entre angiospermas e gimnospermas, a classificação evolutiva imediatamente anterior à produção de flores e frutos:

AngiospermasGimnospermas
SementesSimSim
FloresSim, todas as flores são angiospermas.Não possui flores, apenas estróbilos (cones, pinhas).
FrutosSim! Todos os frutos verdadeiros são de angiospermas.Não produz frutos.
ExemploMangueira, roseira, amoreira, palmeira, entre outras.Araucária, taiga, pinus, etc.

Acompanhe agora a resolução de uma questão da Unicamp que aborda, estritamente, essa questão:

Considerando os respectivos ciclos de vida e de reprodução, um pinheiro do Paraná pode ser diferenciado de um jequitibá pela

a) ausência de sementes e presença de flores.
b) ausência de sementes e de frutos.
c) presença de sementes e ausência de frutos.
d) presença de frutos e ausência de sementes.

Um pinheiro do Paraná é, classicamente, uma gimnosperma — esse conhecimento deve estar fixado em sua mente para facilitar a resolução de questões. Ao mesmo tempo, o jequitibá é uma árvore típica da flora brasileira, que forma flores e frutos, o que justifica sua classificação como angiosperma.

Nesse sentido, a diferenciação entre as duas espécies pode ser feita a partir das características entre angiospermas e gimnospermas. De forma que o pinheiro do Paraná (araucária) possui sementes, mas não é capaz de produzir frutos e nem flores, como aponta a alternativa B.

Ciclo de vida e reprodução das angiospermas

A reprodução dos vegetais angiospermas é um processo sexuado, com a presença de estruturas femininas e masculinas. Nesse ciclo reprodutivo, existe grande importância dos animais polinizadores, que conseguem espalhar o pólen, produzido na antera das flores que possuem antera, estrutura masculina.

O grão de pólen é transportado até uma flor com gineceu, a estrutura feminina. Entre as partes femininas, encontramos o estigma, onde o pólen se liga, para formar o tubo polínico.

O tubo polínico é uma estrutura que cresce na parte mais fina do gineceu, o estilete, para que alcance o ovário da flor, encontrando-se com o óvulo. A partir de processos mitóticos e meióticos, forma-se um megásporo funcional, que se desenvolve em saco embrionário.

Ao mesmo tempo, o tubo polínico participa do processo de liberação dos conteúdos espermáticos masculinos para a fecundação do gameta feminino, a oosfera. Nesse ponto, forma-se o zigoto da plantinha.

Além de tudo isso, o tubo polínico em conjunto com o óvulo é capaz de gerar um endosperma triploide, uma espécie de tecido que tem por responsabilidade nutrir o embrião vegetal.

Perceba que ocorrem duas diferentes fecundações: aquela que forma o zigoto, e a que forma o endosperma nutritivo — essa é uma das características diferenciadoras em plantas angiospermas.

Em meio ao processo de dupla fecundação, ocorre também o desenvolvimento da semente e do fruto, por intermédio dos hormônios liberados pelo embrião. 

Questões da Unicamp sobre angiospermas

(Unicamp 2008) A polinização das angiospermas é feita por agentes abióticos (vento e água) ou por vários tipos de animais. Nesse processo se observa relação entre as características florais e os respectivos agentes polinizadores.

Características florais
EspéciesPeríodo de abertura da florCorola (pétalas)PerfumeNéctar
1diurnovermelhaausenteabundante
2diurnoausente ou branca-esverdeadaausenteausente
3noturnobrancadesagradávelabundante
4diurnoamarelaagradávelpresente ou ausente

a) Considerando as informações sobre as flores das quatro espécies apresentadas na tabela abaixo, escolha, para cada uma delas, o possível agente polinizador dentre os seguintes: vento, morcego, beija-flor e abelha. 

Resposta esperada pela Comvest: “1 – beija-flor; 2 – vento; 3 – morcego; 4 – abelha”

Justificativa da resolução: A espécie 1 requer um animal polinizador de hábito diurno, que, preferencialmente, se alimente de néctar, o beija-flor é ideal nesse caso.

A espécie 3 precisa ser polinizada por animais de hábitos noturnos. Na lista disponível na questão, a melhor alternativa seria o morcego.

As abelhas são insetos que se afeiçoam de plantas com odores agradáveis, cores mais claras, que podem ou não possuir néctar, exatamente como demonstra a espécie 4.

Por fim, a planta de número 2 não possui cheiro, néctar ou cor que atraia animais para a polinização, por isso dependem do vento para realizar este trabalho.

b) Explique o papel do grão de pólen no processo de formação de sementes.

Resposta esperada pela Comvest:  “Ao chegar ao estigma, o grão de pólen germina e emite o tubo polínico. Nele, há três núcleos: um vegetativo e dois espermáticos (n), ou seja, os gametas masculinos. Quando o tubo polínico chega ao saco embrionário, um

núcleo espermático (n) se funde com a oosfera (gameta feminino), originando o zigoto (2n), que é o embrião. O outro núcleo espermático se funde com os núcleos polares e dá origem a um tecido triploide, o endosperma (3n), que nutre o embrião. O embrião e o endosperma são componentes da semente.”

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