Os equinodermos são animais que vivem exclusivamente em ambientes aquáticos, especialmente em águas salgadas. Seus principais representantes são as estrelas-do-mar, as bolachas do mar e os ouriços do mar, seres vivos que podemos encontrar nos litorais brasileiros e encantam os banhistas por sua beleza.
Leia agora um resumo sobre as principais características dos equinodermos, veja como eles podem ser classificados, qual sua posição dentro da escala evolutiva dos cordados. Todas essas informações estão descritas com foco nos temas que mais aparecem em questões de vestibulares, como você pode acompanhar na resolução de um exercício, ao final deste artigo. Vamos lá?
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Características gerais dos equinodermos
Os equinodermos pertencem ao filo Echinodermata, que faz referência a uma característica intrínseca desses animais: os espinhos (echinos) em sua pele (derma). Esses espinhos são a projeção externa de um esqueleto interno que dá a estrutura dos seres vivos.
Embriologia
Na classificação evolutiva, os equinodermos estão muito próximos ao filo dos cordados, onde estão localizados os mamíferos (incluindo o ser humano) e répteis, por exemplo. Possuem células eucariontes, são pluricelulares e formados por três folhetos embrionários, que são os tecidos que nutrem o embrião durante seu desenvolvimento: mesoderma, ectoderma e endoderma.
O mesoderma dos equinodermos é especialmente citado na literatura porque é responsável pela formação do endoesqueleto desses animais. Como foi citado anteriormente, essa é uma organização que confere sustentação para o indivíduo, afinal, tratam-se de animais invertebrados, que não tem coluna vertebral.
Outro ponto embrionário interessante é que esses animais são deuterostômios, quando a boca primitiva do embrião dá origem ao ânus e a boca só se forma depois, a partir de uma abertura secundária.
Simetria
A simetria observada no corpo dos equinodermos é radial, ou seja, como se fosse possível fatiar o animal seguindo os raios de um círculo central. Isso fica fácil de notar com as estrelas-do-mar, por exemplo, já que elas são formadas por diversas pontas e poderiam facilmente ser fatiadas, separando as pontas entre si.
Estrutura
A estrutura que fica no centro do corpo é chamada de disco central e é responsável por abrigar um sistema nervoso simples e pouco desenvolvido, com alguns neurônios, mas sem uma estação central de coligação entre eles.
Sistema ambulacral
Na parte debaixo do disco central é possível observar a boca dos animais, que retiram sua alimentação do substrato. A boca faz parte de um sistema específico desse filo, que é o sistema ambulacral, que é composto por canais, bolsas, madreporito e os pés ambulacrais.
Pés ambulacrais
Os pés ambulacrais são tubos que se estendem pelas pontas dos equinodermos e podem acumular água. À medida que a pressão do líquido aumenta ou diminui, eles podem ficar rígidos ou mais flexíveis. Com isso, o animal pode se locomover de um lado para o outro.
A água fica armazenada dentro de ampolas, quando é necessário o enrijecimento dos pés, a água vai para os canais ambulacrais. Quando o animal precisa ficar flexível, a água é direcionada para as ampolas e assim sucessivamente, o que permite tanto a mobilidade quanto a fixação em algum lugar.
Madreporito
Toda água observada no sistema ambulacral é obtida por meio do madreporito, uma abertura por onde a substância pode adentrar o organismo. A partir de então ela circula, não só para favorecer a locomoção, mas também para a circulação de compostos essenciais à sobrevivência, bem como para a nutrição.
Circulação e excreção
O sistema ambulacral transporta os nutrientes e substâncias por toda a estrutura corporal do indivíduo e também é essencial para transportar as excretas nitrogenadas para fora do organismo. Nesse filo, o principal composto observado é a amônia, que sai do corpo por meio da difusão para o ambiente.
Nutrição
Animais equinodermos possuem um sistema digestório completo, com órgãos tubulares que unem a boca ao ânus. Essa é mais uma das características que aproxima esse filo com o filo dos cordados.
Em termos de comportamento alimentar, podem ser herbívoros, quando alimentam-se de algas marinhas. Nesse caso, a boca é especializada para raspar o substrato, que pode ser uma rocha, por exemplo. Essa estrutura bucal é chamada de lanterna de Aristóteles e se assemelha a dentes.
Algumas espécies podem ser carnívoras, nesse caso, vão se alimentar de pequenos animais marítimos. Mas, devido a seu tamanho e algumas limitações físicas, a digestão não acontece dentro do corpo dos equinodermos.
Quando escolhem a presa, podem projetar enzimas estomacais que atuarão na digestão daquele alimento e, então, os nutrientes podem adentrar o corpo do animal e o processo é completado. Essa forma de digerir é chamada de digestão extracorpórea e é observada em estrelas-do-mar.
Reprodução
O filo abriga animais dioicos, que apresentam tanto indivíduos machos como fêmeas. Em termos de fecundação, não haverá encontro interno de gametas, na verdade eles são liberados na água e podem se encontrar nesse ambiente. Quando o processo é viável, o zigoto se desenvolve em larvas, com uma simetria bilateral, que crescerá e desenvolverá um indivíduo adulto.
Uma característica peculiar dos equinodermos é que eles possuem uma grande capacidade de se regenerar. Você já ouviu falar que, ao cortar uma estrela-do-mar, o braço dela pode voltar a crescer? Isso é uma verdade! Essas espécies podem inclusive formar novos animais quando cortadas: se um pedaço do disco central estiver entre as partes retiradas, um novo organismo se forma.
Respiração
Os equinodermos possuem uma estrutura respiratória que é considerada brânquias primitivas, dentro da escala evolutiva. Essas brânquias participam da troca gasosa, difundindo o gás carbônico no ambiente e internalizando o oxigênio, através da respiração celular. Algumas espécies possuem pápulas no lugar de brânquias, mas a função é a mesma.
Classes de equinodermos
Asteroidea
O nome faz referência aos “astros”, então, tratam-se das estrelas-do-mar. Elas podem possuir cinco ou mais braços, de forma que algumas espécies possuem dezenas de pontas. Seu corpo é achatado e elas possuem uma grande capacidade de regeneração.
Echinoidea
O termo “echinos” remete aos espinhos, que são numerosos nesta infraclasse dos equinodermos. Os principais representantes são os ouriços do mar, que possuem um corpo esférico, como uma grande bola espinhosa. As bolachas da praia também fazem parte desse grupo, mas elas são achatadas e também não possuem braços.
Ophiuroidea
Nesta infraclasse também encontramos estrelas, mas elas são serpenteadas, com braços longos e flexíveis. A locomoção se dá pelo rastejamento desses braços, lembrando o movimento das cobras. Inclusive, raramente esses equinodermos possuem espinhos.
Crinoidea
Crinoidea é um grupo de animais que podem ser utilizados para a alimentação humana. Estão inclusos os lírios do mar e as penas do mar. De fato, algumas espécies podem ficar fixas ao substratos, enquanto outras utilizam seus braços para se deslocar dentro dos mares.
Holothuroidea
Por fim, a última infraclasse aqui citada é a Holothuroidea, que inclui os pepinos do mar. Eles têm corpo cilíndrico e alongado, o que remete ao formato do pepino vegetal. Mesmo assim, eles possuem pés ambulacrais, apesar de não apresentarem braços.
Questão sobre equinodermos
(PUC-SP) “Todo o sistema hidrovascular está preenchido por um líquido similar à água do mar, exceto pelo fato de que apresenta alguns tipos celulares, proteínas e um alto conteúdo de íons potássio. Quando o animal se locomove, esse sistema opera como um sistema hidráulico e a concentração da ampola determina o alongamento do pé ambulacral. Quando ele entra em contato com o substrato, o centro da ventosa terminal retrai-se, produzindo vácuo e adesão. Sabe-se que a ponta do pé ambulacrário elabora uma secreção que contribui para a adesão.”
O tipo de locomoção descrito acima é encontrado em:
a) estrela-do-mar.
b) caracol.
c) minhoca.
d) hidra.
e) piolho-de-cobra.
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