Métodos contraceptivos e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) são dois temas que se relacionam principalmente devido à possibilidade de utilizar técnicas que evitam a gestação indesejada ao mesmo tempo em que previnem a contaminação com vírus e bactérias transmitidos durante o ato sexual.
A seguir estão listados os principais tipos de métodos contraceptivos atuais, com suas respectivas eficácias e mecanismos de ação. Além disso, estarão relacionados quais os métodos que devem ser utilizados com o objetivo de proteção contra ISTs. Leia mais!
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O que são métodos contraceptivos?
Métodos contraceptivos são medicamentos, dispositivos, produtos ou outros meios utilizados para diminuir as chances de desenvolver uma gestação em um momento indesejado ou inadequado para os indivíduos que estão se relacionando sexualmente.
Com o avançar tecnológico e científico, a diversidade de métodos é crescente nos dias atuais. Até o momento, a maior parte dos métodos contraceptivos ou anticoncepcionais são voltados para o público feminino. Mas pesquisas estão sendo desenvolvidas e produtos novos lançados para aumentar o número de técnicas de prevenção da gestação também de uso para a população masculina.
A tecnologia utilizada em cada método varia e, em geral, as pessoas que participam da relação sexual podem escolher qual tipo de prevenção mais se adapta ao estilo de vida, e também às necessidades biológicas de cada pessoa. Abaixo está uma relação simplificada dos principais tipos de métodos contraceptivos da atualidade.
| Tipo de método | Como impede a gestação? | Eficácia | |
| Hormonal | Anticoncepcional oral combinado | Atua no ciclo menstrual de forma a impedir a ovulação, sem a liberação de óvulo não há como desenvolver um feto | 99,7% |
| Anticoncepcional oral de progestágeno | 99,7% | ||
| Anticoncepcional injetável combinado | Liberação lenta de hormônios na corrente sanguínea com o objetivo de impedir a ovulação. | 99,7% | |
| Anticoncepcional injetável de progestágeno | 99,7% | ||
| Barreira mecânica | Preservativo (camisinha) feminino e masculino | Impede o contato mecânico entre espermatozóides e óvulo. *Pode ser utilizado com solução espermicida, que favorece a morte dos espermatozoides. | 98% (masculino) 95% (feminino) |
| Diafragma* | 94% | ||
| Comportamental | Métodos Billings | Estimativa do período fértil da mulher conforme as características das secreções da vagina (muco cervical). Nesse período, as relações sexuais serão evitadas. | 95% |
| Coito interrompido | Penetração sem barreira mecânica, com a retirada do pênis do canal vaginal no momento da ejaculação. | 96% | |
| Dispositivos intrauterinos (DIU) | DIU de cobre | Alteração do ambiente bioquímico uterino por meio da liberação de substâncias, ação espermicida e o ambiente fica hostil à implantação de possíveis embriões. | 99,4% |
| DIU hormonal | Liberação local de hormônios que dificultam o espessamento do endométrio, de forma que não fica um ambiente viável para a gestação. | 99,8% | |
| Dispositivo intradérmico | Implante intradérmico com liberação de hormônios (chip) | Liberação lenta de hormônios na corrente sanguínea com o objetivo de impedir a ovulação. | 99,95% |
| Cirúrgico | Laqueadura | Procedimento de esterilização em que, uma vez que a tuba uterina não estará íntegra, não há como os gametas masculinos chegarem ao óvulo. | 99,5% |
| Vasectomia | Procedimento que impede a liberação de espermatozoides durante a ejaculação, devido a alguma alteração cirúrgica nos canais em que eles transitam durante a relação sexual. | 99,9% | |
| Adesivo cutâneo | Adesivo de anticoncepcional combinado | Adesivo hormonal com progestágenos e estrógenos que são liberados na circulação sanguínea e impedem a ovulação. | 99,7% |
Como funciona a eficácia de métodos contraceptivos?
A eficácia deve ser interpretada da seguinte forma: em um artifício contraceptivo com 94% de eficácia, significa que, durante um ano, 100 pessoas dependem desse método e seis delas engravidaram.
Entretanto, essa efetividade depende de como e quando o anticoncepcional é utilizado. O uso correto dos métodos aumenta a eficácia, enquanto falhas na utilização são suficientes para aumentar a chance de engravidar.
Por exemplo, no uso das pílulas anticoncepcionais, é necessário adotar um horário fixo, evitar o esquecimento, orientar-se quanto ao uso de outros medicamentos ao mesmo tempo. Caso essas orientações sejam negligenciadas, a eficácia pode decair de 99,7% para 92%.
Por isso, ao escolher um método contraceptivo, os envolvidos devem avaliar suas condições de vida, estilo de trabalho, horários disponíveis, outros problemas de saúde, medicamentos em uso, alergias, histórico familiar, questões financeiras, entre outros aspectos. Para essa tarefa, é essencial estar amparado por um profissional ginecologista que pode guiar a decisão de maneira confortável.
Por fim, nos casos em que há um uso atípico, esquecimento ou a mulher considera que existem chances reais de ter engravidado na última relação sexual existe um método farmacológico conhecido como pílula do dia seguinte.
Trata-se de um medicamento composto por altas doses hormonais, que agem com o objetivo de impedir a implantação de um possível embrião no útero. Sua eficácia diminui à medida que o tempo passa, idealmente deve ser ingerida o mais rápido possível, antes de 24 horas pós-coito. Após isso, as chances de engravidar ultrapassam 20%.
O que são ISTs?
Além de serem importantes na prevenção da gravidez indesejada, alguns métodos contraceptivos também atuam na prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia, sífilis, HIV, herpes, HPV, entre outras.
Anteriormente chamadas de doenças sexualmente transmissíveis, a comunidade científica optou por alterar a nomenclatura para ISTs. Essa decisão foi baseada no fato de que, muitas pessoas não manifestaram ainda sintomas da doença, mas estão infectadas e têm a possibilidade de transmiti-la para seus parceiros sexuais.
Por exemplo, o HPV é um vírus que causa sérios danos à saúde da mulher, associado como causa para o câncer do colo de útero. No pênis, entretanto, as lesões são mínimas ou inexistentes, podendo ser apenas pequenas manchas que, a olho nu, não aparentam ser uma doença. Ainda assim, a parceria pode se contaminar e desenvolver doenças mais graves.
Quais métodos contraceptivos protegem contra ISTs?
Atualmente, o único método contraceptivo que, ao mesmo tempo, também protege contra a contaminação com ISTs são as técnicas de barreira: preservativo feminino e masculino. Isso acontece porque a camisinha impede o contato pele a pele durante a relação sexual, seja ela vaginal, anal ou oral, então a transmissão de microrganismos fica dificultada.
Inclusive, é importante lembrar que sexo não se resume apenas à penetração peniana na vagina. Então, em quaisquer outras modalidades de relação sexual existe a possibilidade de transmissão das bactérias e vírus, seja na boca, ânus, mãos, entre outros.
Atualmente, ainda existe um método de prevenção contra as complicações causadas por ISTs, caso sejam adquiridas em um momento da vida. A vacina contra o HPV, ofertada no SUS na faixa etária de transição entre infância e adolescência, busca prevenir o desenvolvimento de lesões e câncer caso haja contato com o papiloma vírus humano.
Por fim, se porventura forem encontrados sinais como secreção de pus, coceira, lesões de pele, verrugas, machucados, vermelhidão e outras manifestações anormais no ânus, vagina ou pênis, é importante procurar um serviço de atendimento em saúde, avisar parceiros que tiveram relações desprotegidas recentemente para que também procurem um profissional de saúde, além de proteger a si e ao outro com preservativo em todas os atos sexuais.
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