Bactérias: o que são, características, tipos e doenças

Bactérias: o que são, características, tipos e doenças

A microbiologia é o ramo da ciência que estuda seres tão pequenos que só podem ser vistos através de microscópios. As bactérias são um dos exemplos mais clássicos de microrganismos importantes para a espécie humana.

São pequenos seres vivos que sobrevivem por meio de diferentes processos metabólicos, são necessários para a digestão de alimentos no corpo humano, mas também são potencialmente patogênicas, ou seja, podem causar doenças a depender da espécie e outros fatores. 

Conhecer as bactérias permite entender um pouco melhor sobre doenças, antibióticos, flora intestinal e ecossistemas. Além disso, é importante desmistificar a ideia de que todas as bactérias são causadoras de doenças. Se você quer aprender mais sobre esses indivíduos minúsculos, continue lendo este artigo. 

O que são bactérias?

Em termos de classificação biológica, bactérias são seres pertencentes ao Reino Monera e com organização procarionte. Ou seja, sua célula não possui núcleo organizado, nem qualquer organela que seja revestida por membrana, como complexo de golgi ou retículos endoplasmáticos. 

São seres exclusivamente unicelulares, o que explica o seu tamanho. Afinal, por serem formadas de uma única célula, é difícil que tenham dimensões maiores do que alguns micrômetros (10-6m) ou nanômetros (10-9 m).

É importante mencionar que o termo “bactérias” corresponde a milhares de espécies que possuem características de membrana, citoplasma, processos de reprodução, reações metabólicas e produção de materiais diferentes entre si. 

Não se trata de classificá-las como seres necessariamente bons ou maus. Na verdade, seus efeitos podem ser muito benéficos, como a ação de bactérias fixadoras em ciclos biogeoquímicos, como podem ser deletérios, quando se trata de doenças. 

Além disso, o desenvolvimento de uma doença bacteriana depende de diversos fatores, como a fragilidade do indivíduo infectado, a quantidade de bactérias que adentraram o corpo, a espécie e o comportamento da bactéria, os locais em que ela se instala e muitos outros elementos. 

Características das bactérias

Todas as bactérias são delimitadas por uma membrana plasmática, possuem citoplasma e ribossomos espalhados nesse ambiente. O material genético é organizado de maneira circular, e geralmente fica concentrado em algum ponto de citoplasma, que é chamado de nucleóide — mas não existem estruturas que separem o ácido nucleico de todo o ambiente citoplasmático.

Algumas bactérias possuem um pedaço material genético separado desse nucleoide, são pequenos fragmentos de DNA que possuem reprodução independente. Eles são chamados de plasmídeos e são importantes para a compreensão dos mecanismos de sobrevivência das bactérias.

Células bacterianas também possuem parede celular, que fica por fora da membrana plasmática, como uma proteção extra à estrutura. Outras estruturas comuns em bactérias são: flagelos para locomoção, pili para transferência de material genético, fímbrias para se prenderem em alguma superfície, entre outras. 

É necessário mencionar que as bactérias possuem processos de reprodução muito rápidos, que geralmente é considerado um crescimento exponencial em um curto espaço de tempo. A maior parte delas se reproduzem por meio da divisão binária, quando uma bactéria é dividida e formam duas unidades idênticas a ela. Existem ainda os processos de divisão por conjugação, transdução e transformação próprios do Reino Monera.

Morfologia das bactérias

formato de bactérias
Imagem: Reprodução/Wikimedia

A depender da forma com as bactérias se reproduzem, elas podem desenvolver diferentes morfologias, ou seja, diferentes formatos. Uma das formas mais conhecidas são os cocos, que são, basicamente, bactérias esféricas. Elas podem se agrupar:

  • em formato de corrente (a), como se fossem um trilho ou caminho de bactérias esféricas — são denominadas de estreptococos. A espécie mais famosa é causadora de grande parte das pneumonias, a Streptococcus pneumoniae; ou
  • em duplas, que geralmente são conhecidas como diplococos (b). Não existe bactéria patogênica conhecida para esse arranjo. 
  • Em tétrades e cubos, quando se dividem em diferentes planos, como demonstrado em (c) e (d); ou
  • como cachos de uva (e), que são chamadas de estafilococos, das quais a mais conhecida é a espécie Staphylococcus aureus.
Bactérias - bacilos
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Além dos cocos, existem também as bactérias em formato de bacilos. Nesse caso, o microrganismo se assemelha a um bastão alongado. Geralmente, são encontrados isolados, mas existem bacilos que sobrevivem em dupla (diplobacilo) ou em grupos (estreptobacilos). 

Bactérias espiraladas
Imagem: Adaptação/Wikimedia

Por fim, existem as bactérias em formato de espirilos (formato de hélice), espiroquetas  (formato de hélice, mas mais flexível que os espirilos) e vibriões (formato de vírgula).

Funções das bactérias

Como já foi mencionado, as bactérias são seres vivos essenciais para a sobrevivência de diversas espécies. Elas possuem um valor ecológico e biológico imensurável, uma vez que participam da digestão de diversas espécies, entre outras ações que serão mencionadas nos próximos parágrafos. 

Em termos digestivos, em animais ruminantes, as bactérias habitam o trato digestório e fazem a decomposição da celulose ingerida por eles. Então, eles podem se alimentar dos nutrientes presentes nos vegetais, mesmo que não possuam enzimas específicas para a quebra da celulose.

Microbiota
Imagem: Reprodução/Wikimedia

Na espécie humana a relevância das bactérias não é diferente: no trato gastrointestinal possuímos um conjunto de bactérias não patogênicas que estarão ali por toda a vida. Elas são necessárias porque atuam para a manutenção do pH e características do ambiente digestivo, metabolizam certos compostos, participam da resposta imunológica e, consequentemente, são responsáveis pela proteção a outros patógenos. 

cadeia alimentar e bactérias
Imagem: Reprodução/Wikimedia

No contexto ecológico, as bactérias são relevantes para a decomposição de matéria orgânica. Assim, elas garantem a reciclagem de nutrientes, uma vez que nenhum átomo é criado novamente dentro do ambiente, eles se transformam constantemente. Então, a ação de seres decompositores garantem o retorno dos materiais ao ciclo biológico e orgânico.

Além de tudo isso, o estudo das bactérias propiciou o seu uso em diversos processos biotecnológicos. A partir de então, esses seres unicelulares podem ser utilizados para a correção de solo, fabricação de laticínios, vinagres, ácidos, para a fabricação de antibióticos, toxinas e utilização de seus plasmídeos para a modificação genética de outros organismos. 

Antibióticos

Quando as bactérias causam alguma doença em seres humanos ou outras espécies, os cientistas lançam mão do uso de antibióticos. São remédios com a ação de impedir a infecção causada por uma bactéria.

Eles podem simplesmente parar o desenvolvimento do microrganismo para facilitar a resposta imunológica do organismo, como também podem matar diretamente as bactérias. Existem diversas classes de antibióticos, que visam impedir o crescimento ou matar da colônia por diferentes vias, seja interferindo no metabolismo das bactérias, proibindo a síntese de proteínas e da parede celular.

Devido ao processo evolutivo, as bactérias são selecionadas periodicamente, devido ao uso intenso desses medicamentos. Esses microrganismos tornam-se mais resistentes aos fármacos. Por isso é importante utilizar os antibióticos para as causas certas, na dose correta, no período determinado e sempre com prescrição médica!

+ Veja também: Doenças bacterianas no Enem: conheça as mais cobradas 

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