O Reino Monera é uma antiga classificação taxonômica da biologia, que incluía os organismos unicelulares com célula procarionte. Nos dias atuais, essa divisão foi renovada, de forma que as espécies que antes constituíam o reino são separadas em dois diferentes grupos.
Mesmo que a nomenclatura e classificação adotada para esse reino já não seja mais adequada, muitos textos, artigos e livros didáticos ainda fazem referência ao assunto. Por isso, é importante estar atualizado a respeito do que era e do que se tornou o Reino Monera.
No artigo a seguir, você conhecerá as características dos seres vivos que eram englobados no Reino Monera, verá exemplos desses organismos, importâncias relacionadas a eles e, por fim, saberá como fica a classificação atual dessas espécies. Vamos lá?
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O Reino Monera e suas características
Os seres vivos que fazem parte do Reino Monera são aqueles que possuem uma só célula, que deve ser obrigatoriamente procarionte, ou seja, que não apresenta núcleo celular envolto por carioteca e nem organelas membranosas como os retículos endoplasmáticos e o complexo de golgi.
Em geral, a organização de uma célula procariótica possui uma membrana plasmática que delimita o citoplasma e uma porção de ribossomos que ficam dispersos nesse fluido. Algumas células podem apresentar também cápsulas externas, que permitem maior proteção contra agressões do meio.
A parede celular também é um dos itens que pode ser notado no Reino Monera, inclusive, a constituição desse envoltório foi utilizada como critério para a reclassificação atual desses organismos.
O material genético fica distribuído no ambiente citoplasmático, organizado em forma de um pequeno DNA circular. Em alguns casos, é possível observar a presença de pequenos DNAs não essenciais, que são chamados de plasmídeos e permitem maior adaptação dos procariontes ao meio.
Além disso, esses indivíduos podem ser autótrofos para produzir sua própria nutrição a partir de um determinado substrato, como a luz ou substância químicas; ou ainda podem ser heterótrofos, quando dependem do meio para a sobrevivência.
Com a evolução, os organismos do Reino Monera foram selecionados conforme a estratégia de sobrevivência adotada em cada meio. Entre essas adaptações podemos citar os flagelos, que permitem maior mobilidade, as fímbrias que possibilitam a adesão em células de onde serão extraídos os nutrientes.
Por fim, uma estrutura muito interessante são os pili, uma espécie de “pelo” ou “canal” que permite a transmissão de material genético entre diferentes indivíduos procariontes. Com isso, informações a respeito de adaptações ao meio podem ser enviadas de um ser para o outro, o que permite maior sobrevivência de uma população do Reino Monera.
Todas essas características apontam para um tipo muito importante de ser vivo: as bactérias, bem como as cianobactérias (que são as algas azuis) além das arqueias, um tipo de organismo procarionte primitivo. No caso das algas, por exemplo, podemos pensar na autotrofia, enquanto que as bactérias podem ser até mesmo parasitas do corpo humano e de outros animais.
Reprodução no Reino Monera
A maior parte dos organismos procariotos fazem a reprodução de maneira assexuada, por meio da fissão binária ou cissiparidade. Nesse caso, o material genético é replicado (duplicado) e, depois, a célula se divide em duas porções idênticas. Cada célula filha tem o mesmo tipo de DNA observado na original, por isso o processo é chamado de fissão binária.
A rapidez com que essa reprodução acontece permite que as bactérias se estabeleçam no ambiente com muita facilidade. Em muitas espécies, as células procariontes ficam ligadas entre si, o que constitui uma colônia bacteriana.
Em algumas ocasiões, bactérias também podem realizar reprodução sexuada. Nesse caso, a estrutura pili permite o compartilhamento de DNA complementar, os plasmídeos. Os indivíduos que passam por esse processo apresentam características associadas a esse material genético. I
É interessante saber, por exemplo, que a troca de genes plasmidiais permite que algumas bactérias resistentes a antibióticos transmitam essa informação para outros indivíduos procariontes. Por isso, muitas vezes, é necessário trocar o medicamento no meio do tratamento de uma infecção bacteriana.
Importâncias do Reino Monera
Doenças
O Reino Monera costuma ser associado a doenças, muitas comuns, como as amigdalites, faringites, furúnculos. Outras são mais específicas, demandando tratamento mais direcionado, como as meningites, tuberculoses, infecções sexualmente transmissíveis e etc.
Bactéria | Doença bacteriana |
Botulismo | Clostridium botulinum |
Cólera | Vibrio Cholerae |
Febre maculosa | Rickettsia rickettsii |
Gonorreia | Neisseria gonorrhoeae |
Hanseníase | Mycobacterium leprae |
Leptospirose | Leptospira interrogans |
Pneumonias bacterianas | Streptococcus pneumoniae, entre outras espécies |
Sífilis | Treponema pallidum |
Tétano | Clostridium tetani |
Tuberculose | Bacilo de Koch ou Mycobacterium tuberculosis |
Ecologia
Na ecologia, o Reino Monera ganha destaque porque as bactérias participam tanto da decomposição de matéria orgânica, como também atuam sobre a fixação do nitrogênio. Lembre-se que o N é um elemento químico essencial para a sobrevivência na Terra, então as bactérias são essenciais para a renovação da substância em seu ciclo biogeoquímico.
Industrial: farmacêutica e alimentícia
Em termos industriais, os seres procariotos são explorados devido a sua capacidade fermentativa. A fabricação de pães, vinhos, cervejas, queijos, iogurtes, vinagre e até biocombustíveis pode ter a participação desses organismos.
Na indústria farmacêutica, o estudo laboratorial desses indivíduos do Reino Monera está voltado para a produção de vacinas e antibióticos que possam atuar contra seu funcionamento, o que pode prevenir doenças tanto em humanos, quanto em outras espécies vivas.
Reclassificação do Reino Monera
Nos dias atuais, os seres vivos estão classificados em três grandes domínios: as Bacterias, os Archae e os Eukarya. Nessa nova divisão, os dois primeiros grupos (Bacterias e Archae ) representam a divisão do antigo Reino Monera.
Isso significa que os organismos procariontes estão distribuídos nessas classificações, enquanto que os eucariontes pertencem, todos, ao domínio dos Eukarya.
A separação dos procariotos em Archae e Bacterias pode ser caracterizada conforme os estilos de vida dos seres vivos. As arqueias são seres unicelulares que podem viver em condições extremas e hostis, tanto altas ou baixas temperaturas, como em ambientes com grandes concentrações de sal.
Na divisão das Bacterias, estão agrupados os procariontes mais conhecidos, como as bactérias patogênicas para o homem, além das algas azuis (cianobactérias).
+ Veja também:
Reino fungi: o que são os fungos, classificação e importância ecológica
Reino Plantae (Vegetal): classificação, evolução, reprodução e características
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