Amazonas: história do estado, ciclos econômicos e características

Amazonas: história do estado, ciclos econômicos e características

O Amazonas, fica no norte do Brasil, é o maior estado em área territorial e é conhecido por sua riqueza em biodiversidade, cultura forte e marcante, além de, atualmente, ser uma região que ainda preserva muitos costumes indígenas e reforça a identidade cultural do país e dos povos nativos. 

Neste artigo, conheça mais sobre a história do estado ao longo dos anos e quais as influências dos contextos político-econômicos do Brasil sobre esse espaço. Essas informações são relevantes para a construção histórica do país, em que cada território tem suas peculiaridades e precisa ser entendido a partir de panoramas histórico-sociais diferentes. 

História do Amazonas

Período colonial

O território que hoje corresponde ao Brasil foi encontrado pelos portugueses em 1500 e, naquela época, o colonialismo europeu estava a todo vapor, com as Grandes Navegações. Portugal foi uma nação pioneira nesse processo de ocupação, mas a Espanha estava logo atrás, procurando territórios para dominar e explorar.

Foi nesse contexto que se construiu o Tratado de Tordesilhas, que dividia as áreas de influência da Espanha e Portugal nas terras encontradas. A questão é que, conforme o que estava definido neste documento, a região do Amazonas não era de posse portuguesa, mas sim espanhola. 

Mas, em meio às explorações, os portugueses adentraram, exploraram e se estabeleceram de pouco em pouco na região amazônica. Então, para garantir a posse legal sobre o território e resolver outras disputas, foi definido o Tratado de Madri, em 1750, que definiu boa parte das atuais fronteiras brasileiras. A partir disso, a região amazônica tornou-se, definitivamente, território da colônia brasileira. 

A diversidade de fauna, flora e a abundância de recursos hídricos faz do Amazonas uma região convidativa à instalação de populações humanas. Atualmente, o estado ainda é a região com maior número de indígenas no país, fica evidente, portanto, que muita população nativa foi encontrada pelos portugueses.

Nesse contexto, o projeto europeu de dominação, colonização e civilização, de um ponto de vista eurocêntrico, se instalou na região. A aculturação é marcante, processo em que os costumes dos indígenas foram apagados e substituídos por hábitos europeus, assim como a religião, por meio do catecismo. Isso não significa, entretanto, que os indígenas eram fracos ou não ofereceram resistência, mas muitas barreiras e tecnologias implantadas pelos lusitanos dificultaram a tenacidade desses povos.

Ciclo da Borracha 

A região amazônica só foi decretada como província do território brasileiro em 1850, durante o Segundo Reinado do Império, governado por Dom Pedro II. Além de garantir certa organização política, durante esse mesmo século, surgiu o ciclo econômico da Borracha, que garantiu atratividade financeira para a região. 

O ciclo da borracha aconteceu entre o fim do século XIX e o início do século XX, quando muitos trabalhadores migraram para a região Norte do Brasil  a fim de extrair o látex de árvores, as seringueiras. Essa seiva extraída é utilizada como matéria prima para a fabricação de borracha, então havia uma relação de exportação desse material, para suprir demandas do mercado internacional.

Essa atividade econômica trouxe muitos trabalhadores e suas famílias para a região amazônica, e o estado tornou-se ainda mais relevante na construção das riquezas e recursos para o país. Assim, infraestrutura e investimentos diversos foram disponibilizados para favorecer o crescimento do Amazonas. 

Zona Franca de Manaus 

Durante o processo de industrialização do Brasil, então, a região amazônica recebeu fomentos que geraram a Zona Franca de Manaus (ZFM), em meados do século XX. A ZFM é um polo industrial estrategicamente montado na região Norte do país para atrair investimentos, fábricas e, consequentemente, trabalhadores e desenvolvimento. Assim, uma região pouco explorada e povoada teria um crescimento demográfico, industrial e econômico. 

Atualmente o polo industrial amazonense tem expressiva participação na economia, de forma que a capital, Manaus, sozinha, representa cerca de 80% do PIB do estado do Amazonas, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas. Os materiais produzidos lá são variados, desde eletrodomésticos, produtos automotivos, televisores, motocicletas, bicicletas, relógios, entre outros. 

Amazonas e os conflitos ambientais

Embora o Amazonas seja um estado rico em biodiversidade, cultura, dialetos, culinária, além de possuir a maior floresta tropical do mundo, o aspecto que mais chama atenção para a região, no século XIX, são os problemas ambientais. 

Historicamente, a ocupação humana nos territórios está associada à degradação do meio ambiente, queimadas, desmatamento e assim sucessivamente. O processo não foi diferente em todo o Brasil, nem mesmo no Amazonas. 

Nos últimos anos, a floresta amazônica é alvo de importante degradação humana e ainda sofre com as consequências ambientais das ações antrópicas — o regime de chuvas tem se alterado, as estações estão com temperaturas atípicas, fenômenos climáticos estão modificados e os desastres naturais cada vez mais frequente. 

Depois dos anos 2000, a quantidade e a magnitude das queimadas na floresta amazônica têm sido motivo de preocupação entre os ambientalistas e até mesmo a mídia e a população mobilizam-se com a causa. 

Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), a maior parte dos incêndios iniciados na Amazônia são decorrentes ou consequências da ação antrópica. O desmatamento cria uma área ao redor da floresta com vegetação seca e mais propensa às queimadas, assim, caso haja uma fagulha e o espaço desmatado queime, o fogo tem mais chances de se propagar em direção à floresta viva e preservada.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) observou que, entre os anos de 2023 e 2024, considerando os 8 primeiros meses, houve um aumento de 80% no número de focos de incêndio na Amazônia, o que chama atenção para a emergência climática que se desenrola no estado do Amazonas. 

+ Veja também: Dia Mundial da Amazônia: como o tema pode cair no vestibular?

Questão de vestibular sobre o Amazonas

Universidade do Estado do Amazonas (UEA) — 2019

Parceiros comerciais do Brasil no exterior, principalmente os compradores de commodities produzidas na Amazônia, andam preocupados em evitar o que chamam de “desmatamento importado”, e têm exigido cada vez mais garantias de que os bens que compram são produzidos em conformidade com normas de respeito ao meio ambiente.

(Bernardo Esteves. “O meio ambiente como estorvo”. Revista Piauí, junho de 2019.)

A concepção de “desmatamento importado”

A) é um obstáculo à expansão de regimes nacionalistas ditatoriais no mundo.
B) privilegia a qualidade de vida em prejuízo da produção de riqueza.
C) favorece o domínio político das potências mundiais sobre nações em desenvolvimento.
D) impede o crescimento econômico dos países do Terceiro Mundo.
E) estende às economias globais a responsabilidade sobre mudanças planetárias.

Resposta

Esse tema é atual, e o texto aborda que diversos parceiros comerciais do Brasil começaram a exigir uma reponsabilidade econômica do estado brasileiro, para o que eles chamam de “desmatamento importado”. Essas medidas têm como função garantir a preservação da Amazônia, uma vez que cobra da economia brasileira uma maior garantia do respeito as medidas estabelecidas de preservação ambiental. Isso é uma política que tem crescido nos últimos anos com o fortalecimento das discussões sobre a preservação ambiental no mundo, como por exemplo na Cúpula de Paris, ocorrida em 2015.

Alternativa correta: E. 

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