Bacias hidrográficas: o que são, distribuição e bacias do Brasil

Bacias hidrográficas: o que são, distribuição e bacias do Brasil

Bacias hidrográficas são regiões caracterizadas por drenar e armazenar grandes quantidades de água e têm grande importância para a obtenção de água doce para o abastecimento das populações. 

O Brasil é um país rico em recursos hídricos, com oito bacias de importância nacional e internacional. Por essa razão, muitas vezes, esse tema aparece em questões de vestibulares, cobrando o conhecimento geral e geográfico de hidrografia. Leia este texto e saiba mais sobre o assunto!

O que são bacias hidrográficas?

Uma bacia hidrográfica é composta por um rio principal e alguns afluentes, os pequenos rios que preenchem o corpo hídrico com maior volume de água. Em geral, os próprios rios afluentes possuem riachos que se escoam neles, assim, podemos dizer que a água de corpos d’água minúsculos se encontram até formar estruturas mais caudalosas. 

A formação de uma bacia está relacionada com o relevo da região. É comum que os cursos mais volumosos estejam em porções de menor altitude, enquanto as nascentes tendem a brotar de regiões mais altas. Afinal, a força da gravidade proporciona que a água seja escoada dos locais mais altos para os mais baixos.

No Brasil, temos diversas bacias hidrográficas, que recebem o nome de seus rios principais, como a Bacia do Paraná, Bacia do Amazonas, Bacia do Tocantins e outras, que veremos mais adiante.

Em geral, a maior parte dos países utiliza as bacias hidrográficas principais para desenvolver atividades econômicas. Seja para a construção de usinas hidrelétricas, para a tecnologia de irrigação do plantio, para o transporte fluvial de cargas e pessoas ou outros usos comuns.

Tipos de bacias hidrográficas

As bacias hidrográficas podem ser classificadas conforme o local em que deságua o rio principal, por exemplo, esse corpo d’água pode se direcionar para o mar, para outro corpo aquático volumoso, pode se espalhar e não formar outro reservatório de água ou ir para estruturas subterrâneas. Veja a explicação a seguir. 

As bacias hidrográficas endorreicas são escoadas para regiões mais internas, como lagos ou mares fechados por estruturas de terra. Ao final do percurso, então, a água não chega ao mar aberto. Para recordar, pense que o curso d’água fica “dentro”, ou seja, fica endorreico.

Na mesma lógica do mnemônico anterior, as bacias exorreicas, vão para “fora” do território interno. Isso significa que elas desembocam em mar aberto, se misturam ao ambiente marinho e contribuem para a formação dos oceanos. 

O prefixo de negação das bacias hidrográficas arreicas indica que esses corpos hídricos não encaminham para outros reservatórios de água. Nesse caso, a trajetória não tem uma direção específica para terminar, mas “somem” no ambiente, seja porque evaporaram ou se infiltraram gradativamente no solo.

Por fim, existem bacias hidrográficas criptorreicas. O termo “cripto” faz referência ao que fica escondido, subterrâneo e esse é o destino da drenagem. A partir desse comportamento hidrográfico se formam os rios subterrâneos e aqueles que ficam dentro de cavernas e grutas, por exemplo.

+ Veja também: Águas continentais: o que são, classificação e importância

Bacias hidrográficas do Brasil

Você sabia que 80% do território brasileiro é composto por regiões hidrográficas e suas respectivas bacias? Inclusive, existem 12 bacias hidrográficas distribuídas em nosso território, o que representa uma riqueza hídrica de grande importância ambiental, econômica e política. Veja quais são as principais bacias abaixo:

Bacia do Amazonas

Além de ser a maior bacia hidrográfica do Brasil, ocupando mais de 40% do território, é também a maior do mundo. Sua extensão territorial é impressionante, com aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. Mais da metade dessa área está em solo brasileiro e outros 3 milhões de quilômetros quadrados abrangem outros oito países: Colômbia, Bolívia, Peru, Equador, Suriname, Bolívia, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa.

Outro dado relevante é que seu rio principal, o Rio Amazonas, que dá nome à bacia, é o maior rio do mundo tanto em distribuição territorial quanto em volume de água. Aqui, ele é amplamente utilizado para a navegação fluvial, no transporte de pessoas e mercadorias.

O uso da bacia hidrográfica para a produção de energia elétrica é questionado porque, apesar de seu potencial energético, o corpo d’água está afastado dos principais centros urbanos. Para construir uma usina nessa região, seria necessário construir infraestruturas para levar a energia até regiões distantes.

Bacia do Paraná

A Bacia do Paraná tem como rio principal o Rio Paraná, e abrange os estados do Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo. A localização dessa região hidrográfica favorece a construção de usinas hidrelétricas, já que está próxima aos centros econômicos mais importantes do país.

Nesse sentido, a usina de Itaipu foi construída nessa bacia e é reconhecida por ser uma das hidrelétricas que mais gera energia elétrica em todo o mundo. No Brasil, representa 17% das fontes de energia utilizadas.

Além de toda a capacidade instalada, é uma obra arquitetônica de grande prestígio nacional e internacional. Por isso, é utilizada para o turismo e é considerada uma das maiores obras de engenharia moderna. 

Bacia do São Francisco

A Bacia Hidrográfica do São Francisco também é muito extensa, pois seu rio principal percorre 7 unidades federativas: Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Sergipe, Alagoas, Goiás e Distrito Federal.

Os territórios que o Rio São Francisco percorre têm características tão diferentes que a bacia está situada em diferentes tipos de vegetação e clima, com a umidade própria da Mata Atlântica, o clima relativamente quente do cerrado e a seca intensa da Caatinga, no polígono das secas nordestino. 

Ao observar a grandiosidade deste rio e as necessidades de água do nordeste semiárido, criou-se o projeto de Transposição do Rio São Francisco. A obra iniciou-se na primeira década do século XXI e, pouco a pouco, está se consolidando em diferentes governos federais e estaduais.

A ideia é adicionar canais de escoamento do fluxo, de forma que as água cheguem em rios intermitentes das regiões mais secas. Assim, o período de estiagem não seria tão determinante para uma sequidão intensa.

+ Veja também: Climas do Brasil: quais são, tipos e características

Bacia Platina

A Bacia da Platina possui importância econômica, política e histórica para o Brasil. Durante o reinado brasileiro, alguns conflitos foram desencadeados nesta região. Parte das tensões tem relação com a distribuição da bacia hidrográfica, que tem como rio principal o Rio da Prata, que nasce no Uruguai e passa por Argentina, Bolívia, Paraguai e Brasil.

Outros rios contribuem para a formação da bacia, como o rio Paraná, o Paraguai e o Uruguai. Perceba, aqui, como um mesmo rio pode participar de regiões hidrográficas diferentes, a depender do comportamento de seu fluxo d’água. 

A região hídrica está em uma localização muito povoada e pode ser explorada para diversos fins, como a produção agrícola, a indústria, a pecuária, o abastecimento populacional, a produção de energia, o transporte, a exploração de substâncias subterrâneas, o turismo, entre outras atividades relevantes. 

Outras bacias hidrográficas do Brasil

Existem ainda outras bacias hidrográficas importantes no território brasileiro. Por exemplo, a do Tocantins-Araguaia, que se distribui nas regiões Norte e Centro-Oeste e é completamente propriedade nacional.

Há a bacia do Parnaíba e a do Atlântico Nordeste Oriental, na região Nordeste; a bacia Atlântico Nordeste Ocidental que fica entre Pará e Maranhão; a bacia do Atlântico Leste que se localiza entre Sudeste e alguns estados do Nordeste; e, por fim, a bacia do Atlântico Leste, entre o Sudeste e o Sul.

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