População e demografia: conceito, indicadores demográficos e importância

População e demografia: conceito, indicadores demográficos e importância

Você sabia que a quantidade de habitantes de um determinado espaço geográfico pode ser estudada de diferentes maneiras? População e demografia são dois assuntos que andam juntos: com esses dois conceitos é possível trazer informações sobre índices de mortalidade, natalidade, desemprego, classe social e criar políticas públicas com base nesses dados. 

No artigo de hoje você encontrará um resumo sobre o estudo das populações, principais indicadores demográficos, exemplos de uso, mapas de distribuição, teorias, dilemas populacionais, entre outros tópicos. Não perca tempo, continue lendo!

Definição de população 

Tema de conhecimento geral, o termo população diz respeito a um conjunto de seres humanos que estão estabelecidos em uma determinada região geográfica. Esse conceito pode ser muito abrangente, como a população mundial, como também pode separar pequenos grupos.

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Quando fala-se em população americana, observamos o grupo de humanos residentes no continente americano. Assim, como esse conceito pode ser particularizado para população: sul americana, brasileira, paulista (estado), paulistana (município), ou até mesmo a população do “bairro X”.

População absoluta

O termo “população absoluta” diz respeito ao número bruto de habitantes presentes em uma localidade. De maneira simples, é dado pela contagem populacional, com números naturais. Por exemplo, no censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2019 a cidade de Campinas possuía 1.204.073 habitantes.

Quando um espaço geográfico possui uma grande população absoluta, é chamada de região populosa. Países como China e Índia são considerados populosos. No Brasil, a região com maior concentração de habitantes é a Sudeste, com aproximadamente 43% da população absoluta brasileira. 

População relativa

A população relativa, também conhecida como densidade geográfica, relaciona a área disponível e o número de indivíduos distribuídos nela. Pode-se se falar, por exemplo, que a região A possui 12 habitantes/km2, indicando que a cada quadrado de lado igual a 1 km, existem 12 pessoas.

Essa razão é importante para perceber quais países estão mais “apertados”, com muitos habitantes em uma pequena área e quais tem “espaço sobrante”, com poucos habitantes para uma grande área. Aqueles países que possuem mais pessoas do que conseguem sustentar econômica, política e socialmente são classificados como superpovoados.

O que é demografia

A demografia, por sua vez, é a ciência que se dedica ao estudo das populações em suas mais diversas características. Os documentos demográficos trazem informações sobre a porcentagem de homens e mulheres de uma determinada população, quais faixas etárias estão mais presentes naquele povo, entre outros tópicos.

Dados demográficos são importantes para observar, por exemplo, a qualidade de vida de uma população. Quando mais tarde as pessoas de um povo falecerem, maior a qualidade dos serviços acessados por essa população.

+ Veja também: Demografia: conceitos, teorias e características

Demografia e dinâmica populacional 

A demografia pode estudar a dinâmica populacional, ou seja, a variação do número de indivíduos ao longo do tempo. Esses valores são afetados, principalmente, pelo nascimento e imigração (quando a região recebe pessoas) ou pela morte e emigração (quando os indivíduos estão saindo da localidade estudada).

O êxodo rural, por exemplo, é definido como o momento em que a dinâmica demográfica está tendenciosa: grande parte da população do campo está emigrando em direção aos centros urbanos.

+ Veja mais: Urbanização: definição, diferença entre países, processos e mais!
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Migrações

Nos estudos demográficos foram criadas diversas classificações para a dinâmica dos povos. Como exemplo, a migração pendular acontece quando um indivíduo muda de uma localidade para outra com certa frequência: como pessoas que moram em uma cidade e trabalham em outra, realizando esse trajeto diariamente. 

A migração interna é aquela em que o indivíduo muda de microrregião, mas continua na mesma macrorregião: como mudar de um município para outro, mas permanecer no estado do Rio de Janeiro.

Indicadores demográficos

Os indicadores demográficos são valores criados pela demografia para mensurar, por exemplo, a variação no número de nascimentos ao longo do tempo. Também podem ser observadas a quantidade de mulheres engravidando em cada faixa etária, entre outros fatores.

Os principais indicadores da demografia são taxa de natalidade, taxa de fecundidade, taxa de mortalidade, taxa de mortalidade infantil, taxa de crescimento vegetativo ou natural de uma população, saldo de migração e muitos outros.

Indicadores demográficos no vestibular

Universidade Federal de Juiz de Fora – (UFJF 2012)

Leia o texto a seguir.

Há um desafio demográfico na União Europeia (UE). Em 2009, a UE tinha a relação de 1,59 filho por mulher em idade reprodutiva. O mínimo para que a população se mantenha é de 2,1 – duas crianças substituem os pais, e a fração 0,1 compensa as meninas que morrem antes de atingir a idade reprodutiva.

Outro fator que contribui para o desafio demográfico é o envelhecimento da população. Segundo projeções das Nações Unidas, em 2050, 37% dos europeus terão mais de 60 anos.

SUZIN, Giovana Moraes. A União Europeia pede ajuda. GE Atualidades,São Paulo,Ed.15. p. 96, jan./jun. 2012.

A situação demográfica europeia resulta do(a):

a) incremento da população que migra para as antigas colônias africanas.
b) aumento da taxa de mortalidade infantil e aumento do desemprego.
c) aumento da expectativa de vida e do declínio da taxa de fecundidade.
d) diminuição da população economicamente ativa e da transumância.
e) incremento das políticas do filho único e do desenvolvimento sustentável.

O texto aborda dificuldades enfrentadas pela população europeia, na qual cada vez menos crianças nascem, ao mesmo tempo em que a população envelhece com maior qualidade de vida, com expectativa de muitos anos — alguns países chegam a 83 anos com idade média para a morte de um indivíduo saudável.

Quanto aos nascimentos, a taxa de fecundidade baixa indica que o número de crianças nascidas no período não é suficiente para realizar a renovação da população. Essa tendência é consequência, principalmente, da profissionalização das mulheres, escolha da maternidade tardia e, com famílias pequenas. 

A alternativa que corresponde a essas afirmações é a letra C, que responde ao enunciado.

Importância da distribuição etária de uma população

A população de uma região pode ser classificada conforme a idade. Algumas localidades possuem um grande número de idosos, como vimos, isso indica uma qualidade de vida considerável. Ao mesmo tempo, esse contexto suscita a criação de políticas previdenciais, para que a aposentadoria seja um direito digno concedido aos mais velhos. 

Pirâmides etárias

Para observar a composição etária da população, existe uma ferramenta conhecida como pirâmide etária. Basicamente, é um gráfico que aborda a porcentagem de indivíduos em cada faixa de idade, além de dividi-los conforme o gênero: homens e mulheres. Veja exemplos na imagem abaixo. 

População e demografia dispostos em pirâmides etárias, com diferentes estágios de desenvolvimento

Conforme a estrutura desse gráfico, é possível fazer observações sobre o panorama social, qualidade de vida e padrões comportamentais daquela população. Por exemplo, a baixa quantidade de idosos na pirâmide a indica que a qualidade de vida naquela localidade é baixa, com pouca expectativa de vida. 

Teorias demográficas

Ao longo do tempo, muitos pesquisadores se dedicaram para tentar compreender um padrão de comportamento para as populações ao longo do tempo. O mais conhecidos desses cientistas foi Thomas Malthus — em seu discurso, ele achava que o número de indivíduos cresceria exponencialmente, enquanto a disponibilidade de alimentos aumentaria em um nível muito menor. 

A partir dessa, muitas outras propostas demográficas surgiram. A teoria neomalthusiana, por exemplo, acredita que uma população muito grande pode ser um fator causador de pobreza, problemas políticos e sociais. Além dessas, existem ainda as teorias reformista, e ecomalthusiana.

Veja também: Teorias Demográficas: o que são, características e mais!

Índices demográficos mundiais

Existem dois grandes índices mundiais que ranqueiam os países conforme a economia e o contexto social. O primeiro deles é o índice Gini, que marca a distribuição de renda — variável de 0 a 1, quanto mais próximo de zero, menor a diferença econômica entre pobres e ricos.

O segundo é conhecido como IDH, índice de desenvolvimento humano. Nele, são medidos os seguintes indicadores sociais: renda per capita, educação e saúde. Todos esses elementos são essenciais para a qualidade de vida, ou seja, quanto maior o IDH, melhores as condições de vivência daquela população.

Questão sobre índice Gini

Pontifícia Universidade Católica PUC-SP 2011

“Quanto maior a distância [na distribuição da renda] entre os poucos ricos e os numerosos pobres, piores os problemas sociais: o conceito se aplica tanto aos países ricos quanto aos pobres (…) A Suécia ou a Finlândia, dois dos países mais ricos do mundo em renda per capita e PIB, apresentam uma distância pequena entre os cidadãos mais ricos e os mais pobres – e portanto lideram de forma consistente os índices mundiais de bem-estar mensurável.”

Fonte: Tony JUDT. O mal ronda a Terra. Rio de Janeiro: Objetiva, 2011, p. 30.

Considerando o texto, pode-se inferir que

a) Todos os países de muita riqueza econômica se alinham à Finlândia e à Suécia com relação à distribuição da renda.
b) Na América do Sul, o Brasil é o país de maior PIB e, por isso, é o que mais se aproxima do
padrão da Finlândia e da Suécia.
c) Países de economia frágil e PIBs inexpressivos são aqueles que possuem a maior distância na renda entre ricos e pobres.
d) Um país como os EUA tem mais problemas sociais que outros não tão ricos, em razão da distância na renda entre ricos e pobres.
e) Bons índices de bem-estar são função do tamanho das economias, fator responsável pela diminuição dos problemas sociais.

A questão aborda, indiretamente, o índice Gini: trata-se da distribuição de renda entre os indivíduos de uma determinada população. Quanto maior a distância entre pobres e ricos, maior o valor do índice e maior a concentração de riqueza na mão dos que mais têm. 

É incorreto afirmar que todos os países ricos possuem uma ótima distribuição de renda. Os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que possuem um índice Gini ruim. Assim como o Brasil possui um grande PIB, mas está entre os dez países mais desiguais do mundo. 

O inverso é verdadeiro, países pobres podem apresentar uma distribuição de renda igualitária: todos os indivíduos contidos em um nível de pobreza semelhante, sem concentração excessiva de renda em alguns pólos da sociedade. 

Assim como a qualidade de vida não se relaciona somente com a economia, ou seja, ser um país rico não indica um IDH ótimo. Por fim, fica evidente que um país rico e desigual terá mais problemas sociais do que aqueles que possuem uma economia menor, mas distribuição de renda uniforme, como aponta a alternativa D.

Demografia no Brasil

A organização responsável por coletar dados demográficos no Brasil é o IBGE. Os censos acontecem a cada 10 anos e trazem informações sobre o número de pessoas desempregadas, perfil socioeconômico predominante, aumento ou diminuição da pobreza, condições de habitação, segurança, entre outros fatores. 

Além disso, com os números obtidos nas contagens, o Instituto desenvolve também estimativas de como a população tem crescido nos últimos anos, para criar possíveis padrões demográficos do futuro.

População brasileira

No censo de 2010, o Brasil possuía cerca de 190 milhões de indivíduos. As últimas estimativas apontam que, atualmente, o país já ultrapassou a marca dos 200 milhões de habitantes.

Um dos elementos curiosos que aparecem nos censos é a religião. Foi mensurado que 80% da população brasileira se declara cristã, de fé católica, uma herança histórica da colonização portuguesa. Outros aspectos levados em consideração são: etnia, idioma, gênero e etc.

+ Veja também: História do Brasil: principais eventos e panorama histórico

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