O termo Revolução Verde faz referência a um momento da história agrícola em que diversas tecnologias foram desenvolvidas para aumentar a produtividade e a qualidade das colheitas. Inclusive, com alterações na forma de plantio e na mão de obra utilizada.
Além de ser um projeto que culminou na transformação da produção agrícola, a Revolução Verde interferiu também na dinâmica da estrutura agropecuária e dos cidadãos que viviam em torno dessa atividade econômica. Assim, conhecer esse processo é importante do ponto de vista histórico, biológico e social. Continue lendo este artigo e aprenda mais sobre o tema!
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Implantação da Revolução Verde
O processo de Revolução Verde data das décadas de 60 e 70 do século XX, quando novas tecnologias agrícolas foram difundidas mundialmente. Além de ser um momento de ascensão das ciências e pesquisas no contexto agropecuário, diversos países sofriam as consequências devastadoras da Segunda Guerra Mundial, que acabara de terminar.
Inicialmente, havia uma expectativa de que o aumento da produção e colheita fossem um ponto crucial para a resolução da fome mundial, pela maior oferta de alimentos. Empresas privadas investiram em pesquisas científicas para o desenvolvimento de plantas que resolvessem essa questão.
Até que Norman Borlaug, um engenheiro agrônomo estadunidense, conseguiu desenvolver uma espécie de trigo menos vulnerável às doenças, pragas, e que poderia ser produzido mais rapidamente.
A partir disso, a Revolução Verde teve um papel relevante para a melhoria da oferta de alimentos em ambientes que não fossem favoráveis climaticamente. Por exemplo, foram desenvolvidas sementes com alterações genéticas que permitiam maior resistência ao frio ou calor.
Dessa forma, as espécies poderiam ser cultivadas em diferentes espaços mundiais, sem que o clima fosse um fator limitante para a disponibilidade daquele alimento. Outro obstáculo contornado, inclusive, foram as características do solo — as plantas estavam mais adaptáveis, ao mesmo tempo em que se utilizavam produtos inovadores para a correção dos parâmetros químicos da terra.
Mesmo que a intencionalidade e os objetivos da Revolução tenham se concluído, com tecnologias efetivas, a questão da fome mundial ainda é um problema nos dias de hoje. Atualmente, sabe-se que a questão da fome ultrapassa as barreiras da disponibilidade de nutrição e atravessa questões geopolíticas e históricas.
Características da Revolução Verde
O pilar da Revolução Verde era aliar os conhecimentos científicos de forma a aumentar a produção de um solo, sem expandir o local de plantio. As técnicas eram variadas, em diferentes contextos da agropecuária.
Do ponto de vista de organização, foram adotadas estratégias de gerenciamento da produtividade mais eficazes, quando observadas cientificamente. Todos os âmbitos da atividade eram observados: o solo, as próprias sementes e plantas, a mão de obra, a irrigação, os produtos químicos, as máquinas, além de outras diversas ferramentas e serviços do campo.
Diante disso, foi necessário criar técnicas para vencer as condições do solo: tanto em termos de composição química, como o relevo e características físicas da região em questão. Isso se somava às sementes, que tornavam-se mais resistentes e receptivas a diferentes composições de terra, com mais chances de germinar.
As máquinas agrícolas foram aperfeiçoadas e desenvolvidas, de maneira que agilizam o processo de preparação do solo, plantio e colheita. Por exemplo, no processo de irrigação, foram adicionadas tecnologias para que o serviço fosse realizado de maneira mais automatizada, eficiente e com quantidades específicas. Assim, as plantas atingem seus picos de desenvolvimento mais rapidamente.
Aspectos sociais
Além das características tecnológicas da Revolução Verde, é importante mencionar o aspecto social. Todas as modificações implementadas, em última instância, levam a um ponto chave: produtividade e lucratividade. Assim, é necessário mencionar que essas transformações possuem um cunho capitalista, em torno da agricultura intensiva.
As mudanças foram grandes e radicais, atingindo principalmente os trabalhadores que viviam em torno da atividade agrícola. Muitos trabalhavam na colheita, plantio e irrigação das roças e essas funções foram substituídas pelas máquinas. Então, perderam seus empregos e, forçados pela fome e pobreza, viveram um êxodo rural.
O processo de Revolução Verde se relaciona, principalmente, com as grandes propriedades rurais, que trabalham com um só tipo de plantação. Geralmente, os produtos são exportados e a quantidade de colheita é de grande magnitude, cerca de milhares de toneladas por ano.
Além da mão de obra que foi diretamente afetada, outra população sofreu as consequências diretas desse processo: pequenos produtores que estavam nas regiões tinham seus negócios “engolidos” pela produtividade das fazendas mais tecnológicas. Em um contexto capitalista, a oferta dos latifundiários cobria radicalmente a produção dos pequenos campos.
Outra negativa importante em relação à Revolução Verde está na qualidade dos materiais que são lançados ao solo. Muitos dos pesticidas, agrotóxicos e fertilizantes são prejudiciais às águas freáticas, ao solo e aos próprios humanos que se alimentam deles, posteriormente. Ademais, o uso exaustivo da terra leva a uma perda de nutrientes e possíveis danos irreversíveis à fertilidade da região.
Questão de vestibular sobre Revolução Verde
Leia o texto a seguir:
O modelo da modernização da agricultura foi implantado a partir de receitas – os pacotes tecnológicos – que o produtor deveria adotar. Para os produtores terem acesso aos pacotes tecnológicos, nos países subdesenvolvidos, foi necessária uma ampliação do crédito por meio de convênios intergovernamentais, com o objetivo de financiar a importação de insumos e de maquinário agrícola. Tal medida teve um peso muito forte para convencer os produtores a implantarem, em suas propriedades, um manejo de produção com base nos pacotes, favorecendo o surgimento da Revolução Verde.
ROSA, Antônio Vitor. São Paulo: Atual, 1998.
Sobre a Revolução Verde, destacada no texto, analise as afirmativas a seguir:
1. Adota o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos na agricultura.
2. Minimiza a concentração da renda e da terra e evita a migração para as cidades.
3. Pode causar contaminação dos ecossistemas e compactação do solo.
4. Aumenta a concentração fundiária e de renda.
5. Multiplica o desenvolvimento da biodiversidade e da biomassa.
Estão CORRETAS
a) 1 e 2, apenas.
b) 2 e 5, apenas.
c) 3 e 4, apenas.
d) 1, 3 e 4, apenas.
e) 1, 2, 3, 4 e 5.
GABARITO: ALTERNATIVA D
1. Correto. A indústria química é muito requisitada nas práticas agropecuaristas.
2. Incorreto. Aumenta a concentração de renda, uma vez que empresas oligopolistas atuam nesse setor. Ademais, a Revolução Verde contribuiu com o aumento do êxodo rural.
3. Correto. Devido ao uso intensivo de agrotóxicos.
4. Correto. O capital fica na mão de poucos.
5. Incorreto. A Revolução Verde contribuiu com o aumento dos impactos ambientais negativos.
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