Colonização espanhola: contexto histórico e características 

Colonização espanhola: contexto histórico e características 

A colonização espanhola foi intensa e massiva nas Américas o que explica, por exemplo, a grande quantidade de países que têm o espanhol como língua nativa. Em um contexto de descobrimento de novas terras, foram utilizadas diferentes técnicas de domínios sobre os territórios e povos.

Muito relacionada com a história do Brasil Colonial e da metrópole portuguesa, é essencial conhecer melhor a colonização espanhola, para entender a história dos países vizinhos e também os aspectos que se repetiam nas regiões exploradas pela Espanha e por Portugal. Continue lendo e saiba mais!

Contexto histórico da colonização espanhola

Um mundo em transição entre o modelo feudal e o mercantilismo, esse é o cenário primordial para toda a questão colonial nas Américas. Na transformação da sociedade, foram criados os estados nacionais, que tinham um regime monárquico. 

Para fortalecer a imagem do rei, segundo os padrões da época, era necessário o acúmulo de riquezas. Então, conforme estabeleciam monarquias, os estados se dedicavam ao comércio e busca de matérias primas e metais preciosos em outras terras. 

Foi nesse contexto que aconteceram as Grandes Navegações que, a princípio, almejavam chegar às Índias para importar especiarias da região. Porém, essas expedições tomavam rumos diferentes, o que ocasionou a chegada de portugueses e espanhóis ao solo americano. Esses europeus acreditavam, ainda, que estavam na Índia, por isso os nativos foram chamados de “índios” durante os primeiros anos. 

Como se deu a colonização espanhola?

O primeiro navegador espanhol a chegar à América foi Cristóvão Colombo, em 1492 e, diante disso, seria necessário “tomar posse” daquela região, antes que expedições de outras nações o encontrassem e tentassem dominar. 

Veja que, para a Coroa espanhola, o controle da região era benéfico em vários aspectos, uma vez que a economia mercantilista se fortaleceria, o poder do rei estaria fortalecido frente ao seu povo, e o conhecimento de uma nova população ajudaria na difusão do cristianismo, fator muito importante para essa religião.

Controle do território

Para mostrar domínio no território, durante a colonização espanhola, terras americanas eram vendidas aos espanhóis. Eles deveriam atravessar o mar e chegar até aqui e, quando conseguiam retorno para a Coroa, eram bonificados com títulos de nobreza e outros privilégios.

Pouco a pouco, esse domínio se intensificou no sentido de exploração. As terras eram vistas como fonte de renda, onde os europeus buscavam metais preciosos, matérias primas e fontes de riquezas que enriqueciam os espanhóis na Europa. 

Dominação da população 

Ao contrário do que muitos pensam, as terras americanas não estavam vazias na ocasião da chegada dos espanhóis e outros colonizadores. Na verdade, na região conhecida como América Espanhola, muitas civilizações se desenvolveram com grande maestria. Atualmente, elas são chamadas de civilizações pré colombianas, incluindo os incas, os astecas e os maias

As estratégias de posse fez com que os povos nativos estivessem sob o jugo dos europeus. Suas terras, suas técnicas de plantio e toda a sua cultura ficaram submetidas aos desejos dos recém-chegados. 

Por exemplo, a encomienda era uma forma de trabalho utilizada em Castela, que foi adaptada para a colonização espanhola. Um europeu deveria “cuidar” dos povos nativos, na visão deles, seria evangelizar, civilizar, cuidar e defender. Em troca, os povos originários deveriam pagar impostos na forma de mão de obra ou impostos materiais. 

A grande questão é que os povos pré-colombianos não precisavam de ajuda, proteção ou defesa. Na verdade, eles estavam bem estabelecidos na América, tinham seus próprios costumes, conheciam suas terras, tinha linguagem própria, técnicas de construção e tudo de que necessitavam para sobreviver nas condições naturais do território. 

De fato, as populações indígenas se revoltaram com o sistema, tentando se libertar dos encomenderos. Até mesmo ordens religiosas espanholas reconheceram certo abuso por parte dos dominadores e houve até mesmo uma tentativa de destituir essa forma de controle. 

Outra forma de controlar e explorar a população nativa era a mita. Ao observar a civilização inca, os europeus notaram um sistema de trabalho e o adaptaram para subjugar os próprios incas e diversos povos conterrâneos. 

Para os incas, a mita era uma troca de trabalho: a construção do templo era paga em forma de cuidado, defesa e também oferenda aos deuses deles. Então, os espanhóis adicionaram esses conceitos ao catolicismo: os indígenas eram obrigados a trabalhar na exploração de metais preciosos, em troca do catecismo.

Nenhum desses sistemas foi benéfico para os povos nativos, as condições de trabalho eram análogas a escravidão. E devido ao contato com uma população diferente, que trazia doenças diferentes, epidemias se alastraram entre eles, o que ocasionou a morte de milhares de indígenas.

À semelhança do que aconteceu na colonização do Brasil, depois de um tempo, os europeus se dedicaram à exploração da mão de obra negra escravizada. Até porque o tráfico desses indivíduos era lucrativo não só para os exploradores, mas também para os traficantes, que transformaram a população africana em uma fonte de lucro.

Controle político durante a colonização espanhola

A Coroa da Espanha não queria perder o controle sob o território que lhe pertencia, então criou um sólido sistema de administração. O objetivo era otimizar os lucros e as explorações, além de ter mais domínio sobre o território e povos.

A primeira forma de divisão foram os vice-reinos, onde estava instituído um vice-rei. Ele tinha o cargo mais alto diante do território que dominava, geralmente era um nobre ou um fidalgo espanhol. Tinha o controle de uma grande quantidade de terras e geravam muito lucro para a metrópole. 

Abaixo dos vice-reinos existiam as capitanias gerais, que eram territórios de menor extensão e menos povoados. Mas precisavam de uma figura de autoridade, o capitão-geral, para controlar focos de revoltas, já que eram regiões de grande resistência à colonização espanhola.

Independência da colonização espanhola

A América Espanhola tornou-se independente sob influência do movimento iluminista e também depois que ocorreram a independência das treze colônias, nos Estados Unidos. Muitos indivíduos viam os desastres que aconteceram durante a colonização espanhola, como o extermínio da população, a exploração das riquezas naturais, o massacre cultural e outros aspectos. 

Ao mesmo tempo, no cenário mundial, a Inglaterra buscava países comercialmente livres, para comprar de suas indústrias recém-formadas. Então, esse país passou a financiar as revoltas na América Espanhola, que resultaram na independência da região, dissolvendo os vice-reinos e capitanias gerais. 

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