Iluminismo no Enem: definição, características, pensadores e mais!

Iluminismo no Enem: definição, características, pensadores e mais!

O entendimento das filosofias políticas e sociais é crucial para o desenvolvimento da cidadania, do pensamento crítico e da representatividade social. Por isso, o Enem e os vestibulares têm cobrado com muita frequência temas como iluminismo, socialismo, capitalismo, entre outros.

Para facilitar o seu aprendizado, o Estratégia Vestibulares preparou um artigo com as principais informações sobre o iluminismo, pensamento muito recorrente no século XVII. Confira a seguir!

O Iluminismo

O iluminismo é uma corrente filosófica que surgiu por volta do século XVIII – o século das luzes – quando o racionalismo se espalhava pela sociedade. Ele se insere em um contexto de transformações sociais, quando o absolutismo passou a ser contestado e as bases religiosas entraram em conflito com descobertas da ciência.

O termo “iluminismo” se refere ao conceito de luz, iluminação – em uma forma de valorização dos questionamentos racionais e científicos. Ao mesmo tempo, os séculos anteriores foram denominados “séculos das trevas” pelos iluministas, que apresentavam um olhar de rejeição aos antigos modos sociais. 

Características do iluminismo

Conheça, agora, as características do iluminismo para a organização social em termos econômicos, políticos e religiosos. Confira!

Economia

As bases da economia iluminista é a burguesia, que estava em ascensão durante o auge do movimento. Nesse caso, o poder econômico estava na mão dos burgueses, os quais pregavam o liberalismo econômico, o qual favorecia o crescimento dessa camada social. 

Em termos gerais, o liberalismo admite uma separação entre o Estado e a economia – o que permite uma maior flexibilização econômica, a “leis naturais de oferta e procura” e a “mão invisível do mercado” proposta por Adam Smith.

Política

A política iluminista tinha como principal fator a oposição ao modelo absolutista. Isso não deve ser confundido com a aversão pela monarquia. Afinal, alguns iluministas acreditavam que a monarquia era o melhor modelo de governo. 

Em geral, o que o iluminismo acredita, na verdade, é a possibilidade de um governo guiado pela razão, sem tiranias e sem autoritarismos.

Religião

Em termos religiosos, a principal queixa dos iluministas era a menor influência da Igreja sobre a produção do conhecimento. Nesse aspecto, eram contra os privilégios do clero e contra a utilização da religião para pregar preconceitos e abusos.

Nesse sentido, muitos dos pensadores eram avessos à religião, mas isso não era unânime. Aqueles pensadores que reconheciam a Deus, ainda assim, propunham uma organização separada entre Estado e Igreja – o que diminuiria a influência da religiosidade sobre as questões políticas.

Principais pensadores iluministas

Os pensadores iluministas mais conhecidos são John Locke, Barão de Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, entre outros. Veja, a seguir, um breve resumo sobre a teoria dos que mais aparecem nos vestibulares!

John Locke

John Locke teve grande influência sobre os moldes de monarquia parlamentar existentes e é o principal defensor dos direitos naturais e inalienáveis do ser humano. Nesse caso, o pensador acredita que todo indivíduo tem, naturalmente, direito à vida, à liberdade e à propriedade. 

Além disso, suas ideias foram fundamentais para a queda do absolutismo inglês, no século XVII. 

Barão de Montesquieu

Esse filósofo francês, muito voltado para a política, se posicionava contra a centralização do poder característica do modelo absolutista. Além do mais, era contrário aos governos autoritários e tiranos. 

Montesquieu, como é conhecido, foi extremamente relevante para a Revolução Francesa e para a “Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão”, feita pelos americanos em 1789.

Dada a grandeza de sua teoria, ela ainda se faz presente na sociedade. Afinal, em sua obra “O Espírito das Leis”, o pensador propôs a divisão do estado em três poderes: o executivo, o legislativo e o judiciário – como ocorre na nação brasileira até os dias atuais. 

Voltaire

O estudioso iluminista Voltaire foi quem desenvolveu as ideias do despotismo esclarecido. Nesse caso, ele apoiava a implantação de uma monarquia baseada na racionalidade do pensamento iluminista.

Para esse modelo político, o rei deveria ser auxiliado por pensadores e filósofos. Com isso, o governo deveria permitir a liberdade de expressão e incentivar a boa educação dos indivíduos. 

Sua postura também era marcada por uma oposição às intolerâncias, principalmente as de origem religiosa e política.

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau é um pensador suíço que se opunha à propriedade privada, ou seja, era contrário às ideias de outro iluminista, o John Locke.

Para ele, toda a sociedade vivia em um estado de natureza “pacífico” e então, quando as civilizações se formaram, todos entraram em um contrato social que causou uma ruptura da soberania popular.

Portanto, para Rousseau, o indivíduo nasce bom, mas a sociedade e a propriedade privada o corrompem e favorecem o desenvolvimento da desigualdade social

Influências do Iluminismo no Brasil

No Brasil, os movimentos que se opunham ao colonialismo português tinham, em suma, ideais iluministas.

Por exemplo, a Inconfidência Mineira, protagonizada por Tiradentes é um exemplo de resistências emancipacionistas ocorridas no Brasil durante o século XVIII e XIX. Entre outras, a Revolta dos Alfaiates na Bahia e a Revolução Pernambucana também são movimentos marcados pelo iluminismo.

Por fim, é importante salientar que o iluminismo fomentou a proclamação da independência brasileira, 7 de setembro de 1922.

Questões sobre Iluminismo no Enem

Agora que você já conhece as principais informações sobre iluminismo, treine seu conhecimento com questões que apareceram nos principais vestibulares. 

Ao final, não deixe de conferir as resoluções propostas pelo Estratégia e comparar com suas respostas! 

ENEM 2017

Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas que em suas relações mútuas reconhecem certas regras de conduta como obrigatórias e que, na maioria das vezes, agem de acordo com elas. Uma sociedade é bem ordenada não apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros, mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça.
RAWLS, J. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martins Fontes, 1997 (adaptado).


A visão expressa nesse texto do século XX remete a qual aspecto do pensamento moderno?

a) A relação entre liberdade e autonomia do Liberalismo.
b) A independência entre poder e moral do Racionalismo.
c) A convenção entre cidadãos e soberano de Absolutismo.
d) A dialética entre indivíduo e governo autocrata do idealismo.
e) A contraposição entre bondade e condição selvagem do Naturalismo

O discurso do texto aponta para “Uma sociedade é uma associação mais ou menos autossuficiente de pessoas”, além de afirmar uma  “concepção pública de justiça”. Ao final, sintetiza as ideias com a frase “uma sociedade na qual todos aceitam, e sabem que os outros aceitam, o mesmo princípio de justiça”. 

Nesse sentido, percebe-se que o autor coloca em contraposição a autonomia e a liberdade dos indivíduos como fator determinante para o desenvolvimento da sociedade. Essa teoria condiz com a alternativa de letra A

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