Governo Juscelino Kubitschek: contexto histórico, características e plano de Metas

Governo Juscelino Kubitschek: contexto histórico, características e plano de Metas

O governo Juscelino Kubitschek aconteceu entre 1956 e 1960, momento em que o presidente mineiro, conhecido como JK, propiciou um cenário político com perspectivas de crescimento e avanço para o país, que ele visava realizar em curto espaço de tempo.

A trajetória de JK no país é marcada por seus planos econômicos, pelas grandes construções e infraestrutura de transporte, e também pela transferência da capital, que era o Rio de Janeiro, para Brasília, cidade que foi planejada e construída durante seu governo. 

Dada a importância histórica desse mandato, muitos vestibulares costumam cobrar o tema, tanto em termos de contexto sócio-político, quanto das ideias mais defendidas pelo governo JK, bem como em relação ao Plano de Metas, que visava um desenvolvimento para a nação. 

Então, para te auxiliar no acesso e aprendizado desse conteúdo, o Estratégia Vestibulares preparou este artigo, que reúne os principais pontos a respeito da trajetória de Juscelino Kubitschek como presidente do Brasil. 

Contexto histórico

Juscelino Kubitschek foi um dos presidentes da Quarta República brasileira, que é um período de marcada crise política. Até 1945, Vargas implantou um modelo autoritário e antidemocrático na nação. Por pressões, foram convocadas eleições, quando um militar foi eleito e iniciou-se o governo Dutra.

Durante os períodos em que Dutra estava na presidência, Vargas organizou-se para desenvolver uma campanha eleitoral sólida. Seus esforços foram suficientes para garantir sua reeleição. Entretanto, o segundo governo Vargas foi mal sucedido, marcado por embates políticos que iam em concordância com a Guerra Fria, na disputa entre um projeto mais nacionalista ou mais liberalista.

Diante de pressões políticas dos conservadores, em 1954, o presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio e deixou um testamento em que retratava-se como mártir da população brasileira. É nesse contexto que Juscelino Kubitschek assume a presidência.

Em termos econômicos, a inflação era crescente, a qualidade de vida dos trabalhadores e população comum estava amplamente afetada pela má situação financeira do país. Simultaneamente, a disputa entre conservadores e varguistas se mantinha na sociedade.

Os liberais estavam reunidos em torno da União Democrática Nacional (UDN), um partido que propunha a inserção de capital estrangeiro na construção do país, era contrário à intensa intervenção estatal na economia e outras ideias de cunho mais capitalista. Os militares, inclusive, alinhavam-se consideravelmente às concepções desse grupo sócio-político.

Do outro lado, os varguistas associaram-se à imagem do presidente mártir, aquele que lutou pelo direito dos trabalhadores. Então, defendiam um posicionamento mais nacionalista, estatal e outras medidas que consideravam a favor da clase empregada. 

Eleições de 1955

Quando foi lançado como candidato à presidência, as posturas de JK eram mais alinhadas com uma visão social, nacionalista, com tendências à esquerda — então foi considerado uma figura de inclinação “varguista” e, após as disputas contra outros candidatos, Juscelino foi eleito presidente do Brasil com cerca de 35% dos votos totais. 

Embora a escolha dos cidadãos tenha sido essa, a apuração dos votos foi questionada por diferentes setores da sociedade, principalmente pela UDN e pelos militares. Por não acreditarem nos resultados, articularam-se para aplicar um golpe contra o estabelecimento de JK como presidente do Brasil, em 11 de novembro de 1955.

Para conter o caos político e permitir a posse do cargo, foi necessário que o general Henrique Teixeira Lott contivesse os militares rebelados que perturbavam o cenário político após eleições democráticas, por meio de um Golpe Preventivo. Somente após esse rebuliço político é que JK pôde assumir o poder executivo federal do Brasil, em 1956. 

Características do governo Juscelino Kubitschek 

Vice-presidente

Quando empossou, JK tinha João Goulart como vice-presidente. Naquele contexto, isso tinha grande relevância, porque foi Goulart o ministro responsável por aumentar o salário mínimo em 100% alguns anos, no segundo governo Vargas.

Ao mesmo tempo em que isso era um ponto de agrado para a população trabalhadora, também foi motivo de revolta entre a UDN e os militares. Então a tensão social e política manteve-se ao longo do governo Juscelino Kubitschek. 

Plano de Metas

Um ponto muito expressivo do governo Juscelino Kubitschek foi o Plano de Metas, que reunia os 30 principais objetivos do mandato do presidente mineiro. Cinco áreas eram mais relevantes na construção dessas metas: energia, transporte, alimentação, indústria e educação. 

As inovações propostas eram tantas e em tantas áreas, com potencial de estimular o desenvolvimento do país, que o governo JK ficou conhecido pelo slogan “50 anos em 5”, que refere-se à evolução da nação rapidamente, propondo que o Brasil se desenvolveria 50 anos nos cinco anos do seu mandato presidencial. 

Além dos 30 elementos do Plano de metas, também foi acrescentada a construção de uma nova capital, que estivesse estrategicamente localizada no interior do país, para favorecer o desenvolvimento de outras áreas, além do litoral. Afinal, historicamente, o Brasil foi construído em uma visão costeira, ao longo dos litorais, de norte a sul.

Infraestrutura

Como a rede de transportes era uma preocupação durante o mandato de Kubitschek, o presidente investiu na construção de estradas, inserção de montadoras de automóveis e outras ações que favoreciam a mobilidade rodoviária. 

Esse aspecto histórico explica o porque o Brasil, apesar de ser um país continental e com grande potencial para o transporte ferroviário, manteve um predomínio das rodovias para o trânsito de cargas e pessoas. 

A visão deste governo sobre o transporte é de que a interligação das diferentes regiões do país possibilitaria melhor comunicação comercial entre os povos. Assim, de norte a sul, leste a oeste, seria possível intercambiar informações e mercadorias. 

Economia

A política econômica de JK tinha um caráter nacional-desenvolvimentista, em que havia uma postura de crescimento econômico a partir do desenvolvimento de diferentes áreas, como aquelas abordadas no Plano de Metas 

Durante o governo Juscelino Kubistchek, de fato, houve crescimento econômico no Brasil. O ponto principal, entretanto, é que o projeto de desenvolvimento do presidente não levou em consideração a crescente inflação e o aumento das dívidas estatais, uma vez que grande parte dos investimentos eram provenientes do capital estrangeiro, 

Então, o saldo financeiro deste mandato foi um disparo no crescimento das indústrias, fomento da indústria de energia e transporte, ao mesmo tempo em que o governo contraiu dívidas importantes, tanto interna como externamente. 

Questão sobre o governo Juscelino Kubistchek

FUVEST 2024

“Industrializar é uma condição de vida, é uma absoluta e imperiosa necessidade, é mesmo um dever de que já não está ao nosso alcance declinar. Nem que o quiséssemos, não poderíamos sobreviver conservando-nos nação pastoril e agrícola, no velho estilo, exportando café e umas poucas matérias-primas […] Industrializar um país não é uma obra mágica que possa ser feita sem preparo, ao simples sopro de uma aspiração. É necessário que exista uma mentalidade industrial, um estado de espírito propício ao desenvolvimento, é necessário que existam gerações preparadas para a ação.”

OLIVEIRA, Juscelino Kubitschek de. Industrialização: batalha pela própria sobrevivência da nacionalidade. São Paulo: Serviço de Publicações da Federação e Centro das Indústrias do Estado de S. Paulo, 1957. p.9-10.

A “mentalidade industrial”, proposta pelo então presidente Juscelino Kubitschek, concretiza-se em seu governo (1956-1961) sob a forma

A) de grandes investimentos na educação básica e na fundação de centros de pesquisa.
B) de incentivos à diversificação e mecanização da produção agrícola.
C) da implantação de formas racionais de organização do trabalho.
D) da ação governamental embasada em concepção nacionalista e trabalhista.
E) de um projeto desenvolvimentista amparado por incentivos e captação de recursos estrangeiros.

Alternativa correta: E. 

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