Hiroshima e Nagasaki: contexto histórico e ataques 

Hiroshima e Nagasaki: contexto histórico e ataques 

Hiroshima e Nagasaki são duas cidades japonesas que ficaram conhecidas mundialmente após o ataque que sofreram, quando os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre a região, no contexto da Segunda Guerra Mundial. 

Leia este artigo e entenda melhor sobre os ataques em Hiroshima e Nagasaki, os danos causados pelas bombas, as causas do acontecimento e como ele se relaciona com a Segunda Guerra Mundial, ao Projeto Manhattan e a Conferência de Potsdam. 

Segunda Guerra Mundial e a Ásia

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão fazia parte do Eixo, um grupo que unia as nações da Alemanha, Itália e o próprio Japão. Eles estavam em guerra contra os Aliados, outro conjunto de nações, representados por França, Inglaterra, União Soviética e Estados Unidos — de forma que os EUA entraram nas batalhas tardiamente, apenas em 1941.

Embora envolvido pelo cenário da Segunda Guerra Mundial, as políticas de ataque entre Japão e Estados Unidos já aconteciam há várias décadas. Em algumas situações, o Japão impedia o estabelecimento dos EUA em territórios asiáticos, em outras, os EUA barraram a entrada e fixação de japoneses em regiões americanas.

Diante de um crescente nacionalismo japonês, a aversão pelas políticas estadunidenses também ascendia. A ponto de, em 1920, o imperador vigente, Hiroito, defender a ideia de uma batalha armada entre as tropas americanas e japonesas.

Essas questões foram, então, um pano de fundo para os ataques mútuos entre Japão e EUA durante a Segunda Guerra. Os americanos já esperavam por uma ofensiva japonesa e, isso se concretizou em 7 de dezembro de 1941. Os japoneses, sob comando do general Isoroku Yamamoto, atingiram a base naval de Pearl Harbor, prejudicando a frota militar dos estadunidenses. O fato foi suficiente para a declaração de guerra entre as nações. 

Guerra do Pacífico

Em meio a Segunda Guerra Mundial, então, surge um ponto de tensão, que ficou conhecido como Guerra do Pacífico ou Guerra Pacífico-Asiática. Em primeiro lugar, os japoneses combateram com maestria as tropas americanas. 

Apesar dessas vitórias iniciais, a economia e desenvolvimento dos EUA permitiu um maior controle, recursos e esforço de guerra quando comparado ao pequeno território japonês. Assim, os americanos se destacaram: o grande destaque foi na Batalha de Midway, quando a Marinha Japonesa sofreu danos irreparáveis e não conseguiu se recuperar. Então, os EUA conseguiram êxito em todas as batalhas desde 1942 até a rendição japonesa em 1945. 

Conferência de Potsdam e Projeto Manhattan

Como a Guerra do Pacífico desenvolveu-se simultaneamente à Segunda Guerra Mundial, os interesses dos dois países eram defendidos por seus respectivos grupos. Diante disso, com as sucessivas derrotas japonesas, os Aliados reuniram-se em um evento chamado Conferência de Potsdam. 

Naquele momento, discutia-se a possibilidade de invasão das terras japonesas. O único empecilho, porém, eram as tropas asiáticas, que resistiriam e atacariam ferozmente aos soldados americanos — eles imaginavam que seria uma destruição massiva dos exércitos aliados.

Diante disso, os Estados Unidos apresentou uma solução inovadora para a questão: o Projeto Manhattan. Trata-se do desenvolvimento de armas nucleares, iniciadas por Franklin Roosevelt no ano de 1939. 

Além de todos esses detalhes citados, a Conferência também foi responsável pelo desenvolvimento da Declaração de Potsdam, documento que registra todos os termos e exigências para uma possível rendição japonesa aos EUA. A questão, entretanto, é que os japoneses optaram por não se render. 

Bomba de Hiroshima e Nagasaki 

Diante da resistência japonesa, a ofensiva estadunidense foi clara: o lançamento de bombas atômicas sobre o Japão. Eles já estavam testando as tecnologias a algum tempo: a primeira tentativa foi realizada em 16 de julho de 1945, com a bomba Trinity. 

Hiroshima: Little Boy

Então, como planejado, no dia 6 de agosto de 1945, a cidade de Hiroshima foi atacada por um bombardeio atômico. O local foi escolhido por abrigar uma base militar e também porque, como já havia sido atingida por outras bombas anteriormente, era uma forma clara de comparar as diferenças de um explosivo atômico e não-atômico. 

O ataque foi controlado por meio do piloto Paul Tibbets, um coronel americano, a bordo de uma aeronave bombardeira chamada B-29 ou Enola Gay. A bomba, denominada de Little Boy, foi liberada a quase 10 km de altura e explodiu antes de tocar o solo, depois de viajar cerca de 9 km. 

O evento se deu no período da manhã e a tecnologia da bomba baseava-se na fissão nuclear, com átomos de Urânio 235. Sua ação tão devastadora não utilizou nem 2% de todo o elemento que estava armazenado. Ainda assim, os números apontam que mais de 70 mil pessoas morreram imediatamente, em um raio de 2 mil metros. 

A explosão foi tão massiva e danosa que formou-se uma grande zona cinzenta no céu, em formato de cogumelo — uma imagem que marca e representa o ataque até os dias atuais. Edifícios foram destruídos, incêndios iniciados no ataque perduraram por cerca de 72 horas e contribuíram para a ruína da cidade.

Embora visualmente os efeitos do ataque se atenuaram com o tempo, estima-se que outras dezenas de milhares de pessoas, em torno de 50 mil, faleceram em consequência dos materiais radioativos no decorrer dos anos após o ataque.

Nagasaki: Fat Man

Mesmo com o ataque atômico em Hiroshima, o Japão não se rendeu e manteve-se resistente às ofensivas americanas. Como represália e forma de coação, os EUA investiram em uma nova investida atômica.

Assim, em 9 de agosto do mesmo ano, uma nova bomba atômica foi lançada. Agora, o alvo do ataque foi a cidade de Nagasaki que foi bombardeada às 11h02. O explosivo era formado de plutônio, um outro material radioativo, com maior potencial de dano. Apesar de ser mais potente, dependia de tecnologias mais apuradas para funcionar corretamente, mas os americanos conseguiram êxito nos mecanismos implantados.

A aeronave escolhida era do mesmo modelo, B-29, com o nome de Bockscar. O piloto era Charles Sweeney e foi responsável pelo lançamento do dispositivo atômico, o Fat Man. A explosão ocorreu ainda mais próxima do solo do que em Hiroshima, mas os danos causados foram menores, devido à geografia da cidade.

Nagasaki é um centro de relevo acidentado, então está dividida em duas regiões em torno de relevos de maior altitude. Assim, a bomba não alcançou os territórios de forma uniforme. Apesar disso, houve a destruição de mais de 7 km2 e mais de 40 mil pessoas faleceram devido ao ataque.

Inclusive, alguns relatos apontam que os EUA não gostariam de atingir Nagasaki, porque os prejuízos seriam menores, quando comparados a outras cidades. A cidade que era o alvo original, Kokura, estava tomada por nuvens e, então, foi escolhido um plano B. 

Quantas pessoas morreram devido aos ataques em Hiroshima e Nagasaki?

Devido aos estragos e a dificuldade em acessar a região, com os efeitos radioativos, é muito difícil quantificar claramente quantas pessoas faleceram em ambas as cidades. Alguns dados apontam para 100 mil, outros 200 mil e a Cruz Vermelha afirma que, entre as pessoas que morreram imediatamente e as que morreram pelas consequências radioativas, estão contadas mais de 300 mil.

Hibakushas, os filhos da bomba

Atualmente, no mundo, existem milhares de hibakushas — pessoas que estavam nas cidades ou próximas a elas no momento dos ataques nucleares. Eles sobreviveram, mas sofreram e sofrem consequências durante toda sua vida. 

Além de todas as questões traumáticas, perda de familiares, sons que ecoam até os dias atuais em suas mentes, eles precisam lidar com questões físicas causadas pela radiação. Queda de cabelo, sobrancelhas, cílios, tumores, linfomas, cataratas e alterações na tireoide são alguns dos efeitos dessa exposição à radiação. 

Por essas razões, os hibakushas que vivem no Japão, Brasil ou qualquer outro país devem fazer check-ups periódicos e atentar-se para quaisquer sinais de alterações na saúde. Afinal, são fragilizados e mais sujeitos às mutações genéticas do que os indivíduos sem exposição radioativa.

Fim da Segunda Guerra Mundial

Com os ataques tão danosos, não havia outra saída ao imperador japonês que não fosse analisar as Declarações de Potsdam e aceitar a rendição aos Estados Unidos. Afinal, os efeitos da guerra foram devastadores tanto em sentido econômico, pela perda tantos edifícios e construções, como social, já que milhares de vidas foram dizimadas inocentemente e de forma cruel.  

Então, o imperador gravou uma mensagem que seria entregue aos EUA no dia 15 de agosto. Devido ao nacionalismo japonês, nesse momento, houve uma tentativa frustrada de um golpe militar para derrubar o imperador Hirohito e manter o conflito entre as duas nações. Os golpistas foram presos e, por fim, a mensagem foi ao público. 

Houve um encontro entre as governanças estadunidenses e japonesa. Apesar de a Declaração de Potsdam descrever danos mais ferrenhos aos asiáticos, uma grande novidade apareceu nesse contexto: os EUA e o Japão possuíam um acordo secreto que permitia a liberdade de governar o país para o imperador Hirohito, mesmo perdendo a guerra — contrariamente ao que foi acordado na Conferência de Potsdam. E assim encerrou-se a Segunda Guerra Mundial

Questão sobre Hiroshima e Nagasaki

(Fuvest-2009) As bombas atômicas, lançadas contra Hiroshima e Nagasaki em 1945, resultaram na morte de aproximadamente 300 mil pessoas, vítimas imediatas das explosões ou de doenças causadas pela exposição à radiação. Esses eventos marcaram o início de uma nova etapa histórica na corrida armamentista entre as nações, caracterizada pelo desenvolvimento de programas nucleares com finalidades bélicas. Considerando essa etapa e os efeitos das bombas atômicas, analise as afirmações abaixo.

I. As bombas atômicas que atingiram Hiroshima e Nagasaki foram lançadas pelos Estados Unidos, único país que possuía esse tipo de armamento ao fim da Segunda Guerra Mundial.

II. As radiações liberadas numa explosão atômica podem produzir mutações no material genético humano, que causam doenças como o câncer ou são transmitidas para a geração seguinte, caso tenham ocorrido nas células germinativas.

III. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, várias nações desenvolveram armas atômicas e, atualmente, entre as que possuem esse tipo de armamento, têm-se China, Estados Unidos, França, Índia, Israel, Paquistão, Reino Unido e Rússia.

Está correto o que se afirma em

a) I, somente.

b) II, somente.

c) I e II, somente.

d) II e III, somente.

e) I, II e III.

A afirmativa I está correta, porque os EUA eram o único país que já havia desenvolvido armas atômicas, mesmo que esses estudos tenham se iniciado em meio à Alemanha nazista.

A frase II é certa, uma vez que a radiação consegue penetrar as células e causar alterações nos ácidos nucleicos. A transferência de uma mutação para a prole só acontece se os gametas forem atingidos, como os espermatozoides e óvulos. 

Por fim, a III é correta porque resume as nações que dedicaram-se ao desenvolvimento de armamentos nucleares depois da Segunda Guerra Mundial. Assim, a alternativa correta é a letra E

+ Veja também: Imigração Japonesa: contexto, impactos na comunidade durante a segunda guerra e mais

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