Projeto Manhattan: contexto histórico, cientistas e desenvolvimento

Projeto Manhattan: contexto histórico, cientistas e desenvolvimento

O Projeto Manhattan foi um plano estadunidense para o desenvolvimento de tecnologia e armamentos nucleares, que reuniu cientistas importantes de diferentes partes do mundo. O objetivo principal era a produção de bombas, durante a década de 1940, enquanto se desenrolava a Segunda Guerra Mundial. 

Neste artigo, encontre informações a respeito dos principais nomes envolvidos no Projeto Manhattan, desde governantes aos cientistas relevantes para o desenvolvimento das bombas. Veja também os resultados alcançados, suas consequências e como o plano se encerrou na história mundial. 

Origens do Projeto Manhattan

O Projeto Manhattan é uma estratégia de desenvolvimento armamentista contemporânea à Segunda Guerra Mundial. Nesse período, já estava em curso os ideais da Alemanha nazista, de forma que os judeus precisavam fugir desse território. 

Justamente nesse contexto, o cientista alemão Albert Einstein estava abrigado nos Estados Unidos da América, por sua origem judaica. Ao mesmo tempo, outros exilados se hospedavam na América, inclusive um cientista nuclear chamado Leo Szilard. 

Em dado momento, ambos notaram que grandes cientistas da área nuclear estavam trabalhando em conjunto com os nazistas. Nomes como Otto Hahn, Werner Heisenberg e Fritz Strassman foram responsáveis pela descoberta da fissão nuclear, uma forma de reação químico-físico que libera quantidades exuberantes de energia, além de material radioativo

Diante disso, Einstein e Szilard endereçaram uma carta ao presidente dos EUA, relatando a possibilidade do armamento atômico na Alemanha. O governante da época, Franklin Roosevelt, levou em consideração o alerta dos cientistas e, depois que a Segunda Guerra Mundial se iniciou, percebeu que era essencial tomar medidas cabíveis. 

A estratégia aplicada, então, foi o Projeto Manhattan. Em conjunto com militares e cientistas, foi preparado um plano para que os Estados Unidos se adiantassem em relação à Alemanha, porque se houvesse uma ameaça nuclear, eles teriam uma arma à altura para rebater. 

Diante disso, foram nomeados dois grandes líderes para guiar as diversas fases do projeto: J. Robert Oppenheimer, que era um estudioso da física, e o general militar Leslie Groves — assim, haveria um ponto de vista bélico estratégico, ao mesmo tempo em que se desenvolvia a tecnologia atômica adequada.  Então, em 13 de agosto de 1942 iniciou-se uma investida potente dos EUA em direção à produção de bombas atômicas. 

Uma curiosidade importante sobre o tema é que, embora os alemães possuíam, de fato, certo conhecimento atômico, não havia um interesse de Hitler por armas desse tipo. Sua estratégia de guerra e forma de pensamento não concordavam com essa tecnologia, por isso não era um investimento tão evidente em meio ao nazismo. 

Cientistas do Projeto Manhattan

O principal cientista do Projeto Manhattan, como foi mencionado, foi Robert Oppenheimer. Ele era um físico e teórico americano, que foi muito admirado por sua mente brilhante e projetos bem sucedidos. 

Alguns documentos apontam que Oppenheimer tinha uma inclinação comunista, porque concordava com as ideias racionais do marxismo, ao mesmo tempo que considerava esse sistema de governo aplicável e possível de se desenvolver. 

Em conjunto com uma brigada de cientistas e estudiosos dedicados, ele se reuniu no Estado do Novo México, na cidade de Los Alamos, para encontrar a melhor forma de desenvolver um armamento nuclear, eficiente, potente e que funcionasse para as funções requeridas pelo governo. 

Veja alguns nomes importantes que participaram das pesquisas científicas:

  • o cientista Enrico Fermi, que era italiano e naturalizado americano;
  • Hans Bethe, que era físico e estudou com afinco a fusão de núcleos atômicos;
  • O próprio Leo Szilard, que avisou Roosevelt, foi essencial para o desenvolvimento dos reatores nucleares; e também
  • Niels Bohr, o mesmo estudioso tão famoso pelo modelo atômico, também se aplicou na criação das bombas nucleares.

Relatos históricos mostram que mais de cem mil pessoas estavam envolvidas no Projeto Manhattan, mas nem todas possuíam um vislumbre completo sobre os usos e finalidades do que estava sendo construído. Haviam tarefas gerais e muito específicas, como engenharia, física, química, militares, bombeiros, técnicos, funcionários de limpeza, entre outras funções. 

Ainda assim, muitos estudiosos questionam o porquê tantos cientistas que sabiam o que estavam construindo, continuaram a desenvolver o projeto. Apesar disso, é importante lembrar que em momentos de guerra e polarização, sentimentos de nacionalismo e revanchismo de guerra tendem a surgir. Então, muitos tinham razões próprias para seguirem com a formação de bombas atômicas — fosse elas financeiras, morais, patrióticas, científicas, entre outras. 

A primeira bomba nuclear: Trinity

Em meio ao desenvolvimento do Projeto Manhattan, a primeira bomba nuclear ficou pronta no ano de 1945. O teste ocorreu na data de 16 de julho, na cidade de Los Alamos, no mesmo local em que os cientistas se reuniram para o desenvolvimento das bombas. 

Ela foi nomeada como Trinity e os resultados foram impressionantes, tanto pelo sucesso do projeto, como pela magnitude do dano que poderia ser causado por esse tipo de tecnologia. Afinal, os danos foram equivalentes a uma quantidade de 20 mil toneladas de dinamite, o típico TNT. 

Bombas de Hiroshima e Nagasaki

Uma vez que a Trinity funcionou corretamente, os Estados Unidos decidiram pressionar seus rivais da Segunda Guerra Mundial. A grande questão é que, havia uma grande rivalidade entre Japão e EUA — inclusive, os japoneses atacaram uma base militar americana chamada Pearl Harbor, e os estadunidenses queriam vingar essa situação. 

Diante disso, foi determinado que a cidade japonesa chamada de Hiroshima seria bombardeada no dia 6 de agosto de 1945. A bomba escolhida chamava-se Little Boy, foi lançada a 9 km do solo e explodiu a uma altitude de 600m. 

Mesmo com a morte de dezenas de milhares de pessoas e os danos materiais causados, os japoneses não se renderam aos Estados Unidos. Então, os americanos partiram para um novo ataque, três dias depois. 

Então, em 9 de agosto de 1945, a cidade bombardeada foi Nagasaki, com a bomba Fat Man. Ali, os danos foram menores do que os observados no primeiro ataque, mas isso não minimiza o fato de que mais de 50 mil pessoas morreram imediatamente. 

Dados apontam que mais de 300 mil pessoas morreram e sofrem as consequências dos ataques de Hiroshima e Nagasaki desde os ataques. Alguns faleceram imediatamente, outros ao longo do ano de 1945 e muitos sobreviveram, mas sofrem com cânceres e doenças no decorrer de suas vidas — são os chamados Hibakushas.

Fim do Projeto Manhattan

Durante o projeto Manhattan, o governo americano alternou-se de Roosevelt para Harry Truman. O presidente permitiu o desenvolvimento de pesquisa nos laboratórios do Novo México até o ano de 1947, no mês de agosto. 

Então, o local e a equipe foram transformados em Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos. Posteriormente, cientistas foram conclamados diante de suas pesquisas e os sucessos conquistados durante o Projeto.  

Atualmente, os países que possuem materiais e estudos atômicos são: Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e há fortes indícios de que Israel também possuam. 

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