Os reinos africanos da Idade Média, também conhecidos como impérios africanos, são marcados pela conquista de outros povos e etnias, que viviam sob o comando de um rei, com organização política, econômica e cultural.
Do ponto de vista histórico, cultural e até biológico, o Brasil possui uma relação muito importante com o continente africano, de onde surgem muitas das palavras do vocabulário brasileiro, costumes, culinária, além da formação do povo afro-brasileiro, frutos da miscigenação desde séculos passados.
Diante disso, conhecer os reinos africanos da Idade Média é uma forma de valorizar os antepassados e até entender certos aspectos culturais que permeiam a sociedade brasileira e têm raízes em outro continente. Justamente por essas razões, as escolas têm focado mais no tema e os vestibulares cobrado com mais frequência. Continue lendo e aprenda mais!
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Reino Axumita
O Reino Axumita, que também pode ser chamado de Império Axumita ou reino de Axum, existiu durante mais de 8 séculos na região que hoje conhecemos como Etiópia. Acredita-se que sejam um povo derivado de personagens históricos, inclusive relatados na Bíblia, como o Rei Salomão e a Rainha de Sabá.
Foi uma civilização forte, consolidada e conquistadora, que controlou centenas de hectares de terra em seu auge imperialista. O mapa abaixo mostra a localização do Império de Axum, considerando territórios que foram ocupados e dominados por ele ao longo de seu tempo de existência.
Ainda no mapa, observe a relação entre o Reino Axumita e o mar vermelho. Essa relação marítima favoreceu, historicamente, rotas comerciais. Conforme a troca de mercadorias acontece, há o contato entre pessoas de diferentes continentes, com diversas culturas, costumes e religião. Diante disso, os axumitas tiveram muito contato com os árabes e, a partir disso, encontraram o cristianismo como religião, que se tornou uma crença de grande importância no reino.
Quando o mercantilismo estava em crescimento na Europa, muitas nações europeias partiram em direção à África para explorar matérias primas e iniciar um processo de colonização. O reino axumita foi resistente a essa dominação e, por isso, o imperador da região foi muito honrado entre seus súditos.
Entretanto, com as mudanças continentais empregadas pelos colonizadores, cada vez mais o império precisou se isolar de relações comerciais e contato com outros povos, como forma de proteção. Entretanto, esse isolamento também resultou em enfraquecimento, concomitante ao crescimento exponencial do islamismo no continente africano e, assim, terminou o Império Axumita.
Reino de Gana
Um dos mais antigos Estados do continente africano, o Império ou Reino de Gana, surgiu ainda nos anos de 800 a.C. perdurando por vários séculos, até cerca de 1200 d.C. Dados apontam que isoladamente, povos de origem mandê, conhecidos como soninquês, formaram pequenas vilas e cidades que, em dado momento, uniram-se em torno de um governador comum, com culturas e costumes semelhantes.
O reino localizou-se na região da África ocidental e, a região apresentada no mapa é reconhecida geologicamente pela presença de muitas jazidas de ouro e outros metais, que foram importantes para a economia do império de Gana.
Esse posicionamento geográfico também influenciou na história desse povo, nesse caso porque o grande deserto do Saara dividia o território e impedia o fluxo dos soninquês dentro do continente, diminuindo o contato com outros povos e culturas externas. Os povos conquistados tinham o dever de pagar impostos ao rei de Gana e, juntamente com o ouro, formaram-se um grupo rico, apesar do isolamento territorial.
A comercialização externa iniciou-se no império quando os camelos surgiram como solução para atravessar o deserto e, assim, houve mais riqueza e abastança, tornando-os um dos reinos mais ricos do mundo da época.
O declínio do império se relaciona com as conquistas islâmicas no território africano e, no caso dos ganenses, se opuseram a conversão ao islamismo. Algum tempo depois, a capital Kumbi-Saleh foi saqueada por imperialistas que seguiam a religião e isso fragmentou o império gradativamente.
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Reino de Mali
O Império ou Reino do Mali nasceu a partir do Império de Gana. Em meio aos territórios conquistados pelos ganenses, havia uma área ocupada por um povo conhecido como mandingas. Moravam em um espaço relativamente grande e eram numerosos, assim, após diversas guerras com os soninquês conseguiram certa liberdade.
Parte da liberdade conquistada era religiosa, uma vez que Gana não queria assumir o islamismo e o Reino de Mali adotou à crença. Depois disso, seguiu um projeto imperialista sólido para os moldes da época, com dominação sobre impostos, fronteiras e leis para controlar cada vez mais os povos dominados.
Sua estratégia de subordinação foi efetiva, já que conquistaram uma área com mais de 100 mil quilômetros quadrados. Inclusive, conforme Gana se fragmentava, o Império de Mali dominou sobre ele, absorvendo heranças culturais, políticas e riqueza sem precedentes oriunda da extração de ouro.
Em termos de localização, além da proximidade com as minas de ouro, havia também o Rio Níger, servindo como recurso hídrico e propiciando áreas férteis para o desenvolvimento da agricultura. Atualmente as áreas ocupadas pelo Reino de Mali são correspondentes à República de Mali e à República da Guiné.
O declínio do Império aconteceu por diversas razões, no contexto interno, disputas políticas pela sucessão da monarquia enfraqueceram a administração e proteção da região. Simultaneamente, o território conquistado era tão extenso que o controle sobre todas as áreas tornou-se complexo, além de que povos dominados fortaleceram-se dentro do império e conquistaram boa parte das terras, seguidos pela chegada de europeus colonizadores.
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Império de Songai
O Reino de Songai, ou Império Songhai, é conhecido como um dos maiores impérios islâmicos do continente africano. Foram os responsáveis pela conquista do Império Mali, a partir do século XV, quando conquistaram um centro comercial central na administração do mundo antigo africano.
A localização geográfica é semelhante ao do Império Mali, (próximo ao Níger, Nigéria e República do Mali) dada a relação histórica entre eles. Então, também é um reinado dependente das propriedades e recursos do rio Níger.
Economicamente, igualmente exploraram o ouro, metais para a formação de ferramentas, além de unir a religião ao comércio, com a produção de artigos religiosos islâmicos. Culturalmente, os povos Songhai foram responsáveis por uma ascensão intelectual no território africano, inclusive com aulas ministradas em alguns pontos centrais do império, como Tombuctu.
Apesar de seu sucesso administrativo e econômico, o Reino Songhai entrou em decadência por conflitos internos, dada pela grande extensão de terras conquistadas, de difícil administração. A história termina, então, com a fragmentação do território em diversos grupos e povoados.
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