A Revolução Mexicana ocorreu entre 1910 e 1920, sendo um dos mais importantes movimentos sociais e políticos da América Latina no século XX. Inicialmente, surgiu como uma revolta contra a longa ditadura de Porfírio Díaz, marcada por desigualdade social e concentração de poder, e que, posteriormente, escalou para uma guerra civil complexa, envolvendo diferentes facções com interesses diversos.
O estudo dessa temática é essencial para quem presta vestibulares mais conteudistas, pois ajuda a compreender não apenas a história do México, mas também os processos de transformação social e política na América Latina.
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Contexto histórico
No final do século XIX, o México era governado por Porfírio Díaz, que permaneceu no poder por mais de 30 anos em um regime conhecido como Porfiriato. Sua ascensão ocorreu após a vitória sobre Sebastián Lerdo de Tejada, sob o lema “ordem e progresso”, prometendo modernização e estabilidade.
Durante seu governo, o país passou por um intenso crescimento econômico, com investimentos em infraestrutura, ferrovias e indústrias, além da atração de capital estrangeiro. Por outro lado, essa modernização beneficiava apenas a elite, enquanto camponeses e operários enfrentavam exploração, concentração fundiária e repressão política.
A perpetuação de Díaz no poder foi assegurada por fraudes eleitorais, censura e repressão a opositores. Mas esse cenário sofreu reviravoltas, pois o descontentamento cresceu devido à crise econômica de 1907, o que agravou a miséria da população.
Em 1910, Díaz afirmou que permitiria eleições livres, mas ao perceber o risco de perder, mandou prender seu principal opositor, Francisco Madero, que fugiu e lançou o Plano de San Luis Potosí, convocando a população à revolta. O levante popular ganhou força, e em 1911, Díaz renunciou e partiu para o exílio, marcando o início da Revolução Mexicana.
Fases da Revolução Mexicana
Fase Maderista (1910 – 1913)
Começou com a revolta liderada por Francisco Madero contra Porfírio Díaz. Após a pressão revolucionária, Díaz renunciou em 1911, e Madero assumiu a presidência.
Seu governo, no entanto, enfrentou forte oposição: setores conservadores temiam suas reformas, enquanto revolucionários radicais, como Emiliano Zapata e Pancho Villa, criticavam sua demora em implementar mudanças, especialmente a reforma agrária — uma questão sensível e urgente no país.
A instabilidade culminou no Golpe da Decena Trágica, em 1913, articulado pelo general Victoriano Huerta, que prendeu e mandou assassinar Madero, encerrando essa fase e dando início a uma nova etapa da Revolução Mexicana.
Fase Constitucionalista (1913 – 1917)
Teve início após o golpe de Victoriano Huerta, que instaurou uma ditadura militar. Em resposta, Venustiano Carranza liderou o Exército Constitucionalista, com apoio de figuras como Álvaro Obregón, Pancho Villa e Emiliano Zapata, para restaurar a ordem democrática.
Huerta foi derrotado em 1914, mas divergências entre os revolucionários levaram a novos conflitos. Carranza consolidou seu poder e, em 1917, promulgou a Constituição Mexicana, que trouxe avanços como reforma agrária, direitos trabalhistas e a nacionalização de recursos naturais. Essa fase foi muito importante pois marcou o início da institucionalização das mudanças revolucionárias no México.
Fase de Reconstrução (1917 – 1920)
Foi marcada pela implementação das reformas presentes na Constituição de 1917 e pela luta de Venustiano Carranza para consolidar seu governo. Apesar dos avanços legais, os conflitos persistiram, pois líderes como Emiliano Zapata e Pancho Villa continuaram a desafiar o governo, exigindo uma aplicação mais radical das reformas, especialmente a reforma agrária.
Carranza tentou centralizar o poder com a ajuda de seu braço direito, Álvaro Obregón, mas enfrentou forte oposição. Em 1920, Obregón liderou a Rebelião de Agua Prieta, depôs Carranza, que foi assassinado, e assumiu a presidência, encerrando a fase revolucionária e iniciando um período de maior estabilidade política no México.
Principais líderes revolucionários
Emiliano Zapata
Foi um dos principais líderes da Revolução Mexicana, conhecido por sua luta em defesa dos camponeses e pela reforma agrária. À frente do Exército Libertador do Sul, mais ligado às terras comunais e à cultura indígena, liderou guerrilhas contra Porfírio Díaz e depois contra governos que não atendiam às demandas populares.
Em 1911, lançou o Plano Ayala, que denunciava a traição de Francisco Madero e exigia a expropriação de terras das elites para redistribuição entre os camponeses.
Seu lema “Terra e Liberdade” simbolizava sua principal reivindicação: a redistribuição de terras para os trabalhadores rurais. Em conflito com Venustiano Carranza, Zapata sofreu uma emboscada e foi assassinado em 1919. Seu legado moldou políticas agrárias no México e permanece sendo um símbolo de resistência camponesa.
Pancho Villa
Foi, certamente, um dos mais carismáticos e influentes líderes desse período revolucionário, comandando a Divisão do Norte, onde o capitalismo era mais desenvolvido, até mesmo pela proximidade com os Estados Unidos. Inicialmente aliado de Francisco Madero, lutou contra Porfírio Díaz e depois contra Victoriano Huerta.
Villa destacou-se, ainda, por suas táticas militares inovadoras e por sua popularidade entre as classes mais baixas. Após romper com Venustiano Carranza, foi derrotado e perdeu influência.
Em 1923, já aposentado da vida política, foi assassinado, possivelmente a mando do governo. Sua figura continua extremamente relevante na história do México, por representar a luta dos menos favorecidos.
Álvaro Obregón
Obregón também foi um dos líderes da Revolução Mexicana e peça-chave na derrota de Victoriano Huerta e, posteriormente, de Pancho Villa. Hábil estrategista militar, consolidou seu poder durante a Fase Constitucionalista e, em 1920, liderou a Rebelião de Agua Prieta, mencionada anteriormente, que derrubou Venustiano Carranza.
Eleito presidente, governou de 1920 a 1924, promovendo reformas educacionais, modernização econômica e pacificação do país. Embora tenha deixado o cargo, voltou a se candidatar e venceu as eleições de 1928, mas foi assassinado antes de assumir o poder.
Impactos e legado da Revolução Mexicana
A Revolução Mexicana deixou um legado profundo, consolidado, sobretudo, na Constituição de 1917, que inovou ao estabelecer a reforma agrária, direitos trabalhistas e a nacionalização de recursos naturais, servindo de referência para futuras legislações sociais na América Latina.
O movimento inspirou também lutas camponesas e operárias em diversos países, como a Reforma Agrária na Bolívia (1953) e as mobilizações agrárias na Colômbia e Peru. Além do mais, influenciou revoluções como a Revolução Cubana (1959), que adotou princípios de redistribuição de terras e nacionalização da economia.
No México, fortificou o nacionalismo e levou à criação de instituições voltadas à justiça social. Seu legado segue presente nas discussões sobre desigualdade, soberania e participação popular na política latino-americana.
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