O Brasil, como nação, possui uma história ampla, que passa por diversos aspectos históricos e sociais, a colonização europeia, o imperialismo, períodos ditatoriais e republicanos. Para além do conhecimento geral sobre a História do país, cada região e estado vivenciou esses períodos históricos de maneiras diferentes.
Para compreender melhor esses aspectos, é necessário aprender individualmente cada estado, como neste artigo, em que será abordada a formação e desenvolvimento do Rio Grande do Sul.
Esse estado, que fica no extremo sul do território brasileiro, viveu diversas fases políticas e históricas, inclusive com algumas revoluções importantes para o panorama nacional como um todo.
Diante disso, muitos vestibulares cobram conhecimentos específicos sobre a história do Rio Grande do Sul, como será demonstrado com a questão resolvida e comentada ao fim deste texto. Continue lendo e aprenda mais!
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Rio Grande do Sul no período colonial
No início do período colonial, o principal objetivo dos portugueses era dominar o território, para protegê-lo das outras nações imperialistas, como a Holanda. Mesmo assim, os investimentos e distribuição dos colonizadores não eram suficientes para cobrir toda a região que hoje pertence ao Brasil. Foi isso que aconteceu com o território que hoje conhecemos como Rio Grande do Sul, que durante os primeiros anos da colonização não foi dominado.
Mas, em vez de uma localidade vazia e perdida, as terras eram repletas de tribos indígenas, principalmente das etnias guarani, tapes e charruas. Foi justamente a presença desses povos que atraiu europeus, uma vez que a Igreja Católica desenvolvia a Contrarreforma, para aumentar o número de fieis em um contexto de muitas conversões ao protestantismo, missões jesuítas foram enviadas para catequizar indígenas em todo a colônia, inclusive no Sul.
Quando os navegadores portugueses encontraram essas regiões, denominaram-nas de Rio Grande de São Pedro, nome que faz referência à hidrografia daquele território e também à religião católica dos colonizadores.
A estadia dos jesuítas foi perturbada pelos bandeirantes, grupos que realizavam expedições ao longo do território em busca de riquezas e/ou mão de obra para escravizar. Assim, diversos grupos, com interesses diferentes entre si, começaram a povoar a região.
Rio Grande do Sul durante o Império
Durante o Período Regencial, o Primeiro e o Segundo Reinado do Brasil, o Rio Grande do Sul viveu a Revolução Farroupilha, que marca a história do estado até os dias atuais. Iniciado em 1835, o movimento de farrapos tinha como objetivo a independência da região em relação ao Brasil, então é classificado em conjunto com outros levantes separatistas durante o período imperial.
Entre os motivos que desenvolveram a revolução estão o liberalismo econômico que crescia em outras nações, a revolta com a postura do império de cobrar impostos excessivos, as escassas soluções político-econômicas para a população da região, além de não haver uma participação política efetiva.
A busca pela criação de uma república, com maior autonomia para aquela província motivou muitos fazendeiros, mas também incluiu a população negra da região. Em uma das fases da revolta, foi proclamada a República Rio-grandense, que era independente da nação brasileira, mas o projeto não se consolidou ao longo do tempo, com duração menor que uma década.
Por fim, a revolução garantiu o Tratado de Poncho Verde, em 1845, em que foram estabelecidas políticas para favorecer o comércio do charque gaúcho (com taxação do produto estrangeiro), além de outras medidas para apaziguar o movimento.
Ao longo dos anos, o território do Rio Grande do Sul também foi palco para passagem das tropas que guerreavam a favor das regiões do Rio do Prata, nos diversos conflitos que envolviam essa bacia hidrográfica, geralmente com protagonistas como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Ainda, quando o modelo escravista entrou em declínio em meados do século XIX, sob a pressão inglesa, imigrantes europeus foram trazidos à toda região sul para constituir mão de obra. A ideia principal era que esses povos fossem uma classe média para a região substituindo a escravidão, mas ainda de forma lucrativa à elite.
Foi nesse movimento que muitos italianos, alemães e libaneses vieram ao Brasil e constituem a ancestralidade da população que reside no estado atualmente.
Rio Grande do Sul na república
Durante o período republicano, o Rio Grande do Sul mantém-se como um estado na federação, com participação política importante e representativa. A questão abaixo, da UFRGS 2017, debate algumas afirmações sobre as posturas do estado ao longo da República brasileira, acompanhe a resposta proposta pelo Estratégia Vestibulares.
Considere as seguintes afirmações sobre a história do Rio Grande do Sul, no século XX.
I. – O PSD (Partido Social Democrático) e o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), oriundos da base de apoio de Getúlio Vargas, constituíram-se como as principais legendas políticas no Rio Grande do Sul até o golpe civil-militar de 1964.
II. – O Rio Grande do Sul foi refratário à abertura econômica implementada pelo governo de Juscelino Kubitschek, impondo proibições à presença de capital estrangeiro na indústria agropecuária e em setores estratégicos do Estado, como a distribuição de energia e o setor das telecomunicações.
III – O Estado, ainda marcado pelo impacto da Campanha da Legalidade, em 1961, constituiu-se como um dos principais focos nacionais de resistência ao golpe civil-militar de 1964, transferindo a capital para Passo Fundo, com o intuito de se contrapor às forças de ocupação do governo central.
Quais estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
Alternativa correta: A.
Resposta: I – Alternativa Correta. Os principais partidos oriundos do getulismo até o golpe civil-militar foram o PSD e o PTB.
II – Alternativa Incorreta. O governo do Rio Grande do Sul não foi contra o projeto nacional desenvolvimentista de JK e também não impediu a distribuição de energia e da ampliação do setor de telecomunicações.
III – Alternativa Incorreta. Inicialmente, o RS condenou o golpe civil-militar. Entretanto não ocorreu uma resistência às forças militares, aderindo ao regime logo em seguida.
Características gerais do Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul (RS), localiza-se no extremo sul do país, de forma que é o estado que constitui a fronteira do Brasil com o sul do oceano Atlântico. Como mostra o mapa abaixo, o estado também tem limites compartilhados com Uruguai e Argentina. Enquanto que, em sua porção norte, faz fronteira com Santa Catarina.
Atualmente, a população do RS é de aproximadamente 10,8 milhões de habitantes, distribuídos em 497 municípios, que situam-se em uma área de 280 milhões de quilômetros quadrados. A região está incluída em um clima subtropical úmido e têm tendência aos verões mais amenos e invernos mais rigorosos, uma vez que está mais distante da Linha do Equador, quando comparado a qualquer outro estado do Brasil.
A capital do estado é Porto Alegre, e a região se destaca na produção de materiais próprios de um clima mais fresco, como uvas e vinhos, trigo, além de haver uma grande força da pecuária entre os gaúchos.
Culturalmente, são conhecidos por festivais tradicionais que honram as nacionalidades dos ascendentes, como a Oktoberfest em homenagem aos germânicos, além de danças típicas que exaltam os italianos, por exemplo. O churrasco e o chimarrão gaúchos chamam a atenção para a culinária tradicional da região.
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